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1 colon do popuiona mo Brat, Rio de Janeiro, Gviiagdo sic, 1993 Dita aplabure, Rio de Janie, Caso Brasileira, i932 A tds do grande copa, Rio de Jano, Ciiiago Bras ea, 1992 Eason de socialgi da nts, Rio e Janez, Ciiagso ‘eases, 1995, ‘sale plasaments esndmio mo Bras Rio de Jno, C igo Bea 1992. Formato do Eeade Populta na América Latina, Rio de “nce Cleilagio Brana, 1993, Imperato a Amor Latina, Rio e Janse, Ciao ‘asa, 1993. equi ela Jiro, Clzagio Brass, 1952. ‘tock hoa, Rao de anes, Cvizaio Basics, 1998, Octavio lanni Teorias da globalizacao crvnuir9GXo BrastLetn io de Janeiro 1 ‘camo? A racionalizagao do mundo Desde @ principio, o processo de desenvolvimento do capitalism & simultaneamente tm processo de raionalizagio. Com o vaivém, de permeio As mais surpreendentes situagSes, untamente com as rela- .8es, 08 process e a estuturas propras do capitalismo, ocorte 0 ‘desenvolvimento de formas racionas de organizaglo das atividades soxisis em geral, compreendendo as poiticas, as econémicas, as jur- ican a2 religioeas, ax educacionais e outras. Aos poucos, as mais, divenas esferas da vida social sio burocratizadas, organizadas em ter ‘mos de calculabilidade, conabilidade, eficicia, produtividae, ucra tividide. Juntamente com o mercado, a empresa, a cidade, 0 Estado e ‘odveto, eambém as ativdades itelectuais io racionalizadas? A ri 0m, os desenvolvimentos das cincia dtas naturase soca, trad dos em tecnologias de todos os tipos, revelam-se simultaneamente ‘ondgles e produtos de um vasto complexo process de racionaliza- ‘io do mundo. Desde que se formou 0 moderno capitalismo, o mundo passou a ser influenciado pelo padrio de racionalidade gerado com cultura esse mesmo capitalismo, A administragao da coisa, gentesewéias, ‘ cakulabildade do dever-e-haver, a definigio juridica dos diteitos € das responsabilidades, a codificagzo do que € privado e do que € pi- biico,rudo isso passa a constituir a trama das relagdessocais, o pa «dro predominante de organizasio das ages sociais. A racionalidade originada com o mercado, a empresa, a cidade, o Estado e 0 dieito tende a organizar progressivamente os mais dversos ciculos de rela ‘Bes socais, compreendendo os grupos socias eas nstitugBes em que se inserem, da fabrica& escola, da agéncia do poder estatal familia, dos sindicatos aos partidos politicos, dos movimentos soiais 3s cor rents de opinito piblica| Aos poucos, tudo se burocratiza segundo tum padrio burocritico racional legal. Esse & 0 padrio que sata da Europa aos Estados Unidos da América do Norte. Em forma eritica « contraditéra, no curso dos anos, décadas eséculo, esse padrio se ‘xtende pelos outros paises ou povos, compreendendo continents, ihas ¢arquipélagos. (Com freqincia,aldominagao racional esta convivendo com a Eepossivel dizer, com Weber, que o capitalism pode ser visto como um process civiliztio grado no Ocidente mas espalhando-se pelo Orient, origindrio do norte mas cifandindo-se pelo sul, mareadamen: ‘eocidenal mas progressivamente mundial Asim, a mundiaizagio em «aso no século XX, em especial depois da Segunda Guerra Mundial e 5) tadogio de Anne de Roff«Plere-Emmanel Dawat, Flammarion, Pars, 1986; World Development, vl m8 71, Pergamon Pres, Ox: for mero especial dedicadoa "Religious Values and Developmen”. ‘mais ainda em seguida ao término da Guerra Fria, pode ser vista como ‘um novo surto de mundializagéo da racionalidade propria da civiliza- fo capitalista ocidental. Mas com wma peculiaidade: nesta época a racioalidade propria dese proceso civilizatério jd adquire categoria tlobal. Uma racionalidade global, com dinamismo pedpeo, que inci te nas sociedades nacionals algo novo, distin, prdprio da socedade tlobal. A teenocraciainremaciona, transnacional ou mundial é bem uma expresso desa plobulizaio. Hi empresas, corporagBeseconglo- ‘erados, bem como agéacias mulilaterais, desde a ONU a0 FMI e & CIT, que expeessam muito bem os primérdios eos horizonts da racio- rnalzago posivel, almejada, realzada ou em curso em escala global. Para Weber, fora globalizane do eaptalismo tradur-se na teria 4a racionalizacio global. A combinagio do capitalism proesante «om oracionalismo ocidental produaiu uma fre irressve, que ied Jeata mas seguramente coavertendo © mando em um sistema social egulado eorgnizado, no qual haveré pouco espaco para a tradi, magia ou o caisma. O desencantamento do mundo tormari tudo, ‘em principio, suit 20 cilculo racional. Embora muias culturas ‘enham “antecipado” tas madanga, somente na Europa p6-clv nist e nas culturas protestantes da América do Nort a forca spe ‘tual do racionalismo instrumental loesceu plenamente ‘Gcorre que o capitalism, como produto e condo da ampla ege- neralizada racionaiza¢io do mundo, logo se impe ou sobrepte smais diversas formas de onganizagio da vida socal. Tanto pode convi- ver como absorve, tanto modifiear como recria as mais diferentes mo- dalidades de organizagio social do trabalho eda produgio. As forms Ges scio-cuturas de ribose lis, nagesenacionalidades, provincia ‘6 BiyanS. Turner, “The Two Faces of Sociology: Global or National", publicado por Mike Featherstone (editor), Glahal Culture (Nationalism, Globalization and Modernity), Sage Publications, Londres, 1990, p. 345.358; ita dap 353, ‘eregdes,muitas vezessedimentadas por séculos de histéra, trades € mitos, tudo pode se alterado,abalado, mutilado ou recriadopelas rela- _6es, process e estruuras que constituem a organizacio ea dinimica do capitalismo como process civilizatéro. Em geral, tudo iso ests mareado pela calulabilidad, contabilidade, administragio, ordena- ‘mento juridico, desempenho, eficicia, produtvidade, lueratvidade, racionalidade. Esté em cuso a burocratizagio do mundo, 0 sistema econdmico capitalist, com a sua caleulailidade, levou 0 controle burocritico a0 seu mais extremo desenvolvimento. Max ‘Weber observou que quanto mais “desumanizada” se torn a burocra- ia, melhor eladesenvolve as caracterisicas valorizada plo capitals. ‘no, As suas tcncastornam-se mais refinadas, quanto mais climinam «as ocupagies ois amor, 0 io etoesaqueles elemento pura nent pessoais,iraconaseemocionais que desafiam ocileulo..) A Javengo de um aparato de tl preciso, como meio de control, exclu + posibilidade de qualqer outro sistema. A complexiade da scieda- industrial ndo permite a nfo sera administragio burocrtica, 0 que torma o destino das massasligado a0 continuo funcionamento do apa- rho barocritc..) Uma vez plenamenteesaelecida a bureraca ums dagueasestrtars soca mai dicts de verem detraidas.? [Nessecontexto em que se formam, generalzam e predominam as tecnoestruturas destinadas a diagnosticar, planejar e implementar direies geraise decisdesespeciais, AS teenoestruturas redinem pro- fissicnais sofisticados de todas as qualificagées, do economista a0 _mateméitico, do socislogo ao publiitirio, de modo a pensar as condi Bes» perspectivas dos mereados efetivose potencais, das condigBes Henry Jacoby, The Bureoucratisation ofthe World, University of California, Berkeley, 1976, pp. 148-9, 149 e 180. Consular também: ‘Wolfgang J. Mommsen, The Age of Bureacracy (Perspectives on the Folitcal Sociology of Max Weber), Harper &¢ Row Publishers, Nova York, 1974 TEORIAS 94 eLowauizacho sociais,poltcas, culturais eecondmicas para a seleso eimplementa- Ho de investimentos, operagdes publicirias,inauguragio de temas, Breparagio da opiniio pablca, em conformidade com decsies que podem interessara governos, corporagBes igeias,lobbings,correntes ‘de opinido piblica eoutras institugBese organizagdes. [A sociedade econémica moderna $6 pode ser entendia como um ‘esforgo, inteiramente bem-sucedido, de sinetiaar na organizacio tuma personalidade de grupo muito superior (para oe seus objtivos) dea pessoa natural e com a vantagem adicional da imortlde de. A necessidade etal personalidade de grupo coma pela cicuns ‘inca de que, na inddstria moderna, um grande nero de decsdes € todas as que sio importants valem-se de informagdes posuides ‘por mais de um homem. De modo tipico, se valem do conhecimento ‘entice tcnco especializado, da experinca e das informagies acumuladase do sentido intuitvo ou artstico de muita pssous. 10 € norteado por outas informagies que sio reunidas, analisadase imterpretadas por profssionais que uiizam um equipamento alae mente tcnico.(..) Deverd haver homens cujo conbecimentoThes permia prever as necesidades e garantir uma oferta de mo-de ‘obra, materia e outros reqisitos de produos homens que sham planejar estratégias de pregos e cuidem de que os consumidores este jam apropriadamente persuadidos a compra esses presos; homens ‘qu, nos nives mais altos dateenologi,estejam to informados que possum trabalhar eficientemente com o Estado, de modo que este sein convenientementedirigidos homens, por fm, que poseam ong nizar o fluxo de informagSes que as tarefasacima mencionadas ¢ muitas oueras exigem.* ‘As tecnestruturas podem ser visas como organizagdes sstémi- ‘as, expressando muito do que éaracionalidade instrumental ou t- * Jon Kenneth Galbraith, © novo Estado industria tadugio de Alvaro (Gabel, Baitoca Givilzaio Brasilia, Rio de Janeiro, 1968, pp. 70. 72. ‘Ghagées do cap. VI, intulada "A Tecnostutura” nica predominante no capitalism. Els podem ser locas, nacionais, regionaise mundias, operando em esferas como as da economia, po- luca, cultura, geopoliica, geoeconomia, indstria cultural e outras. ‘Taher seam as formas mais desenvolvdas das estruturas decis6rias que aticulam as partes ¢o todo, nas mais diferentes esferas da vida social. Transformam recursos centifcosetecnolgicos em direrizes, ‘decides, planejamentose pitica destinados a organizr, dinamizar ‘emadificaro jogo das forgs sociais, em conformidade com 0s inte- esses prevalecentes nas estrucuras de dominagio politica e apropria~ «lo econémica. Formaram-s e desenvolveram-se no ambito da eco- nomi, envolvendo empresas, corporagdes © conglomerados operan- ddo em escala local, nacional, regional e mundial [Note-e que as tcnoesruturas das corporaiestransnacionais e das ‘onpanizages multilateraisapefegoam e desenvolvem suas aivda- des benficiando-s bastante das contibuiges dos think-tanks, ou sia, das produges de equipes de intlectuais dedicados, em eral de ‘modo exclusiva esstemtico a relizagio de esudos, dagnésticose rognésticos relativs aos mais diintos problemas loais,nacionais, ‘egonaise mandias. Em escalacrscentenoséculo XX, em forma Cadaver mais sitemiica ¢gencraleada depois da Segunda Guecra “Mundial os think-taks Roresceram e maltipicramse por todo 0 ‘mundo, cm gral, pensando falando eesrevendo em inglés. Trat-se

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