So Luiz Gonzaga

Ensaio sobre dever e desejar.

Juliano Gustavo dos Santos Ozga-Julik

No dever, somos obrigados, a prpria palavra j exemplifica que algo devemos

(dever) a algum. No nos dado escolha no dever, somos direcionados. Se no formos
direo do pagamento da dvida, somos ento anarquistas, opositores, desordeiros,
desgarrados, anti-isso ou aquilo, pelo fato de no cumprirmos com nosso dever, nossa
obrigao (realizar uma ordem ou prescrio; imposio moral, costume, que obriga o
indivduo prtica de determinadas atitudes, ser o direitos de contest-las).

Dever: obrigaes; ser devedor; possuir causa determinante; possuir

compromisso moral de dar-se ou doar-se ao outro; consagrar-se ou dedicar-se alguma
coisa ou pessoa.

Desejo: cobiar, apetecer algo do ego, do ntimo, do individual que nos falta; ter
gosto ou empenho; querer algo ou alguma coisa; querer possuir; sentir aspiraes que
no possui no presente.

No desejo, nos dado escolha atravs do livre-arbtrio, seja por impulso, paixo,
medo, anseio, vontade, carinho, compaixo, sentimentos; mas escolhemos nossa prpria
opo, estamos felizes ou contentes de realizar tal trabalho, servio, prestao, por isso,
muitas vezes, no so cobrados esses servios, so no h reconhecidos e retribudos,
por isso no h o que pague materialmente, como pagar e ningum tem a obrigao de
pagar, pelo fato de que o servio foi dado devocionalmente por livre escolha e desejo, e
no por dever.

Portanto, no dever, somos impelidos cobrana pelo fato de sermos obrigados a

um servio contra nossa vontade, sem livre-arbtrio; querer obrigao do prximo, o
dever do prximo, da um ciclo sem fim interligado de dever e cobrana.

No desejo com escolha e livre-arbtrio consciente, somos aprendizes e

professores, tanto o prximo como ns mesmos, somos contemplados, retribudos, sem
sermos obrigados a cobrar pelo servio do dever sem escolha e livre-arbtrio.

O desejo com livre-arbtrio consciente parte do grupo, do social, do coletivo,

do comum, dos detentores e defensores da independncia e do direito do indivduo
como parte do grupo por sua prpria escolha consciente, pelo fato de que se eles no
receberem nada como pagamento pelo servio, no sero afetados em uma sociedade
justa que reconhece o trabalho individual sem obrigao, diferente do trabalho por dever
sem escolha consciente e sem livre-arbtrio e por obrigao, onde o indivduo teria que
pagar um dever ao outro por receber esse servio tambm. A escolha simples.