Referéncias
ABBRUZZESE, A. Communifashion, Roma: Sossella Edizi
BARTHES, R. Sistema della moda, Torino: Einaudi, 1970.
BARTHES R, (org.Gianfranco Marrone) Ilsenso della moda, Torino: Einaudi, 2006,
CALEFATO, P. Moda,corpo, mito. Roma: Castelvecchi, 1999.
DAVIS, F. Moda: cultura, identita, linguaggio. Bologna: Baskerville, 1993.
FIORANI, E. La nuova condizione di vita, Milano: Lupetti, 2003.
LIPOVETSKY, G. L’impero dell effimero. Milano: Garzanti, 1989.
MARRONE, G. Corpi sociali: processi comunicativi e semiotica del testo. ‘To-
rino: Einaudi, 2001.
PUGLIESI, G. I modi della moda, Palermo: Sellerio Editore, 2001
SAVIOLO, S. L'ultima moda é il pronto-programmato. Corriere Economia, al-
legato del Corriere della Sera, 09/5/05, Milano.
SIMMEL, G. La moda, Milano: Oscar Classici Mondatori, 2003.
MARZANO, S. La sfida? Coniugare stile € funzionalita. Corriere della Sera
26/1/05, Milano.
mni, 2001.
A pesquisa de tendéncias em design de
moda: énfase na rede de informacao
Gabriela Jobim e Manuela Neves
Os varios interesses relacionados ao mundo da moda fizeram com que
surgisse o conceito de previsio de tendéncias como instrumento de regulacao
‘ede organizagao dos miiltiplos intervenientes e também como meio de defi-
nigao permanente dos anseios dos consumidores.
Atendéncia de moda éa base do que fazer em termos de téxtil e vestuario,
f desenvolvida por um conjunto de protagonistas, que tém, além dos interes-
ses econdmicos, a afirmacio de criadores reconhecidos e de sinais captados
sobre os desejos ¢ as necessidades dos clientes e consumidores,
Dentro do Sistema de Previsio de Tendéncias, abordamos com énfase,
nesta pesquisa, o elemento rede de informagao. Quando tratamos de tendén-
cias em design de moda, é de comum acordo que encontramos, em muitos
instantes, um enorme leque de informagao, sempre em constante transforma-
(fo. Perante essa realidade, nos propomos responder para que serve a infor-
magio, que tipo de informagao devemos procurar, como chegar a informagao
especifica e setorial, e como explorar e personalizar a informagio, questoes
comuns a muitos designers téxteis e de moda.
Sistema de previsdo de tendéncias
‘A pesquisa de tendéncias € uma atividade que tem de lidar com as capa-
cidades de percepsao e de leitura de sinais da sociedade, quase sempre inpientes, tendo como limites os interesses ¢ as possibi
industr
lades dos parceiros da
O resultado sera ou nao a aprovacao do piblico-alvo. Esta atividade
€ feita em todos os niveis da cadeia téxtil e de moda, 0 que acaba por configu-
rar um sistema de controles em diferentes niveis, que tém que funcionar de
um modo acertado.
Para melhor entendermos o sistema de previsao de tendéncias, devemos
esclarecer 0s elementos que integram este sistema, que segundo Neves (2000,
pég.51) sao: a estrutura dos mercados: que engloba os mercados primério,
secundario ¢ tercisrio (empresas, associagbes, instituigoes, criadores); 0 ca-
lendério, cronograma da criagdo industrial textil: determina 0 momento
em que cada mercado contribui para esta atividade; a rede de informagao:
quem esta fazendo 0 qué, razdes e efeitos no comportamento de todos os
protagonistas da industria, ainda, os meios de comunicacaos a estratégia de
vendas: como serio levadas as opsdes de moda desde a industria até os con-
sumidores; os consumidores: 0 comportamento dos consumidores que refle-
te nas suas escolhas de compra.
Aestrutura dos mercados
Como fonte de informagao interna, a estrutura dos mercados é de extre-
ma importancia, pois encontra-se num cendrio de profunda e permanente
interligagao entre os mercados primério, secundério e terciario.
* Mercado primério: composto pelo conjunto de produtores das maté-
rias alimentadoras do sistema, por exemplo, fibras, corantes, peles, me~
tais, e ainda pelos fabricantes de tecidos. A pesquisa com estes produ-
tores é fundamental, pois cles produzem as matérias-primas e fabricam
0s tecidos. Podemos dizer que é aqui que comeca o mundo da moda, é a
fonte inicial que vai dar origem ao processo téxtil. Este mercado possui
uma forga econémica e um poder a ser considerado, formado por em-
presas gigantescas, que se unem a poderosas instituigdes de pesquisas.
* Mercado secundario: é composto pelo conjunto de fabricantes de ves-
tudrio que, em parceria com designers, estabelecem a liga¢ao entre os
produtores de matéria-prima e de tecidos, os varejistas e as diferentes
organizagées de venda. Este mercado encontra-se dividido em dois
grandes grupos que se dedicam a confeccai
seus produtos através de marcas e distribuigao préprias e os que traba-
Tham num regime de subcontratagio para estas marcas.
+ Mercado terciério: ¢ composto pelo conjunto de varejistas, aqueles que
‘compram e vendem obtendo lucro desta atividade. Hoje em dia, a forsa
deste mercado é tao grande que influencia diretamente a moda, ten-
do estes agentes um papel importante na orientagao das tendéncias. Os
grandes armazéns apresentam nos seus sites ¢ vitrinas as novas colegdes
‘ional e de comercia-
pouco antes de cada época, uma estratégia promo
lizagao de seus produtos, que tém a distribuigdo répida como um fator
fundamental.
0 calendario: cronograma da criacao industrial téxtil
No momento em que é dado um calendério em que se tragam datas pre-
cisas para os ciclos de desenvolvimento de novos produtos, com antecipagao
das propostas para uma determinada estagao, sto fixados parimetros para
atuagao dos parceiros da fileira téxtil e do vestudrio em todo o mundo. Assim,
E estabelecida uma definigao essencial que deve ser reconhecida em tempo
Aitil, de modo a possibilitar as intervengoes especificas mais adequadas.
‘A apresentagdo de duas colegées por ano impoe um sistema complexo de
gestio de informagao e das intervengoes dos diversos agentes que deverd ser
coordenado, A moda passa por vérios niveis, funciona através de um extenso
mecanismo industrial, que comeca na produgao das fibras ¢ dos fios que vio
compor os tecidos ¢ vai até a confecsio sob forma de roupas e a comerciali-
zagdo no varejo.
Foi Prangoise Vincent-Ricard, autora do livro As espirais da moda, a pri-
meira a propor uma organizagao da estética ¢ promogio industrial, criando
‘em 1966 um esctit6rio em Paris chamado Promostyl. Segundo Vincent-Ricard
(1996, pig.47), as regras basicas para o estabelecimento de um calendario de
‘moda para cada estagio sao as seguintes: com 2 anos de antecedéncia sao pen-
sadas ¢ determinadas as cores; com 1 ano € meio de antecedéncia € preciso
considerar os tecidos; com 1 ano de antecedéncia é necessério considerar as
formas; com 6 meses de antecedéncia sio apresentadas e vendidas no varejo.m fungao da evolucdo tecnolégica, do acesso facil & informagao e da
globalizagao dos mercados, este calendario jé nao equivale na totalidade &
realidade dos prazos, que tornaram-se mais curtos, variando conforme as exi
géncias do consumidor, podendo haver modificagdes da organizagao entre os
clos da cadeia téxtil quando aplicados na pratica,
A rede de informacao
Quanto maior é 0 numero de opgoes de informagoes, mais di
gem ¢ escolha, sendo particular a cada tipo de produto que se pretende desen
volver. Sendo assim, temos cada vez mais meios de pesquisa ao nosso alcance,
informagdo mais vasta, mais abrangente e até mais dispersa. A flutuagao das
tendéncias sociais e de mercados é cada vez maior e mais forte, refletindo
diretamente na mudanga constante das mais variadas tendéncias de design e
moda que nos deparamos a todo momento.
Devemos ressaltara importancia de todos os meios de informagdo ao nos-
so alcance como uma ferramenta nao apenas titil, mas necesséria, de consulta
€ atualizacao permanente. Partir de uma coleta de dados ampla e abrangente
para que, com um leque vasto de material, possamos convergir os pontos de
interesse que colocamos em causa na criagao de cada produto, ou colegio em
articular, é essencial. A informagdo € hoje, cada vez mais, importante e vital
na criagao dos produtos.
Perante esta realidade pretendemos expor e exemplificar quais s40 0s ele-
mentos estruturais, ou seja, quais sao as varidveis e grupos de informagao fun-