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Se sa Eda AE Ue HISTORIAS LOCAIS / PROJETOS GLOBAIS onialidade, saberes subalternos ‘ i Ce aS Ue eOm lar Ug PROS goes NE ae Walter D. Mignolo Ao focalizar a subalternizacao de saberes desqualificados pelos processos de colonizagao, Perce a en CeCe Cem Clan ely trabalhos indispensaveis ao Cle TULL Cees a) lel} Tee Tiel eta) Te Selo) ce cen ed As afinidades entre o autor, pesquisador argentino residente lM Ae AMM Nicecm Coleone y América Latina séo uma razao Pee eeu) SiC CoML oLM EC Cello vapire cavtnuto 1 PAATE corirsto 1 S010 our rexso Aaa rosocrpENtaL jem também a fundacao de um sistema de 3s, de configuracdes raciais e de estruturas icado e saber. Pensar a “América Latina” dle outro modo, em sua heterogencidade © nto em sua homo- gencidade, nas hist6rias locais dos cambiantes projetos globais nao € questionar uma forma particular de identificagao (por exemplo, a da “América Latin: es semelhantes, mas cm relacio 4 ordem Quis sio as relagdes, em outras palaveas, entre os locais geogrificos e a producto do conhecimento? Essa sera a questio dominante no préximo capitulo. F por iss0 que desmontei a imagem de América Latina imposta pelo imaginsrio imperial, assumida, como se fosse deles, por certos intelectuais da América Latina 28 0S ESTUDOS SUBALTERNOS Sho POS-MODERNOS OU POS-COLONIAIS? AS OLAS E SENSBUDADES DOS LUGE GEOSTONCOS bistortador europe como sujet do discurso ea socidade indigena ‘como se objet. sso Bo signica uma rejelgiodas ctegorias ‘cidentais mas snalza 0 inkcio de uma nove autinoma relag20 ‘om eas, Como Gaya Spivak ver freqUentemente observanio, ‘egar que excreveinos como povos cua consiénca fo formas ‘como sutos colonials € negara nossa histéia. Cntudo conscincia de nés mesmes como sujet colonats ela mesma ‘lterada por nosa propria expenéncia epela rlagdes que estabelecomon com noses rigs ttlecruas (Das, 1989: 310, gifs nosso). 2 restauracién del orden efsmico — que la ides de un tempo histoxico lineal y progresivo relusa comprender, 2 no ser como un “volver ats Ia rueda de a historia” — puede ser aprehendda, también con el eancepto nayrapache pasado, pero no cualquier vision del pasos mis bién, pasado-comofutur” es de tuna renovacin del tlempe-espacio in pasado caps de Tuto, de revert a siacin vida. Noes esa la 2p ‘compart actualmente por muchos movimientos indigenas de todas las aitudes que postulan la pena vigenca de a cultura Je ‘sus ancestrosen el mundo contemporinee..lconfrontar lt ‘auisvofe del nazis, Waller Benjamin escrbi6: ‘estar a salvo del enemigos! este iiunfa" (96) hist, peo también I ierpeetacion indigna, pasado co (rivers Cusicanqui, 1993; ‘TEORIAS ITINERANTES, INTELECTUAIS DE CLASSE EXECUTIVA TRABALHANDO NO. ‘TERCEIRO MUNDO E A IMPORTAGAO/ EXPORTACAO DE TEORIAS E CONH! IMENTO oe 2 inteligéncia de se no poderia ter ida sem 0 deslocamento convidar uma teoria a permanecer, logo quando ir. Tenho-me deixado perstadir pelos se tenba slo uma invengio dos intelectuais do Ter cade Ficana (Dirlik, 1994). Contudo, ouvi © que ouvi na Argenti mos grupos 8 ate A restauragio. concepgo progresss franceses, estudos culturais britinicos ou a teoria evitiea a Escola de Frankfurt e ainda hoje mantém essa posicio. Assim, hi algo al m ou sto transcul radas € que hd pessoas nos lugares onde as teor 1s que Suspeitam dessas viagens. As perguntas ser: portanto, quem as espera ou convida? Qual fungao ou pa fepresentou a teoria X no lugar onde fungio ou papel que tal teoria representou no lugar para onde iajou ou foi exportada? O problema sii as historias desses agent est no contexto geoist6rico da modernidade/ Assim sendo, a respost m-se objetos. Mas 0 (nao a teoria) & elaboragio de acorde com 1989: 17-188.) AS teorias certamente viajam, ¢ em todas as ditegoes, da esquerda, da direita e do centro, Como sio relatadas quando a diferenga colonial? Estto apenas sendo repetidas ‘num novo cenirio ou nesse novo cenirio es limites? Este livro responde sim & segunda pergunta, pois o Ponto de chegada ¢ contaminado pela diferenca colonial Tenho argumentado, ¢ continuarei a fazé-lo, que € a partir da diferenga colonial que as epistemologias estio emergindo. Desenvolvi esse argumento no fim do Capitulo 1, fazendo Khatibi dialogar com Derrida, Acrescento aqui um novo exemplo, La crise des intellectuels arabes, de Larui (1974). hospedou diversas teorias itinerantes, que atravessaram 0 Mediterrineo, Algumas eram liberais e viajavam pelo tempo, Partindo do luminismo curopeu. Outras eram se ma partir do pasado e do presente. E outras nao fstavam viajando — eram teorias que haviam ficado em © que estavam enraizadas, no em um terrt6rio geogrifico specifica, mas na lingua arabe. As teorias itinerantes viajavam |, 1983: 223-224, e Clifford, 2a © propor lernizacao e d ransformagao soci hos e propor perigo” tazido pelos intersegio squerda, , pensar & partir das margens implica produzir uma wwras de um dos entu [1980] 1990: 1 inte 0. residentes em posigdes palternas, basicamente, as condigoes do pensamento liminar ott das do poder e VIAGEM AO SUBSOLO Algumas vezes, entretanto, as teorias no vi m em casa. E quando isso acontece, a diferenga colonial as torna invisivels para as teorias domnantes e universais que podem viajar © tém passaportes para atravessar a diferenca explienm porque as coisas jaram tanto ou part que Dussel dois artigos, um do préprio encia proferida por em 1971. A conferén sobre a evolugio do pensament livro foi publicado em 1975 por Editorial BON cura editora de Buenos Aires. Em 1994, ores, uma das duas edi u com um artigo fundamental sob: ‘nterpel toma franca ‘mesmos que houvesse algu iclo com Levinas, ¢ a partir dele, Dussel lade era composta do “mesmo” ¢ 8 alteragbes importantes, ‘que € a categoria complem \do ao dominio exterior ao sistema. Sinto-me hoje temtado a te etext dominio dos es sta é uma por fazer uma eritica da lade.” (1975: 21), Essa concepgao nos permite compreen sexuals poderiam ser absorvidos pelo cesfera da subaltemidade interior. Iss Unidos ni em que afro-ameri nicos ¢ homossexuais (embora com di cesses grupos) lo otro, c Dussel usou algumas metiforas discutivei sna estrutura da historicas (1996, 1998a) identificou mais recentemente come o sistema mundial moderno. Dussel colocou que hoje se conhece como a Améi Jina na exteriorid: sobre a qual foi constituido o sister 3 - A presungio de que considerar a América Latina como cexplica as sucessivas construgdes de exterioridades 's coloniais do sis moderno e, conse- queniemente, a similaridade (excetuadas diferencas obvi ‘em suas historias locais) entre as re erceiro Mundo” Ge, India, o Sudeste yes de relagdes geopoliticas e © fato de que essas observagdes foram feitas durante os anos eruciais da Guerta Fria, as conelusdes geo- Forum que a Europa, os Estados Unidos ¢ a U como “0 outro” 2 paso que todas as outras unidades geo essa linha de argumentagao rgumentagdo, eu gostatia de c (© marxismo no sistema mundial moderno — ve 9 confronto lade em termos hist6ricos um estudioso sério de Marx (Dusscl, rx, segundo Dus se menos consciente da alteridade, da exteri nento de Marx sobre essas menos fai 1971. O pensamento moderno posterior a Descartes, argu- menta Dussel, pressupunha uma ontologia de totalidade « queé icado com 0 Deus da agora o ego, um ego sem De nao é uma fysis (no sentido (ogo. Exist inde egot Fisica. A essa fundacio egotista e kantiano ¢ segundo Dus: Nem Nietzsche nem Marx pud moderno. A experigns descobrit do pensamento am escapar ao paradi aprisionou-o na idéi \de movida por 1A essa modernidas dizer que © eapi mente opostos, mas || Dussel contrasta a *vontade c pertence tanto isto de Dussel sobre nento moderne (el pensar mo pouco retomada por outros (Immai Wallerstein recentemente 0 fez em suas discussdes sobre a geocultura do sistema modern 2: 84-971). Mas, do € $6 isso, nem é esse talvez o aspecto mais interessante posi¢ao de Dussel. De maior interesse para a argumen- argumento? 6 que ele tem a ver com sua visto da geopol nismo, Explico-me, rece um argumento pro« tants defensores com mente teve nos anos 70. Contudo, acredito que o argumento merece ser revisitado imente no contexto da geopolitica do eristianismo, vista ¢ de meu préprio pensamento sobre a artic ' histérias local ste capi dei um exemplo, 0 de estudos culturais € iva cosmopolitana (e, evidentemente, da perspe ns prnjetas glabais), os argumentos conte a exportagho/ Ao de estudos culturais ov das discussdes pés-colo: © risco de essenc! endendo localismo, autenticidade ete. Na perspes , pareceria diferente: uma for 10 por um Estado “estrangeir lectual cosmopolitano “estrangeira” ‘0u por um projeto inte- 27 Mas nao € precisamente isso que Dussel tint quando propés a filosofia da ibertagao como um p! a loca ia desea 2 partir da mem: comparou o projeto de Herbert Marcuse nos Estados U com a filosofia da libertagio na A\ Latina. Observou Insistiu sobre as diferencas entre a ou nos Estados Unidos e na América subdesenvolvidas. Hoje as coisas es tulo VIF, discuto a nova ordem mundial proposta por $: Huntington (1996). Contudo, a particularidade da América Latina nessa ordem geopolitica continua a existis. A Amétic pos-criset a mo pode ser projetado sem levar ic em consideragio a heranga de um “cristianismo (4973; 143). Essa é uma das razes — que Duss explora muito detaihadamente — pela qual 0 marxismo nao lapta América Latina. A outra é a heranga ame explorado a hist6ria da cult rior no proceso da colonii (a liberactén latinoamericana Dussel descreve, num parigrafo, 0 arcabougo histérico geral de sua investigacao tes 248 Dentro que Dussel tem da cong mbora de modo indire india (1969); “Nao sou nem um eseritor 8 letras ‘mestizo’. Sou um indio. Um indio que pensa, produz las © gera idéias.” Comecou a introducao de iscrevendo, em uma perspectiva amerindia, a histéria do colontal/moderno, © 8 opressao. I descrever, em poucas Proprio Reinaga descreve afirmando, com ssamentos deste livro sao singulares. Nao ¢ pelos perigos ivro, ele trago imples descricho, Contudo, pa importa ressaltar é 2 rel ‘em uma perspectiva na América Latina, discutido tanto por Dussel como por Reinag; balternidade radical ¢ espago do “impensivel quando intelectu: bal Quijano, Rodolfo Stavenhagen ¢ Pablo Gon: Casanova levantaram 2 ques los proprios ma a Marx como pensador eurocéntrico, dk facilidade, poderia ser localizado nos anos 70, quando Dussel @ Reinaga estavam desenvolvendo os argumentos que acabo de resumir. Nesse terreno, José Aric6 foi um pensador-chave, Carlos Portantiero sol Sobre © assunto. Esses tres Gramsci (1977) sio textos crui verdade, pare do Carlos Franco, na (1980: 9) di cuentro de As viera A ton: acomodar, expliq) 250 sobre a relagio entre locais geopoliticos uma questio sobre ‘como uma questo teérica. Em segundo lu nos escritos de Mars a “origem” qientemente, sugere que 0 prob marxismo (ou em qualquer de st 10 0 segundo ponto, ix entre categorias analiticas e geop desta questao fundamental: por que Marx per cego em relacao a América Latina? Por que nao s6 de expansio dos an) a 10 que dedicou a Africa e Por que as coisas se passaram assim, quando, na Europa, provocadas por Buffon mas ausente do pasado ¢ do present Arie, a América Lat da moder ido, sugere no horizonte colonial lo 18, a parte latina e fortemente as Américas era claramente concebi " mis” do mesmo. Arie6 (1980) chi marginal de “exterioridade” Marx y Europa, $6. 2 condligao. Viajam as teorias: algumas sozinhas, outras acomy Quando chegam aos lugares, st ico, dentro de transforma-se num projeto global, di © convidada a entrar em uma idade. Em sui nte argumento desenvolvido por Aricé (1980: 121 cegucira para com a diferenca colonial iuas razées. Uma remonia ao Huminismo e ¢o mo europeu. A outta foi cont weno concentrada recebida pela As .censiio da Ing do mundo coloni vel na *Anglo"-Amét de seu passado c um impé segunda subaltemnizagao no imaginario do mundo coloni modemo. Pode-se entio dizer que mesmo senclo Marx, € como agora, fonte ¢ fundamento da c1 para a ou para a “diver onto nos Capftulos VI e VIL.) Creio que os estudos subalternos latino-americanos terio, em algum momento, de questoes, tanto em termos do marxismo como da At se Segue do saber e da geopolitica da coloni tor particularmente interessado nos estudos subal temos sobre a Ame: das reflexds genealogia do Grupo de ‘eanos na Anglo-Ameérica ( ia dever ADAPTAGAO E HOSPEDAGEM DE TEORIAS TINERANTES NO/DO TERCEIRO MUNDO. scrita em sua bagager beiro. Desde 0 inicio dos anos 90 © Grupo de Subaltemos do Sul da Asia tem causado um cativo entre os Latino-Americanistas dos Estados Unidos e os 253 socinis da América Latina. Organi is. A colonialidade do poder ‘desconfortos” inevitaveis ¢ © Grupo emos Latino-Americanos, a publicagao de“ (everley, Oviedo & pesquisa académica ¢ a esse de Florencia 0 fato de que um grupo de formagaa pri foi terem visto 0 Grupo do Sul da Asia como uma mente, de onde chega 254 255 inte ue © que wa excrevendo & pensando desde 1982 e 0 que os estudiosos am fazendo, mais ou menos ao mes tempo, sem conhecimento mutuo entre os dois grupos. foi uma “revelagio” posterior aos fatos. Suspeito que, nesse poderiam ter viajado em duas primeira classe. Foi um encontro feliz que pro cacao de Rivers Cusicanqui e de Bacragiin e pelo fato de que, virios anos antes da publ tadlo em contato com © Grupo de Unidos, ou que escrever em hindi ou nari, $6 estou dizendo que a produgio do cor ¢ inseparavel das sensi 08 locais ‘0u no Terceiro Mundo, nao podem evitar as marcas colonialidade do poder que, tam sua reflexio. £ a colonial exo" no e sobre o siste colonial/i 1, dle decisoes eea0 de memorias ¢ infor is € esperangas ut6picas, passadas, acontecimentos at 256 Grupo de Estudos Subalt diferente clad cio de dependéncia colon’ fs bens que se tornaram batidos ou fora de pole sto, como as maravilhas dos ciganos de Cem anos de ‘exportados para a periferia, gozam de uma writ a dimensio pos-moderna nos estudos ternos. No entender de Rivera Cus imos que primeira vez que ocorre um di que estudam o sul da As Mas onde pesquisadores, no re? Mal exemplos, “0 mais canos", para os quai constitu um campo de estudo, ¢ os pesquisadore: © uma reproduga do comheci 28 a (Sarkar, 1989; Bhadra, 1 ia uma corregao de Max Weber, agdes sociais, o individu conforme sua concepgio, o ind inais. Os est de agses afetiuas diferente de racionalidade. Assim, o dilema nac ideragao as urgéncias do 5 tensoes entre a nos nas/das Amé espaco € sobr terntzacao de pelo orientatismo, e, Tatino-americ sr suas relagd segras coloniais e “as formas cle domin: contrapor-se 1 moderni modernidade € pos-co Em ver smonstrar a de que a cuiropeu, 0 pds-moderno ¢ 0 ‘uma perspectiva “tat po proposto por Di ioga0” dos estudos subalte is: as cliferenas entre © colonialismo britinico) ¢ a hist6ria colonial ‘atina/Anglo-Amériea e © Caribe) incluindo sucess ‘grupo de 450 milhoes de habitantes (ver Capitulo 1D. DENTRO DAS TEORIAS DO TERCEIRO MUNDO (2990). Nesse antigo, a0 “Terceiro Mundi que mantém Mundo, € istoriografia 10 com a posi¢ao do sujeito subordinado, que aguda ao formular “perspectivas criticas terceiro-mund 10 reformul de Cé m que “o Terceiro Mundo, longe de se confinar no espago que Ihe foi alocado, pene- |, 1990; 442), mo" para os arranjos ereeiro Mundo). Quais, ss conservam uma fé contemp% idades solidamente alicercadas"). Der consideradas perdidas) € as origens nacior por posigdes de sujeitos subordinados, entio 0 que sobra azo, em que cert no (“conheci segundo lugar, tedrico & desvineu! ingiisticos e geoistéricos énfase nos loci de enunciagio e no que 0 fundamento ido na hist fundamento universal fazendo plicidades A segunda dis antropologia, foi tudos Orientais, 4 Fosse cinco paises do conhecimento académico & colOnias. Estudos Or (como sabemos depois le 5 pos Khatib sobretudo, pertenciam ao *Novo’ inda, 0 *Novo Mundo”, mio no Oriente, Um nagdes independentes, que romperam os lagos com a mmaia ¢ inca estavam dissociados lo 19 e — por diversas razdes — mesma forma que o Mundo Islimico, a Ch ela Mi © 08 Andes preocupacio dos pest ico disciplinar (paralela 2 dos estudos orie tados Unidos do que na Europa, tal como cresceu 1992). Por ‘outro lado, os estudos pré-colom| tas, como registram 0 antigo classes na Europa, na virada do século (Nandy, 1995; 81-144). Ao mesmo tempo, as do local geoist6rico demonstram a pr do local constiquem um e do local «i dos locais geocul- is em condicao de DO ARQUIVO LATINO-AMERICANO pelo imaginario nacional, Durante 0 1964 e 1990), surgiram novas persj num entrelugar, paradoxalmente, inv \lores norte-americanos trabalhando na América a dessas fig) 108 60 € 70 € seus ese nos circulos de pesquisadores mat América do Norte. Morse apenas estudou histérias € ‘ou muito tempo a “rel Em 1964, ano em que a Associagao de E Americanos estava no inicio, Morse crit latino-americanistas dos Estados Unidos, de perspectiva eri ferencas entre as de seus siléncios transformav: em uma invengio nore-americana, que como um campo de estudos sociais & os estudos latino-at Enquanto as versidades euro} ssa relexdo a partir di losofia encontra-se profundamente arraigada te, contudo. Af Américas, das dreas a serem estudadase pi partir das quais estudé-las, 8 reflexio sobre o local: © 6 locus de enunciagao a roduzem as construgoes diferengas de lingu: linguas) entre as duas Ameri mento acackémico, Js pois se ref Segundo, os estudos subalternos indianos foram redi npério Britinico, O que se dever 1a € 0 linguajamento dos estudos rica Latina. A observagio de Morse deveria ser lingua e do linguajamento (ver ar a diferenga hegemon! francés da Martinica ou o inglés da Jamaica) como linguajamentos subalternos (ver serem estudadas (ver Capitulo IV), Morse percebeu essa necessidade ¢ contribu vamente para construir genealog ués © tem trabalhado para o restabeleci 267 a Mundial € contemporinea da fund: 3 Latino-A\ liscussiio sobre estudos sul al., Mallon) ¢ a pés-coloi mol6gica a q dos latino-amer perspeetiva nos Estados Unidos (fas ind! ores ¢ ini cupados com a com a exploragio , embora men- no 0 risco: do. processe 3 Gonailez Casanova (1968) ico nos anos 70 (e ainda GENE latina pode parecer masculina (ver ta 1D. F uma questo de género que impede Seed e Mal ingas, por exemplo, com as pensid militante e s de colonizagio, a hegemonia de um tempo identificado com a Europa como: 3s Fitmos histéricos p eu reirica € diferenca, no seu entender “estruturou como estratégias descol dle “perifé loge se concebermas que o termo se refere a" nao aper que se posicio Em artigo intitulado “P6s-moderni ferior" de modelos tmportadus, de acondo ent fetes io questo da idk nao porque espere resolver o prol COLONIALISMO INTERNO E ESTUDOS: SUBALTERNOS, Gostaria de afirmar logo de inicio que o colonial 6a reformulagio da diferenga col do moderna no México esclarecer que 0 Se 0 colonialismo pode nao ter ho nos passados, a dif logo ma que associem “estud “reflexoes" sobre 1 = Os estudos subalternos latino-am istoriografia enquanto prt americanos, ou visam tambés vontade dos poderosos ‘© campo de estudo ficanos nos Estados Unidos a América pesquisadore Estados Unidos ¢ a Gostaria apen: clucidar 0 que uma série de encontros (Bogota, 1989, 1990; Lima, 1990) convocados ps Associaci6n Peruana de Estudios e Invest para la Paz. am clentistas sociais para a construcao da democra nos Andes. © primeiro capitulo (de cerca 08 dois v supor que o titulo reflete us fincia do fawo de que 1m Seu status. As tradicbe: sua presqy ¢ de Rivera Ci € classe permi ‘© que esse reconhe ldeia dh jsmo” ou “capil ‘© que possa significar, na Amé ica Latina e no perfodo Jo relative A SUBALTERNIDADE E A DIFERENCA COLONIAL: ENTRE O POS-COLONIAL E © POS-MODERNO Florencia, lon (1994) inseriu pés-coloni do campesinato no subiitulo de seu liveo sxicano, Em terceito lugar, itas no fim dos anos 50 € inicio dos anos 60, por c ¢ Fanon). © que esti em jogo nessas questoes? Por exemplo, intelect ste Mexico e Guat de “colo: mporaliddes criadas por um movimento crescente de negar negagio de contempors ‘que foi podem ter como um de seus horizontes a izaclores, Esses renga senvolvidos estudo", enquanto a América do ha de pesquisa identificada como jovem-se em todas as diregdes pos: Estudos Subalternos poderiam contribs a pesquisa, refletindo criticamemte sobre su @ reprodu das estraté| pos-tradicior icional dle tradigoes deve ser constantemente contestada em todos os as culturas do co jonais” de’ -grar um proces jologias tradicioy A DIFERENCA COLONIAL NO DILEMA DE CHAKRABARTY eo Toda a questie do conhecimento disciplinar, interdisci Chakrabarty de q) observagiio de nos (na nia io da hist 40 apenas por causa de seu interesse pela s ls porque sua € subalterna, prc t ria pratica diseiplinar Que @ Europa opera c isso nao parece de seu tr super Se esse & 0 dilema, qual a solugio? Chakrabarty propoe lizar a Europa". Que significa isso? P) gostaria waar a Europa’ nidade, valores projeto de pura rejeigo a “mode eras, universais, razdes, grandes relatos, explicagdes tota: diante” (Chal projeto de apoio ao relativismo lizantes, e assim ps significa t o de que todas as nogdes mene jcas de ca que lev jitante pouco € solugiio (21). O sigi a Europa” consiste, basicame 1 cultura © p 0 ck fe, no “reconhecimento de que a apropriagao pela Europa do adjetivo moderna para si prOpria & uma ps ist6ria gl 4 qual a histéria do imperialismo curopeu constitui uma parte indispensivel compreensto de que ess: igualizagao de uma certa versio peus; os nacionalismos terceiro-mundistas, €¢ jodernizadoras par excellence, foram igual no process” (21), Essa igualizacao foi Amér 1 Latina do século 19, com intelectuais pés-colon na. Para Sa 18 (e com azo), 0 fut ra Argentina fo mperialismo Domingo F. Sarmiento, na Argen no para MUITOS OU ica cit Europa. Que Sar 120 no Chile wento de Chakrabarty consti-se léia de que a modemidade se funda nas narr ransigao, Como em Sareia C ea qu © interior da modernidade esti sendo definide. Chakrabarty enfatiza fortemente as narrativas Sobre “aagio" € “eidadania’ como locas onde se pode realizar © projeto de “provincializar a Europa” Ele focaliza a: s que “celebram o advento do Estado modemo ¢ a idgia da cidadania” € a0 mesmo tempo 1s minimiza, Chakrabarty afirma que Histotiogrtia g Europa’ si os lados dt modemida Terceiro Mundo con Jemidade a0 mesmo tempo que a modernidade nduz o Tere do, ou, de forma equivalente, como nteragem no interior da diferenga colonial da moxlerniclade), po € evita narrativas de transiclo, progresso, desenve nto e pontos de chegada. Mas se a h ciplina, nao consegue faze-lo, ou se a histéri 1 si propria a0 produzir narrativas além como disciplina, da crononetr, mporalidade’, isso & © Sistema Total baseado numa (grandes civilizagdes, grandes estados, grandes 1 rojetos” (Glissant, (1981) 1989: 76). E conclui: © antropélogo e membro do Grupo de Estudos St discorda da formulagio de Chakrabary: condenado a conhecer ‘mas também confirma, 0 papel ideologico chav ‘da realidade interna do Wada... e do tereeio 1997: 1. Nesse i remete ok da “Literatur a Cuban Counterpoint, de Ort ribut sracio de Ortiz para problema © Primeiro e 0 Terceito Mundos ¢ para questionar a nogio da tropa como sed perto a propos i que estamos aqui no ceme da subalternizacao do con! mento, que'€ o tema principal deste livro. Além do mais, © mecai Coronil assume essas duas posicdes tomando como base @ obra tariado d Ortiz, de 1940, como antropdlogo cubano confrontando a autorid antropdlogo polones ido da ramente autor como for, isso jentativa estabelece um paralelo marcante com 0 caso da Hist6ria, como roynbee, onganizari sciplina, fundamento do argumento de tor 4 sua introdugio (1995) meeito de ans a3 —r Coronil aproxima-se, talvez, mais de Chakrabary do que ele proprio acredita, Mas nao € 86. No oem que Chakrabarty publicou seu artigo sobre a Enrique Dussel publicou um artigo ntrism and lo TH e que se Chak: seguinte ‘européia Europa nio é a sede do conheci- nento, porque © conhecimento é produrido em ece © problema, propoe projeto para atuar no a que diz respeito 2 fos também som| disciplina, encarna, do mesmo modo que a andl Chakrabarty escapa 2 hist6ria: talvez Cuban Counterpoint, de Ontz, possa ser lido como tentativa de matar a antropologia, le © escapa ao melhor esforgo duerais © outros sistemas icos” (Chakrabarty, 19921: 23; 1993). Suspeito que descobriu, na obra de Ortiz, em sua antropologi | que © conbecimento atua como tradugdo e a atua como conbecimento, isto 6, trans- & , solapando as bases do conhecimento linas. A tradugdo, 0 ‘observa que Ortiz, “ao examinar como as cultura jontisticamente... mostr + fixos e separados constituem estratégias de relagdes is de poder", ele esti sugerindo que uma perspectiva rakrabarty bem laglo a ele. A trans ‘er concebida como um tipo especial de pens Europa, conten antropologia tra © futuro das ci 286 rica Latina. Paulin J. Hountonl ficuldades médicas. A cormupgio governamental e a falta de onganizs adilha fingir e pretender, em paises do ‘Terceiro Mundo ou em ps sempre 0 cl € aqui transcender a nismos vivos) corr Assim, Hogia modem lo proprio conceito de ra7a0, depois univ trad luglo. A necessidade de ‘oF que 0 espanhol e 0 po: ‘nao sao linguas poderosas 6 traduzida, em gera conttirio? Essas cidas, que tém a ver com 0 ‘ao dle Coronil entre na literatura ou nas disc (08 pontos de referencia, as fundagdes ¢ a forma de role nos estudds literirios hem como em ras ciéncias humanas como nas naturais (Mign freqiientemente e ema de Chakrabarty e mperial. Até 0 ponto em tém de ser expressas. ‘Talvez uma “pritica disciplinar tanseultural” e um p: “provincializar a Europa” consists © ponto isto é, © pei nessas teor rmentos supri contribuigio de Ku * (Mignolo, 1997d; Mign intervencio de categor etc.) em catego: equa sede” do conhecimento e das teor € coma que no se trata dk cquecer vet Iso ‘manter os termos da conver Gindicado por um significante vazio) que deteri 0 cc es que com tadora e uma série de metiforas que subst conhecido (por exemplo, ver também Ri nos séculos 16 € 17, por missioi de socie © periodo no g 1988: 43), Embora se poss dizer que € ocupa 2 adaptagao de (199) © do Grupo de que a India depois de colonizagie espanhola nos dois em esp: Cusicangui capitulo comeca le do poder di SUBALTERNIDADE E DIFERENCA COLONIAL INGUAS, LITERATURAS E SABERES

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