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Pode-se Planejar a Paisagem? Paulo R. M. Pellegrino Arquiteto-paisagista, professor doutor junto ao grupe de disciplinas Paisagem e Ambiente do Departamento de Projeto da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de S40 Paulo - FAUUSP MEIO AMBIENTE geTRRAG SoBe | Speman mom = TREE commas daderspues & uy sasn pury so juauaburere wmugdo 2y7 57 Jey :uonsenb pene? 242 JaMsUe sn djay pue spaou weUinY 2809 pur AysBoqu1 (e2/60/090 ysou pine? ublsop pue buruueyd aderspuey 01 pandde se sajdiouud Aboj029 ade2spuey fy pauyano uonmos eneds aus 2weBested euinu ojos op osn op oun ofueue o 9 yenb :jenuas ogisanb e sejuayjua amunad sou anb ‘sjepedso s993eunBYUo> $93U9/9)1p anus ogsereduio> 9 oyusUIpuayua o e1ed ea1uIdwd eDU2pIAD EWN 2 E1033 ‘ewin wio204040 soidioulud 0153 “leIUeIqWe OFsUeUUIP E WiOD E>IWIQUODB0!I05 2 eoNipI59 ‘1esMAIND & OOD ‘seyD)Idxa ayUAUjeedsa OKs anb wiaBested eu s@gsuaup se sepor ajuawesAeuanbss s2s633u] 2pod o2)36I6esied oyafoud > oquawefoueld ou woBesied ep ciBo}029 ep soldiouud sop oeseaude ¥ Lovalsayv OWNSGIda Pode se Planejar a Paisagem? Pode-se Planejar a Paisagem? Nav escolas de arquitetura € urbanismo brasileras que tiveram uma forte tradigao de planejamento urbano © regional, o titulo deste artigo ~ como uma pergunta ~ talvez seja recessério, quando se quer disculir a organizacao dos espacos livres na escala do mosaico de paisagens. Isso se deve, em grande parte, 4 experiéncia havida até os anos 60 do século passado, ‘quando a preponderancia do papel do Estado na determinacao das politicas de desen- volvimento ¢ de intervencao no territério assegurava 20s planiejadores um consideravel papel entre as forcas que atuavam na tormagio do espaco brasileiro, Os planus produzidos entao, dentro da linha descnvolvimentista vigente, apresentavam quase sempre uma exclusiva perspectiva sociaeconémica. com a dimenséo espacial basicamente se limitando 205 aspectos locacianais dos investimentos pulicos e das atividades produtivas, como parte de uma estratégia nacional Depols, nos anos 90, cum a retiracia do Estado da fungio de centralizar essas a¢6es, fol prati- camente desmantelada a estrutura de planejamento existente em seus varios niveis. 1ss0 ‘ocasionou uma lacuna, que o estagio de desenvolvimenta cio pals fez potencializar. levando a uma sensacdo de perda do controle que, ainda que tivesse eficdcias varldveis, faz-se necessério ‘para uma organizaco dos espacos urbanos erurais com uma visao a mais longo prazo, Lm dos fpouicas instrumentos de acéo nesse sentido passa a ser leqislac3o ambiental que é entao consolidada, com suas ferramentas de licenciamento ¢ avaliacdo de impactos ambientals das atividades, além de algunas posturas locais mais ou menos efetivas. Mas estes disposttivos legals se mostraram insuficlentes para apreencier o sentido das préticas socials definidoras dos Lusos do espaco e, deste modo, garantir um efetivo atenimenta as demandas da sociedade que fosse adequado 8s conaicionantes da natureza. essa forma, quando entendemos sera sustentabliidade das itlales somente possivel quando esta é vista como parte indivsivel de uma constelagao de palsagens conettaclas, que cevem ser planejadas e protegidas em scu conjunto, uma rpida incurs30 na evolugao desse entender fem nossa meio e em outras realidades. talvez nos aunilie a entender a esped-ficidade dessa atividade de planejamento, ¢ a discutir sua viablidade entre nés. A DimensAo Ampientat DA Paisacem ‘A leltura da paisagem original, cas seus ecossistemas e dos recursos que abrigam e que ‘arantem a habitablidade da cidaule, toina-ce mais dificil de ser plenamente alcancada pela populacio dentro das dreas urbanizadas e cemais esjacns intensamente processados. A isto Gio Paulo ns 13 p. 189179622000 | Palsagem | 161 Ambiente Ensaios 13 162 Paulo RM. Pellegrino ‘se associa uma metédica, planejada e desejada excluso, por grande parte do espectro social da populacao, da paisagem anterior e dos seus condicionantes ambientais na construcao das inossas cidades. Esse estado de coisas pode ajudar a explicar por que chegamos a0 ponto de imaginarmos que gramados, arvores ornamentals, forracées anuais € lagos artificials sejam a imagem da natureza, quando esta ainda aparece dentro da malha urbana, De acordo com a viséo comum, a natureza comeca onde a cidade acaba, como se houvesse um limite intransponivel entre a paisagem cultural € a natural, como entre as manchas. pintadas de vermeiho e de verde nos mapas, ou seja, entre o ambiente construido e a aisagem intocada: a cidade como inimiga da natureza, 'Nesse discurso tradicional aecologia é ligada a ‘natureza' das dreas protegidas e das espécies animais selvagens. Essa interpretacdo traz uma vantagem para um planejamento operacional: areas naturals podem ser desapropriadas e cercadas e orgamentos para sua manutengao podem ser alocados. Espécies selvagens podem ser protegidas por medidas ‘especiticas, propostas por especialistas trabalhando em seus departamentos proprios, AA divisfo do trabalho é clara: cada setor da administragao publica e do conhecimento técnico e cientifico estabelecido tem seus diferentes especialstas que defencem seus territrios. Assim, nesse contexto, a “natureza’ & parte de um mundo separado espacial etuncionalmente. Essa separacao de funcdes, no entanto, no corresponde & realidade da interdependéncia existente entre os diversos elementos que compéem o ambiente: proteger ‘ilhas" de natureza fem uma paisagem altamente transformada no é um enfoque sustentavel, afinal no ha cercas contra a poluicao do ar ou dos lenis freaticos, como alguns de intimeros exemplos. Gostemos ou no, a natureza ainda age no interior das cidades. A drenagem das éguas das Chuva, a ilha de calor e © dima urbano, a estabilizagio dos solos, 9 subsolo que condiciona as. fundacées € demais estrututuras subterrneas e 0 crescimento das arvores: todos esses processos esto atuando nas cidades; dessa forma, o seu planejamento deve necessariamente considerar esses processos biofisicos bdsicos que esto por tras do seu desenvolvimento, Precisamos de uma estratégia para a reinsercao desses processos que sustentam a paisagem local, que defina projetos sustentaveis para os espacos livres, a partir do relacionamento que ‘estabelecem entre si, com sua insercao na cidade, e desta na regiao, que contribua ativamente para a imagem da cidade. que mude o modo mesmo camo o ambiente turhana & percehida, usado. O planejador deve encontrar uma forma de permitir que a paisagem venha a articipar para o auto-reconhecimento de seus usuarios, e destes, para como meio ambiente ‘com 0 qual interagem, incorporando diretrizes amblentalmente desejaveis para a melhoria da habitabilidade da cidade, sua sustentabilidade e da significagao de sua imagem. Um planejamento ecoldgico da palsagem pode fornecer as ferramentas para se alcancar uma integragao plena entre sociedade e natureza, de forma que ambas prosperem a longo prazo. Palsagem | séo Paulo n. 13 p. 159 - 179 - dez. 2000 Ambiente oe Ensalos 13 i DimensAo Prosetuat va Paisacem: o Paisacismo © projeto de paisagisina sinua-se sempre no limiar de confltos. Contito entre a cidade € 0 campo (entre meto urbano € meip rural), entre 0 solo e a égua lentre meio s6lido € meio liquido}, entre o interior e 0 exterior dos edificios fete 0 “dentro e 0 “ora e também entre © piblico e o prvadol, contito entre 0 social € 0 natural. O que determina seu cardter sintético ¢ formal (¢ estético]. Considerando-se a forma como a coesao momentanea Ge conflitos entre contetidos. Isso implica em que o projeto paisagistico possa ser utiizado em varios momentos como instrumento fundamental para a definigéo de inter-relagdes tanto entre organismos e seus ambiente (como entre sociedades e seus territérios). Dependendo da estratégia adotada, ele pode tanto revelar a dialética entre processos naturais e sociais sobre 0 espaco. como, 0 que 6 mais usual, bloquear e destrulr conexdes entre comunidades e sitios. Essa potencialldade Inerente au projet Ue paisagisma comecou a se evidenciar pela tormulagao do conceito de planejamento ecolégico da palsayern, mesmo que a principio de forma intuitiva, consequiu uma viso que possibilitasse dirigir as mudancas na paisagem de maneira a estarem as aces humanas menos em contiito com os processos naturals. Essa percepgio jé era encontrada no Brasil em meados do século 19, como no trabalho de recomposicao da cobertura florestal do macico da Tijuca, no Rio de Janeiro, ento um impor- tante manancial de 4guas para a cidade, amcacado pela devastacao das lavouras de caté, em tum trabatho iniciacio pelo major Manuel Gomes Archer com o plantio, em 13 anos, de 100 mil muds de rvoresnativas, selecionatlas e plantadas, reproduzindo uma mata heterogénea. Em continuidade, como intulto ae embelezar e tornar a d1ea atvativa a0 lazer piiblico, 0 barso de Escragnolle, com a colaborac3o do paisagista francés Glaziou, derarn a feicao final no que se constitui hoje 0 Parque Nacional da Floresta da Iyuca. Posteriormente, nos EUA, Frederick L. Olmsted, considerado 0 funclador dla profissio de arquiteto-paisagista, desenvolveu, em 1864, 0 plano para o Yosemite Valley, na California e, entre 1880 e 1890. 0 seu classico plano para um sistema de parques metropolitanos ligando ‘0 Fens an Parque Franklin, a0 longo do Riverway em Boston. tendo como base caracteristicas. hidrolégicas e ecolégicas. Esses projetos representavam sua viséo da paisagem como uma Continua interacao entre socledade e terrtério, em conttaste com o modelo de parque-jardim europeu continental, que redesenhava a "natureza* como um ideal cle perfeicao, a ser melhor ‘obscrvada de um ponto de vista exterior. No século 20, as obras paisagisticas de Roberto Burle Marx também podem ser consiceradas dentro da perspectiva americana, constituindo-se, além disso, em uma fellz comibinaGao entre experincia cientifica e intencbes plasticas na paisagem. De tato, desde o inicio de sua atuacso Jé'em 1934, em seus projetos de pracas em Recife. que utilizam plantas oriundas da caatinga, Séo Paulo n. 13 p. 159 179 - dez. 2000 | Palsagem aa Ambiente Ensalos 13 163 Foto I: Morros do magico a Tica a ~ na sua interface com a zone norte Fonte: Sivio Macedo 2 } 164 Palsagem sao Paulo n. 13 p. 159 - 179 - dez. 2000 Ambiente | ‘ Ensaios | : 13 Pode-se Planejar 2 Palsagem? como em 1943 no Peryue do Araxé, no qual colaborou corn o hotfnico Henrique de Mello Barreto, e também no Projeto do Parque Zonhatanico cm Brasilia, em 1961, e mesmo em sua ‘obra mais famosa, 0 Parque do Flamengo no Rio, em meacios da década de 60, na sempre o ita de se evidenciar o significado cientifien [ecol6gico) e artistIco com auitilizacéo adequada ida veqetacdo, a partir de sua relagao com 0 coritexto © das associacoes entre as espécies vegetais, observadas em seus ambientes originals. Essa atitude abriu entre n6s caminhos para uma nova visio da intervengao humana sure @ paalsagem brasileira que no fosse apenas predatéria, mas calcada em um profundo conne- Cimento das leis da natureza. Essa postura permitiria que 4 medida que se avancasse © desenvolvimento territorial da sociedade nos wopicos, também fosse ampliaco Conhecimento sobre a flora, @ fauna e o amhiente, criando se um novo conihecimento € uma nova ética na paisagem Durante 0 New Deal, nos EUA, discute-se a definicao de reglao: se esta se bascia nos aspectos biofisicos ou em seus condicionantes socioculturais, ou em ambos. Este debate influencia Lewis Munford © Howard Odum, 0 qual, com Rexford Tugwell, plangjam as ‘comunidades greenbelt. Nas décadas de 30 © 40, o Soil Conservation Service (SCS) cria diretrizes para 0 uso adequada do solo pelo desenvolvimento de mapas de capacidade de liso ula solo (land capability maps, deserihaclos para determinar a vocacao agricola de uma area, Trabalhando no SCS, © bidlogo e engenheiro florestal, Aldo Leopold, inicia © planejamento de dreas de mananciais, propando Considerar de maneira integrada 0 solo. @ Sigua, 25 plantas, os animals ¢ a populagso concernicla Segundo esse autor, dessa nova pastura ética se derivaria uma riova extética da terra. A Tennessee Valley Authority (TVA), stabelecida em 1933, demonstrou a eficacia da utlizacao de uma bacia hidrografica como ima unidade de planejamento territorial ¢ paisagistico, ao promaver o controle das lenchenites, a producéo de eneraia e o desenvolvimento do comercio @ da navegasao fuvials Estas trés experiéncias — e é interessante notar que surgem em uma época de depress30 eeondmica profunda — serviram para consolidar 0s paradigmas do planejamento da paisagem em um esforco para se alcancar um balango sustentavel entre a acomodacs0 Ge necessidades socials e a protegdo dios recursos culturais € naturals significativas. ‘Mas um consenso sé seria aleangado nos 2nos 60 com 0 trabalho, entre outros, de Pnlip Lewis «lan McHarg. Lewis, preocupaclo com aspectos perceptivos — vegetaao e prisagens notaveis w encontrou nos cursos d'agua, areas alagadas © na topografia, recursos perceptives tinicos que quando interigados forravam um padrao linear, denominaclos de greenways: tal paarso pode relacionar qualidades visuals da paisagem com aspectos ambientals naturais Jan McHarg, com © emprego de principios da ecologia vome a base de reconciiacso entre Sociedade e seu suporte biofisico, desenvoive o método connecide come suitability analysis. que constava da superpasicao de uma série de mapas tematicos transparentes | OverEzyS), Ue interpretados como processes © valores, revelam areas apropriadlas aos diferentes Usos umanos, 0 que foi exposto em seu livro Design with nature, de 1969. 179 - dez. 2000 | Palsagem Ambiente Enssios 3 ‘S30 Paulo n. 13 p. 159 166 Paulo RM. Pellegrino Com a aplicagao da tecnologia dos computadores no planejamento da paisagem e com a ctiagao de nova legislacéo ambiental de prevencao e recuperacao de impactos ambientais, abre-se para 0 arquiteto-paisagista a possibilidade de avaliar e atuar em escalas maiores oS recursos naturais, visuais e culturais das paisagens. Sopreposicées de mapas, como de solos, vegetacae, densidade habitacional, planicies aluvials, hipsometria, éreas de preservacav, inddstrias, etc., ja tém sido utilizadas ha longo tempo para identificar localizacdes apro- Priadas e inapropriadas para futuros usos do solo. lan McHarg (1969) enfatizou esse Procedimento para conectar as dimensdes ambientais ¢ projetuais da paisagem. A Gisponibilidade de sistemas de informacées geograticas, hoje, faz deste procedimento de ‘combinar caracteristicas existentes em cada ponto georreferenciado, permitindo sua compa- ago direta, uma atividade rotineira. Esse método, entretanto, nao basta para compreender satisfatoriamente a multiplicidade de interagées entre sociedade e paisagem, JS que os diversos elementos (como solo e vegetacao) so apresentados como realidades inde- Pendentes e distintas dos usos sociais do territério, hd ainda relacoes relevantes nao passiveis de representagao grafica (ou quantificavels) como as definidoras do carater dinamico e histérico da paisagem, (Mas McHarg projeta ainda uma nova cidade — Woodlands, Texas - que se torna um exemplo bem-sucedido de utiizacio do método de suitability analysis e de manejo de informacdes ecolégicas para deserwolver um plano geral com crtérios para implantacio, calcados no “aalanco natural do regime hidrologico como a peca-chave para um planejamento ambiental ‘bem-sucedido e um conceito orientador para o desenvolvimento" (McHarg, 1975) Eugene Odum, um ecologista da Universidade da Georgia. estabeleceu um esquiema conrei- tual de como os ecossistemas mudam de acordo com asintervencées humanas, clarficando as TelagGes existentes entre os tipos de paisagens requisitadas pelas atividades humanas e as fungées ecolégicas de suporte necessérias. Seu modelo dividia as paisagens de acordo com ‘suas quatro fungées ecoldgicas basicas: produgao (agricltura, reflorestamento); protegso (éreas alagadas, florestas nativas|; de compromisso ou miitiplos usos (chdcaras de lazer, Parque recreativos| e biologicamente ndo-vitas(éreas urbanas e industiais), oferecendo uma base tecrica para um planejamento regional integral "Na primeira tendéncia,retirava-se a énfase dada aos aspectos naturals, tentando-se avancar na compreensio da interagio entre os processos naturais © socials, introduzindy v estudU de caracteristicas culturais da populacdo, além da mera quantificacao de dados socioecondmicos © demogréficos, Essa abordagem qualitativa procura um entendimento sobre a evolucéo do conhecimento acumulado pelas pessoas sobre um determinado lugar, sobre como as pessoas afetam e S20 afetadas pelo ambiente [percep¢ao ambiental), integrando valores socials € culturais 20 planejamento da paisagem. No final do anos 70, como a mentalidade de protecao ambiental ja est consolidada, os rincipios ecolégicos do planejamento se voltam a palsagem urbana, considerada como arte integrante da natureza. Dessa forma, nos trabalhos de Michael Hough, Anne Spirn e Patsagem | sio oun 135 159-179-000 2000S Ambiente — . Ensalos 13 | John Lyle, processos semelhantes aos que ocorriam em areas rurals passain a ser econhecidos e analisatios cuidadosamente nos ambientes construidos, Por exemplo, os sistemas de drenagem nas cidacles freqientemente acabavam interrompendo € mesmo destruindo o ritmo natural de movimeriio clas aguas, ao invés de tirar proveito desse potencial Esses autores concordavam ser esiencial conirterar as paisagens urbanas como fecossistemas, ou seja, como uma colegao de organismos interayinic uns com os outros © com os ambientes natural ¢ construido. O ponto de partica proposta por Hes era entender (os mecanismios subjacentes aos ecossistemas urbanos [e suas express6es visuals}, como base para projetos que garantissem sua sustentacéo. A ecologia ca puisagem surge entéo como tentativa de traduair principios ecolégicos para a escala pratica dos planjacores e arquitetos. visto que a maioria dos ecologistas ndo pensam visualmente, fazendo com que a informagao ecolégica seja dificimente organizada de forma a Ser imediatamente til Intervengao. Forman e Godron, em sua obra de 1986, Lanciscape ‘ecology, fundiram o conhecimento de gedgratos, ecolagistas, arquitetos-paisagistas, plane: Jadores e historiadores para entender a estrutura, fung2o e mudanga das paisagens, criando lum quacira de referéncia pelo qual os arquitetos e planejadores podem explorar como a configuracdo paisagistica do territério evolul junto com os processos ecoldyicus mis relevantes, como urn mosaica interagente de ecossistemas, conectados por fluxos de energla ematéna. © PLANEJAMENTO EcoLocico pa Palsacem Planejamento ambiental e/ou paisagistico tem significados aifererites para diferentes pessoas, portanto toma-se necesséria uma clarificacao da expressao, ‘A programacéo do uso dos recursos pela sociedade, Integranlo conhecimento técnico € Cientiice, que fomegam opcées para a tomada de decisdes sobre alternativas futuras, & planejamento Paisagem aqui denotaré a escala perceptivel entre os processos humanos # as naturais. ‘A combinacéo dos aspectos naturais € culturais que crlam a paisayem incluem elementos \vsiuvis como campos, matas,lagos,rios¢ cidades. Por sua vez, a manelra pela qual esteselementos sio utilizedos reflete a cultura de seus habitantes e, por extensao, a atividade de planejainet0 dda paisagem, baseada em principios conservacionistas, implica a tomada de decisbes sobre ~alternativas de redesenno palsagistico, centracias no uso racional c sustentado dos recursos ‘ambientais na acomodacio das necessidades # interesses humanos. Uso racional e sustentado da paisayem significa, portanto, o meihor uso consideranco-se todos 0s aspectos que conaicionam a conservaau las recursos, OU Sea, reconhieces 2 = cessidade de protegdo dos recursos naturals e culturals de forma que 0 atendimento as Séo Paulon. 13 p. 159-179-dez. 2000 Paisagem 357 = Arpanet 168 oR M. Pellegrino lnteresses do presente nao comprometa a capacidade das futuras geracoes de atenderem as suas necessidades. ‘As paisagens mudam por processos naturais ou pela agao das pessoas. Essas mudangas podem levar a uma maior establlidade ou nao dos ecossistemas O planejamento ecoldgico da paisagem é a criacio de uma solucso espacial capaz de manejar as mudangas dos elementos da paisagem, de forma que as intervenes humanas sejam ‘compatibilizacas com a capacidade dos ecossistemas de absorverem os impactos advindos das atvidades previstas e de se manter a integridade maior possivel dos processos e ciclos vitais que ‘ocorrem em seu interior, sempre tendo-se como referénciao contexto regional do qualfazem parte. A Ecotoaia pa Paisacem APLICADA AO PLANEJAMENTO DA PAISAGEM ‘A ecologia da paisagem oferece um conjunto de principios capazes de serem aplicados a0 pprojeto € ao planejamento das paisagens e regides, tendo emergido na titima década como ‘uma ferramenta importante para os planejadores e para os arquitetos-paisagistas manusearem informac6es coletadas sobre uma determinada érea, analisd-las,interpreté-las e de realizarem Proposic6es na escala da paisagem urbana e regional. Respondendo, assim, ao desafio de Criago de um modelo que é uma linguagem espacial a permitira comunicacao entre as diversas disciplinas e os tomadores de decisoes. ara 0 entendimento das relacdes que os diversos elementos do mosaico de paisagens estabelecem entre si, a ecologia da paisagem estabelece um conjunto basico de principios que podem ser assim sumarizados: O5 principios da ecologia da paisagem aplicam-se a qualquer mosaico palsagistico: desde as reas urbanas as agricolas, aos desertos e 8s florestas. Eles se aplicam tanto as éreas naturals quanto as de intensa atividade humana, Como um sistema que contém seres vivos em abundancia e evolul, apresenta trés caracteristicas principals: estrututra. funcio e muictanca, Estrutura da paisagem é 0 padrao espacial ou 0 arranjo dos elementos paisagisticos. Fungao é 0 movimento e o fluxo de pessoas, animals, plantas, 4gua, vento, matéria e energia, ela estrutura, Mudanga é a dinamica ou alteracao no padrao espacial e na funcao através do tempo. © pacrao estrutural de uma paisagem ou regido € composto intelramente de trés tipos de lementos: manches, corredores © mati que servem tanto para comparar paisagens alta- Ralsagem sio Paulons 13 9 159-179 ez. 2000 7 Ambiente Ensalos 13 mente dissimilares como para desenvolver os pri pios gerais. Eles também servem para o planejamento do.uso do solo e paraa arquitetura palsagistica, ja que'w padrao espacial controle fortemente os movimentos, fluxos e mudancas. ‘Aconeiséo desta linguagem espacial torna-se evidente a0 considerarmos que toda a variedacle de mosaicos paisagisticos existentes sobre a superficie da lerra ¢ resultante da combinac30, ‘enue matiiz, cotredores manchas. Toda a variecace encantrada na distribuigéo dos elementos que compoem as paisagens & consequéncia da heterogerwidade co substrato, de alteragGes naturais ¢ da atividade human. Processos naturals, tanto quanto as alivdades humanas, mudam as paisagens ¢ muitos processos espaciais tomam-se evidentes numa avaliacin temporal, tals como fragmentacdo, perfuragao, dissecacao, diminuicao, atrito € coalescéncia. Cada um desses processes espacials apresentam diversas implicagées humanas e ecolégicas, como a biodiversidade ¢ a efetivacao dos ciclos naturais. Tendo esses process0s espaciais como referéncia, os atrbutos-chave de cada um dos elementos da paisagem podem ser avaliacos: — As manchas so grandes ou pequenas? Redondas ou alongadas? Lisas ou recortadas? Poucas ou numerosas? Isoladas ou agrupadas? Etc, — Os corredores $80 largos ou estreitos? Retos ou curvilineos? Continuos ou desconectados? Etc. — Ammatrig 6 tnica ou subdividida? Varlegada ou homoyénea? Continua ou perfurada? Ctc, Por exemplo, na escala local, a mudanca na contiguragao de um mosaica com a intracugao de lum rengue de arvores, a criacao de um acude, uma estrada e ediicagbes, mucia 0 set funciona- mento: animeis alteram sua rota, 0 fllxo das Squas ¢ redirecionado, a erosio do solo se modifica, as pessoas passam a se mover diferentemente.E estas transtormagées causam ainda rmudangas maiores nas Sreas adjacentes, Manter, remover ou introduzir elementos na paisagem é a forma de manejamento que os planejaclones © as arquitetos-paisagistas tém para mudar a estrutura e tuncionamento co ‘mosalco de palsager. {A prrevisdo € avaliacdo dos Impactos a screm causados pelos rearranjos dos elementos que compéer a paisagem permite a implantacao de politicas de uso e ocupaca0 do solo, as quais. reduzindo a fragmentacio e degradaco de seus elementos, assegurem certa estabilidace 2 longo prazo. [ So Paulo n. 13 p. 159-179 dez. 2000 Palsagem Ambiente Ensaios 13 Paso ® M. Pellegrino > , aS Oe oS Sole Jor el] _ PININOI GAD ae + Cun ag es { BH eros — AREA ANTROpIZADS SN SS patios | Figura 4 — ie Ft, Sibio Macedo Visando a criagio de amblentes sustenLaveis, a estratégia basica para tanto deve procurar que ‘as configuracoes previstas no mosaico de palsagens atendam as prinipios cle: concentracao, conexao e canservagao. © Processo DE PLANEJAMENTO DA Paisacem Os desafios constantes no planejamento, projeto e manejo de uma drea no se resuriem em Se ter umn visdv espacial e temporal ampla de uma érca, mas em se entrentar as principais questées socials e amblentals presertes. Abastecimento de Agua, transporte ¢ circulacéo. biodiversidade. recursos paisaaistcos, relagées culturals € comunitarias, agricultura entre ‘outros Lantos mais, so fatores essenciais a serem considerados. Para que todos os planos ‘atendam adequadamente 2 essas questies, uma ampla gama de conhecimentos tecnicos cespecifcos deve ser alcancada. ‘Sao Paulo n. 13 p. 159-179 ez. 2000 | Palsagem | 171 (172 Paulo R M. Pellegrino ‘Como pratica corrente no desenvolvimento de um plano para uma area, hd 0 trabalho de um especialista ou de grupo de especialistas, com um determinado enfoque visando um objetivo principal. Apoiando-se nos principios da ecologia da paisagem, pode-se, 20 contrério,integrar esquematicamente todas as dimensdes na paisagem que sao espacialmente explicitas, como a cultural. estética e socioecondmica cam a dimensao ambiental. 'No entanto, nenhuma revisdo geral é ainda disponivel da aplicacéo dos principios da ecologia dda paisagem no planejamento, conservacéo, projeto € manejo. Mas esses principios oferecem uma teoria e uma evidéncia empirica para o entendimento e comparacao entre diferentes onfiguracdes espaciais, que nos permite enfrentar a questao central: qual é 0 arranjo étimo do uso do solo numa paisagem? ‘Apart do quadro de referéncia dado pelos principios da ecologia da paisagem, sabemos que a solugdo espacial deve, segundo Forman (197], contemplar no seu delineamento trés aspectos: Quatro padrées indispensaveis ! ‘Os componentes de maxima prioridade num plano, de acordo com beneficios ecolégicos que produzem sao: 1) Amanutengio de algumas grandes manchas de vegetagao ‘Alguns dos beneficios que oferecem so: protecao da qualidade da aqua de aquiteros e corpos cfégua, conexdu Ua reUe inferior Ue cursos c'aguay habitat para espéctes de interior ae manchas; habitat-ndicleo e reftigio para espécies que precisam de grande territ6rio, fonte de aispersio de espécies; proximidade de microhdbitats para espécies multindbitat; regime de alteragao préximo ao natural; zona-tampao contra extingao durante mudanca ambiental Grandes manchas: grandes beneficios; pequenas manchas: pequenos beneficios suplementares.. ‘Como hipétese temas: uma paisagem “6tima‘ possui grandes manchas, suplementadas por pequenas manchas distribuidas pela matrz ‘Nao importa qual seja a politica de uso do solo, quase todas as paisagens deverso ter pequenas ‘manchas. E manter os beneficios sociais das grandes manchas de vegetagao requer medidas efetivas de planejamento e protecao. Nao existe um tamanho étimo, um minimo ou um maximo para as manchas. Existem limiares sobre os quais basearemos nossas decisOes, mas isso permanece indefinido. Respostas podem depender, se uma grande mancha é comparada com uma ou diversas manchas pequenas em relacéo a efeitos ecolégicos como a biodiversidade, produtividade da blomassa, erosio, recarga do ciclo hidrol6gico, etc. 2) Corredores suficientemente largos de vegetacio ao longo dos principais cursos d'agua Paisagem Sao Paulo n. 13 p. 159 - 179 - dez. 2000 Ambiente Ensaios 13 Poce-se Planejar a Paisagem? ANE Bowen gy oveitanpsrpctuners Gan rhe AUTROR2DAS EAN POS ICTS BERORESTA TO : PD t cH verosas L5G raes ‘Quase todos os recursos naturals € as atividades humanas numa paisagem dependem dos rios e sistema de drenagem das aquas superticiais eustentes, Um corredor 20 longo de um rio é a faixa de vegetacao que acompanha a superficie de qua Corrente. O corredor pode apenas incluir esta superticie de qua e suas margens adjacentes, ou pode ser largo o suficiente para incluir a planicie aluvial, suas encostas ¢ faixas de terras altas limitrofes. Vegetacao ciliar. geraimente refere-se @ vegetaco da planicie aluvial ou da érea ce inundagao direta de um rio, ‘So Paulo n. 13 p. 159 179 dee, 2000 | Patsagem Paulo R. M. Pellegrino ‘A vegetagao ao longo de um rio atende a quatro importantes funcées ecolégicas: (a) minimiza- s@0 das enchentes a jusante através da friccdo, efeito esponja e altas taxas de evapotrans- piracao; (b) controle do assoreamento por reter Sediments; fonte de matéria organica pare eixes e demais organismos fluvais; e (d) habitats para muitas espécies significativas. ‘Qual deve ser a largura de um corredor ao longo de um rio? Este é provaveimente o problema mals frequente para os planejadores. Trés passos podem levar a uma solucdo: (a) delinear os. processos ou fungdes ecoldgicas-chave desempenhadas pelo corredor; (b) separar 08 tipos basicos de cursos d'égua desde as cabeceiras até a foz, baseando-se na estrutura espacial ‘existente no corredor; e (c} determinar a largura requerida por cada tipo de curso d'agua, ruzando 0s pracessos ecolégicos mais sensiveis com a estrutura espacial Um corredor deve ser continuo? O efeito do tamanho da interrupcéo num corredor depende da combinacao entre os componentes espacials do relevo e os processos ecolégicos mais serisivels presentes, apiicada a zona ciimatica em que se insere. 3) Manutencao de conectividade entre grandes manchas para 0 movimento de espécies-chave Corredores continuos suficientemente largos, formando uma rede principal de corredores verdes, s40 considerados o melhor mecanismo para a movimentagao de espécies entre as ‘manchas maiores. ‘A segunda melhor alternativa € um conjunto de manchas menores de apoio, desde que a ‘matriz intermedidria nao seja completamente inapropriada para o movimento das espécies ‘Qual é sua methor localizacao e configurag30? Dependendo de suas caracteristicas — conti: ‘nuos, formados por conjuntos ou tinhas de manchas, em gradiente ou seccionados por barreira ~ podem ter uma conectividade alta, baixa, média ou desprezivel. Corredores verdes junto s dreas urbanas também desempenham funcao recreacional estética 4) Manutengao de trechos naturais heterogéneos no meio das éreas construidas Esse recurso possibilita a manutencZo de certa conectividade para 0 movimento de grande parte das espécies por todas as porgdes da palsagem. Também interrompe éreas extensivas de ‘uma matriz, sujeitas a erosdo e6lica,ilha de calor, etc. Esse componente ¢ alcancado efetivamente com a montagem de pequenas manchas heterogéneas de vegetacdo nativa e de uma rede de corredores lineares. ssa heterogeneldade de situagdes deve incluir espécies e habitats dispersos por toda a matriz, Enquanto grandes areas protegem muitas espécies e situacées signifcativas, outras espécies e situaches denendem do mangja do uso do solo nas imediagoes. a ee oe i eee srnasnsta overex a amen ewe ; es [seen © modelo “agregados com dreas externas” aggregate with outliers} ‘Aparece como uma maneira eficaz de harmonizar diferentes usos do solo. (Qual é a matnor dlstribulgae dos usos do soln numa paisagem? Fara responder esta questdo, esse modelo, que no procura descrever a comyplexilaclcle qualquer paisagem real. determina {que se deve procurar agregar usos do solo, ao mesmo tempo manitencia corrediores e pequenas ‘manchas naturais nas areas construidas, bem como trechos construidos, distribuicios, a0 longo dos limites principais das manchas e corredores naturais. Sete dos principals atributes ecakigicos da paisagem s8o Incorporados ou solucionados por ‘este modelo: 1) manchas grandes de vegetacao nativa, como ja colocado; 2) granuia.da— a granulagao de um mesaico de paisagens significa 0 didmetro ou dea média de todas as manchas numa paisagem e afeta muitos fatores ecolégicos, dependendo de sua granulagie ser grossa ou fina; 3) redugdo de risco evita que todos os inalviduos de uma espécie estejam numa Linica mancha, 0 que aumentaria 0 risco de sua pera; 4) variagdo genética ~ diversidade genética ¢ importante por prover detesa as alteragoes ambientais, 5) zonas de contato- as areas entre os usos de solo, incluindo as bordas das maiores manchas adjacentes, s20 trequentemente adequadas para trechios construicdos, ja que nessas areas estes rndo perfuram excessivamente e destroem as vantagens das grancles manchas. A curvilinea- ridade dos limites reduz o efeito barreira aparente dos limites retlineos e reproduzem melhor 05 efeitos dos processos naturais; 6) pequeris manchas de vagetasio nativa. como ja coloced 7) comedores ~ além dos naturals, j& descritos, corredonss compostas por diversos usos do solo resultam numa circulagao humana mals eficlente entre os diversas ust cio solo, concentrando movimento e desta forma minimizando os movimentos indesejévels pelas yranies manchas. ‘Aidan cesses beneficios ecolégicos, este modco traz beneficios diretos no desenho dos assenta- mentos humanos [1] abre uma ampla gama Ge situacdes possiveis; [2} indica locagées adequadas para ediiicaces rurais € casas de campo; (3) concentra areas para trabalho, moradia, servicos c comércio; So Paulo n. 13 p. 159-179-des. 2000 |Palsagem 175, oa Ambiente — Ensaios 13 Paulo RM. Pellegrino ZECONDY FASE - CIDADE, CANPOs COLI UADOs & CO Do bata ~ AGREGAGAD con di BORDOS AD NSE RAGS 1S PEPSEO AO LONGO DAE Figura Fonte: imo Macedo a manne! = = 176 Palsagem | Sao Paulo n. 13 p. 159 - 179 - aez. 2000 i Ambiente = Ensalos ee | Poce.se Pianejar a Pa1sa (4) toma mais efciente a circulagao e 0 transporte entre zonas e cidades ao longo de corredores: (5) impede conurbacées ¢ valoriza a identidade local com vegetacéo nativa ¢ agriculture atravessando corredores; (6) agrega Sreas construidas especialzad: (7) cria espagos livres verdes urbanos: (8} prevé grandes manchas para uma extracao eficiente de recursos; (9) limita as dificuldades decorrentes do isolamento de propriedades rurais: (10) prove diversidade visual pela vaniagae na granulacao. Localizacées excepcionais de significado duradouro numa paisagem Coma estrutura espacial para toda a paisagem estabelecida, localizagoes estratégicas em seu interior podem ser estabelecidas a partir dos seguintes critérios 1) aspectos Uinicos — tendem a ser “entradas e saidas" especialmente importantes; 2) prateger elementos com a mais alta riqueza de espécies ~ ¢ eficiente para a conservagio da biodiversidade na paisager; 3) grandes nés em redes ~ tém importancia especial por causa das ramificagoes de suas conexées: 4) imerrupgoes (gaps) nos principals correaores ~ so chave para o movimento ao longo € fluxos através de umn corredor; 5) centro ale fluaas similares ~ séo criticos porque fluxos € movimentos neles afetam muitos ‘oulros elementos na paisagem; 6) proteger elementos com alta sensibiidade aes impactos humanos prove importante estabilidade 4 paisagem: 7) focar nos pontos eswatégicos — permite um importante controle, Pouco comum, sobre os ftuxos (0 tuncionamento da patsagem), bem como protecao as forcas externas. Talvez, nem todas essas solugdes espacials selam ndispensdvels para 2 conservacdo © 0 manejo, mas todas tém um ampio impacto sobre a paisagem pelos seus fluros e movimentos. Dessa forma 530 oportunidades excepcionais e instrumentos 3 mao para o planejador. S40 Paulo n. 13 p. 159-179 - dez. 2000 4 | a AREA DE CONgERA Ge | Javea uals reLicany | | | ahs FONTOESTRATEGICO /eoummole te mi CESS! ovo BON | Dre g CONROE PxGESSO PARA oorK| | | GY Mejor ACESSOA AREAS HIS PROTEGIDAS | GP veujoe/maioe peotecKo- comer) [OnE mEaTees | ous? fe Svio Macedo 178 Paisagem sao Paulo n. 13 p. 159 - 179 - dez. 2000 ——— Ambiente oe Ensaios Bisuiocraria ARENDT, Randall anceruatin design fer subewisions: A practical ude to cresting open space neewerks Washington: sland Pres, 1996 ‘ARENDT Randall et ab Deatng wtn change inthe Connecticut Rver Valley: A design manuel for conservation and development. Camtvidge, Macs: Lincoln Institute of Land Policy, 1989. CASTRO MAYA, Raimunan Litton de. 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