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Géneros textuais Os géneros textuais, segundo Bakhtin, apresentam-se come Le7er$ do discurso, & sao tipos relativamente estaveis de enunciados produzidos s diversas esferas da atividade humana (1992, p. 279), Afirma-se cagdes de acordo pelas mi serem relativamente estiveis, pois podem sofrer modifi i coma situagdo comunicativa na qual 9 empregados. Um académico, por exemplo, utilizard uma linguagem mais elaborada no e-mail que enviar ao seu professor do que no e-mail que enviar ao seu colega &€ variada, € estes recebem diversas designagées, a culinaria, bula de remédio, romance, conto, re- _resumo, resenha, esquema, redagao de vestibular, A natureza dos génere como carta pe: al, rece! portagem, noticia, editori: edital de concurso, inquérito policial, piada, horéscopo, cardapio de restaurante, sermio, conferéncia, aula expositiva, conversagio, reuniio de condominio, entre outros. Pode-se mesmo dizer que sio ilimitados, visto que também sao infinitas as situagdes comunicativas que requerem sua utilizagdo. Na vida diaria, a interagdo social ocorre por meio de géneros textuais especificos que o usuario utiliza, disponiveis num acervo de textos cons- tituido ao longo da historia pela pratica social, e niio simplesmente por meio de tipologias textuais, como a narragio, a descrig4o ou a dissertagao. Aescolha do género textual depende da intengao do sujeito e da situagao sociocomunicativa em que esta inserido: quem ele é, para quem escreve, com que finalidade e em que contexto histérico ocorre a comunicagao. Imagine 0 cotidiano de uma executiva. Ao acordar, ela deixa um bilhete para o filho que ainda esta dormindo e uma lista de compras para a empre- gada, que se atrasou. Chegando ao escritério, na sua rotina didria, escreve e-mails e cartas comerciais da telefonemas e organiza reunides. Todos esses textos que ela produz, orais € escritos, sao géneros textuais (bilhete, lista de compras, e-mail, telefonema, carta comercial e reuniao). Segundo Marcuschi, os géneros surgem emparelhados a necessidades e atividades socioculturais e na relagdo com as inovagdes tecnologicas. A LEITURA E PRODUGAO TEXTUAL 9 tecnologias € sua interferéncia nas atividades le do uso das novas 1 xplosiio de novos géncros © Novas for, ‘as motivam a ee quer na escrita (2002, p. 19-34) jade, , i icagdo, quer na oral Juer me an fe mas de comunica¢ao, fie o chal, 0 e-mail ¢ as aulas virtui ‘ ; io Béneros Por Coa ore marcante de um novo suporie ecnologicg recentes advind los da S :a internet. _ rcem um papel fundamental no processo de in. © + kee nin ay; acordo com Bakhtin, “se nao exi intensidad 0 ¢ comunicativas diari na comunicaga Os géneros textuais ex sata indivi De : crac entre os individuos. ; : ; : iss a = "os do discurso e se nado os dominassemos, se tivéssemos de cr} generos Ss 'S pela primeira vez no processo da fala, se ee ee conetmuin cada um . i: icacdo verbal seria quase impossivel” (1992 de nossos enunciados, a comunicagao . aes % p. 302). Por isso, existem tantos géneros onats ou escr! quantas situagdes sociais em que o individuo esta nee : / Conforme Bronckart, os géneros textuais constituem ages de linguagem que requerem do produtor uma série de decisdes. A primeira €aescolha que deve ser feita a partir do rol de géneros existentes, ou seja, ele optara por aquele que Ihe parecer mais adequado ao contexto a inten¢4o comunicativa; a segunda decisao é a aplicagao, na qual o produtor podera acrescentar algo ao género escolhido ou recria-lo (1999). Isso significa que o produtor pode valer-se dos géneros que circulam socialmente e modificd-los conforme a situagao de comunicagao em que serio utilizados, ou até mesmo criar um novo género a partir de um ja existente. Por exemplo, o género textual e-mail pode derivar do bilhete, da carta pessoal ou da carta comercial. Em virtude da extrema heterogeneidade dos géneros, produto da diversi- dade de relagdes sociais que se estabelecemna vida humana, Bakhtin (1992) Os agrupa em dois tipos: primarios (simples) e secundarios (complexos). decommnicas gates es generos textuais primérios emanam das situagdes 0s diferencia. id ae ee eee! nao elaboradas. Pela informalidade que que eles mantém uma ee ue Ee hae Situagdes simples, pode-se afirmar $40 mais imediata com a realidade existente. Isso Ocorre no: 7 ae in : ae fe da vida Cotidiana, como em dialogos com a familia, Or sd vee Uni®es de amigos e didtios intimos Por sua vez, aindg nas condigdes dao conforme Bakhtin, os géneros secundarios surgem ultural mais complexa, organizada e prit- e Se de uma fo is ela la em. O género funciona c: q rma de uso mais elaborada d unicacao ¢ formalizadas €, relativamente, mais evoluidas: artistica, cultural e politica. Os géneros secundarios absorvem e modificam os primarios (1992, p. 281). Entre os géneros secundarios, citam-se como exemplos 0 livro didatico, 0 romance, 0 editorial, a tese, a palestra, 0 anuncio ¢ 0 texto instrucional. 1.1. Agrupamento dos géneros textuais Schneuwly, Dolz e colaboradores agrupam os géneros textuais a partir das capacidades de linguagem dominantes dos Sujcitos nas seguintes ordens: relatar, narrar, argumentar, expor ¢ descrever acées ou instruir/prescrever agées (2004, p. 60-61). Observe a seguir: » a) Relatar: volta-se a documentagao e memorizacao de agdes huma- nas. Mostra experiéncias vividas, situadas no tempo (relato, noticia, diario, reportagem, crénica esportiva, biografia etc.). =>» b) Narrar: representa uma recriagao do real. Isso pode ser visualizado na literatura ficcional (conto, conto fantastico, conto maravilhoso, romance, fabula, apdlogo etc.). ® c) Argumentar: diz respcito a discussio de problemas controversos. O que se busca é a sustentagao de uma opiniao ou sua refutagao, tomando uma posi¢ao (debate, editorial, carta argumentativa, artigo de opiniao, discurso de defesa, carta do leitor etc.). d) Expor: refere-se a apresentagdo e construgao de diferentes formas dos saberes (texto explicativo, artigo cientifico, verbete, seminario, palestra, entrevista de especialista etc.) - e) Descrever agdes ou instruir/prescrever agoes: diz respeito as normas que devem ser seguidas para atingir algum objetivo (instrugdes e prescrigdes). Indica a regulagao matua de comportamentos (receita, manual de instrugdes, regulamento, regras de jogo etc.). 1.2 Producdo de géneros textuais * eniveis de linguagem Para a producdo de um género, 0 autor pode valer-se de diferentes niveis de linguagem, como a linguagem familiar, comum, cuidada ou orat6ria. A LEITURA E PRODUGAO TEXTUAL ¢ Iha do nivel depende da intengao do produtor e da condigado SOciocult escolha do nterlocutor. Veja os niveis, de acordo ec: 6 Ural do interlocu Vej veis, ordo com Vanoye (1996, p. 30. 32), Dy inguagem familiar: corresponde a um nivel menos formal, ae ae da lingua. O vocabulario obedece relativamente pramaticnts, Utiliza-se esse nivel de linguagem nos género; de situagdes mais informais, como em conversas familia amigos, em cartas familiares, bilhetes, entre outros. Mal, mais as Notmas S Oriundos Fes OU com »> b) Linguagem comum: emprega um conjunto de palavre S, EXPressdes g construgdes mais usuais,comuma sintaxe acessivel ao leitor comum, oy seja, é simples, mas segue a norma padrao da lingua escrita : Eusada em artigos de opiniao, editoriais, antincios publicitarios, Noticias ete, » c) Linguagem cuidada: usa um vocabulario mais Preciso e raro, com uma sintaxe mais elaborada que a comum. Emprega-se em cartas comerciais, editais, artigos cientificos, entre outros géneros. s> d) Linguagem oratoria: cultiva os efeitos sintaticos, ritmicos e sono- ros; também usa imagens. Utiliza-se esse nivel de linguagem em sermées, discursos etc. O papel dos géneros textuais tem sido reconhecido como fund na interagdo sociocomunicativa €, em vista disso, eles passaram a Nortear 0 ensino da lingua, especialmente o trabalho com anilise, interpretagao e pro- dugao de textos. Essa abordagem favorece o desenvolvimento da competéncia linguistica e discursiva e, Consequentemente, ampliaa Participagao social do individuo. Por isso, os Parametros Curriculares Nacionais (1999) preconizam © ensino da leitura e produgao de textos a partir de géneros textuais. Resumindo-.. . Os géneros textuais: * surgem das necessidades inovagdes tecnoldgicas: lamental Presentes nas atividades socioculturais e na relago com © sécio-histéric * pode-se dizer que sio ilimit + classificam ados; 1.3 Atividades I. Leia os textos que seguem e resolva as atividades. @q TEXTO 1: O CORCEL DA FEITICEIRA Um Cabo de Vassoura, que por muito tempo tinha servido a uma feiticeira como corcel, reclamava da natureza do seu trabalho, 0 qual considerava degradante. __~ Muito bem, te darei um trabalho que estara associado com 0 intelecto ~ disse a Fei- ticeira. — Vocé estara em contato com cérebros. Eu te apresentarei para uma dona de ca _ ee . 5 O qué? Vocé considera intelectual as maos de uma dona de casa? — disse 0 Cabo de Vassoura. ~ Eu me referi 4 cabega que manda no seu bom homem — disse a Feiticeira. BIERCE, Ambrose. The Witch’s Steed. In:_. Fantastic Fables. Nova York: G. P. Pumnam’s Sons, 1899. Disponivel em : . Acesso em: 20 out, 2009, ~Trad. de Cesar da Fonseca Giugno. By TEXTO 2: MUNDO MELHOR Quem sabe de maus tratos a criangas, idosos e animais e nao denuncia é conivente com o crime. Apelo para que as pessoas denunciem, para que possamos viver num mundo melhor, com respeito aos indefesos. T.C.M. (Empresiria - Porto Alegre) DO LEITOR. Zero Hora, Porto Alegre, p. 2, 25 jun. 2009. 3 TEXTO 3: I-JUCA-PIRAMA [1 Por casos de guerra caiu prisioneiro Nas mios dos Timbiras: — no extenso terreiro Assola-se 0 teto, que 0 teve em prisdo; Convidam-se as tribos dos seus arredores, Cuidosos se incubem do vaso das cores, Dos varios aprestos da honrosa fungao. DIAS, Gongalves. I-Juca-Pirama. In . Poemas de Gongalves Dias. 12. ed. Rio de Janeiro: Ediouro, 1996. p. 76. LEITURA E PRODUGAO TEXTUAL © AOS QQ TEXTO 4: MANCHAS NAS MAO! has escurd m a surgir pequenas manchas Comegaram a sur is ofetivos? mentos mais efelivos: i i eali O melhor periodo para real + nas minhas mos. Quai os S trata, zar o tratamento € 0 inverno. Como ficam algumas Mare chas senis, também chamadas de lentigos solares, 0 Tecomendaas no tratamento das WM fomem sol depois de alguns procedimentos que lesama pels Ent é que os pacientes dees problema esto a crioterapia € os lasers. te os mais efetivos Pa a so tratadas com um equipamento especial, Na crioterapla, oS Is{riamento localizado das lesdes. E. comum haver bol erode ae ied de 15.2 20 dias, podendo ficar algumas manchas resi que duram, 2 que usa, um has © crosta duais por um certo tempo. . . os tratamento com /aser é mais rapido, sendo que o /aser de ruby (Sinon) & conse. do um dos mais efetivos. Depois de qualquer tipo de tratamento, € importante ou: filtro solar (HEXSEL, Déris. Manchas nas maos. Zero Hora, Porto Alegre, 20 jun. 2009. Viva p.45). ISO de melhor, TEXTO 5: SOFTWARE PERMITE LEITURA A CEGOS Programa gratuito esta disponivel na pdgina do Ministério da Educagdo Com ajuda da tecnologia, cegos redescobrem o prazer da leitura. Um conjunto de pro- gramas, batizado de MecDaisy, permite transformar qualquer formato de texto disponivel no computador em texto digital falado. O software esta disponivel, sem custo, no portal do Ministério da Educagao (MEC). Desenvolvido em parceria com a Universid: MecDaisy foi langado em 24 de junho e ainda drio internacional Daisy — Digital Accessible Ir de Informagao de Acesso Digital portugués. lade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), 0 passara por adaptagdes. Baseado no pa- nformation System, que significa Sistema —, traz sintetizador de voz (narragao) e instrugdes em A tecnologia permite que adaptagdo em caracteres ampli: Programa ainda descreve figur © usuario leia qualquer texto, a partir de narracao ou ados, além de oferecer opgao de impressiio em braile. 0 ‘as, graficos e imagens. Ja apelidado de livro eletrénico, in pn tveear pelo indice, pelo texto, pelas paginas, como se estivesse folheand? eee ernie on © acesso'ao MecDaisy, qualquer pessoa com o minimo de mais autonome om utasao pode produzir livros digitais falados e ler as obras com nomia, Por enquanto, os, - 7 » 0 software oferece meno: i ‘ em oral. Até 0 final do ano, pelo 's de cem livros traduzidos paraa linguag ae Menos outros cem estara ‘ ae ware. © MEC investiu RS 680 mil (BE ©m estardo traduzidos. Para a criagdo do soft ~ E ii =, ‘ fora. Porto Alegre, p. 54, 03 jul. 2009), RTINETTI, Giacomo. Software permite leitura a cegos. Zero Hor ® TEITURA E PRODUCAO TEXTUAL QQ TEXTO 6: MUSSE DE MARACUJA Ingredientes: 1 lata de leite condensado 2 caixas de creme de leite 1 copo de suco concentrado de maracuja Modo de fazer: Junte todos os ingredientes e bata no liquidificador até obter uma mistura homogénea. Sirva gelado. TEXTO 7: JUNTE-SE A NOS, FAGA PARTE DESSA HISTORIA! O Correio Riograndense completa, em 2009, um século de circulagao ininterrupta. Um dos mais importantes itens da programagao alusiva 4 data é a publicagao de uma edi¢ao especial. Serdo no minimo 100 paginas que contarao a historia do jornal e sua importante influéncia na formagdo humana e profissional, na evolucao cultural, religiosa, econdmica e social. Desde ja, estamos convidando-o a se associar a esta iniciativa editorial. Crescemos juntos, e sua empresa, seu municipio ou sua entidade tem 0 direito de estar presente nessa edigdo historica. 1» Correio Riograndense Rua Alexandre Rizzo, 534 — Bairro Desvio Rizzo — CEP: 95110-000 — Caxias do Sul — RS www.correioriograndense.com.br JUNTE-SE a nés, faga parte dessa histéria! Correio Riograndense, Caxias do Sul, p. 7, 13 maio 2009, 1) Os titulos dos géneros textuais presentes na segunda coluna referem-se aos textos anteriores. Preencha os parénteses com os nimeros da primeira coluna, indicando o género a que pertence cada texto. (1) poema a)(_ ) Ocorcel da feiticeira (2) miniconto b)(__) Afundo melhor (3) receita culinaria ¢)(_) FkJuca-Pirama (4) anincio publicitario d)(_) Manchas nas maos (5 ) noticia e) (_) Software permite leitura a cegos (6 ) texto explicativo f)(_) Musse de maracujé (7) carta do leitor 8) (_ ) Junte-se a nds, faca parte dessa histéria! TEITIMA F DDANIIFin weverar + cipal a no texto 1 e as per, 2) Indique o fato principal apresentado Petsonagen, envolvidas. 3) No primciro texto, 0 tempo € 0 espago Sao eee Levandy em conta os fatos narrados, imagine onde e quando eles aconteceram, 4) Os textos 1 e 3 pertencem a mesma ordem, entretanto, se difereng x iam quanto a forma de apresentagao. Explique essa afirmagao. 5) Qual dos textos responde a uma questéio do saber? Justifique sua op¢ao. 6) Qual éa finalidade do texto 2? Apresente um argumento que comprove sua resposta. 7) Aponte, entre os itens, as caracteristicas dos textos 5 e 6. (_) Relata um acontecimento. (__) Orienta o leitor. (__) Revela imparcialidade. 8) Como se observa, Schneuwly, Dolz e colaboradores agrupam os gé- neros considerando as capacidades de linguagem dominantes dos sujeitos. Com base nisso, indique qual ou quais dos textos lidos pertencem as ordens que seguem. Justifique sua resposta. a) Relatar: b) Narrar: c) Argumentar: d) Expor: e) Descrever ages ou instruir/prescrever acgdes: © LEITURA E PRODUCAO TEXTUAL Tipologias textuais Pewee ee eres eceserevccccccccseceseccnes As tipologias textuais sao ferramentas essenciais a servico dos géneros textuais, e seu dominio é fundamental no trabalho com leitura e produgado de textos. Nesse sentido, os Parametros Curriculares Nacionais (1999) destacam quea exploragao do texto precisa levaremcontaa fungao social dos géneros, e recomendam que as tipologias sejam estudadas no interior de cada género. De acordo com Marcuschi, as tipologias textuais designam uma espécie de sequéncia teoricamente definida pela natureza linguistica predominante em sua composi¢ao —aspectos lexicais, sintaticos, tempos verbais e relagdes ldgicas (2002, p. 22). As tipologias mais utilizadas na concretizagdo dos géneros textuais e que contribuem como suporte para sua produgao sao a narracao, a descri¢do, a injungao, a dissertagdo, a predi¢ao, a explicagdo e o dialogal. Por exemplo, no artigo de opinido predomina a dissertacdo, mas esse género pode mesclar outras sequéncias, como a descrigdo e a narragao. Isso quer dizer que os géneros possuem uma heterogeneidade tipoldgica. Observe, a seguir, as caracteristicas de cada uma das tipologias textuais. 2.1. Tipologia textual narrativa A narracao se caracteriza por relatar situagdes, fatos e acontecimentos, reais ou imagindrios. Toda histéria mobiliza personagens, situados em um determinado tempo e lugar. Segundo Bronckart, a sequéncia narrativa é sustentada por um processo de intriga que consiste em selecionar e orga- nizar os acontecimentos de modo a formar um todo, uma histéria ou acdo completa, com inicio, meio e fim (1999, p. 219-220). Nesse sentido, 0 esquema narrativo pode ser dividido em: > a) situacdo inicial ou apresentacao: ha uma situacao estavel; > b) complicagao: provocada por uma forga perturbadora, que instaura um desequilibrio; LEITURA E PRODUCAO TEXTUAL @P) éo auge da narrativa, que vai determinar o final; c) clima d) desfecho: retorna 0 equilibrio. Imente, os acontecimentos narrados seguem uma ordem Crono. : Normal m to, ha narragao ha anterioridade e posterioridade, Os tem pe ee earns sio o pretérito perfeito, o pretérito Mperfeito : pretérito mais-que-perfeito do indicativo. Exemplo: O HOMEM SEM INIMIGOS Um Homem Inofensivo caminhava num lugar publico quando foi assaltado e Severg. mente espancado por um Estranho com um Porrete. Quando o Estranho com um Porrete foi a julgamento, o queixoso disse ao Juiz: — Eu nao sei por que fui assaltado; eu nao tenho nenhum inimigo no mundo. — Foi por isso que eu bati nele — disse o réu. ~Ponham o prisioneiro em liberdade— disse 0 Juiz. —Um homem que nao tem inimigos nao tem também amigos. E as cortes nao foram feitas para julgar esses casos. BIERCE, Ambrose. The Man with No Enemies. In: _. Fantastic Fables. Nova York: G. P. Putnam's Sons, 1899. Disponivel em : . Acesso em: 20 out 2009, Trad. de Joel Erthal. O texto € um miniconto de Ambrose Bierce. Nele predominaa sequéncia narrativa, uma vez que conta um fato: o protagonista, do sexo masculino-um Homem Inofensivo —, caminhava num local publico. Ha também a presenca de um antagonista denominado Estranho com um Porrete. O autor utiliza iniciais maidsculas para nomear essas personagens, tornando-as seres tinicos, que se distinguem dos demais. Nao fica claro em que momento ou €poca os fatos narrados ocorrem. Quanto a0 espago, o narrador menciona que o assalto acontece em um lu- gar publico ¢ o julgamento, em uma corte. Os eventos articulam-se numa Progressao temporal, com apresentagao (Um Homem Inofensivo caminhava num lugar piblico), complicagao (quando foi assaltado e severamente es- Pancado por um Estranho com um Porrete), climax (Quando o Estranho com wm Porrete foi a julgamento) e desfecho (Ponham o prisioneiro em pen —disse 0 Juiz). No desfecho, fica claro que nao cabe a Corte jul our loMmens que ndo tém inimigos nem ami : r serem Insignificantes. ei gOS, provavelmente, po! a pane utiliza termos que se referem ao mundo real, como homem. gar publico e porrete, Predominam os verbos No pretérito perfeito (/o/ disse, fui i, ; ha é ’ a Sth, bat, foram); ha também verbos no Presente (sei, tenho, tem) © Preterito imperfeito do indicativo (caminhava) ; LEITH A & opr, a7 2.2 Tipologia textual descritiva eee segundo Vilela e Koch, consiste na exposicdo das pro- wee cae € caracteristicas de objetos, ambientes, agdes ou estados (2001, p. 549). Ela possibilita ao leitor a v isualizagdo do objeto apresentado, que passa a ser concebido mentalmente, a partir de um pro- cesso linear de observacao. A tipologia textual descritiva é construida de forma concreta e estatica, sem progressao temporal. Segundo Marquesi,a primeira condig4o para saber descrev Gr saber olhar (2004. p. 70). Nessa tipologia, observa-se a presenca de adjetivos ou locugdes adjetivas e advérbios. As palavras assumem uma grande forga descritiva, por isso ha 0 cuidado com 0 léxico. Predominam os verbos de estado, no presente ou no pretérito imperfeito do indicativo. A descrig¢ao sempre desempenha um determinado papel em um género especifico: exemplificacdo, nos géneros argumentativos; ambientagao e apresentacao de um personagem, nos géneros narrativos. Exemplo: MEL Mencionado na Biblia ¢ no Alcordo, o mel era valorizado na Antiguidade por suas propriedades medicinais ¢ por ser praticamente a Unica fonte de aguicar disponivel. Mel é um produto doce, fluido, de cor dourada escura, produzido por varios tipos de abelhas a partir do néctar das fiores ou de outras secreydes vegetais. As plantas das quais o néctar € coletado determinam o sabor ¢ a cor do mel: da acacia, da tilia e do trevo produz-se um mel claro e doce: da laranjeira, do rosmaninho e da alfazema, um mel com perfume caracteristico; e das regides de floresta, um mel geralmente escuro. néctar se transforma em mel pela inversdo de sua sacarose em levulose (frutose) € dextrose (glicose) e pela remocao da umidade excessiva, O mel é armazenado na col- meia em favos que so camadas duplas de células hexagonais feitas de cera secretada pelas abelhas operarias. No inverno, o mel serve como alimento para as larvas € outros membros da colonia (MEL. In: NOVA Enciclopedia Barsa. 6. ed. Sao Paulo: Barsa Planeta Interna- cional, 2002. v. 9, p. 416-417). Mel éum género denominado verbete de enciclopédia. Nele predominam as sequéncias descritivas, pois objetiva mostrar como € 0 produto. O texto situa 0 alimento no contexto histérico, define-o e descreve todas as suas propriedades e caracteristicas: um produto doce, fluido, de cor dourada escura, produzido por varios tipos de abelhas a partir do néctar das flores ou de outras secrecodes vegetais. LerTura E PRODUGAO TEXTUAL @) | icho€ onstruida de forma estitiea, 92056 observa Breses jescrigdo ec 1 os verbos no presente do in Icativo (é, bite dominan ns sao, serve). Constata-se, também, g resey, e, a adjetivas (doce, fluido, de cor dourada ae ou loc . i SCur ae _, ° = -aracteristico; eSCuro) que Contribue ; som perfume carac teristis q on wr jo do produto. Essad temporal. Pre nam, prod. de adjetivos claro e doc caracteriz 2.3 Tipologia textual dissertativa A tipologia dissertativa tem 0 proposito de construir uma 0 modo progressivo (DELFORCE, 1992). Para isso, 2 enunciad de uma argumentagdo coerente e ee expGe os fato respeito de uma questo, tece explicagGes, apresenta justificati conceitua e exemplifica. Pini de lor Vale-se S, reflete a Vas, avalia, A dissertagAo se baseia em uma tese sobre um assunto es; possibilita a inclusdo de novos dados, direcionados para uma nova tese. Apresenta as razdes que devem ser consideradas nao determinada tese. Pecifico, que Conclusao oy Para aceitar oy Essa tipologia utiliza o poder de convencimento para que 0 leitor tome uma determinada posicdo em relacdo ao tema. O tempo verbal mais usadoé 0 presente do indicativo, pois aborda um assunto que faz parte do contexto comunicativo em que se situa o enunciador, A tipologia dissertativa fa sibilita i , SOBRE ZH Parabenizo a iniciativa da RBS co: - nel m a campanha Crack, ne ..E imprescindiv 2 cpio da imprensa no combate ae a, Pi ‘ack, nem pensar. E imp! @ Sociedade de 5 coldgicos e sociais di s. Assim, teremos ate as drogas © 4 visemes los entorpecente: 1 pmcantade) SOBRE ZH. Zero Hora, Porto Alegre, p. 2 03 jul, 2009, A.X.C, (Policial — Encan! ® TRITURA E PRODUGAO TEXTUAL Otexto constitui-se numa carta do leitor.O remetente elogiaa campanha Crack, nem pensar, promovida pela RBS, ¢ destaca a importancia do apoio da imprensa no combate as drogas. Nacarta,a tipologia textual de base é a dissertativa, pois 0 policial mostra seu ponto de vista a respeito da campanha, valendo-se de argumentos para fundamentar sua opiniao: a educagao é a melhor mancira de combater com eficdcia as drogas e a violéncia. Como o enunciador discute um assunto atual, emprega 0 presente do indicativo na construgao de seu ponto de vista (parabenizo, é 2.4 Tipologia textual injuntiva A injungao, segundo Travaglia, tem por finalidade incitar 4 realizagao de uma situagdo, requerendo-a ou desejando-a, ensinando ou néo como realiza-la. Constitui-se sobretudo no discurso do fazer (ages) e do acontecer (fatos, fendmenos). Para o autor, na injungo, a informagao se refere a algo aser feito ou a como deve ser feito. Cabe ao interlocutor fazer aquilo que se solicita ou se determina que seja realizado, em um momento posterior ao da enunciagao (1991, p. 50-55). Por isso, normalmente, predominam os verbos no modo imperativo, que podem aparecer também de forma implicita. A tipologia textual injuntiva esta presente em géneros como as receitas, os manuais e as instrugdes de uso e¢ montagem, os textos de orientagao (leis de transito) e os textos doutrindrios. Conforme o referido autor, nessa tipologia inclui-se ainda a optagao, que consiste no discurso da expresso do desejo, e, neste caso, 0 locutor ndo tem controle sobre a realizagdo da situagao (Que Deus te ajude!). Exemplo: “RITA CERTA”) 4mg LETRAS (Genérico: “ES' Apresentagao USO ADULTO - Livros ¢ escritos diversos FORMULA Palavras .. Img Img Img Img Poesia Encantamento Leituras LEITURA E PRODUCAO TEXTUAL 2) jes ao candidato Inform sam voce a uma composigao reche LETRAS apresent ede Validade Validade inicial de + por tempo indeterminado. ada de envolvimento com a arte da a Neitu, a escrita, anos, a contar ia de ingresso, Apos esse period, Valiq aan + Villiddag, as que buseam expressar belea e imprimir Felicidade e very lady ls icado para pes Indicado p ae em sua vida, atraves da xpressio orale € Precaugées ‘ Deve ser evitado por quem nio ama os livros ¢ a forga da palavra, sob 0 risco de 1 ao fim do curso, devendo, nesse caso, optar por outro, mais adequado as, nag chegai am necessidad Interacdo com outras Areas Recomenda-se evitar a interagao com a preguiga pela busca do saber, em geral. 0 sy concomitante com qualquer outra area € altamente benéfico, proporcionando maior, e mais emocionantes descobertas. Reagées adversas LETRAS costuma ser muito bem tolerado, apenas causando sono, mal-estar, nauseas ¢ aconhecida poca voia* em individuos que nao assimilarem os componentes da formula supracitada, ou que forem alérgicos & mesma. Posologia Frequentar 8 semestres ao primeiro sinal de encantamento pela palavra escrita. Para potencializar os efeitos benéficos, proceder a leitura de um livro a cada 2 dias, ou de 2 livros ao mesmo tempo. Conduta na superdosagem Até o momento, ha intimeros registros de superdosagem. Individuos graduados pro- curaram imediatamente cursos de pds-graduagiio, apresentando sintomas de maior fluéncia na lingua e grande facilidade comunicativa. Pacientes idosos Imprescindivel acrescentar sua bagagem de leitura ao curso, participando ativamente das aulas, na troca com colegas mais jovens. ATENCAO! LETRAS vii Cuidado! ! Provoca um maior conhecimento do ser humano! Tomea iniciativa de se inscrever no Curso de Letras. Sera a garantia de um futuro Promisor. Pense nisso! * Pouca vontade, FARMACEUTICAS RESPONSAVEIS Académica Raquel M.P. Copat Académica Simone de Fatima Aver LEITNIPA f Donaniirin we... LABORATORIO UCS/Carvi Alameda Joao Dal Sasso — Bairro Universitario Bento Gongalves — RS — Fone: (54) 3452-1188 COPAT, Raquel M.P; AVER, Simone de Fatima, Letras (genético: “escrita certa”), Usina das Letras, Caxias do Sul. ano In. 2. p. 11. Adaptado ‘ A bula consiste em um género textual que acompanha um medicamento € apresenta todas as informagées necessarias ao usuario. O texto LETRAS (Genérico: “ESCRITA CERTA ”) foi calcado em uma bula de remédio. Nesse texto, predomina a tipologia textual injuntiva, pois as autoras in- duzem o leitora realizagao de uma acao: frequentar a graduacgado em Letras, apresentando orientagdesa respeito do curso. Segue relativamentea mesma estrutura de uma bula tradicional: a férmula do curso, as informagées ao candidato, 0 tempo de duragao, para quem é indicado, as precaugées, a interagdo com Areas afins, as Teagdes adversas, a indicagao das doses das disciplinas e de leitura, a conduta na superdosagem, as adverténcias aos interessados idosos e um alerta final. O género, portanto, apresenta informagoes ao leitor com o intuito de instigd-lo a cursar Letras em um momento posterior ao da enunciagao. 2.5 Tipologia textual explicativa Aexplicacao utiliza e sistematiza informag6es ja existentes e possibilita ao leitor compreender melhor tais informagées, a partir de uma investigacao. Veja 0 exemplo: Sabe-se que a gordura trans causa prejuizos a saude. O que é gordura trans? Segundo Vilela e Koch, a organizagao do texto explicativo nasce da pergunta que se pde a um determinado problema: qual é 0 problema? Como e por que surgiu o problema? Questiona-se sobre 0 que é obscuro; depois vem a explicagao e, em seguida, a compreensdo (2001, p. 548). 0 tempo verbal predominante € 0 presente do indicativo, pois responde a uma questdo da ordem do saber. Essa tipologia apresenta um significativo emprego de adjetivos, advérbios, operadores argumentativos, repeticdes, modalizadores e comparagées. Exemplo: LEITURA E PRODUGAO TEXTUAL @ CARNE BRANCA OU CARNE ESCURA ‘onta dos supermercados. Mas ia de Natal, o peru comeca a tomar c Famoso na cei é melhor ¢ ere oe 2 jais escura das coxas? que nc peito ou escura das coxa: acarne br do peito ou a carne Mm qi er! Th Ca oe .g entre as duas nfo so tantas. Em geral, 0 que faz um case ae tipo de ave — mais escuro do que outro € 0 tipo de mi: de peru - ou qualquer aa escura se tem niveis mais altos de mioglobina, UM composty eee er operon or ceniotniccesei io paiwalividadesteas oe See ie a ruse gafinhas no voam e andam bastante, a came da perna delec ae energia, Come reas ass e peitos sao brancos. Muitas pessoas escolhem carne branca Por ae eae ontedde ace calérico. Comparada com a branca, a carne escura contém ae riboflavina, tiamina e vitaminas B6 e B12. Ambas tem menos fordura do que a maioria dos cortes de care vermelha. Entao, nao tem como escolher errado (CARNE branca ou carne escura, Zero Hora, Porto Alegre, 01 dez. 2007. Vida, p. 3). S: Corte Sculo Carne branca ou carne escura pertence ao género texto explicativo. Pre. domina a tipologia textual explicativa, pois o enunciador responde a uma questao da ordem do saber (Mas 0 que é melhor come! r: a carne branca do peito ou acari ne mais escura das coxas?). Ele explicita a questao e diz que, segundo os especialistas, as diferengas nutricionais entre a carne branca do Peito € a carne mais escura das coxas nao sao tantas: o que faz um corte de peru mais escuro do que outro é 0 tipo de misculo que contém. O enunciador apresenta uma si gordura do que a maioria dos cortes de carne verme. came branca € menos calérica e ‘olugao ao afirmar que ambas tém menos tha, e ressalta que a a escura contém mais nutrientes. tecipagdo de situagdes cuja 7 nciagdo. Constitui sempre hae 0Uu dissertagao fut ¢ nstitui P aquecimento global), nos boletins meteorolégicos, nos horéscopos, nas previsdes em geral, nos preniincios de eventos, comportamentos e situ- agoes. Exemplo: O REINO DO MESSIAS A Justiga Sera como 0 cinto de seus rins, € a lealdade circundaré seus flancos. Entao 0 lobo. o. héspede do cordeiro, a pantera se deitara ao pé do cabrito, 0 touro € 0 ledo. comerdo juntos, © um menino pequeno os conduzird; a vaca € o urso se fraternizario, suas crias repousarao juntas, 0 ledo comer palha com o boi. A crianga de peito brincara junto toca da vibora, e 0 menino desmamado metera a mao na caverna da aspide. Nao se fara mal nem dano Gy todo 0 meu santo monte. Porque a terra estara cheia da ciéncia do Senhor, assim como as aguas recobrem o fundo do mar (Is 11,5-9: O Reino do Messias. Biblia sagrada. 47. ed. Sao Paulo: Ave Maria, 1985), Esse texto € um fragmento da profecia do livro de Isaias, retirado da Biblia Sagrada. A tipologia textual de base é a preditiva, pois ha uma pre- visio de um evento futuro: a justiga sera como o cinto de seus rins, ea lealdade circundard seus flancos. Profetiza que, para aqueles que acreditam no Senhor, nao havera mal algum. Para predizer a paz que se estabelecera entre os seres humanos, a profe- cia vale-se das caracteristicas de animais que s4o inimigos naturais: lobo e cordeiro; pantera e cabrito; touro e ledo; vaca e urso; ledo e boi. Predomi- nam os verbos no futuro (serd, deitard, comerao, conduzird, fraternizarao, repousardo, comerd, brincard, meterd, fara, estard), pois a concretizagao das ages serd posterior ao tempo da enunciagao. 2.7. Tipologia textual dialogal A tipologia textual dialogal acontece em géneros nos quais aparegam no minimo dois interlocutores que efetuam trocas verbais. Os interlocutores cooperam na produgo do texto, uma vez que este se constrdi através da interagdo verbal, em que um enunciado determina o enunciado do outro. Para Bronckart, a tipologia dialogal concretiza-se somente nos segmen- tos de discursos interativos dialogados. Esses segmentos estruturam-se em turnos de fala que, nos discursos interativos primarios, séo diretamente assumidos pelos agentes-produtores envolvidos em uma interagdo verbal (- Oi, como vai? / — Bem, e vocé?). Por sua vez, nos discursos interativos LEITURA E PRODUCAO TEXTUAL 8 os, os turnos de fala sio atribuidos As personagens p, : srior de um discurso principal ou englobante (1999, 5 Sem omances em que sao inscridos didlogos eng ¢ secundari cena no interior 231). Isso se verifica nos 1 personagens. Exemplo: Como vai a saiide do velho Aurélio? ~ perguntou 0 Padre Giobbe, satis sia nto o ajude ito dey ito hi pouco o scu nome, porque a memoria no o ajudava, ' escrito hi ~— Melhor, mais animado. ~ Ea tua esposa? — Vai indo bem, também. Grazie. perando filho? POZENATO, José Clemente, O quatritho, Porto Alegre: Mercado Aberto, 1985. p. 64, Esse texto éum fragmento da obra O quatrilho, de José Clemente Pozenato, que pertence ao género romance. Nesse fragmento, constata-se a Presenga da tipologia dialogal, pois verificam-se turnos de fala entre 0 padre Giobbe e seu interlocutor (— E a tua esposa? / — Vai indo bem, também. Grazie), Como as falas das personagens estao no interior do romance, classifica-se 0 discurso interativo como secundario. Resumindo - - + + « -« A tipologia textual: * constitui uma sequéncia definida pela natureza linguistica predominante em sua composigao; * narrativa: relata situagdes, fatos, acontecimentos, reais ou imaginarios; * descritiy: : apresenta propriedades, qualidades, caracteristicas de objetos, am- bientes, agdes ou estados; * diss 7 6i ai i ertativa: constréi uma opinido de forma Progressiva, utilizando uma argu Mentacao coerente e consistente; sini 5 AAP \juntiva: objetiva incitar a realizagao de uma situagao; * explicativa: faz com : preender um problem i a tigagdo de uma evidéncia: 7 * Se oriem do saber a parr * preditiva: é uma deseri Scrigdo, narracd issertaga a antecipa situagdes cuja arragdo ou dissertagao futura em que o enunciad® tealizaca A i : 7 ‘alizagdo sera posterior a0 tempo da enuncia¢ao; ialogal: concretiza-: Se nos disc i dos. $ discursos interativos dialogados. 9 LEITURA E PRODUGAO TEXTUAL 2.8 Atividades 1. Nos enunciados que seguem, pode-se observar a presenga de diferentes tipologias textuais. Numere os parénteses de acordo com 0 cddigo de cada tipologia: (1) narrativa (2) descritiva (3) dissertativa (4) explicativa (5) dialogal (6) injuntiva (7) preditiva a)(__) Livros e cadernos estavam espalhados sobre a mesa. b)(__) Cultive a ética, pois ela é fundamental em todas as profissdes. c)(_) Oreferencial tedrico € essencial na producdo de um trabalho cientifico, ja que os pressupostos tedricos fundamentam a anilise. d)(__) Incorpore em sua vida quatro sentimentos positivos: a compaixao, a genero- sidade, a alegria e 0 otimismo. )(_) As palavras mal empregadas podem ter efeitos mais negativos do que os traumas fisicos. f)(__) Depois da palestra do escritor Fabricio Carpinejar sobre Machado de Assis, com certeza, os académicos nfo serio mais os mesmos. g)( ) —Ola! Como vai? — Tudo certo. h)(_) O perdao € 0 melhor remédio para quem guarda magoas e ressentimentos. i) (__) Vitamina é um composto organico biologicamente ativo, necessario ao orga- nismo em quantidades muito reduzidas para manter os processos vitais, Como as enzimas, representa um auténtico biocatalisador, que intervém em fungdes basicas dos seres vivos, como o metabolismo, o equilibrio mineral do organismo e a conser- vagao de certas estruturas e tecidos (NOVA Enciclopédia Barsa. Rio de Janeiro/Sao Paulo: Encyclopaedia Brittannica do Brasil, 1997. v. 14, p. 410-411). i) (_) Ao acertar os seis nimeros da loteria, Paulo foi para casa, entrou calado no quarto e dormiu. LEITURA E PRODUCAO TEXTUAL €®) II, Leia os textos que seguem € diga qual a tipologia de base. Justifique sua resposta. TENTO 1: CCHE/UCS — Qual o papel da meméria na aprendizagem? Professor Lueas — De certa maneira, memoria e aprendizagem sio a mesma coisa fessor Li ‘ ~ ta das neurociéncias, pois os mecanimos celulares € moleculares so os do ponto de vi 5 ; : mesmo Entretanto, ha varios tipos de memoria, como a div tiva, para fatos e também para episédios de nossa vida, e Nao Declarativa, para habitos, movimentos ¢ agdes que executamos automaticamente, sem Precisar Pensar. E po dessa maneira, especular que o que a educagao chama de “aprendizagem” seria a formagio de uma Meméria Nao Declarativa a partir de uma Declarativa, Esse ¢ justamente um dos aspectos que tenho me dedicado a investigar nos ultimos anos. CCHE/UCS - E possivel aumentar a capacidade de memoria e de aprendizagem dos adultos? , Professor Lucas—Como qualquer parte do nosso corpo, nosso sistema nervoso melhora com exercicios. E possivel exercitar alguns aspectos diretamente, com palavras cruzadas ou sudoku (jogo de raciocinio e légica), por exemplo, ou trabalhar de uma maneira mais ampla, lendo. Eu sempre recomendo que se leia o maximo possivel, sobre qualquer coisa e em qualquer contexto. Até bula de remédio vale (OLIVEIRA, Lucas Furstenau de. Aprendizagem eas neurociéncias. Informative CCHE, Bento Gongalves, ano 1, n. 1, p. 1, 01 jun. 2009). € TENTO 2: Seo homem nao preservar o meio ambiente, evitando a poluiga0 da deua, do ar e do solo, a natureza se rebelara contra o proprio homem. a TEXTO 3: ESPECIE ESTA AMEACADA DE EXTINCAO Das 20 mil espécies de abelhas que existem em todo o planeta, apenas cerca de 400 sio sem ferrao, Sem predadores a ameagar sua existéncia, elas evoluiram perdendo a ca- Pacidade de ferroar e injetar veneno. Contudo, mantém formas inusitadas de defesa como Se enroscar nos cabelos, morder ou colocar secrecdes acidas sobre a pele das pessoas, 0 que causa grande irritagao e ardéncia. De acordo com a Embrapa, com a devastagao de areas naturais, as perdas da espécie Sto consideriveis. O mais grave é que se acredita que cerca de 90% da polinizagao das arvores nativas s2o feitas pelas abelhas sem ferro. “Se esses insetos forem extintos, porao em risco a reprodugdo de espécies vegetais nos bi Pesquisadora da Embrapa Semidrido, Marcia de F. Com 0 objetivo de mandacaiae manduri, a iomas brasileiros”, avalia a bidloga e ‘itima Ribeiro. Preservar as abelhas sem ferrao ameagadas de extingdio, como a Embrapa criou o projeto “Conservagaio dos Recursos Genéticos de Aquicultura ¢ da Apicultura”. Trés centros de pesquisa da Embrapa ) LEITURA E PRODUCAO TEXTUAL abelhas. As institui¢des também irdo manter estruturas como bancosativos de germoplasma para fe an cativeiro. No centro de pesquisa, uma parte da criacao sera mantida em ninhos no Laboratorio de Abelhas Nativas (ESPECIE esti ameacada de extinga0. Correio Riograndense, Caxias do Sul, p. 13, 01 abr. 2009), Qy TEXTO 4: Seu futuro é vocé quem ESCREVE, LETRAS ajuda vocé a escrevé-lo com sucesso. Insereva-se no Vestibular de Verdo para o CURSO DE LETRAS da UCS / CARVI Bento Goncalves Conhega em que dreas 0 licenciado em Letras pode atuar: * professor de lingua materna e/ou estrangeira, e suas respectivas Literaturas; * redator; * revisor; * assessor linguistico em jomnais, agéncias, editoras e outros érgaos de comunicacao; * critico literario. Para mais informagées, acesse 0 site da UCS (www.ucs.br). UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL CAMPUS UNIVERSITARIO DA REGIAO DOS VINHEDOS Letras: aqui vocé escreve uma historia de sucesso. & TEXTO 5: ESCUDO DA TERRA Gas filtra a radiagdo solar nociva a vida no planeta Ozénio: vilao ou mocinho? Depende de onde se encontra! Proximo a superficie, um dos gases que mais poluem 0 ar, mas na estratosfera, entre 20 e 40 quilémetros acima da superficie terrestre, forma uma camada com cerca de 15 quilémetros de espessura dos raios ultravioleta emitidos pelo sol, funcionando como um que absorve boa parte escudo protetor da vida. LEITURA E PRODUGAO TEXTUAL ® Se nao existisse 0 oz6nio, apenas alguns minutos de exposigao solar ja causariam gray es queimaduras e a populagio sofreria muito mais com cancer de pele e catarata, Animais ¢ plantas também seriam afetados negativamente. Tamanha € sua importancia que, em 16 de setembro, o mundo inteiro celebra o Dia Internacional para a Protegio da Camada de Oz6nio, instituido em 1995 ( set. 2009), “UDO da Terra. Correio Riograndense, Caxias do Sul. p. 16, 09 Qy TEXTO6: — Perdio, senhor, estava distraido procurando minha mulher. ~ Coincidéncia, eu também procuro pela minha! Como é sua esposa? ~ Morena, alta, olhos verdes, corpo de violao. Esta com um vestido preto, com decote grande. E a sua? — Esquece, vamos procurar a sua! RIA se puder. Correio Riograndense, Caxias do Sul, 12 ago. 2009. Sabe-tudo, p. 16. ~ Adaptado QQ TENTO 7: VITAMINA DE LARANJA Ingredientes: 1 laranja 1 copo de Agua gelada 1 colher de semente de linhaga 10 gotas de adogante Modo de preparo: Descasque uma laranja, corte-a em cubos e coloque-a no liquidificador. Acrescente a gua, a linhaga e o adocante. Bata até obter uma mistura homogénea. Sirva em copos. TEXTO 8: A tarde era de sol, mas Teresa sentia os dedos enregelados. O vento cor- tava como navalha ¢ fazia-Ihe o nariz gotejar com uma ardéncia agradavel. Caminhava depressa, saltando as pedras da estreita trilha que levava a casa de prima Pierina, cuidando para nao quebrar os ovos que levava de presente na spdrtola*. Sentia o coragao disparar, latejando na garganta. Era a mesma sensagao que tinha, quando pequena, ao subir no ban- co da cozinha para roubar agiicar: os ouvidos assustados com o menor barulho, 0 gosto de pecado na boca, a fugida de algumas horas para a mie nao perceber em seus olhos 0 roubo proibido. A menos de cinquenta metros, no fim de uma subida, viu a casa da prima (POZENATO, José Clemente. O quatritho. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1985. p. 50). *Cesta de mao, feita de palha de trigo.

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