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Rizoma e Educação Contribuições de Deleuze e Guattari PDF
Rizoma e Educação Contribuições de Deleuze e Guattari PDF
A parceria de Gilles Deleuze com Flix Guattari foi um dos grandes encontros
filosficos que se deu no sculo XX. Os dois produziram juntos, entre outros, dois
importantes volumes que fazem parte de Capitalismo e Esquizofrenia: O Anti-dipo (1972)
e Mil Plats (1980). A unio tornou-se coerente com o pensamento produzido, j que para
eles o conhecimento se forma a partir de encontros. Para Deleuze, produzir apropriar-se
de outro pensamento, pois ningum cria a partir do nada. E a criatividade se evidencia
exatamente no modo como se trabalha outras idias j produzidas.
A temtica da educao no tratada de forma especfica pelos autores citados. No
h em Deleuze e Guattari um estudo especfico sobre questes ligadas educao. Temos
aqui, portanto, uma razo ainda maior para no considerarmos suas idias acerca do tema
de modo desvinculado de uma viso holstica da filosofia dos autores.
A filosofia de Deleuze e Guattari prima pela diversidade das singularidades. A
relevncia dada aos fatos, unicidade dos acontecimentos. H uma busca aos detalhes
que se constroem no momento presente. Nesse sentido, h uma oposio ao que
entendemos tradicionalmente pela universalidade dos conceitos.
Trata-se, portanto, de uma valorizao da experincia sensvel, daquilo que vivido
individualmente, em que no se enquadram conceitos puros, rgidos. Em Deleuze, o
conceito expressa um acontecimento, e no uma essncia. Ele reflete multiplicidades
criadas a partir da experincia, e no uma verdade nica. E devem ser os conceitos
utilizados como ferramenta de reflexo.
Ora, se o conceito no uma entidade absoluta acerca de algo a ser alcanado e
incorporado, se no representa uma verdade universal que independe do contexto (plano de
imanncia), devemos utiliz-lo como ferramenta para pensar e produzir novos conceitos.
o que pensam Deleuze e Guattari.
Mas, para falar de conceito, precisamos entender o plano de imanncia no o qual ele
est inserido, ou seja, o quadro de evidenciao dos fatos que se relacionam com o conceito
tratado. A noo de plano de imanncia em Deleuze quebra com qualquer possibilidade de
se considerar um conceito apenas como sendo absoluto. Um conceito absoluto em si, mas
est sempre relacionado a um campo de consideraes. Assim, um plano de imanncia se
instaura a partir de conceitos, e os conceitos necessitam de um plano de imanncia para
terem sentido e no se perderem no vazio. Os conceitos fazem, ento, referncia ao campo
de consideraes sobre o qual esto sendo tratados. Um mesmo termo pode, dessa forma,
apontar para dois ou mais conceitos diferentes.
Logo, compreender o plano de imanncia no qual os conceitos esto inseridos de
fundamental importncia para se estabelecer o processo de aprendizado. Assim, as prticas
de ensino devem, mais do que dogmatizar os conceitos e as teorias, facilitar a compreenso
do plano de imanncia no qual eles esto relacionados. A atitude indispensvel do professor
consiste em apresentar os conceitos como uma possibilidade, um olhar entre muitos outros
que podem ser construdos a partir desses mesmos conceitos. Eles servem, ento, como
ferramentas, como instrumentos para produzir novos conhecimentos.
Deleuze rejeita o entendimento do Ser por mediaes ou categorias, as quais
fragmentam-no. O Ser para ele nico. Em seu mtodo intuitivo e antidialtico, concebe o
Ser como totalidade que se apresenta em mltiplas variaes. Sua compreenso se ope ao
mtodo histrico mediacional, que divide o Ser em categorias. por isso tambm que
muitos atribuem a Deleuze a Filosofia das Multiplicidades.
1. A ESTRUTURA DO CONHECIMENTO
4. RIZOMA E EDUCAO
DELEUZE, Gilles. Diferena e repetio; traduo Luiz Orlandi, Roberto Machado. 2. ed.
Rio de Janeiro: Graal, 1998.
_____. Mil plats - capitalismo e esquizofrenia, vol. 2 / de Ana Lcia de Oliveira e Lcia
Cludia Leo. Rio de janeiro: Ed. 34, 1995. 96 p. (Coleo TRANS).