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a7) ie: > FERRAMENTAS DE CORTE | C7 \ a ry TZ) = CASPAR ERICH STEMMER Aa} CST Ce © Caspar Erich Stemmer Bditora da UFSC Caixa Postal 476 ‘Campus Universitario — frost '38040.900 —| ones: (0482) 31-3408 631-9605 Capa: Pedio Paulo Delpino FICHA CATALOGRAFICA $.824f Stemmer, Caspar Erich ‘Ferrameatas de corte I (Caspar Erich Stommer 3. ed. — Florianopolis: Editora da UPSC, 1993, 249 pil, DU ~€21.941.025 ‘cpp -621.94 1. Fermmentas de tomear. I. Titulo, fadice par o ctélog sstemético (CDU) 1 -Rerramentas de tomear 621.941.025 ‘2 -Ferramentas de corte 21.941.025 Reservados todos os direitos de publicacto total ou parcisl pela Bditora da UFSC Impresso no Brasil } Sumario Ferramentas de Corte CAPITULO 1- Geometria da parte ativa das ferramentas de corte 1, Generalidades 2, Terminologia geral 3. Movimeatos da pega ¢ da ferrameata 4 Sistemas de referéncia ‘5. Angulos efetivos e da ferramenta 6. Convengio de sinais para fingulos 7. Grandezas de avango, de penetracio e de usinagem 8. Quebra-cavacos SSREGuL CAPITULO IT. Fungéo, influéacia 6 grandoza doc divercor énguloc da ferramonta 1, Angulos medidos no plano normal ao gume da ferramenta Pa 2. Angulo medido no piano do gume da ferramenta Ps 3. Angulos medidos no plano de referéncia da ferramenta Pr 4. Quebra-cavacos CAPITULO IIL- Moteriais usados para ferramentas de corte CAPITULO IV - Classificacao ¢ preparo das ferramentas de torno 1, Classificacao das ferramentas 2. Preparo das ferramentas com pastilhas soldadas de metal duro CAPETULO ¥ - Fundamentos da teoria do corte de metais 1. Forma dos cavacos 2.Tipos de cavacos 3. Eneruamento produzido pelo processo de corte 4. Mecanica do processo de corte 1 or 4 n 1 11 120 11 ‘CAPETULO VI- Usinabilidade dos materiais 1, Definigao generalidades 2. Fala ¢ desgaste da ferramenta de corte 3. Causas do desgaste da ferramenta 4. Critérios para a determinagio do fim da vida da ferramenta 5. Métodos usuais de especificagao da vida de uma ferramenta de corte entre duas afiagSes succssivas ‘CAPETULO VII - Relacéo da vida da ferramenta com as variéveis 1. Relagéo da vida da ferramenta com as variaveis dependentes do Proceso 2. Relagao da vida da ferramenta com as varidveis dependentes da méquina 43, Relagio da vida da ferramenta com as variéveis dependentes da ferramenta 4. Mcios lubri-refrigcrantes para a usinagem 5. Relagao entre a vida da ferramenta e as variéveis dependentes da peca 6. Bancos de dados de usinagem 7. Formula generalizada de Taylor CAPETULO VIM Foy, cuciyia © potencia de usinagem, 1, Generalidades 2, Influéacia das varidveis-processo na forca e poténcia de corte 3. Inluéncia das varidveis-ferramenta na forca e poténcia de corte 4.Iniluéncia das variéveis-pega na forga ¢ potéacia de corte ‘5. Rendimento méximo de usinagem 1. Generalidades 2, Efeito da velocidade de corte 3. Efeito das dimensées do corte 4, Angulos da ferramenta e forma da quina 5. Material da ferramenta 6.Fluido de corte 7. Material da pega RRRE 13 47 19 CAPITULO IX - Acabamento superficial ¢ sua rclagio com as varigveis praticas BERREES CAPITULO X - Custo de produgéo e usinabilidade 1 Velocidade de corte para a maxima produgio 2. Custo de producio 3, Velocidade econdmica de corte CAPITULO XI - Eliminando imperfeigies no trabalho com ferramenta de metal duro QUESTIONARIO APENDICET APENDICE Il BIBLIOGRAFIA 190 194 195 197 203 208 23 Bi CAPITULO T Geometria da parte ativa das ferramentas de corte 1. Generalidades ‘As publicages ¢ normas antigas sempre se restringiram as definigdes e rnomenciatura dos fingulos da ferramenta simples de corte para torncamento. A norma alema DIN 768, de Outubro de 1930, usada como referencia em diversos paises do mundo, constituia um exemplo destas normas de aplicagio li 'Nimerncas esforoas foram feitas para estabelecer conceitos e definicdes de validade gerale que permitissem um estudo unificado de todasas ferramentas de corte usedas ros diversos processos de usinagem. A purtir de 1956 0 grupo de “Processos de Fabricagao”, composto por professores de Universidades Técnicas Superiores Alemas, sob coordenagio da cAtedra de Méquinas-Ferramentas da Universidade Técnica de Karlsruhe, estudou aprofundadamente 0 assunto, sugerindo, através de numerosas publicacdes, uma revisio geral da norma, partindo das seguintes premissas 1-Os conceitos e definiges devem ser apliciveis a todos os procestos de usinagem; 2 - Deve haver uma correlagéo logica entre os conceitos geométricos: 3-Osconceitos tradicionaisem uso devem, na media do possivel, ser levados em ‘conta. preenchimento das premissas 1 ¢ 2 implicou no sacriffcio de parte da premissa 3. Nao foi, pos, possivel evitar a nccessidade dc se criar alguns conccitos ‘que inicialmente parcceram estranhos. Eniretanto, a esta estranheza inicial e necessidade de aprendirado de novos conceitos na escola¢ a8 indtstria, se contrapOe a vaniagem de ser ter dlareza © logica, Além disto, a vniversalidade dos novos conecitos, aplicdveis a todos os processos de usinagem, simplifica muito o apren- dizado. 2. Ferramentas de Corte A sistcmética € 05 conceitos ds nova norma se poiam no caso geral do Proceso de usinagem, no qual a diroeao de avango nio é perpendicular a direcio de ‘ort. O caso do torneamento, usado normalmente como exemplo didatico, € na realidade um caso particular. A observacao do caso geral conduziu a introdugio de uma nove conceito fundamental, ou seja, do Angulo da ditecdo de avanco (Angulo entre a directo de corte ¢ a de avango). Como no toresmento o angulo de diregao deavango 6p ~ HF, verfica-se que as correlacoes geométricas geraisinciuem o caso particular do torneameato, Alem disto, a introdugéo do movimento resultante (cfctivo), como soma ‘geométrica dos movimeatos de corte ¢ de avanco, leva aos novos conceitos de diresio Fesultante (efetiva) de corte, edo Angulo da diregio resultante (efetiva) de corte y, ‘como ingulo catre a diresio de corte ¢ a diregéo resultante (efetiva), Embora este Angulo scja desprezivel na maioria dos casos, 0 conceito esclarece importantes ‘correlacies gcométricas. Assim, no caso de torncameato de roscas, 0 Angulo nao é desprezivel, mas equivale ao angulo de avango da hélice da rosea, ‘Também a diferenca entre os angulos da ferramenta e os Angulos efetivos (de trabalho) s6 se torna clara com 0 angulo de direcdo efetiva n. Esta cinematica do processo de usinagem constituc o principal fundamen {© para a nova forma de encarar as ferramentas. Daf decorre que o plano mais importante para a definigao da gcometria da usinagem € 0 plano equa eontém oe movimentos de corte e de avango. Este plano é denominado de plano de trabalho, Na definicdo dos ngulos se distinguem os. do sistema de referéncia da forramenta em trabalho (cfetivo) ¢ os dosistema dereferéncia da ferramenta nama, Os angulos fetivos referem.se a agio rociproca da ferramenta e da pecae descrevem assim © proceso de usinagem. Os Angulos da ferramenta na mio referearsc A ferramenta considerada isoladamcnte ¢ servem essencialmente para a fabricagio, sfiagdo e medicio da ferramenta. De forma correspondente sc definiu o plano de zeferéncia cfetivo como um plano normal i diregio resultante (efetiva) de corte, No sistema da ferramenta na mio, a0 contrario, o plano de referéncia da ferramenta & determinado pela facilidade de locar ou orientar aferramenta, independentemente 0 processo dc usinagem, Usualmente ¢ normal diregio prestimida (convencional) decorte. ‘Todos os estudos conduziram &s normas DIN 6580 de abril de 1963. DIN 6581, de maio de 1966, as quais foram 0 ponto de partida para a norma ISO 3002- 1977, Alguss acréscimos c aprimoramcatos conduriram a SO 3002/ - 1982, que hoje 4a norma internacionalmente sceita, aprovada unanimemente por todo 0 mundo industrial. Entre os principios fundamentais da norma DIN 6581 (1966) esté o de evitar nomenclatura relacionada a posigées relativas dos elementos, vilidas apenas ‘para alguns tipos de ferramentas. Néo se recomenda, pois, designar os elementos da ferramenta como fronts, laterss, axis ou radias. Outra recomendagio foi a de reservar o termo ponta (Spitze) para o ponto de encontro de dois gumes principals, como a ponta da broca, ulizando otermo “Schneidenecke”(quina ou canto dos gu- sme), quando o canto decorre do encontro de um gume principal com um secundétio. Estes principios foram aceitos ¢ incorporados as normas interaacionais ISO. ‘A norma brasileira NBR 6163/80, “Ferramentas de Usinagem -Geometria a cusha cortante”, é fundamentalmente, uma tradugao da norma alemi DIN 6581 de 1966. Lamentavelmente, a tradugio, além de virios erros menores, incorre em. erros conceituais, decorrentes da néo observacdo do espfrito que regeu a roformulagio radical da velha norma DIN 768, Para decidir por um termo adequado em portugués, entre as varias possiblidades que a tradugdo enseja, era necessdrio ter ido 0s trabalhos do Grupo de Processos de Fabricacéo das Universidades alemas, ‘nos quais pontificaram nomes como os de Kienzle, Kronenberg, Witthoff ¢ tantos ‘outros. © mesmo problema ocorre com a norma NBR 6162/80 “Conceitos da ‘Teenica de Usinagem, Movimento ¢ Relagées Geométricas’, caja terminologia in- adequada leva a sérios conflitos de universalidade e de’légica nos conceitos geométricos. ‘Como a comissao de Ferramentas de Usinagem da ABNT se recusow a corrigi # atualizar as normas brasileiras de acordo com a norma internacional ISO 3002/82, fomos forgados a wilizar terminologia propria, que tentaremos justificar em ‘eada caso, inclusive com a indicagio da terminologia correspondente em inglés, alemio, francs e italiano. 2. Terminologia Geral 2.1 Suj ma seein a usinar (work surface, Ausgangsflacche, surface de la piéce, superficie da lavorare) € a superficie da pocaa ser removida pela usinagem (Fig.L.1). A superficie usinada (machined surface, gefertigic Flacche, surface cagendréc, superficic lavorata) € a superficie desejads, produzida pela ago da ferramenta de corte, A. superficie transitéria (transient surface, Schnittflaecke, surface coupée, superficie in lavorazione) ¢ a parte da superficie produzida na peca pelo ‘gume da ferramenta ¢ removida durante o curso seguinte de corte, durante a rotagio Seguinte da peca on da ferramenta ou pelo gume seguinte. 22 Elementos da ferramenta | ses deme Corpo éa parte da ferramenta que segura as laminas ou pastilhas de corte (ou na qual séo produzidos os gumes (arestas cortantes), (Fig16.a Fig 18) 4. Ferramentas de Corte Swperficle. Sunerf.transitdria haces 2 isin Parte ative Gime s2c.51 > Tease tase EA — Kuma rine S Se rene do gune Plane rarmal 40 aune > Ph yregio pres Plano ovtogoral da ferranenta-? Diregio presumica do fav. ee avengo Ponte selecionado do gume + Paro do rafriecia de ferrenenta, Fig117- Planos no sistema da ferramenta na méo. 16 Ferramentas de Corte — een nema eter Fy lane ortocoral da ‘5° faced fervanenta ys Plane ortosoret 'S” frenco‘ae ferromenta 4p. Figtt8 Planos no sistema da erramente na mio, vista ge plone | ae Bere fie | mJ | rome stent me H & Viste 2 vous [LS ptr ag oe or | vista ao ptan_passiv0 do mov Se Seana shat ib Fig.1.19 - Planos no sistema da ferramenta namo, Ferramenta tangencial de tornear. Geometria 17 s t QuraBic REMEpetet wets en) 7 nes er, Lome de Fase vs a Fe ges Dire prone Ay Se ees ton ser / cient Se vik Rd ‘Fig.1.20 - Planos no sistema da for- ramenta na mao. Fresa cilindrica, te periférica. 2 5) tes. view F tf wh viragio prevumide ‘'abve Bevavango. \ Tort» selecionado do gine. + we Fig 21 - Planos no sistema da ferramenta na mao. Fresa convexa, de forma. 18 Ferramentas de Corte wperane. 4 Fonte seiectomdy ~~ 4 ne ~ { * 2 = Vista F @) Nista R Directo presumida wovinento de avanga, \ \ Directo presuniaa do rovinente' de conve, Diresio presumica 30 ovibentb de avang®. Vistan \ Insersegio de #, 8 P,-— \ Fig.122 -Planos no sistema da ferramenta na mio. Broca helicoidal Geometria 19 Pr, 2, Quando o gume é paralclo A superficie dereferéncia daferramentaP,, oplano ‘ortogonal da ferramenta Po coincide com o plano normal ao gume Pa, Plano ortegonal da face da ferramenta Ps (Fig 1.18) (Tool facc orthogonal plane, Spanilzechen-Orthogonalebene, plan orthogonal de la face de coupe, piano ‘ortogonale della faccia di taglio) € um plano que passa pelo ponto selecionado do igume ¢ é perpendicular tanto & face Ay como ao plano de referéncia da ferramenta, ;. Observagio: se o gume for paraleloo plano de raferéncia da ferramenta Pr planos PyePh coincide. Plano ortogonal do flanco da ferramenta Pp (Figd18) (Too! flank or- thogonal plane, Freiflaechen-Orthogonabelenc, plan orthogonal de la face de <épouille, piano ortogonale del ianco) é um plano que passa pelo ponto selecionado do game e € perpendicular tanto ao flanco Az como ao plano de referéncia da ferramenta Py. Observagio: quando 0 gume € paralelo ao plano de referencia da ferramenta P,, coincidem os plano ortogonal do flanco da ferramenta Pt, ortogonal ja ferramenta Po c normal ao gume Pa. 42 Sistema da ferramenta em trabalho © plano de referéncia efetivo Pre (FigsL18 a 1.23) (Working referenc: plane, Wirk-Bezugssystem, systeme de Foutil en travail, sistema dell'utensile i lavoro) & um plano que passa pelo ponto seleeionado do gume e € perpendicular & diregio resultante (cfetiva) de corte ( plano de trabalho Pre (Figs1.23 a 1.28) (Working plane, Arbeitsebene, plan de travail, piano di lavoro) é um plano que passa pelo pontosclecionado do gume ¢ contém simultaneamente as direges dos movimentos de corte e de avango. Este plano €, em consequéncia, perpendicular ao plano de referéncia efetivo Pre ( plano passivo efetivo Ppe (Figs L23 a 128) (Working back planc, Wirk- Rueckebene, planversParriere en travail, piano versoilretro del utensile) é um plano passando pelo ponto selecionado do gume ¢ perpendicular tanto ao plano de referéncia efetivo Pre como ao plano de trabalho Pre. (O plano efetivo do gume Pye (Figs1.23 128) ¢umplanotangente aogume ‘no ponto selecionado e perpendicular ao plano dereferéncia cfetivo Pre. Este plano contém pois, a direcio resultante de corte. plano normal ao guime Pye (Figs 123 a 1.28) ¢ idéntico, nos sistemas da ferramenta na mio e da ferramenta em trabalho, isto ¢, Pre = Pa ( plano ortogonal efetiv Poe (Figs.1.234 1.28) é um plano que passa pelo ponto selecionadodo gume e é perpendicular tanto ao plano de referéncia Pre como 40 plano efetivo do gume Pee. 20 Ferramentas de Corte Base Fig.1.23 - Planos no sistema da ferramenta em trabalho. Fig1.24-- Planos no sistema da ferramenta Fig.L25 - Planes no sistema da ferramenta em trabalho, Ferramenta tangencial de omeat, cm trabalho. Ferramenta de tornear. A) ise late ow lar ge ae 3 ie \ “ 4\ E fe Eas = A a i 4 eo ie i 2 oer Es a AAS Ee SS 3 Be Ti Ta ~~ j | wes Ss it 4 . ay PRE OW SE 8g : | 52 eo BE i = Es ay g Bs 2 ‘EUHIO} 2p "exDAUCD WHOL ‘oypeqn uw “Topytiod 'eoupumD esaag “ouege.n m9 ‘SwuouNss9} op eworss ou SOUR = Lz Au ‘eyuaunearay ep eUIDysIs Ou SOUR = OETA Stes"enuee |) » ovata 22 Ferramentas de Corte 24 Ferramentas de Corte 5. Angulos efetivos eda ferramenta Os ingulos da parte cortante servem para a determinagio da pasicio forma do gume, da face e dos flancos. ‘Um conjunto de Zngulos ¢ necessério para definr os &ngulos da ferramen- ta como uma entidade auténoma, isto ¢, para a ferramenta na mao; estes éngulos s40 designadas de angulos da ferramenta ¢, com apenas uma excegio, incluem no seu nome a palavra “Ierramenta”. Estes Angulos sio necessitios para 2 fabricagio, afiagio e medigao da ferramenta. Um segundo conjunto de angulos ¢ necessério para definir a situago da {ferramenta no processo de corte, isto 6, para a ferramenta ¢m trabalho; estes angulos so denominados de angulos efetivas (em trabalho) e, com uma exeegéo, leva a palavra “cfetivo” em seu nome. Como 0s angulos da ferramenta ¢ os ngulos efetivos podem variar de pponto em ponte aolongo do gume, as definigSes dos &ngulos dadas a seguir referem- se sempre aos Angulos no ponto sclecionado, Quando gume, a face ou o flanco for curvo, as tangentes ou os planos tangentes passando pelo ponto selecionado so usedos para definir os Angulos no sistema de planos de referéncia. Cada angulo € especificado, quando apropriado, com reieréncia x um ‘gume particular de ferramenta, dependendo da localizacao do ponto sclecionado sobre o gume. O nome do éngulo poders inclu a indicagéo se 0 panto selecionada se encontra no gume principal ou secundirio, Exemplo: Angulo de safda normal da ferramenta, quando o ponto selecionado se encontra no gume principal e angulo de safda normal do gume sccundario da ferramenta, no caso do ponto se localizar no ‘gume secundério, Cada ingulo ¢ identificado por um sfmbolo representado por uma letra ‘g7¢ga com um sufixo, indicando este 0 plano no qual o Snguloé medido. (Ex. ya para ‘© Angulo de saida normal da ferramenta) Para os angulos definidos abaivo, o ponto selecionado ¢ supostolocalizado no gume principal. Quando for necessério distinguir claramente os Angulos definidos ‘em relacio a um ponto selecionado do gume secandarrio, a simbolas apropriados sio providos de um apéstrofe (por exemplo, 7’x - &ngulo de saida normal do gume secundério da ferramenta), © simbolo usedo para um angulo efetivo (de trabalho) leva 0 sufixo adicional “e” (por exemplo 7ae para Angulo de safda normal efetivo) para distingui-lo do correspondente angulo da ferramenta (por exemplo 7 - para angulo de saida normal da ferramenta), Geometria 25 (Quando a face ou o flanco ¢ compostode varias superficics inclinadas uma em relagio 2s outras, estas supecficies sio numeradas consecutivamente a partir do ‘gumo (Figs.L.1] € 1.34). O niimero do chanfro ¢ wsado como um sufixo adicional aos simbolos apropriados, para associar os angulos do saida ow incidéncia com seus respectivos chanfros (por exerplo: ye; 7712; at; Cia m2, 2) ‘Quando a face ou o flanco tem apenas uma superticie, 0 sufixo 1 no & usado. A convengao de sinais 6 definida mais adiante. SA Angulos da ferramenta (s ingulos da ferramenta sio deserios com audio do sistema de planos de referéncia da ferramenta na méo. 5.1.1 Posigde do gume . “Angulo de diresio do gume da ferramenta ” ks (Figs 1.29, L31, 132133) (Hol cutting edge angle, Werkzeug-Einstellwinkel, angle de direction d'aréte de outil, angolo de direzione del tagliente) € 0 ingulo entre o plano do gume da ferramenta Pe¢ o plano de trabalho convencional Pr, medido no plano de referencia da ferramenta Py ‘A definigSo dé origem a dois éngulos complementares. O &ngulo de diregdo do gume da ferramenta xr € 0 angulo entre a parte do plano de trabalho convencional Pr voltada para a direcdo de avanco e a parte do plano do gume da ferramenta Pe que comesa no poato sclecionada do gume da ferramenta c € voltada em sentido contrario a quina. O angulo de diregio do gume da ferramenta € sempre Positive, Observagao: se a ferramenta tiver varias ou nenhuma quina, o Angulo de ditegao do gume da ferramenta kr deve ser convsncionado, Para o angulo de direcéo do gume secundério da ferramenta x’, vale, rvtatis-matandes, a definigdo correspondente, Para isto deve se considerar, porém, a parts do plano de trabalho convencional Pr voltado em diregao contrdtia A do avango. Observacio: entre os dngulos de direeao do gume principal da ferramenta ie, de quina ex ¢ de direcdo do gume secundario da ferramenta ’r vale a relagdo: weber k's = 180 Angulo de direcao complementar do gume da ferramenta ys (Figs1.29, 131,132. 133) (Tool approach angle-UK; Tool lead angle USA; Werkzcug-Ein- stellergaenzungswinkel, angle de direction complementaire de Tout, angolo de direrione complementare del tagliente) 6 o Angulo entre o plano do gume da fer- ramenta Ps © 0 plano passivo da ferramenta Pp, medido no plano de referéncia da ferramenta P, ‘Angulo de posiso ou Engulo de reedimento,conformenomenclature antiga, Geometria 27 2% Ferramentas de Corte abate ae cal Erte fngulo yré definido apenas para gume principal. Ele é sempre um Angulo agudo e seu sinal decorre da equagio: Yr + Re = 9°. Angulo de inclinacao do gume da ferramenta Ae (Figs.1.29, [32 € 133) 60 Angulo entre o gume e 0 plano de referencia da ferramenta P,, medido no plano do sgume da ferramenta Ps, Angulo da quina da ferramenta cy (Figs129, 131, 132 e 1.33) (Tool included angle, Werkzeug-Eckenwinkel, angle de pointe de Tout, angolo della punta dell utensile) ¢ o Angulo entre o plano do gume principal da ferramenta Ps ¢ 0 plano do gume secundério da ferramenta P’s, medido no plano de referéncia da ferramenta Pp Tem-se sempre: kr + Er + X’r = 180", wee renate Bis: Be Ban $.1.2 Posigho da face Angulo de safda da ferramenta € 0 argulo entre a face Ay e a superficie de referéncia da ferramenta P; « pode ser definido no plano ortogonal da ferramenta ‘Poymo plano de trabalho convencional P, no planc passive da ferramenta Pp, no plano ‘normal do gume da ferramenta Pr ow no plano ortogonal da face Py. Trata-se sempre de um Angulo agudo. Ele €positivo se a intersegoda face Ay com o plano de medigéo selecionado situar-se no lado do plano de referéncia da ferramenta Ps, contrério & diregao de corte convencional. Angulo de saida normal da ferramenta yn (Figs 129, £32 e 133) (Tool normal rake, Werkzeug-Normalspanwinkel, angle de coupe normal de Poutil, angolo di spoglia superiore normale) € 0 Angulo entre aface Ay’ o plano de referéneia da ferramenta P,, medido no plano normal do gume P.. Observagito: no caso de As = 0 tem-se7n = Yo, Angulo de sfda lateral da ferramentay; | (Figs.129, 1.32 61.33) (Toolside rake, Werkzeug Seitenspanwinkel, angle de coupe lateral de Voutil, angolo di spoglia superiore laterale) € 0 angulo entre a face Ay e o plano de refertncia da ferramenta Pemedido no plano de trabalho convencional Pe. Angulo de safda passivo da ferraments /p (Figs.1.29, 132¢ 1.34) (Tool back rake, Werkzcug-Rueckspanwinkel, angle de coupe vers l'arriere de Foutil, angolo di spoglia superiore verso il retro dell'utensile) ¢ 0 éngulo entre a face Ay ¢ 0 plano de referéncia da ferramenta P;, medido no plano passivo da ferramenta Po, Angulo de sada ortogonal da ferramentay (Figs1.29, [32 L34) (Tool ‘orthogonal rake, Werkzoug-Onthogonal-Spanvinkel, angle de coupe arthogoval de Poutil, angolo di spoglia supcriore ortogonale) €0 Angulo entre a face Ay ¢ o plano de referéneia da ferrameata P, medido no plano ortogonal da ferramenta Po. Angulo de said yeométrico da ferramenta y,(Fig.1.30) (Tool geometrical rake, Geometrischer-Werkzeug-Spanwinkel, angle de coupe directe d’affulage, an- solo de spoglia superiore di massima pendenza) ¢ © ngulo entre a face A, ¢ 0 plano Viste R gums eee cla Fig129 - Angulos da ferramenta - Ferramenta de torneer, 28 Ferramentas de Corte Geometria 29 de referéncia da ferramenta P; medido no plano ortogonal da face da ferramenta Py, ste ¢ 0 Angulo maximo entre a face Ay ¢ 0 plano de referéncia da ferramenta P,.NO Lt 2 caso deds = 0 tem-se que yg = Yo = Yn. s tee = Angulo de posigho do plano ortogonal da face 3, (Fig.1.30) (Tool face 2 = 4 e283 orthogonal plane orientation angle, Lagewinkel der Spanflacchen-Orthogonalebene, ae qi Bee angle de position du plan orthogonal de la face de coupe, angolo di posizione del a 3 gee piano ortogonale della faccia di taglio) € o fngulo entre o plano de trabalho conver = 38 a3 3 cel Pre oplano ortogonal da face da ferraments Py, medido no plano de referéncia ag gag . 58 gos 5.3 Angulos de cana oe gus Angulo normal de cunha Bp (Figs.1.29, 1.32 ¢ 1.33) € 0 dngulo entre a face sy 2 Be i Aye flanco Ac medido no plano normal do gume Pa. F see Angulo lateral de cunha da ferramenta;(Figs.1.29, L32 e133) & 0 ngulo 2s Boones wee entre @ face Ay ¢ 0 flanco Ac medido no plano de trabalho convencional Pr. ew ee ‘ 325 Angulo passivo de cunha da ferramenta 8, (Figs..29, 132 e 1.33) € 0 ea orate Ess Angulo entre a face Ay € 0 flaneo Aa medido no plano passivo da ferramenta Pp. feo hh Angulo ortogonal de cuaha da ferramenta fio (Figs.1.29, 132 ¢ 1.33) € 0 ngulo entre a face A, eo flaneo Aa medido no plano ortogonal da ferramenta, Parad, ~ Dtemrse quefo = Bs. rez da 8.14 Posigto de flanco : Angulo de incidéncia da ferramenta’ (Tool clearance, Werkzcug- Frciwinkel, dépouille de Voutl, angolo di spoglia inferiore) € 0 Angulo entre o flanco ‘Aq © plano do gume da ferramenta Ps e pode ser definido no plano ortogonal da {erramenta Po, no plano normal do gume da ferramenta Pa € no plano ortogonal do flanco Po. Angulo de incidéncia normal da ferramenta an (Figs.I.29, 132 ¢ 133) 60 Angulo entre oflanco Aw eo plano do gumeda ferramenta Ps, medidono plano normal do gume da ferramenta Pa, Angulo de incidéncia lateral da ferramenta ci (Figs 1.29, 132.¢ 133) €0 Angulo entre 0 flanco Aa ¢ © plano do gume da ferramenta Pe, medido no plano de ‘trabalho convencional Py Angulo de incidéncia passive da ferramenta ap (Figs.1.29, 132 €133) 60 nguloentre oflanco A € o plano do gume da ferramenta P., medidomno plano passivo dda ferramenta Pp. Tae bs Li ~ Angulo de safda geométrico umeenta yg e Angulo de incidéncia bdsico da ferramenta an. onto selecio- nae 33 ase 4 Fig1.30 da Ferra irega0_presum da not ae Vista R *Anguto de fogs segundo nome ABNT. . 5 30 Ferramentas de Corte ene segs | "Bt 4 i inet Aste 99 plana ce rote 8 eda“ reeset Ponts select Ge ne “ is pa aul * Fig 1.32 - Angulos da ferramenta, Cabegote de fresar, Diego presi m ce'tiv. Se corte vee © 4 Fe) et : af viata k hee a) BA RE eign _ Sena \/\) O Grote & r f Os arate i dnc a SPS) BEAST te ey ae SSeS ate (Pp) ‘bh. Cina da ferranent Fig134-- Angulo de saftla normal e angu- Jo de incidéncia normal da fer- ramenta, numa cunha, 32 Ferramentas de Corte arte eat: | L oeie dom. 8 cate Seqie FF (Pre) Bin Bor erga, ra “linn a rh TE fete setecion f gangs etonese wy. te av, Fig1.36 - Angulos efetivos. Cabegote de fresar. wii woe, 1 HES Deena *n LO 3 eC, sta R aX a) DiregBe cesui tante works Diresio 40 nev ee Seance Sgr Ts 1 \fat wees / | ale iste + Pons (Pee) wnat tl hes etertegig Yun Eat 24 CT SASS 4 ih i + DX directs eet resultante te de corte FigI37 - Angulos efetivos. Broca he Geometria 35 “Angulo de incidéncia ortogonal da ferramenta co (Figs.1.29, 132 133) € ‘0 ngulo entre o flanco Aa ¢ 0 plano do gume da ferramenta Pe, medido no plano ‘ortogonal da ferramenta Po. ‘Angulo de incidéncia basico da ferramenta ap (Fig.130) 6 0 angulo entre fflanco Aa eo plano degume daserramenta Py, medido no plano ortogonal do flanco da ferramenta Pp, Observagio: o angulo de incidéncia basico da ferramenta ay € 0 ‘mfximo angulo entre 0 flanco Aa ¢ © plano do gume da ferramenta Pe. Para As = 0 temese que: ap = io =n ‘Angulo de posigéo do plano ortogonal do flance da ferramenta 6; (Fig..30) (Tool flank orthogonal plane orieatation angle, Lagewinkel der Freiflaechen-Orthogonalebene, angle de position du plan orthogonal de la face de <éépouille, angclo di posizione del piano de minima pendenza del flanco) 6 0 ngulo ‘entre oplane de trabalho convencional Pre o plano ortogonal do lanco da ferramenta Bp, medido no plano de referéncia da ferramenta Pr 5.15 Relagées entre os angulos da ferramenta "A soma dos Angulos de incidéncia, de cunha e de saida medidos em qualqucr um dos seguintes planos do sistema da ferramenta na mio, ¢ igual a 90°: Plano normal a0 gume: an + Bn +n = 0" Plano passivo da ferramenta: ap + Bp + ¥p = 90" Plano ortogonal da ferramenta: ao + Bo +Yo = 90° Plano de trabalho convencional: ar + Bi + 7t = 0° [Na pratica, os fngulos de safda, de incidéncia ¢ inclinagio do gume sio fngulos agudos. 5.2 Angulos efetivos (de trabalho) Os angulos efetivos sio definidos com o auxflio do sistema de planos de referéncia da ferramenta em uso. Suas definigSes sio andlogas as dadas acima para ‘05 dngulos da ferramenta, substituindo-se os planos da ferramenta pelos planos cfctivos. Na designagio substitui-se a palavra "da ferramenta” pela palavra “efetivo” (Figs.1.35, 136 e137). 6. Convengio de sinais para ingulos ‘A convengio de sinais para os &ngulos de orientaZo do gume da ferramen- {a € definida cm relagéo a planos ¢ direges de movimento especificados em que 0 ponto selecionado sobre o gume coincide com uma quina, que se pressupéc viva. 36 Ferramentas de Corte (Quando uma ferramenta possue mais do que uma quina (por exemplo, um bedame, certas brochas, fresas de ranhuras ou ferramentas de abrir rasgos em plainas), os angulos dos gumes c seus sinais devem ser definidos em relagio a quina specifica em consideracéo. Em cada quina hé um jogo de Angulos e de inclinagbes do gume secundério, Cada jogo de angulos define completamente a geometria do sgume nesta quina cspecifica. Quando um gume no tem quina (por exemplo, uma fresa cilindrica periférica), entéo um extremo do gume principal é tomado como referéacia, Nestes casos, o extremo de referéncia & aquele para o qual a rotagio da ferramenta em relagio & pega ¢ vista como de sentido horério 'No caso de uma ferramenta de roscar em forma de ““V", o panto de intersegdo da proje Zo das porgSesretasdo gume pode ser considerade como 0 panto selecionado numa quina viva e as orientacdes das porgoes retas do gume definidas com relagao a este ponto. A convengao de sinais para ngulos que definem a orientagdo da face ¢ do flanco € definida em relagéo 20s planos ¢ diregies de movimento mum ponto sclecionado do gume, localizado em qualquer pontoarbitrério em que sejanccessério especificar @ orientagdo da face e do flanco, O ngulo de diregio de gume da ferramenta xs € sempre positivo. aingulo de inclinagio do gume da ferramenta As sempre agudo. O {ingulo ¢ positivo se o gume visto numa diregéo que se afasta do ponto selecionado (da quina) da ferramenta, se situa no lado oposto, em relacao ao plano de referencia P, da ferramenta, & dire¢do conveneional do movimento principal de corte. Os ingulos de sada‘ye, 71,7, ¥ox7esi0 sempre agudos, O Angulo positive se, olando através da face, do ponto selecionado e ao longo da linha de intersecio da face ¢ do plano de medigao, a linha observada de intersecio Fica do lado oposto, ‘em relagéo ao plano de refexéncia Pr da ferramenta, a diregio convencional do movimento principal de corte. (Os fingulos de incidéncia ce, a4, ag, co, 2» sio sempre agudas. O Angulo ¢ positive quando, othando através do flaco, do ponto selecionado ¢ ao longo da linha de intersegao do flanco ¢ do plano de medicao, a linha observada de intersei0 fica no lado oposto, em relagao ao plano do gume Py, a diregio eoavencional do movimento de avanco, Os dngulos de incidéncia do gume secundirio da ferramenta a's, 2's.’ @’o, c’p slo sempre agudos, O Angulo € positivo se, olhando através do flanco secundério a partir do ponto selecionado ¢ a0 longo da linha de intersecao do flanco sccundério ¢ do plano de medigéo, a linha observada de intersecio fica do mesmo Jado, em relagao ao plano do gume secundirio da ferramenta P's, do que a linha de intersegao da face e do plano de medigao. 6.1 Convengio dos angulos efetives ‘As mesmas bases fisicas e dicegdes de modi¢fo que definem a convencdo de sinais para os ngulos da ferramenta devem ser mantidas para definir a convengao para os dngulos efetivos, em conjunto com o sistema de planos de refcréncia da ferramenta em trabalho ¢ as diregSes dos movimentos de corte © de avango, 7. Grandezas de avango, de penetragio ¢ de usinagem 74 Grandezas de avango ‘Avance f€ a grandeza do movimento de avango, dado em milimetros por rolagéo ou curso, medido no plano de trabalho (Fig..38). ‘Avango por dente f; o percurso de axango por dente ou gume, medido no plano de trabalbo (Fig 39). O avanco por dente ¢, consequentemente, a distancia ‘entre duas superficies de corte consccutivas, medida na diregao de avango. Tem-se assim: b= te onde 2 ¢ 0 mimero de dentes ou gumes, Quando 2 = 1, por exemplo, no tornzamento, no aplainamento ou no fresamento com fresas de um nico dente (ferramentas monocortantes), tem-se: a-f No brochamento, o avango por dente corresponde ao incremento dos dentes sucessivos da brocha. Do avango por dente derivam 0 avango de corte ¢ 0 avango efetivo, Avango de corte fe € a distancia entre duas superficies de corte con- secutivas, medida no plano de trabalho e perpendicular &diregao de corte (Fig.39). ‘Tem-se assim: f= h-seng [Nos processos de usinagem onde p = 90°, por exemplo, forneamento © plainamento, tem-sc: frknt ‘Avango cfetive fe € a distancia entre duas superficies de corte consecutivas, medida no plano de trabalho e perpendicular a direcéo efetiva (Fig.1.39). Tem-se assim: fe = fz .sen (p -7) 38. Ferramentas de Corte Sup. transteBria (Sip. prine:ée corte) Fig.138 - Superficie principal e secundaria de corte. Avango {no tormeamento. Direpio de corte iresio eerie Fig.139 - Avango por dente fz, avango de carte fe © avango efetivo fe no fresamento discordante, Em muitos casos, a relagdo viv: 6 tio pequena que o angulo y pode ser desprezado, resultando: f= fy.sen p= fe 7.2 Grandezas de penetragio ‘As grandezas de penctragdo descrevem geometricamente a rclagio de penetragao entre a ferramenta e peca (Par atuante), Séo definidas e medidas como a Geometria 39 distincia entre dois plancs, ambos perpendiculares diregao escolhida ¢ que passam, respectivamente, por dois pontos do(s) gume(s) ativo(s)localizados de modo que a distinc‘a entre os dois planos scja méxima. O sufio apropriado deve ser usado para indicar a diregio de medigéo, 72. Grandezas de penetragio da ferramenta, referidas x0 plano de trabalho enetragio passiva ap € a quantidade que a ferramenta penetra na pesa, medida perpendicularmentc ao plano de trabalho (Figs.140 a 1.48). No torneamento cilindrica cde faceamento, fresamento e retificacéo frontal, ap corresponde a profun- didade de corte. No sangramento, brochamento, resamento ¢ rtificaeao periférica, ‘ip corresponde a largura de corte, Ne furagao ap corresponde & metade do diametra da broca. FigL40 - Largura de corte ap, penctragio de trabalho ae e penetragio de avango at, 10 fresamento peririco. Penetrasio de trabalho ae é a quantidade que a ferramenta penetra na pega, medida no plano de trabalhoe perpendiculara dire¢ao de avango. A penetragio de trabalho ae tem importincia predominante no fresamento ¢ na retificagdo (Figs 140, 143 © 1.46), Na retificagéo cilindrica periférica, com avango radial do rebolo (FigI.44), 0 plano de trabalho Pte ¢ perpendicular ao eixo do rebolo. A penetragdo de trabalho ae € medida no plano de trabalho, perpendicularmente & diregio de avango resuitante (como vir € muito pequena em relagéo a vn, a diregao resultante praticamente coincide com a dire¢ao de avanco tangencial, decorrente do sro da peea) Veja que a penctragio de trabalho aendo coincide com 0 avanco radial fr._A penctragio passiva ap € medida perpendicularmente ao plano de trabalho, Na ‘etifieagéo cilindrica perifética axial (com avanco da peca paralelamente ao cixo do rebolo), o plano de trabalho Pte ¢ quase perpendicular ao eixo do rebolo, pois a velocidad de avango arial vs é pequena em relacéo a velocidade de avango tangen- cial vig ap corresponde ao avango axial fa 40 Ferramentas de Corte Geometria 41 Plane de ‘trabalho Hebole Fig] 43-Profundidade de corte ap, penetragao de trabalho ace penetragio de avango arna retificagéo frontal, cam avango retlinco da pea. Fig 41 - Largura de corte ap, penctracio de trabalho ae ¢ penetragao de avango ar, na retifieagio perifériea. a Fig.L42-Profundidade de corte ap, penetracio de trabalho ae penetrago de avango ano fresamento frontal. Penetrasio de avango af & a grandeza de penctragio da ferramenta, 3 medida na diregao de avenco (Figs.140 a L47). > if Fig L44-- Largura de corte ap, penctracao de trabalho ae © penetragio de avango af, na retificagéo cilindrica com avango radial do rcbolo. As velocidades de ‘As grincocas de jpesitzayic pow tated! coh rfurtdda!s im ee avango radial vr € tangencial vp apresentam um duplo indice, dg © m5 isolado. Neste caso recebem 0 indice S. Este pode ser omitido se as grandezas de representam o difimetro ¢ rotagdo do rebolo, respectivamente, dw ¢ nw penetragéo do gume forem idnticas as da ferramenta (Fig.1.47), representam 0 didmetro ¢ rotagao da peca, respectivamente, 7.22 Granderas de penetrago do gume, referidas ao plano de trabalho 42 Ferramentas de Corte enctragie pessiva do game axp€ a quatidade quo 0 gume penetra na peca, medida perpendicularmente ao plano de trabalho (Figs.L46 ¢ 1.47). Cor- Feapondeh profundidade ow alarguta de corte do aime. eactraylo de trabalho do gume ace € a quantidade que 0 gume penetra na pega, medida no plano de trabalho e perpendicular a diregao de avango (Fig 146). Penctragio de aance do yume ax 6 quentidads que opume penetra na peca, medida na diregao de avanco (Figs.1.46 e 1.47). eatte aggre Fig L4S - Grandezas de penetragao na retificagéo de peti, 72.3 Grandezas de penetragio da ferramenta,referidas ao eixo da ferramenta Se, no caso de ferramentas rotativas, 0 plano de trabalho para a determinagio das grandezas de penetragio for inadequado, entao cssas grandezas podem ser referidas aos cixos de rotagio da ferramenta, Neste caso, as grandezas de penetragio denominar-sc-f0: ~ penctragéo axial aa ~ penctragéo radial ay = penetragéo tangencial ar 72.4 Grandezas de penetra ramenta Poderé também ser convenicnte, referenciar as grandezas de penetrago aos eixos X, Y © Z da maquina-ferramenta. Neste caso, as grandezas de penetragao denominar-se-d0: = penctragio ac - penetragio ay ~ penetracio a, da ferramenta, referidas ao elxos da méquins-fer- Geometria 43 une ativo Fig1.47 - Grandezas de penetragio, ponto de referencia D ¢ largura nominal de usinagem bp no tormemento cilindrieo. 44 Ferramentas de Corte 173 Grandezas de usinagem Estas grandevas descrevem as dimensocs da camada de material a ser removido da pega. Elas ndo sio idénticas com as dimenstes dos cavacos obtidos. As grandezas de-usinagem sao deduidas: - do perfil do gume ativo + das granderas de penetragio - dos avancos Grandezas nominais de usinagem séo as grandezas de usinagem, efinides no plano de medigSo da usinagem Pg, As grandezas de usinagem que sS0 definidas em outros planos deverdo ser caracterizadas de forma especial. Ponto de referéncia D do gume, situa-se no meio do gume ativo principal « serve para a determinagio no plano de medi¢ao da usinagem (Figs-1.46 ¢ 147). Plano Pg de mediglo da usinagem ¢ um plano perpendicular adiregio de corte, passando pelo ponto de referencia D do gume, Segio transversal nominal de usinagem Ap € 2 érca da seo transversal calculada de um cavaco a ser removido, medida no plano Pa de medigao da usinagem (Fig.147). Para fins préticos Ap ¢ aproximadamente dado por: ‘Ap = apeseng em que p = Angulo da diregio de avango. Segio transvers I total de usinagem Apex € a soma das freas das segdes transversais nominzis de usinagem, geradas pelos gumes que esto em ‘gio simultanca, quando se emprega ferrameatss multicortantes, ‘Largura nominal de usinagem bp € adistncia entre dois pontosextremos do gume principal ativo, medida no plano de medigio da usinagem Pa (Fig.1.47). Espessura nominal de wsinagem bp €a grandeza calculada, resultante da relagéo entre a secdo transversal nominal de usinagem ¢ a largura nominal de usinager. A mo=Fe Espessura local de usinagem bj ¢ a espessura caleulada do cavaco a ser removido, num ponto qualquer do gume, perpendicular ao gume, num plano a ser determinado para esse fim. 73.1 Grandezas de usinagem numa observaco simplifieada ‘Numa observagio simplificada das grandezas de usinagem, si0 con- siderados: + gumes retilincos ~ quinas com canto vivo, sto ¢, com raio de eurvatura da quina Geometria 45 Angulo de inclinagio As ~ 0 ~ Angulo de diregdo do gume secundétio da fecramenta x’, =0 Directo de Phare de ‘trabathe 00 Fig 148 - Grandevas referentes usinagem, para gumes ratilineos. Exemplo: tor- neamento eilindrico com ferramenta com As ~ 0; 0 ponto escolhido do gume, neste caso, encontra-se na quina da ferramenta, __ Segiio de usinagem A é a drca da secio transversal de um cavaco a ser removido, medida perpendicularmente a diregio de corte satisfazendo as condighes, de observagao simplificada (Fig..48). Neste caso é vdlida a relagio A=af=b.h Largura de usinagem b é a largura da segio transversal de usinagem (Fig.48). Nas condigées de observacio simplifeda, a largura de usinagem b 46 Ferramentas de Corte {idéntica ao ccmprimento do gume principal ative 4 largura nominal de usinagem bp. De acordo com a Fig 148: ap en ke Espessura de usinagem h é espessura da seo transversal de usinagem (Fig.48), Nas condigées de obscrvacio simplificada, a espessura de usinagem h € idéntica a espessura nominal de usinagem hp. =f. senae = Alb Divecio eferiva Fig 1 49- Grandezas efetivas para umes retlineos. Exemplo: torneamento cilindrion = evitério simplificade, Grandezas efetivas de usinagem sio referidas a um plano perpendicular a diregdo efetiva (Fig..49). Tem-se assim as grandezas: + Segio ete! - Largura efetiva de usinagem be - Espessura efetiva de usinagem he Volume de corte € 0 volume de material da pega a ser removido por um ‘gume mum corte (curso ou rotagio). Passe € a camada de material removida da pega, muma passagem da ferramenta, aps um ajuste de profundidade. A segao do passe medida perpen- dicalarmente a direcéo de avango é designada com AT. Volume de usinagem V ¢ o volume da camada de material a ser removido da peca. O volume de usinagem pode ser, por exemplo referido a peca, 4 operacao ‘ou & unidade de tempo. Para a taxa de remogéo de material Q, que € 0 volume de usinagem por unidade de tempo, valem as seguintes relacbes: No torneamento: Q = ap.f.¥e = Ave Sendo ve = dm. onde du € 0 didmetro médio correspondente ao passe ¢ na frequéncia de rotagao, Resulta Q =x. dn-ap.w = rw No alargamento, escariamento ou furagio com pré-furacio: Q = ape. 2M = Azie Q = 2. dm sap. ve = Arve Na furagio em cheto: Q = 7 as*. ve onde ap = dp No fresamento e retificacio: Q = ae ap. (Quando 0 volume de usinagem por unidade de tempo refere-sea um unico dente, Q recebe a designacio Q, 8. Quebra-cavacos ‘Quebra-cavacos (chip-breaker, Spanleitstufe, brisecopeaux, rom pitruciolo) €a modificagao da face Ay com o objetivo de guiar ou quebrar 0s cavacos, consistindo quer de uma ranhura integrada na ferramenta quer de uma obstrugio integrads ou postica. Ponto correspondente do quebra-cavacos (Figs 150,151 ¢ 1.52) 60 ponto de intersegao do plano normal do gume Pn (passando pelo ponto selecionado do ‘gume principal) com a aresta de topo de um quebra-cavacos postigo ou com a aresta traseira de um quebra-cavacos integral, 48 Ferramentas de Corte seen ahesk maser enue pee Vista da 18 face ayy Fig L50 -Quebra-cavacos do tipo de obstrucao postiga. ptive do ‘etre Zavecos Pte, selecionsdo © gure. ', Pro.correr= id pondoate 49 ‘quebra-cavacos Vista a FigiL.51 - Quebra-cavacos do tipo de obstrugéo integral. Face ativa do quebra-cavacos (Figs..50, 1.51 ¢ 152) € a superficie do ‘quebra-cavacos preparada para dobrar 0 cavaco. Distancia doquebra-cavacos @'pa (Figs 50,151 c152) éadistinciacntre © ponto selecionado do gume principal a projecio do ponto correspondente do quebra-cavaeos na face Ay medida no plano normal ao gume Pp, gue vista da 12 1200 ayy Fig.52- Quebra-cavacos do tipo de ranhura Altura do quebra-eavacos he (Figs.5), 151 e 1.52) € a distancia entre a face Ay até © ponto correspondents do quebri-cavacos, medido numa dire¢ao perpendicular a face. Esta dist’ncia é usualmente definida somente para os quebra- cavacos do tipo de obstrugao. Angulo do quebra-cavacos ppy (Figs 150, L51 ¢ 1.52) € 0 angulo agudo entre 0 gume principal ea projegio sobre a face A, da aresta de topo ou traseira do quebra-cavacos, medida na face. Quando o gume principal ou a aresta de topo ou a aresta traseira do quebra-cavacos forem curvos, 0 angulo seré medido entre a _ tangente ao gume no ponto selecionado ¢ a tangente & projegdo da aresta de topo ou traseira do quebra-cavacos, na projecio do ponto correspondente. ‘O fngulo ser4 positive quando a distancia entre ogume principale aaresta de topo trascira do quebra-cavacos diminue com qualquer aumento da distancia do Ponto de medio no sentido de afastamento do gume secundério. Angulo de cunha do quebra-cavacos on (Figs.50 ¢151) 60 Angulo agudo centre a face Ay da ferramenta c a face ativa do quebra-eavacos, medido num plano 50. Ferramentas de Corte perpendicular a aresta detopo do quebra-cavacos ¢ passando pelo ponto correspon dente do quebra-cavacos, Quando a face do quebra-cavacos for curva, o Angulo de cunha é medio entre a tangente asta face no mesmo ponto correspondente ca face dda ferramenta. Este &ngulo € usualmente definido apenas para os quebra-cavacos do tipo de obstrusao, Ralo do quebra-cavacos rp (Fig 51) ¢o aio nominal da superticic curva dde um quebra-cavacos do tipo de obstrugio, medide num plaso perpendicular & aresta de topo do quebra-cavacos e passando pelo ponto correspondence do quebra- Raio da rantira do quebra-cavacos rp (Fig 52) 6 0 raio nominal de umn ‘quebra-cavacos do tipo de ranhura, medido no plane normal ao gume Pr, Profundidade da ranhura do quebra-cavacos cys (Fig52) € « profua- didade maxima do quebra-cavacos do tipo de ranhure, medida 20 plano normal 20 ‘gume Po, a partir da face A,.. Largura da friso do quebra-cavaces ds (Fig..52) €adistncia do ponto selecionado do gume principal ao ponto mais préximo da intersegio do qucbra- ‘eavacos do tipo de ranhura com a face Ay, medida no plano normal ao gume Pp, Distdnela do quebra-cavacos da quina da ferramenta de, (Figs.150 ¢1.52) € a distincia, medida no plano da face Ay € numa ditegée paralcla ao plano do gume da ferramenta Ps, entre um plano tangcncial ao extreme do quebra-cavaces © um plano tangencial & quina da ferramenta, ambos perpendiculares tanto ao plano de referéneia da ferramenta Pr como ao plano do gume da ferramenta Py. CAPITULO IIT Fungéio, influencia e grandeza dos diversos Angulos da ferramenta 1. Angulos medidos no plano normal ao gume di ferramenta Py, Angulo de incidéneia principal an - A. fungdo do angulo de incidéncia principal é evitar @ atrto entre a superficie transitbria da pega co flanco (superficie, de incidéncia) da ferramenta ¢ permitir que 0 gume penetre no material e corte livremente. Se o angulo de incidéncia 6 muito pequeno, o gume nao pode penetrar convesicntemente mo material c a ferramenta ccga rapidamente, ocorrendo forte atrito com a pega, sobreaquecimento da ferramenta e mau acabamento superficial Se 0 dingulo de incidéncia € demasiadamente grande, 0 gume quebra ou solta uma série de pequenas Tascas, cm virtude de uma apoio deficiente. A ferramenta cega rapidamente ¢, depeadendo do excesso no fngulo de incidéncia, as laseas, sero muito pequenas e s6 vistveis no microsc6pio ou serdo maiores evisiveis a olho nu ou ainda, odo 0 gume da ferramenta quebra de vez. A grandeza do ingulo de incidéncia depende principalmente dos seguintes fatores: 1 Resisténcia do material da ferramenta; 2 Resisténcia e dureza do material da pega a ser usinada, Se o material da ferramenta € de sta resisténcla, pode-se usar Aingulos de incidéncia grandes, scm perigo de quebra. Assim, pode-se usar éngulos maiores em ferramentas de aco r4pido do que em ferramentas de metal duro, pois 0 primciro € miuito mais resistente e tenaz do que o segundo, Da mesma forma, a usinagem de ppegas de materiais moles, como aluminio, permite angulos bem maiores do que a ~“ysinagem de materiais dutos, como aco, pois estes solicitam 0 gume muito mais do que aqueles. ‘Um anguladeficiente de incidéncia diminu a vida da ferramenta, pelo fato mostrado na Figil.2. Um dos eritérios para determizar o fim de vida de uma 52 Ferramentas de Corte L os inode eae ate ferramenta ¢ a medigfo da largura da marca dc desgaste, Esta, 8 medida que crag. ‘provoea um aumento progressive do arto, ¢, consequentemente, maior aquecimas to, aumento da forga e poténcia de corte, mau acabamento superficial, etc. Nesyel condigécs, alingida uma determinada largura demarca de desagaste, € indispensétg ‘remover a ferramenta c reafiéla. Verifica-sc, pela Fig 12, que a vida da ferramese B deve ser muito maior do que a da A, pois paraamesma largura da marca de desga, B de 1,6 mm na ferramenta A, 0 gume deve desgastar de 0,088 mm, enquanto que m: deve desgastar de 0,264 mm, ou seja, trés vores mais. Fig 11.1 - Angulos medidos no plano normal ao gume Pr. Largure da meres de isgeste de ferrangete Desgaste do Seagesie de Jerre ste do gure gone 0,03m PF) 4 ore eh ders fing. de nese c Cla mute peeuena. 0 de ime ehddresa normal. ta. Fig.L.2-Influéneia de um Angulo defieiente de incidéncia sobre a vida da ferramen 2e, Se 0 angulo ¢ excessivo, a ferramenta lasca ow quebra de modo qing usualmente, um excesso de Angulo de incidéacia € mais prejudicial que wi deficigncia. Fungio 53 ‘Quando a quina da ferramenta se desloca em hélice sobre a pega como na usinagem de roscas, deve-se observar quc 0 angulo de incidéncia efetiva é igual ao de incidéncia principal esmerilhado na ferramenta, menos 0 angulo de hélice (Fig 13). £ preciso, pois, aumentar o dngulo de incidéncia principal da ferramenta de uma ‘quantidade igual ao angulo de héliee, sob pena deserter um ngulo efetivo deficiente. Nauusinagem de desbaste normal, em virtude do avango longitudinal da ferramenta, tem-se também um angulo de bélice, Este, entretanto, € usualmente inferior a 12", azo pela qual nao bd necessidade de se consideri-\o especialmente. fotacio ds peca Bing. ce Ferranenta Fig 113 - Angulo de incidéncia da ferramenta ¢ angule efetivo de trabalho. (Os Angulos de incidéncia principal ¢ secundério recomendados sio in- dicedos na Tabela ILL, para diversos tipos de materiais ‘Angulo de Incidéncia secundario a’, - Tem 2s mesmas fungies € afetado de forma idéntica que o Angulo de incidéncia principal. Na ferramenta de desbaste obscrva-se apenas, como detalhe especial, 0 fato de que o Angulo de incidéncia secundario efetivo de trabalho ¢ afetado pela montagem da ferramenta acima ou abaixo do centro. A Fig I.4 mostra, por exemplo, que a montagem 1,5 mm acima do centro numa pega de 24 mm de didmetro,reduz.de' 0 Angulo de incidéncia secunditio. Este efcito ¢ evidentemente mais preminciado quanto menor o difmetro da pega. Uma montagem abaizo do centro produ, ao contrério, um aumento do Angulo de incidéncia, Recomends-se evitar sempre uma montagem abaixo do centro, pois isto enfraquece o gume da ferramenta ¢, pela tendéncia da pega “montar” na ferramenta, induz facilmente a vibragdes. Em ferramentas de desbaste, considera-se boa prética momtar a ferramenta levemente acima do centro (cerca de 1% do dlidmetro da pega). Deve-se observar ainda que a montagem inclinada da ferrameata no porta-ferramenta exige um aumento correspondente do angulo de incidéncia sceundério (Fig 116). 54 Ferramentas de Corte: No caso de uma usinagem de faceamento (Fig.7) abserva-se que os Angulos de incidéncia principal c secundrio ficam trocados em elagéo a ferramenta de desbaste. O fingulo de incidéncia secundério fica independents da montagem ‘acima ou abaixo do centro, enquanto que o angulo de incidéncia principal passa a depender da mesma. ‘TABELA TL1 - Angullos de incidéncia an recomendados para distintos materiais © jferentes tipos de ferramentas. Ferramentas de Aco répido —Ligas fundidas. Metal duro Material a ser cortado Graus Graus Gras ‘Alum{nio Fundido 12.14 10-12 810) Bronze de Aluminio 10-12 810 19 Bronze de Manganés on 19 68 Bronze Fundido 10-12 810 79 Lato 8g 9 10 Ferro Fundido Macio (170 Brinell) 8.10 19 68 Médio (250 Brinci!) 19 68 51 Duro (400 Brinell) 59 46 35 ‘Coquilhado 35 24 24 Malesvel 79 58 57 10-12 810 79 8.10 79 68 ‘Magnésio (Fundido) w4 1042 810 Plisticos 1416 113 oa ‘Agos ‘ABNT 1020 oat 79 68 ‘ABNT 1040 840 79 68 ABNT 1095 ou 52100 19 68 57 ABNT 2340 19 68 57 ABNT6150. Beneficiado (HB 350) 68 57 46 Inoxidavel 19 68 5.10 [Na operagdo de faccamento, a montagem deve ser rigorosamente centrada, pois: a) se a ferramenta fica abaixo do centro, 0 fngulo de incidéncia principal cresce a medida que a ferramenta se aproxima do centro da pega € no final vai resultar um nticleo néo usinado; b) se a ferramenta fica acima do centro, o Angulo Fungo 55 cde incidéncia principal diminui a medida que a ferramenta sc aproxima do centro da pega, acabando por haver forte atrto no flanco. (ampere 3c Prerbets a caine a F E, Hing. de incidénets Bade ince ga ae Ae ds Biarttat Try “ange snctdncia Ang. de incidéncie a Ferranente. efetivo FigIl.4-Eicito de montagem da fer- ramenta acima do centro, num caso ILS - Efeito da montagem aa sag f TM dam, de icine =e 7a Sh te eit FigAL6 - Porta-ferramenta para ‘montagem inclinada da ferramenta, Fig - Usinagem de facea- ‘mento, A ferramenta deve ficar k bem centrada, ‘ £ ‘Muitas vezes, especialmente em ferramentas com pastilhas de metal duro, ‘usa-se um angulo de incidéncia do segundo flanco de 4 a 6° maior do que o primeiro, ‘com 0 objetivo de economizar tempo e rebolo para o reafiamento da ferramenta, como mostra a Fig IL. { Angulo de safda do cavaco 7a - F um dos Angalos mais importantes da / ferramenta, pois influi decisivamente na forge e na poténcia necesséria ao corte, no ‘56. Ferramentas de Corte acabameato da superficie wsinada c no calor gerado. A Fig IL? ilustra a atuagéo de ‘Hferramentas com ingulos de safla de cavaco que variam de +30? a-10°. Verifica-se quco trabalho dedobramento do cavaco ¢ muito maior no caso D em que se tem um fingulo de -10°, do que no caso A, cm que se tem um &ngulo positivo + 30°. eee FigIL.8 - Angulos de incidéncia do 1 2" flanco. mento em fungéo do éngulo de salda do cavaco. Conclui-se, pois, que, em principio, o Angulo de safda do cavaco deve ser ‘0 maior possivel, pois isto determina uma retirada mais fil do cavaco. 0 ingulo de safda de cavaco depende dos seguintes fatores: 4, Resisténcia do material da ferramenta de corte. Ferramentas de ago ripido ‘admitem fingulos de saida maiores do que as de ligas fundidas ou de carbonetos. 2. Resisténcia e durera do material a usinar. Os materiais com maior resisténcia & compresséo exercem mais pressio sobre a ferramenta, exigindo um menor ingulo de saida do cavaco. 3. Quantidade de calor gerado pelo corte. Alguns materiais geram bastante calor a0 seremusinados, Tais materiais requerem ferramentas eom pequenos dngulos de saida Fungio 57 de cavaco, a fim de impedir que a temperatura préxima ao gume se aproxime da temperatura de amolecimento do material da ferramenta. 4, Aumento da velocidade de avango. Maiores velocidades de avango exigem menores Jingulos do saida. Estudaremos cada um cesses fatores detalhadamente, Resisténcla e dureza do material a usinar - Como a resistencia a tragioe ‘a dureza estdo interrelacionadas, geralmente exgir-se-4 um menor angulo de sada ‘para usinar materiais duros do que para os macios. Contudo, cabe fazer mencio a algumas excecdes a esta afirmaco. O lato € um material rclativamente macio ¢ ¢ usualmente usinado com uma ferramenta tendo ya = 0°. Procede-se desta forma, nio devido & pequena resisténcia do gume, mas para impedir que a ferramenta “enganche” no material, penctrando demasiado na pega. Isto ocorre com materiais macios, especialmente se ‘© Angulo de salda é grande e a pega muito flexi. Ponto. de nix ina pressio’ prey me Ponto,de,mixina tad / SS iF Sep FigH.10 - Influéncia do angulo de saida y sobre a ditegio da pressio. FigIL.11 - Influéncia da distri- buigdo da pressio do cavaco sobre a superficie de saida ( ferro fundido é menos resistente do que 0 ago, contudo, exige para scr usinado, que a ferramenta tenha menor Gngulo de safda, Isto se deve ao fato de que a pressao do cavaco sobre a ferramenta se dé mais proxima so gume na usinagem do ferro fundido, do que na usinagem do aco. Por isso a cunha de corte deve ser menos aguda, A distincia entre o gume e 0 ponto de maior pressfo do cavaco influencia 0 58 Ferramentas de Corte valor de zn mesmo que os materias usinados (enham aproximedamente a mesma resisténcia. E 0 que ilustra a Fig 11.11, onde a mesma ferramenta usina dois materiais com aproximadamente a mesma resisténeia mecnica, mas em quc a zona de maior pressio do cavaco se acha diferentemente situada, devido a diferente resistEncia que opée @ usinagem. Os materials que s6 se deixam isinar com dificuldade deslocam a zona de maior pressio para présimo do gume, exigindo menor fngulo de saida. Tais so: 0 ferro fundid, ligas de ferro fundido, ago inoxiddvel, aos répidos reeaidos, ago ferramenta recozido, monel ¢ agos ligados duros (acima de 300 Brinel), Os materias que tem um limite elistico mais clevado so mais faceis de usinar (apresentam boas caracteristicas de usinabilidade). Permitemmaior angulo de saida, pois a zona de maior pressio sobre a ferramenta fica afastada do gums. Sio desse tipo: agos ligados de dureza média, agos ligados tratados termicamente, agos 40 carbono tratados termicamente e agos de baixo carbono. Finalmeate, cabe reeordar que o angulo de saida altera a diregio da pressio do corte, pois a mesma é perpendicular &face (superficie de saida), E possivel, essim, controlar otamanho da ira resistente A pressio de corte pela alteracio de ya, como ilustra a Fig H.10, Se o Angulo de saida € reduaido de 7 para'y2.a diregdo da pressio de corte ¢ alterada, como jé foi dito. Eta variacio do Angulo aumenta a area resistente & pressio de cortc, que cra ABCD e passa a ser ‘ABC'D. Concluimos que, se @ pressio de corte ¢ clevada, devemos usar mencres valores dey. aera fi ie i ae 4 4 row TR cout Fata osemcio oe cause Sacmake De cuOR Og SGT Sa * . Ta ox s4o8 bocenmco ‘Fig.IL.13 - O dngulo de safda afeta a firea dc dissipacao de calor. Fig.IL12 - Correlagao entre Jingulo desaida temperatura na ‘quina da ferramenta, Relagio entre o Angulo de sa(da do cavaco e temperatura da ferramenta Umm fator importante na vida da ferramenta 6 que a temperatura de nenhuma parte da mesma, especialmente do gume, ultrapasse um valor critico, além do qual se — Fungio 59 verifica um forte redugioda durcza. Uma das grandes vantagens do metal duro sobre 0ag0 rapido é sua maior durezaaquente. A tabela abaixo da valores datemperatura critica para os materiais de ferramenta mais comans, Material ‘Temperatura critica Carbonctos sinterizados (Metal Duro) - 1000C Ligas fundidas bess 700°C AGO répid0 COM 12% CO evmrnsrsenmsennmimaineninimnne — 6O0PC dec 520°C 200 = 2508C Deve-se considerar, portanto, osseguintes fatores no projeto da ferramen- 1a quantidade de calor gerado pelo processo de corte; b= ponto da ferramenta em que este calor ¢ gerado mormente; c-condigies de dissipagdo de calor pela propria ferramenta e pelo flusdo de refrigeracdo; temperatura erttica do material da ferramenta, 4) Como o trabalho de dobramento do cavaco diminui com o aumento do Angulo de saida, também diminui a temperatura gerada. A Fig IL.12 resume os dados colhidos por C-Salomon, correlacionando a temperaturada quina da ferramentacom ‘ dingulo de safda do cavaco, b) Materiais de dificil usinagen’, apresentam a zona de maior pressio ‘préxima ao gume da ferramenta. Ora, azona de tasior pressio sobre a ferramenta €, ‘também, a de maior aquecimento, Nestas condigfes, estes materiais provocam maior aquecimento mais proximo 8 quina da ferramenta, zona em que a area de dis do calor é minima, ©) Se 0 aquecimento for demasiado, provocando o amolecimento do ‘material, ¢ preciso reduzir o angulo yx, para aumentar a sea de dissipagio do calor ‘como mostra a Fig.1.13B. No caso de materiais de boa usinabilidade, caso A da FigIL13, 0 calor maximo gera-se longe do gume e a area de dissipagio do calor € ‘grande. Pode-se aumentarya, aumentando a facilidade de saidado cavacoe diminuin- do 0 calor gerado. d) Todas as consideragSes acima so muito mais importantes para 0 a¢0 répido do que para metais duros, em virtude da clevadissima temperatura critica estes tiltimos, 60 Ferramentas de Corte ‘Relagdoentre avangoe Angulo de safda de cavaco - E cvidente que maiores avangos, provocando cortes mais pesados, exigem menores angulos de safda, Quanto ‘menor 0 avanco, tanto maior pode ser 0 ingulo de sada. Para avangos muito pequencs faze, entretanto, normalmente ocontrério, pelas seguintes razies: 1. Com pequenos avangos a zona de press se situa muito proxima do gue, pelo ue este sofre maior aquecimento c desgaste. 2.0 acabamento resulta melhor com dagulos de sada pequemos. Angulos de safda de cavaco megativos - A utiizagdo eficiente do metal duro no corte de tateriais de dificil usinabilidade ¢ era cortes interrompicos, como nas fresas, $6 se tornou possive! com o emprego de Angulos de salda negativos. O feito principal do angulo de sada negativo ¢ o de fazer com que a solicitagéo do material da ferramenta, perto dogume, seja quase que exchusivamente de compressio (FigI114). COMPRESSAO NORVAL ‘A FACE (SUR OE BAiDA? FigIL.14 - © angulo de saida negativo faz com que 2 solicitagio do gume da ferramenta seja mais de compressio do que de cisalhamento, (Ors, a resistncia dos metais duros & compresso ¢ a mais clevada de todos ‘0s materiais conhecidos. A redugéo da solictagio de cisalhamento e a aplicagio de uma solicitagio bisica de eompressio, colocam, pois, os metais duros em condigdes ‘desis de trabalho. Os inconvenientes do angulo de salda negativo sio: menor qualidade do acabamento da supcrlicc usinada, necessidade de maior forca € potGncia de usinagem, maior calor gerado na ferramenta. Este cltimo inconveniente tem, entretanto pouca signifieagao, pois, a) o dngulo negativo far com que @ comtato entre 0 cavaco c aferramenta sc dé mais afastado do gume; b) o metal duro tem uma temperatura critica muito elevada, 0 primeiro inconveniente dimimui muite com 0 aumento da velocidade de corte. Com velocidade suficientemente alta, o acabamento obtido com o metal duro Gexceleate c 0 cavaco é qucbrado em pedagos pequenos, dispensando o emprego de quebra-cavacos. Verifica-se, também, que 0 avanzo ndo deve ser escolhido muito pequeno, pois, uantomenor oxvanco, mais réxiro do gume seestabelece 0 contato do eavaco com a face (superticie de safda). (© dingulo negative de saida € recomendado que seja igual a0 fngulo de incidéncia, fieando neste caso 0 angulo de cunha exatamente igual a 90". ‘Os 4ngulos de saida recomendados sd0:indicados na Tabela 12. 2. Angulo medido no plano do gume da ferraments Ps (0 fingulo de inclinagao As tem as seguirtes fumgSes: 1, Controlar a diregao de safta do cavaco; 2’ Proteger a quina da ferramenta contra impact 3. Atenuar vibragbes. : [No caso de um Angulo de inclinacio pesitivo com ferramenta com angulo de diteggo do gume de 90°, verifica-se que 0 cavaco flui no sentido de se afastar da ‘superficie usinada, enquanto que com &ngulo de inclinacao negative o eavaco fui ma dirogdo da superficie usinada. Com Angulo de inclinagéo nulo, o cavaco flui em sentido aproximadamente paralclo a superficie usimada, Esta possibilidade de orien- tar adiregdo do cavaco especialmente importante no caso de emprego de miltiplas ferramentas muito proximas umas das outras (FigII.15). Fig IL15 - 0 ngulo de inclinagio determina a direcdo de safda do cacavo. 62 Ferramentas de Corte Fungio 63 TABELA IL2- Valores recomendados de angulo de saida ye, para virios materiais a usinar e para varios tipos de ferramenta de corte, Ferramenta de Agorépido —Ligasfundidas. Metal duro ‘Graus Graus Material a ser cortado Lilia Aluminio Fundido Bronze de Aluminio Bronze de Manganés Bronze Fundido Ferro fundido Macio (170 Brinell) Médio (250 Brine!) Duro (400 Brinell) FigL.16 - Angulo de inclinagao, _FigIL17 -O Angulo de inclinagéo protege a medido no plano do gume da fer- _quina da ferramenta, em cortes interrom- ramenta pidos. No caso de cortes interrompidos, © uso de um angulo de inctn egativo de grandeza apropriada faz com que 0 impacto da ferramentase dé afastado da quina, evitando a qucbra da ferramenta (FigIL17). Um ingulo negativo de inclinagao reforga o gume secundBrio, tendo um efeito idéntico, sobre este, a0 angulo de saida de cavaco sobre o gume principal. Em fsrramentas de desbaste recomenda- se usualmente 0 emprego de um Angulo de inclinagao de -3 a 5°, ABNT 1095 ou 52100 ABNT 2340 ABNT 6150 350 Brinell ou mais Inoxidével De corte livre Encrudveis p/usinagems Ang.ive}snagao! Maositie a Nota 1 - Usar o limite superior para avangos de 0,2 mmirot ow menos. Usar o limite inferior para avangos de 0,4 mm/rot, ou mais. Para espessura intermedirias,inter- polar. Nota 2 - Usar um dngulo de saida negativo, igual ao éngulo de incidéncia, 20 usar ferramentas de metal duro na usinagem de ferro fundidos ou ago, quando @ usiagem com ngulo positivo ou neutro nio for bem sucedids. FigJIL18 - Componente’ passiva da FigIIL19-O fngulo de inclinagao vai puxar forgade corte empurraaferramenta @ pega para a ferramenta ou emputré-la para trés. para fora 64 Ferramentas de Corte ‘Um fingulo de inelinagio negative produz. uma forga no sentido lon- situdinal na ferramenta (Fig 18), tendendo a afasté-la da pega. Esta forga tende a reduzir os inconvenicates de folaas ¢ apertos deficientes da ferrementa, foreando © carro porta-ferramenta contra seu fuso de acionamento. Folgas, especialmente como ‘ocorrem em méquinas velhas, levam a vibragécs, que causam um mau acabemento nna superficie usinada, desgaste répido ou mesmo quebra-ferramenta,se ela for de ‘material frégil, como metal duro ou cerdimica. © Angulo de inclinagéo recomendado para climinar este inconveniente em mAquinas velhas ¢ de -5 a-8*. No caso de pegas muito esbeltas, deve-se usar um Angulo de inclinago nulo ou muito pequeno para cevitar que surjam componentes normais 20 eixo da pega. deformando-a & alterando as dimensbes de usinagem (Fig 1.19). 2 Amgulos medidos no plano de referéncia da ferramenta P Angulo de diresio do gume da ferramenta x;, (também chamado de fingulo de posigio ou de rendimento) - este Angulo tem as seguintes fungies © vvantagens: 1.0 dingulo de diregao do gume distribui as tensdes de corte favoravelmente no inicio eno fim do corte; 2. Diminui a espessura do cavaco e aumenta o comprimento atuante do gume; 3, Aumentao angulo de quina ;, aumentando sua resisténcia mecinicae a dissipacéo do.calor; 4, Produzuma forga passiva na ferramenta, 0 que ajudaa eliminar eventuais vibragées; 5 Influi na dirego de saida do cavaco. Fig.11.20-Ferramenta dedesbaste. Angulos ‘medidos no plano de referencia. Como mostra a Fig 11.21, o emprego de um angulo de diregéo menor do que 90°, faz com que o corte se inicie afastado da quina da ferramenca, mum lugar em ue 0 gume & mais resistente ¢ mais apto a aparar o impacto inicial, Além disto, 0 Fungao 65 ‘gumeinicia o trabalho de modo gradual e uniforme. Nocaso de um Angulo de diregio de 90° o corte se inicia subitamente em todo © gume. Igualmenic, na safda da ferramenta, a sibita reducéo da forga de avango produz um retorno eléstico da {erramenta eda peg, aumentado instantaneamente 0 avangoe acspessura do cavaco, Isto aumenta a pressdo especifica no gume da ferramenta, o que pode provocar a quebra ou lascamento do mesmo. No caso do emprego de um angulo de diregéo menor, a sa(da da ferramenta bem gradual fq cow te ¢irecdo tune prinespal Angulo de diregeo v=60 Sune Poene tre ebrustenente Halinwe® Fig I.22- Relagdo entre o avango, espessura do cavaco Angulo de diregio do gume. 66 Ferramentas de Corte Fungio 67 Como mostra a Fig II22, a espessura do cavaco para um avango f em ‘m/rot ¢ um Angulo « de direeao ¢ dado pela relacio: b= fsenar onde: = espessura do cavaco ap = profundidade de corte f = avango Kr = Angulo de diregéo do gure A espessura do cavaco, para um mesmo avango f diminui, pois, com a diminuigéo do angulo de diregao do gume. © emprego de uma pequeno angulo de diregio provace: um cavaco mais fino ¢ mais largo. A forga de corte se distribui sobre uum comprimento maior do gume, diminuindo a pressio especifica sobre ferramenta. Isto diminui, usualmente, 0 desgaste c aumcata, portanio, a vida da ferramenia, Constitue excegio, comoja foi visto, o caso de certos materiais de dificil usinabilidads, fem que um cavaco mais grosso & vantajoso pelo fato de farer contato na face, mum ponto mais afastado do gume. b - um pequeno angulo de dire¢ao permite, usualments, aumcntar o avango, de modo que a pressio espeeifica na ferramenta seja mani que © gume pode resistic. Isto permite uma substancial redugio n0 tempo de usinagem. Tem-se: = avango; be eae = largura de usinagem sen: ‘Um pequeno angulo de diregéo xe determina um grande Angulo de quina 4, reforgando esta parte da ferramenta e ajudando a dissipar melhor o calor, ‘Como mostra a Fig.11-23, no caso de xr = 90°, a forga de avango é paralela ao cixo longitudinal da pega, enquanto que para xr TaAPUEA 1 ues “pela no seprpany Sal 9p sobyptader ean 9p sep ons amb see) LOD sad ‘nye 3p ojaBue = E-news apaptas = de-y = y ‘veo ap apepeorae = 28 srcnepop s9ghpues oxmeg = Ya “sonpCINE aint 2WepoN wD 2H: 1309 9p so8e eau aisis wae 2p SY se soworssos sh 9 cWaZU6 etal ‘eoqwarswobe ‘opipur abe “oy PR To OHA eal AL ro cougars obs opIpun) ae SY OTaavWY sopgut = V-ppu = 2y-usieny pomouneatiey ——speppruay —— aius9s219 ay = 2w298929 -A— op papa oped at ©USIU ‘pp nonvanbod = y eye Pep = awa. rela UN Oop PLA) ey ‘ote ap sagen is upissat apsopypeny xSe BY | r | eEpon = opepiseua], ———» aus9sai9 oSuEAY p> buansan9 apeppojmn, ovsnbad = ‘oo}ypnoo wo waeutsa a a1seqsop apseabiiedc) apes ipgun = rowed qazv “SER OTR Sp APTN at so ounetou — cep seubpus urs sosanbad soSueNe 09 9 sean "1 ‘soarpmow sabe 35 ome 9p SOY gs ap eager an 218eqIIP 2 APN Bp OWAWEEWOL a 2isvfisop ov eppugsisey —— | «aisedsep oF 18189 ~ — owe = 24 soot ap smpaldsogeusup “ovate aE SAT = Vv opSerado owouregne ov 2 sm wos Soprpimy 0997 mh simavenrt © ops 2905 sp oC ‘ou 2p oodpuoo 2 orbeaiy ~GLSresT OST wD is baixas ou (vibragées, cortes interrompidos, maquinas spoem quase que itadas as vezes, para melhorar certas caracteristicas. ‘do acrescen Em cada grupo, 05 metais duras séo fabricados em diversos graus, cor- respondendo a uma dureza decrescente e uma tenacidade crescente e vieeersa. Os ‘pos mais duros so usados em usinagens de acabamento (altas velocidades ¢ corte leves), enquanto que os tipos tenazes € menos duos, em virtude de teores mais altos vusinagem tdlicos e madeira. Os metais duros deste grupo se com cexclusivamente de WC ¢ de Co, como elemento ligante. Pequemas percentagens de VG,TIC, Simbolizado pela cor vermetha, para usinagem de ferro fundido comam e coguilhado, ferros fundidos maledveis de eavaco curto, agos temperados,ndo fer- Grupo Prinelpal de Aplicagio K nodular © agos de corte livre, ou seja, para uso universal em condigdes satisfat6rias. TaCe NDC. Constituem tipos intermedisiris entre o grupo P e K. de cobalto, sao usados em cortes pesados de desbaste, em velocidades: velhas, etc), Os tipos mais duros em geral exigem angulos de safda negativos. em condighes desfavordveis de rosos, ndo met may oe T WV TAA. Tir 30g WOO] FON TUDUI op OBEHTTE OPH a ahamil dd pastilha de metal duo, fxagio mecinica to grau de pureza e com um controle mais rigoroso do processo foi possfvel ebter pastilhas de metal duro de clevada resistéacia 2 titha de © metal dure © metal duro € produzido no pats pela Brassinter S/A, Seco Tools do Brasil, Sandvik do Brasil e Valenite Modco. A Tabela TIL2, « seguir, dd as reeomendagoes de aplicagio dos metais yE— —— awnsen dueay —e a uunos0:9 apePIO|AA — prevato eacabamenta, do, resem rasqueteado, Apenascortes to vsinagem a ide de uso Se ais so lenares. ‘condiics dgsiavordveis com possibi linpios de cone grandes. mandi “Tomear rear, plainarfesarranhwras wsinagem om “Torwea.fesr, pla ‘Como acina,cm trabalho scion aoligingSce dindmies

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