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A Midia e as Comunicagées de Massa 0s jornais Os jamais ‘transis de programas Ge oievisio televiséo ipacto da tolovissio TVeviewincia Os socisiogosanatsam fs notices da TY [Ataleeao 0.0 género Teorias da midia As pnmenas toons Jrgen Habermas: a esta pubiea Buea o mundo a hiper teaidads Joh Thompson mia ea sociedad madona A nova tecnologia das ‘comunicagées “olofones course: ana 987 am art are 37a a7 74 a a8 os a7 Ainternet As organs dairtemat ‘© impacto da internat A globalizagéo © a midia Musica irae As “superomprosas’ de mid © impertaismo aa midia ‘Amida alobalea democraca. Rosistenss @ aterativs 2 mila ‘pobal [A questi da regulamontagio ‘da ri Conelusie Pontos principals (Questdes para roxio Letura complomentar Endorogos na etomnet a0 391 02 392 399 23 415: A Midi Seeteoms: ee oe mameietecmpmino rnin ee eee me om eo Cn 0 ca ire pores teen Co coe eee wa acai mater coerce ee eee ee oe Sree sae cae in eee “poste ett ann ee ee Sees ee cmeanne ae Se Soe Se ee a Se fear nee oe oes leans cers eee aes ee ee ee ee eee ee ee eee e as Comunicagoes de Massa ‘ia: comunicagies de mason ambi cstio cavolvidas ex muitos outros aspectos de nossas atividades sociais. Tipos de rida come os jornais ow a televiso tém wma amplainueéncia sobre nossa expeiénciae sobre opinii publica, io apenas por afetarem nossas atinides em mods expecificos, ras por Sefem 0 melo de acesso 20 conhecimento do qual dependera ‘mts atividades soiais. Inieiaremos este estudo da midis de masca considerando {ois de seus formatos mais anigos ~ 0s jomas e a tlevisio, Abordaremios auestées como v impacto da televiso eo panel ‘a radiodifusdo pibica, para entio fazermos uma anise de algunas das principals teoras do campo e do papel da iia na protesto da espago pblica. No encerramenta do capitulo, ex- ploraremos osurgimento da midis elewOnica e da ielecomuni- ‘air, incline interno, 9 disewiromoe a lbaliangto da reidia nas altimas dccadas, Os jornais ea televisio Os jornais (Os jomais, em seu formato modemo, iveram origem nos pan- fletos¢ nos fulhets informativos impressos que cirealavam no século XVI, gunfiando uma tragem “didia” ida por milha- res ou niles de litres, 3 partir do final do séeulo XIX, O Jornal representow um avango de importincia fundamental na histéria da midia modema, pois reunia vrios tips diferentes de informagdes em um formato limitado ¢ de fil eeprodugio. Em um nico pacote, os jorais concentravam informagies s0- bre assuntos da atulidade, eutrctenimento ¢ bens de consumo. ‘05 Estados Unidos foram os pioneiros da mprensa agri e baixo custo. 0 difio de um centavoestabelecen-seoxiginal- ‘mente em Nova York, sendo ent30 eopinde em outras grandes dades do lest. Até inicio do séeulo XX, os jomaiscitainos ‘on regionais cobrian a maioria dos estados norte-americanos (difereotemente do gue ocorren com os pequends paises euro- us, 08 oma de circulagio nacional nfo progrediram). A in- ‘ens de uu papel bale part inpressio de jonuis foi chave da difusto de massa deste vefculo de comunicagio a arte ds inal a ot XIX. (Os dois primeiros exemplos de jornais de prestigio da vira- dado século foram o New York Times & 0 The Times, de Lon- dres. A maioria dos jomais influentes nos outros paises 05 to- ‘mou como modelos, Os jomais do segmenta mais iiportante do ueteado assuniran an destague de grande forge politica {que continuam a exeroer até hoje. ‘Durante meio sdeulo, ou mais, os jornas reprasentaran 2 principal maneira de transmit informagbes com rapidez «| Abrangéacia um piblico de massa, Com 0 avanco do ridio, 960 _samow Groowe «lo cinema © ~ muito mais importante — da televisio, sua in- ‘Aluencia diminuiv. Seu admero de litres, na Gra Beetanha, sugere que, desde o inicio da década de 1980, houve uma que, 1d na proporgdo de pessoas quc em um jomal dito de cir- suleso nacioua. Enice 0§ Nomens, essa proporgio caiu de ‘76%, cm 1981, para 60%, cma 1998-1999. Os ives de litores So, de certa forma, mais baixos entre as mulheres, mas aque. «da nesse grupo também foi semethante ~ de 68% paca 31% ‘MSO, 2000), E hem prosivel que a comunicagio eletiinice veoha a sbocanhar uma parcela aia maior da citeulacso dos jornas ‘ssnoticias agoia est quae que intantaneamente dispontveis| ‘oneline, sendo constantemente atualizalas 20 longo do dia, ‘amb ¢ possivel acs ler online vicis jomais sem pa ar mada Altransmissao de programas de televisio ‘Ao lao do progresso da internet, a influéncia erescente da televisio ¢. provavelmente, o maior avanco da midia nos tunos 40 anos. A julgar pelas tendéncias atvais de perma. néneie diante da TY, uma criangs que nasga hoje tex’ ded ‘do, até os 18 anos, mais tempo a ver TV do que a qualquer ‘outra atividede, exceto dormir, Hoje em dia, praticamente fodos 0s ares posssiem wm sparetho de"TV. No RU, 2 mia de rempo em que os aparelhos de TV fica ligados € de cin- ‘co seis horas por dia; um period semelhante ao verficado ‘nos demais paises europeus ocidentais ¢ nos Estados Uni- fos. No Reino Unido, a partir dos 4 anos de idade, os indivi duos possum uma area de 28 horas por semana vendo icles Visio! Os mais velhos dedicam a essa atividade o dobro do fempo dispendido pelas eriangas que thm entre 4.¢ 15 anos de idade, ¢ as mulheres, um pouco mais do que os homens (eja a Figura 15.1) © nuimero de canais de televisdo disponiveis aos teles- pectadores briténicos vem crescendo em fungi dos avangos| a toonologia dc satsites ede cubos. Em 19%, cerca de 13 ‘4s lares bvtanicos tinham una assinatura de TY por satelic te, enquanto 9% assinavamn a TV a cabo (HMSO, 2000). Ean 1998, a televisdo digital cornou-se disponivel comercialmen- tenoRU. Radioditusio publica [Na maioria dos pases, o Estado cavolve-se ditetamente na ad- ‘ministaco da tansmissto de programas de TV. Na Gri Bes taaha,a British Broadcasting Corporation, primeira a peed 2ir programas de televiséo, & uma organizagdo piblia, fina ‘ada pela txas de licenga pagas por cada familia que possui ‘un parelho em casa. Por alguns anos, BBC fo atnica orga nizopto na Gri-Bretanha com permisti pura transmit tanto ‘08 programas de rio quaato 0s detelevisto, mas, hoje em dia, além dos dois canais de TV da BBC. 9 RRO Leo? existem ‘és canals ce TV comerciais terrestes (0 ITV, 0 Channel 400 Channel 5). A freqiéncia © a duracto das propsandas € con- ‘tolada por leo tmapo méximo é de 6 minutos por hor, Es. se regulameatos ras se aplicam aus canais por sali ‘mplamente disponibilizados aos assinantes na déeada dy 1980, 'Nos Estados Unidos, as ts prineipais orgunizagées de Ty so redescomerciis de comunicagies ~a Americar: Brodcon #ing Company (ABC), 2 Columbia Broadcasting System (CDS) © aNational Broadcasting Company (NEC), Por le, as rede, se comunicasses ua prune mais do que cinco estagces cenciadas, que, no caso dessas tr orpanizagtes, localizany-se nas maiores cidades novte-americanas. Junta, a "res gion des” chegaim a mais de um quarto dos lars através de sas ps ris stages. cada ede de comusicagbes esto lsadas tm. ‘bém umas 200 estagdes fiadas, compreendendo 90% das cer «ade 700 estages de TV do pais. A renda dessasredes depen. ‘da ven Ue espago pulictano. A National Associaton of Broadcasters (Associacio Nacional dos Radiodifusotes), um _srupo privat, formula dietizes para a definigto da propre {do tempo de exibigao por hora a ser dedicado & propaganda: 9.5 minatos por hora durante 0 “hori nobre™. © 16 minor Por hora nos demas perfodos. As empresas de televisao wt “arm estatisticas colhidasrepularmente (indies de sudiéncie) «que fndicam quantas pessoas assstem a programas espeeificas ara determinaro valor das tas publics. Esses indices, € flare, fens exeroom uma forts iafluéagia nas doxisbes ue ‘envolvem a escotha dos programas que devem contiauat a ser exibidos. © poder das grandes redes de comunicagdes sofeew une redugio com o dvento da TV a cabo e via satlite. Em mutes balses europeus entre eles © RUD e nas principais cides nar le-americanas, payando uma taxa de assnatara, 0 tlespectadee tem dreito aescolher enue uma maitiplicidade de caus ym aramas, Nessas circunstincias, ainda mais com a infloéncia tds videos, eresce © nimero de pessoas que fazem a pia “programas”, montando hordrios pestonis de exibicao ao it ‘Es de dependerem daquees preestabelcidos pela rede (08 sistemas por satlite e cabo est alterando a naturezt 4a televisiio em praticamente todos os lugares. Uma vez que cles comegaran a invadir os dominios dos exnats ortodoxes terrestres de televise, ficaré sinda mais dffell para os gover nos contolarem o contede da TV. como cextma teeer mo pssado. Como vimos, o aleance da mia vcidental parece ter influenciado as circunstincias que produziram as revolugdes ‘be 1989 no Leste Europeu (veja 0 Capitulo [4 “Govern e Po- tea”, p. 342), O futuro da BBC A situago da BBC — assim como a dos radiodifusonespiblicos «da maioria dos paises ~ esti tensa e tem sido o tema de nite controvérsia,O futuro da BBC totnou-se problematice devido proliferagao das novas formas de tecnologia da mia. Novos coaaia esto sempre apareecudy. Com o desenvolvimento da ‘tecnologia digital, hd Iiteraimente centenas de cansis a cabo e lesen disponibilizadoe, © aistome pup perviem, & 4 a? Se aSEroRE FERGTSROES GPE | sat cei “ada com ade! iat BE Ey io Horas brani por paso Figura 15.1 ‘nevi por assinatura ea “TV intoratva” ameagam enfraque- cero contingents de telespectadores da BBC. Ein 1995, 0 per ‘ental de audiéaca da BBC esteve um pouco acima dos 40%, sealp acompanada par apenas 33% das pessoas que possuern tclevisio a cabo ou por state —e muitos passarain 2 questio- sor porque eiam de pagar a taxa de Heng HG quem sugira que a BBC devesse ser prvatizada, Em ‘outras paluvras, deveriaextrair sua receita da publicidade, as- sim como os outos canais 0 fazem, e acabar com a taxa de cenga, Atéo momento, existem resist2nciag contra a idsia de ‘uma pivatizagdo total, sits pessoas acreditun que & imper- lante que a BBC permaneca no dominio paiblico. No entanto, rmodidas tm sido tomatas no sentido de comersializar pate ‘is atvidades intemacionais da BBC, a fim de ampli os fun- ‘os destinados aos seus servigo piblicos domésticas. A BBC uma das "marcas" mais conhecidase respeitalas no mando, [Nos tlkiios as, ela ver tentande trar partido dessa vanta- ‘bem, ngiessandy eu euypreeuulanemios junio para aera <0 de novos canas de telovisto voltadas aos metcadas plobais (erman e MeChesney. 1997). Como observam alguns comen- ‘adores, os efeitos da desregulamentacao em seu ambiente de psrasio das presses Fnanceiraswransformaram a BIC em ‘uu sstema comercial que preserva parte daquele teu elemen ‘0 original de servig poblica O futuro da BEC € incert, Por um lado, o sistema de taxas 4 licenga nfo conseguira suportar uma queda sida maior da ‘udéncia da emissra. pois havent we rvimont de sia popular ein relagdo a aumentos de valor. Nos proximos ‘00s, a renda proveniente das taxas de fcenga sed insufciente sta atender as despesas cada vez maiores de producao e de ‘uisigdo dos direitos de uma programasao de alta qualidade. 2 renda publicitiria ganharé cada vez mais importincia no 1ancizmento de programas (Curie e Siner, 1999), Por outro la to, 0 valor do servigo piblicn prestado pela RRC nao deveria Ser subestimado, Com a desregulamentacio do setor de clei ‘to, o papel da BC assume una itaportineia nunca vista, 280 aside nevis, nor ano dade, AU. 1998 horas semana fo? bess Ft ARO; AOD MB a De Secon 9 00 3 Crown eri 10 ors omar or pessoa pecialmeate na hora de manter um alto aro de qualidade na [rogramagio e ~ agora que as pessoas com mais de 75 unos ‘tm diteto&isengdo da taxa de licenca para a TV — ating as Parcels socialmente excluidas da populagto. Como comentou ‘© Diretor de Politica ¢ Planejamento da BBC: ‘Exist foes mores de que o aumento quantide signi- ear ua ita de qualidade de que conconnea remove uma frogmentago das auciaeias © dos investi > ‘de miilos pontos-de-venda, qe evo a valores det Diside e 2 uma naga que Hears divi entre agucles que ‘dora os novos wervigos © aqueles que, 00 ni podem, ou relerem ao arcar com seus custs.O desao da pola p= bic éesgwaro quc houver de melhor nests dee nit, impulsiona cescimeatoe mantra qualidade (Currie w Si- er, 190) A toloviedo om nivel global Nos ditimos 20 anos, snidancas importantes vem ecortendo ten to nateenologi quanto na politica, fazendo com que a progra- tmagdo de TV abranja um nivel mais global. Muitas reps do ‘mondo nd on sina de aloo Se poate ler 20 € 0 akimero de aprethos de TV sempee foram limitados — como no Taste Fiopen, na tiga Unio Sovietcae em partes da Asia cde Attica —sofrram uma enonne expansio em suas _apacidades de transmisso. 0 volume crescente de canis de te- Jevisfoe © aumento da populardade desseaparctho incentiva- ram a demanda de wma programasio mais extensa ~ uma de- ‘mana que geralmente nao consegue set suprida pelos recursos doméstins de produg,exigindo a importa de programas de televisio, A medida que os governs liberalizaram as regula- -eotapiesrelaivas transssso de programas de tlevsio, ss empress de iia etrangcira param a x ingrirem mena dos antes fechados (ve 0 quacko p. 370) Ese fato,aliado 0s svangos na ecnologa de sts e de cabo, fcilitou em muito 370 _ Aeron Gocens Televisdo e globalizagao: o caso da india (0s efeitos da globalizagto da midia podem ser petcebidos laramente no caso da India, onde, na dltima década, how ve um ctescimento exponencial a transinissio de progra: sas de TV. Em 1991, india possufa um cenal de TV con- wolado pelo Rstado, mas, aé 1998, j6 contava com quese 70 canais ~ incluindo a maior rede de televisio asitiea do saundo, a Zee TV. Nos tims anos, o panorama da muda tem apresenta- «do mudangas profundas na india, pais cuja enorme classe stédia (composta por 250 milhdes de pessous) de falantes de inglés o transforma em um dos mercadas mundiais da (Thussu, 1999), Atualment, a India vista po auitas em, presasintermacionas do setor como um mereado vibrant, ‘que o volume imenso da populagae a dversdade de calturas ede linguss raduzem-se em una ampla demand <4 mates igus de programe eal Enquano era um Estado pos-colonial com altos fl es de anafahetsmo « um fyi senso de Wentiade, {asa toi domiada pela adidifusora nacional Doordars- fan, Para o govern indiano, a Doordarshan rpresentava um meio de construc a unidade nacional, promover certo objetivos de “desenvolvimento” entre a populagaoeeucar ‘om eidados coletvaueate. Apessr da historia hbetdae ‘da midia impressa na India, a Doordarshan era submetida ‘2. uma censura ea um controle rigorasos, Um dos momen tos decisivos de radiodifusio indiana ocorreu durante sderanga de Indira Gandhi (1967-1978 e 1980-1984), que ‘onsiderava a televisio um instrumento ericial para pro- ‘mover as idéias de construgio da nagia entre 0 pove. Fla supervisionon a expanso no nimero de estaghes emisso~ ‘as do televisao,além de introuzir apavelhos de TV em co. es no pais Em 1991, 0 govemo indiano liberalizou 0 setor da mi 4is,abrindo a porta para que corporagSes estrangciras des. ‘sre iansmitisetn uma programagso dentro de win sis tema anteriormente fechado. A radiodifusio via satelite — ‘come a que & ralizada pela STAR TV de Hong Kong po J CNN dos Estados Unidos ~ gaahou bastante popularia- deentre a elite culta urbana, induzindo a um répido crs mento das conendes a cabo ¢ das antenas de satelite. Anda que no inicio da década de 1990 esses mods de exibigio estivessem restitos a unt pequen minora rea, os anun- ciantes interessaram-se por essa minora, enxergendo na rrancmiesia de pengramar de talovieko na lndia um san ho excelente para promover seus produto, At& 0 ano de 1998, todos os principais canais mundinis de TV a cabo ~ incluindo a BBC, a CNN, © Discovery, a Sono.enn 371 STAR, aMTV e8 CNBC estavam transmitindo seus pro- rama na Indie ao Indo de empresas indians. Embora s- ‘as empresas de dia transitissem um motel cujocon- {eo era praticamente todo estangeto clas mila Yezes ‘simovam” os programas acrescentando legendas er hin- 4,0 colocando no ar programas que taassem de pcos {&intreseespectico para o pas, ‘A Zee TV fio aio e mais bem-wucedido canal da TV Jnana supe wo lado da Doordarshan. Langa can 1992, © primeico canal de TV privado da fia em lingua hind consegui superar a Doordarshan, at 1996, com sous 37% eauignca, conra 28% da esata Herman ¢ MeChesney, 1997).A popularidade da Zee TV parce estar acon a sma combinagio de fatores, ente eles, waa programagao newer je nidade para ox wlepectaderesindianon, ‘6m do smplo uso do “ingles” (uma misma do hind com inglés qu can na preferéncia ds ovens urbanos) A pro- amacio da Zze TV demonstiou o sucesso de remodlar routs plobais com tema lois o tlespctadoresindio- oso savas Eaten co progrimas de entevi- tase game shows, mas a Zee TV consegna adapts com su- ces 0 formulas desis attagdes orients param publi co especfcanenteindiano (Thssu, 1999), medida que as forgas globus frmaram-se na ea de transmissfo de programas de TV na India, a Doordarshan sev obrigada a engi &coneoctaciaampliando a propria oferta, A exemplo da mudanca gue yout eat muitos pat- ses, amissto da Doordarshan, de comprometimento comm & preslacdo de um serviga piblin fi graduamente subst ‘twida por politica voltadas para Tucro eo mecicado. Além de oferecer um contetdo educacional, a Doordarshan co- ‘mecou a ineluir programas de entretenimento em sua pro- ‘gramagio para reforear seus indices de audiéncia, Essa rmusdanga em dlzegao 8 yuivatizagao da miaia na india ~ a ‘maior democracia do mundo - fi exiticada por muitos ob- servadores que afrmam qie 8 TV indiana est xe transfor mando ein uma corporagdo e seu controle est sendo asst- mid pelas gigantes da midis ocidental. Essa discussio chega a alegar que, quando o jomalismo, a produgio de no- ins c 0 contetdo da TV so impulsionados por intesesses de mercado, cata qualidade du waned e a programagto passaa ser dominada pelas necessidadese pela visbes dos Aanunciantes (Thussu, 1999). Onitos afinmam que a globalizagdo da midia aa india {importante para quebrar o controle do Estado na area da ‘ransimtssao de programas de TV e para expandir a esfera publica. A Zee TV, por exemplo, dedica uma atengo bem ‘maior as opinides des politicos da oporigéo do que a Daor- darshan, forgando esta dkima a liberalizar sua cobertora politica (Herman © McChesney, 1997), Nesse aspesto. | aparecimento de novos radiodifusores comercitis servi pra ampliar erevitalizar a esfera pablica indiana, 4 tsmsmissto dos programas de tslovisao, que asim puderam ulapossarasfronteiras dos extador nays. O impacto da televisio ‘Ut volume menso de pesquisa tem sido prodazido para tentar ‘salir os efeitos dos programas de televiso. A msioia deses "sos diz espeito ts erangas~o que € bastante compreens- ‘oh pela quaniidade de tempo que elas passim em feate a0 'sparetho e pelas possiveisimplicactes desse cemportamentn atta socilizaeio. Dois dos t6picos mais pesuisados so 0 ltmpacto da televisio no Ambit do crime e da violencia ea na- "areca das noticias exibidas na televisdo. Te violencia A iocidéacia da violencia nos programas de televisio est bemdocumentada. Os estudos mais abrangentes foram reali- ‘alos por Gerber e sous colaboradores,etrazem uma anai- Se de amostras da programagio exibida em horério nobre & 110s programas diurnos dos fins de cemana de todas as gra ‘ts redes de comunicagdes norte-americanas em todos 08 8005 & partir de 1967. O nmeso ea frequncia de atos vio~ oa lentos « epséios de violéneia foram demonstrados pratica ‘mente em uma via Ue ip de pgramas. Na pesquls, «violencia €definida como aameaga o0 080 efstive de for. sa fsca, quem intivituo dinige contrast mesmo, ou conea ‘utras pessoas, envolvendo um dan fisco ova mort. A dr ‘maiurga na TV despontou com um carter altameateviolen- to: em média, 80% desses programas continham violencia, com wi indie de ,$ epssios violent por bor. Os pro grumas infants mnsiaran niet anda males de vile embora geralmente retatassem menos eas de assassinate, De todos 0 tipos da programas detest sados foram os que contveram 0 maior mero de aos ¢ epis6dios vioentos (Gerbner et al. 1979, 1980, Gunter, 1985, Em que aspects, se howwer algum, a ropreseauagio da vivlenie inMaeyoia os elespecuaores? FS. ANdeE80N FG ada na TV sobre a tendéncia de agressividade entre 8. Cerea de ts quartos das estudos alegaram ter ‘encontrado alguma associagio. Em 20% dos eases, nfo how ve resultados clatos, ao passo que em 3% das pesguisas, 08 investigadares coucluitau que evetciar a violencia na tle- visio na verdade diminui o nivel de agressividade (ES, An- Arson, 1ST: Vieheet ot a1 1987) 872 _semevr Goose cstudos examinados por Anderton, entretanto, slo bas- ‘ante divergentes em relagdo sos meétedos empregados, bin. lensidade da associagio supostamente revelada, e& defnicao do “comportamento agressivo”, Nas histriascriminais que ‘etratam a viokfuia (een muitos desenhos snimnades infun. Ais) existem temas subjacentes de justiga e de retribuigde Nessas historias, a proporgio de canals yu #20 levados a06 tribunais bem maior do que acontece na vida real com as stigagdes poiciais;e, nos desemhos anianados, os persona {gens maus on ameagadores uormalmente tenden a ter “o gue ‘eerecem”, Logo, altos niveis de representacio da violencia ao necessariameute yeram padtoes dietumente imitativos {entre 0s individuos que assstem ela, que iave2 sejam mais influenciados pels temas moras subjacentes. De une yoral, 8 pesquisa referente aos efeitos da televisdo sobre as audin, catudssutologcos s00te a televisto dm dedicado uma {vonmeateneo 08 noticirios. Um fata conserve apo. Pulagio no I omic; assim, os noticirios da TV reynesen ‘om uma fonts exsencial de informagées sobre o que acomtece ‘no mundo, Algumas dos pesquisas mais conliecidas~e eo. troversas ~ relacionadas aos novicidio da elvis fort xecutadas pelo Glasgow Media Group (Grupo de Midia de Glasgow) da Universidale de Gasgow.O grupo publicoy uma ‘iti de obras eticas sobre a apresentag ds nota: Bad News. Mare Rod Nowe, Realy Da Nena © Mr tnd Pedee ‘News, Em cada um deses livros, os ators sepuram eat. sits de pesquisa semelhantes, apesar de altrarem o foro de suas mvestgnedes, © primeiro ¢ mais influent liveo do grupo, Bad News (Glaspow Media Gump, 1976), baseou se em uma anise das {ansmissbes de notcros de TV em todos os us eansis do RU (na paca 0 Channel 4 fo oni) cote os wats def tec ejunho de 1975, O objetivo era oferecer ama anilisesis- ‘eaiica eimparciat do conietido das noticias edo mode coma los eram apresentadas, Bau News concentrow-se em eta clsputas indutris. Os livros seguintes concentraram-se muss a coberura politica # na Gres ce Malvina, Bad News conclui que as noticias sobre as relagéey Astriais foram sempre apresentadas de maneira seletiva » ‘endenciosa, Termos como “desordem", “radical” “greve nit” sugeriram visoesant-sndicaistas. Os efeitos das pre ves, provocande transtoros para 6 pablico, foram bem mney relatados do que suas causas. As imagens wilizadas facia, muitas Yezes com que as aividades dos manifectantes pare, cessem inractonais e agressivas, Por exemplo, um filme ens bindo grevstas que detnham a entrada de pessoas na fabrics focava qualquer confronto que ocorresse, mesmo que casas situagdes fossem raras, © livro tamvin dhasnyu aero paFa 0 ato de que aque Jes que constroem as noicss gem como “porteizes” do que ‘entra a agenda ~ em outraspalauras,detde que opblice se ve. Groves em que tenham ocorrido situagdes de contronto at {0 entre os empregados ea geréncia, por exemplo, acabwtn sen. go amplamente divulgadas: jd as disputas industria de aie: ‘es conseatigncias ede longa duracdo podem ser praticamente ignoradas.As opinides dos jomalistas dos wutcitiog, suger 9 Glasgow Media Group, reftctem a visio dos grupos dominan. tes da sociedade, que inevtavelmente vom av grvista coms individuos perigosos e inesponséveis, Heacées criticas AS obras do Glasgow Meds Group fram mui discus 108 ctelos da mia, assim como oa comune academ 62. Alguns proditores denotes acusram os pens "23d snplesmente estrem send pacii, colorants a0 lado dos gross, Bes ressltaram que emiborao Ba Newt contvese uu eapftlo sobre “Os snd aust ‘nia, no hav mentum capitulo sobre “A gerécia oa Gia" ~ im fata dovr rsdn dco egeatees riios da mi, j& gue muias vezes os joralsan de not elses so acnsaos pelos components da eeencin de sere ‘eadenciosos em relagio a ete, io aos grevinan, Os caticos aaemices abordam ponies semethanes actin Harspom 1903) ve ees tt Wanscgoes dee nl cicos do Independent Television News durante o pore de abraugénia do estado orginal, Com base nese matral ce alemou que os cinco meses aalisados no estado no fora representativos, Durante esse petiodo,howve nm minero anormal de as peridos em fungi da ago ind Seia inppossve para os notcirios fazer um eis completo, 839, afendécia de enfovar os pstios mais interests era omprecsivel, Na opindo de Harn, foi um exo do Glasgow Media Grow air gue 0 notes estveam mut coneatedos nos efeitos ds greves. final, normalmente hi em nas be Soasaetadas plas reves do que partipand dls As vez, 18 age de um peqneno nero de pessoas casam un tan r tpn vida de miles de pessoas, Por fim, segundo a anise te Hlaion, algunas das declaragées do Media Group era Soplesmenfalsss.Porexemplo, contarandoo gue fi fir ‘oad elo srovo. as notiiasnormalmentectavam os sine {os eaolvidos nas disputas einformavam seas reves eam afi 1 o-ofcias Ea respost esse critica, os memos do grup obser ranqe parte da pesquisa de Harison Rava si ptrocinada PelO TIN, o que possivelmentecomprenmetis sa imparcalig- Ae scadomicaOs wanseris esrutados por Harrison nl ete vam completes, € alguns tects inluides, ma verdade, nem fava sdo ansmitidos peo FTN, Desteentio, os membros do Glasgow Media Group va reazando uma serie de pesquiss adcinas. Ein um artigo tila “Seeing is believing” (Ver & acreditr), um de seus rnembroo, Grog Pilo (1991) registro wma pena sobre © {que as pessoas guerdam na meméria em relago 308 eventos passaos, Em termos espcificos, ele perguntou qual lem: ‘yang qu ficou da grove dos minerares de 19841985, um conffono prolongudo, de larga escala, ete 0 sndicato dos Trerasores, dred por Arti Sear, eo govern Conse vador de Margaret Thatcher Tilo mosizou fotografia da grove para diferentes er de pessoas, pdindo qu eta eigisem nti sobre as fo- toxcomo se fossem jornalistas Ele também permuntow 0 ave elas embravam a espeito da greve ese, por exemplo ste ‘via sd essencialmente pacifica on ado. Ele constaton uma norm semellana entre as hist ees e a tens org ‘is exibidos na TV na oeasio da greve: muitas ds frases ec amas mesma. Mais da meade ds pessousareitava que opiguets cco vio drat a greve fora essencilmente valent (quando, ma verdad, as cenas de violénci foram raras). Philo (1991, p. '97) concn que “pode ser muito dif extcar wn relao da tndin dominate quando existe poco aesso a fonts alterna sivas de informagées. Nessas cicunstinia, 230 deveriamos ‘Subeiimaro pater da mis” Ex Getting the Message, 0 Glasgow Media Group reia Pesquisas recentes sobre noticiios. O editor do volume, Joh Flare, resslta que o debate provoeado pela obra ort sina do grapo ainda continua (1993). Defint © que seria ‘oakderado objetividade cui antalya ae que seri sempre diffi. Em contrapartida igueles que dizem que 4 n0580 de objetividade no faz sentido (veja “Baudrillard: 0 ‘undo da hiper-relidade”, nap. 375), Elie afrma que € Jmportante continua tendo um ola eitico para os produtos tama. precisfo nos ndcsios pode deve se extadad fia, quando euvimos os resultados ds pada de otebo, Esperamos que sejam precisos. Un exenplo sinples come ‘Se, defende Eldridge, serve para nos lmbar de que ques {Ses elaconadas &verdade esto Sempre presenes 2080 Porém, © ponto ¢ que as noticias nunce so apenas una “descrgio" do que “de fato ocomeu” em deverminad dia ov om determinada semana, As “noticias” sio uma construsio Socwoan 373 ccomplexa que exerce uma inluéncia regular sobre o sou con: (exo. Por exemplo, quando wun pofico aparece em ur noti- citirioe faz um comentério sobre uma questo controversa— di pam, nasil da economia & o qua pode a9 feito « o70eas ‘eito~o proprio comentiio passa a ser uma “uoteia” nos pro- ‘rams soguintes, A televisio © 0 género [A televisio de hoje funciona em um fluxo constante. A publi- cidade pode até fragmentar os programas, mas no existem Ia- ‘unas. Se, por um momento, a tela deixar de exbie imagens, a ‘ouypunbia de televisto sempre se sentird na obrigagao de pe- dir desculpas, Tanto 0s produtores quanto os telespoctadores Iprecnmen que «talovisko caja ininterupta ay de faloy agora }hd muitos canis que munca saem do a. ‘A lelevito 6 um fluxo, mas sua programagio 6 una con- fusio. A relagio de programas de uma daica noite, por exem- plo, geralmente contard com um coajunto completo de progea- vs Gen diferentes, win upls © oui. Vale a pena empresa mos aida do gnero para entendermos a natureza aparente- ‘mente endtion da programanio de TV (Abererombic, 1996). 0 _Benerotefee se maneira como os prodores de programmas.e ‘08 telespectadores entendem “o que” esti sendo visto, refere-se como os prograntas sio categorizalos em Func desses grax os-porexemplo: noticias, novelas, game shows, mosicais ot suspense. Cala género poss suas Tras ¢ convengées que os slistnguem dos demais. [Bsgas regras so, a certo ponto,relaiomadlas ao conte do. Por exemplo, as novelas ocorrem em um ceasrio domésti- £0, 0s filmes de faroesteaproveitam o tema da Amévica do sé- culo XIX. Tumis envolvem personagens e contextos. Para as novelas, os personagens (talvez familias em um ambiente do- ‘mético) Sejm as figuras centals, mas ¢provave que eta f- quem subordinadas &trama no caso dos thrillers, Os gbneras também gerara diferentes sepatatvne: neapenes 9 mitre ‘io um elemento necesstio dos contospoliciais, mas nao ¢ co- ‘mum fazerem parte das novelas. ‘De modo geral, os produtores de TV sabem o que esperam (0s tlespectadores e traballam dentro desses limites. Agindo dessa fers, cles vuuseyuena Uefnit Inss nw Yul faze [Bquipes de producio envelvendo atore, ditotores escritores {que se especializam em determina ginera posi see mants- «as; objetos de cena, cendrios efigurinos podem serrewtiliza- dos vérins vezes. Andina tora sil medida que a pos- Soas se acostumam a acompanharregularmente programas de determinado génet. Novela Este género, criado pelo rio e pela tlevisio, & 0 tipo de rograimacto mais popular, hoje em dia, da TV. Das atragses Semanais dx TV com maiores indices de audiéncia ba Gra Bretanha, quase todas io novelas ~ EastEnders, Coronation 874 Aes Gooens Sirect © muitas outras. As novelas, a0 menos as reproduzidas| na TV britinica, clasiicam-ce em vérivs tipos diferentes, ou subgéncros. Novelas produzidas no RU, como Coronation Street, tendem a fazer uma expecicaa da rslidade, eeforindo se, muitas ¥ezes, & vida dos mais pobres. Em segundo luge, estio as novelas importadas dos Fstados Unidos, das quais invitas, como Dallas ov Dynasty (década de 1980), retcatam individuos que céra uma vida mais glamourosa, Uma terceira categoria € formads pelas importacies australianas, como Neighbours. Bsas geralmente so produgbes de baixo orca- vero, que Tetratam [ares e estos de Vida da classe media. ‘De modo geral, a8 novelas sao como a televise: ininter- ruptas. MistGrins individuais podeus cepa av final, e dife- ‘entes personagens povlem aparecere desaparecer, mas & no fm sino aboard até que caja totalmente retirada do a Cria-se uma tensio ent os episétios através dos chamados “ganchos”. O epis6io termina repentinantente um pouco a tes de algo muito importante acontecer ~0 telespectador pre- cis eaperaroprximoepissi pra ver come tno vise ‘Um componente bisico do género novela é a necessidade de um pablico que o acompanha regularmente, Individual mente, 0s episddios nfo fazem muito sentido, As novelas pre- somes vita bibwoul, que 0 Lelespectaaor regular conhece — le familariza-se com os personagens, suas personalades © suas experigncias de vida. Os fios que se ramam aa xiagie dessa histria sto, sobretudo, pessoais e emocionais — na. inaioria das vezes, as novelas nio consideram esters so- ciais ou econdmicas mais amplas, que as afetan apenas ex- ‘eroamente, Os socislogos apresentam visses divergeates sobre as ‘razdes da popularidade das novelas ~ um fendmeno que ‘corte no mundo inteiro, nfo apenas na Gré-Bretanba ou nos Estados Unidos, como também na Africa, na Asia e na Amé- sve Latina. alguns acreaitam que as novelas representem ‘um meio de fuga, particularmente nos ligares em que as mu- Inszee (que constitucm um péblico mss uueroso do que 0 ‘masculino) consideram a vida que levam mon6tona ¢ sufo- ante, Porém. essa ¢ uma vieko nk main vanvincente, J ‘que ritas novelas retratam pessoas euja vida ¢ tao proble- Iética quanto a de alguns telespectadores. O mais plausivel aida de que as novelas lidam com os dominios universais| da vida pessoal © emocional. Exploram dilemas que todos povlem enftentare talvez cheguem aié a ajudar alguns teles- pectadores a pensarem de maneira mais criativa a respeito {is préprias vidas. Como devemos avaliar as prandes implicasBes da midis? sea una das prineipais preacupryies duces que desen- volvecam intepretagses tedicas sobre o papel da mia no es- {abelecimento ins contornoe do desenvolvimento e da organi ‘2440 socins; e & para essasteorias que nés nos voltaremes| agora, As ptimeiras teorias A comunicagio ~transferéneia de informagies de um indie. ‘duo du grupo para outro, sje através da fala ou por mio dg midi de massa dos tempos modemnos ~ crucial ema qualguet sociefade. Dois nomesinfluentes na teoria dos meios de co ‘unigagao foran us autores eanadenses Harold Innis e Mare ‘hall MeLuban. Innis (1950, 1951) aflzmow gue 0 carter da li do ura sociedade exerce um forte inluéncia sobre a iagio dessa sociedad. Ele cit os hieroglifos em pedea inserigdes pravadas em pedra ~ encoutrados em algumas ei vilizagdes antigas. Bssas obras tém uma longa duragio, mas ‘do podem ser transportadas facilmente; so umn meio preck. estatura do que o seu conteddo, ou as mensagens, que ‘Landa transmits. televisaa. por exemple, sm mio bom re do livro impresso: ¢ eletrnica, visual e composts por imagens mutéveis. O cotidiano 6 vivido de maneiras dite ‘entes cin una sociedad na qual a televisdo desempenha um ‘ape fundamental, em comparagao com outra que conte ape ~ pestoasespaliadas pe- inteiro assistem ao desenrolar dos prineipais eventos miles de pessoas acompanaran, por exemplo, a n- relvendo prosientenet-enesicaw Bil Chain c -esagitn de Casa Branca, Monica Lewinsky, ApOs uh ode revlagies acusag6s de una cobertara mpl vel a midi, o escdatofnalmente ces. depots do ‘x85 de uma propsia de impearhmen conte o presides. “Tetespectaores do mind mfero nav parttpado eh dosmisdramticsciafluatesepisiios du polite dam din da ect er modem. Jurgen Habermas: a esfera publica O filsofo lem e sociblogo Jorgen Habermas um nome 38° socindo Escola de Frankfurt do pensamento socal. A Escola 4e Frankfurt fi win grupo de autores inspirados pela obra de Marx, mas que, 20 entanto,acreditaaan que as opinides dele precisavam passar por uma revisto radical que as atualizasse. ne outas coisas, eles acreditavam que Marx nao havia dado tengo suciente &influéncia da cultara na saciedae capita- Tita moderne, re ‘A Escola de Prankfurtrealizou um estado abvangente do gue ela denorinava “indistia da cultura”. o sea, as incs- ‘has de entretenimento relacionadas 2o cinema, a TV, A mGsi- ea popolar, ao rio, 20s jornas ¢ As revista. Afimavam que Stifusio da industria da cultura, com seus produtos compla- cules ¢ paronizados,enfraquece s capacidade de os indivi ths deseavalverem ura pensamento crea e independeate, A ante desaparece, inundada pela comercializagao ~ Mozart's ‘Gates Tits (0s maiores sucessos de Mozart Habermas discute alguns desses temas, orci os desen- solve de um modo diferente. Ele analisa © avango da midia dexde 0 inicio do século XVII até dias de hoje, tragando ‘osutpimento ~e a queds subsegiiente ~ da “esfera publica” (1989). esfera pabliea é uma arena de debates publioes ra gual ¢ possivel discuti temas de intecesse geral¢ formar oninides ‘Acstera public, segundo Habermas, desenvolven se pic tucro 90s sales nos eaés de Londres, Pars ede outas ci duds européias. As pessoas costumavum se reunir para dis- catirem as questdes do momento, eos assuntos debatidas ge- rnlmcnte provinham dos fetheton de noticias exh ona oe reoém comegavam a aparecer. O debate politico tomnouse ‘ama questo de especial importincia. Habermas defende que ‘sales foram vitals na primeira fase ca evolugao da demo- cracia, mesmo contando com a participa de wm mxrmeco apenas resto da populagao, poss iniraciuzram a deta da re- ‘olugdo de problemas polticas através da diseussio piblic, ‘Assera pdblica 20 menos em principio cavolve areunibo de indiviuos em situagio de igualdade em um forum para debate public. [Eniretanto, a promessa assumida nessa primeira fase da ‘evolugdo da esfera pica, conelui Habermas, no se eoneret- {ou ulalmente. O debate democratica nas soctedades moder- bas est sufocado pelo avango da indseia da cultura A difue so da mitia de massa e do entrotenimento de masta barioa- ‘mente transforma aesfera piblica em urna feaude. A politica & «ncenada no pariamento ena midi, enguanto os interesses co- retin criunfam sobre os interesses do pblico. A “opinigo publica” nf ¢ formada por meio de uma diseussio racional, bra, ms araves da mamtpulacdo e do controle ~ come no «aso da publicidad, Baudrillard: 0 mundo da hiper-realidade dos tedricos da mfda mais inflventes da atuaidade €¢ av- ‘orpés-maidemisia frneds Joan Baudrillard, ojo trabalho 3s ‘monstra uma fore influéncia das idias de Innis e MeLuhan. Banivillaed considera que a midia de massa modema produz, ut impacto bastante diferente, e também muito mais profun~ do, do que o de qualquer outra tecnologia. O advento da mi ia de massa, patticularmente da midiaetetrnica, como ate Jeviséo, transforimow a propria natureza de nossas Vidas, A, TV mio apenas “representa” o mondo para nés, mae, na Ver dade, serve, cada vez mais, para deinir como é este mundo ‘em que vivemos. | Sovewoan 378 ——— See ne Beeman SS cremate, Season ose eee the prnatcno nace aoe So eetieanee es ee continua deste julgatmento, ‘comentadores da mia ¢ usta o que Baudeillad cham de hhipet-realidade, Nao existe mais uma “realidade” (o que sconficeu na sale do wibusa) a gue elevioso os peru Sistr|A “realidad 6, na verdade, a série de imagens exibidas nas (elas de TY do mundo inteiro, que defini 0 jnlgamento ‘comd um evento global oueo tempo antes da deflagragto das hostiidades 20 Golf Persico, em 1991, Baudrillard esereveu un atigo de Goerss do Golf) no vai acontecer”), Quando a guerra foi declarada © ‘correu um coaflto sangrento, podia parecer Sbvia ue Bas: ostnon aren i forma alors, peo final da guar 1a, ele escreveu um segundo artigo, “The Gulf War did not ‘happen ("A Guerra do Golfo ndo aconteceu"), O que ele quis dizer com isso? Para Baudrillard, ssa era uma guerra diteren- te das outras que a historia registra: uma guerra da era da i= ia, um espetaculotetevisual, no qua, junto com outros teles- pectores espalhades pelo mundo, George Bush e Saddam Huusein ssistiam & cabertura da CNN para verem 0 que de fa twestva “aconiecendo” Baudrillard sustenta que, em uma era na qual a midia de ‘mass est em tora a parte, na verdade, cria-se uma nova reali- dade ~ hiper-realidade ~ composta pelo amalgamamento do ‘compbtazmento das pessoas com as imagens extbudas pela mi- ‘mundo da hiperrealidade € feito de simulacros — ima- en cujo signitieado 36 pode scr revelado a partir de outeas Imagens e que. por isso, nd possuem nenhurn emabasamento oma uma “realidde externa”. Uma famosa série de pronagaa- da dos cigaros Silk Cut, por exemplo, nip fazia absolutamen- ‘te nenhuma referencia aos eigaros, mas apenas aos andincios| Dublicitérios anteriores que haviam aparecido'em uma longa série. Hoje em dia, nenhum lider politico que ndo apareca comstanteent ue tekevisau unergue genes une clyde. 8 imagem do ier exibida na TV é “pessoa” que a maior parte fl telespectadores conhene John Thompson: a midia @ a sociedade moderna Aproveitando em parte os escritos de Habermas, John Thomp- son analisou a relagdo que hi entre a midia c'0 deseavolv 378_ fen Gooens ‘mento das sociedades industriis (1990, 1995), Das antigas formas de impressio até u comunicacio aleréniea, egurmen- ‘a Thompson, a midia tem desempenhado papel ceatral m0 de- seavolvimento das instituigbes modernas. Ele aeredita ave 0s Drincipas fundadores da sociologia, entre eles Marx, Weber © Durkheim, tenham dado pouea atengio a0 papel da mii, mesino quan ela ioldavaa primeira fase da evolugdo da so sedate moderaa ‘Meso sendo favordvel a algumas das idles de Haber- ‘mas, Thompson também faz erica a ele, assim como & ES- cola de Frankfurt ew Baudrillard, A Fscola de Frankfurt teve tuna atitude bastante negativa em relagio & indstria da cult ‘a, Para Thompson, a midia de massa moderna nio nos nega « possbilidade de terms umn pensamentoertion; na verdade, la n0s proporvions muitas formas de informayées as quais antes no poderiamn tr tin reso. Assim como 4 Basola de Frankturt, Habermas também exagera 20 nos jolgar recep. fores passivas das mensagens da midia. Nas palavras de “Thompson: oman os individuos ciscutnem a mensage a di de rant e apos a recepgzo delay (.) (Bene menragen) sto ‘ransformadas através de un process contin de maagioe de opetigio dn nro, de etrpetaao ede csintspeta ‘0, de coments, derisos ed erties.) Ao pega Imersagensincorporande-asrotineirameate em ansas vidas (cestaremns sempre melanie etl nossts hab lidades © nossas eservas de conhocimento, testand n08808 Shvch-Bamey fazzm dither 14 pom, come se taza antiaament Sseatimenios gostos«expandindo os horizontes de nos ex peréncin ‘A teotia de Thompson sobre a midia depende de uma distin. ‘Ho entre t93 tipon de intoragilo(wejao quae). A enayag Jace aface, come a que ocorre quando as pessoas conversam, ‘em uma fasta, ¢ rica em vestisios que os individuoswtilizam ‘pars entender 0 que os outros dizem (veja 0 Capitulo 4, “Ime aeto social e vida cotdiana”). A interacio mediada envolve ‘use de uma tecnologia da mia papel, conextes cletrican, ‘mpulsoscletnicos. Uma caracteritica Ua interagio medi dda est no fro de ola se estender no tempo € no expago, ule passando, em muito, os contextos da simples interacie face face. interago mediada ocorre entre individuos de forma direta por exemplo, as pessoas conversando to telefone— mas sem deixar urna oportunidad para 0s mesmo tipos de vestgio ‘Un terceito tipo de interagio & a quase-interacio media fa, qual refeee-se stipe de elago social erados pela mi dia de massa. Essa interagio estende-se no tempo e no espa, ‘as nfo estabelece uma ligago diresaenre 08 indviduos: dai © termo “quase-nteragio”. Os dois primeicos tips #0 “ial sicos”: os individuos comunicam-se de maacira dire. A qua se-interagdo mediads & “uonol6giea": um programa de TV, por exemplo, é uma forma unilatera de comunicago, As pes set ar cium awa podem digeu-leotalvee dir alguns comentirios ao aparetho de TV ~ mas é clare que ele no in responder £ pra nds elo nasce em ‘rvorea, de cers, ‘TIPOS DE INTERACAO_ Careless intraivas_lerapdo face ace” ieragno medias ‘Guasointoragio medida Corebige epacoteompo —Contauada co-prosengsi Saparago do conto: ‘Separagéo de conto etna efron apogee aoe ‘spond arpa sspaciabtempoal cemtempo 0 ospago cemtempo e esparo omparithad | \redadededcassinboeas Mulpiciade de ices —_—Restighona aed do Resto na varedads do simboleas has smbolicas seas smbdtias rentagio pam a ago Oneetada pam cures Orentaca para outs ‘Oneeaca paca une pessoas especiioas pessoas sspenifoas valoda inci do recoptcoepotonctaie Disegeammonosica Diagn Dalton Monelica Fe: i Terps Ta and Morty Fay 185. (© essencial, na teoria de Thompson, no €aidéia de que e tereciro tipo ven n domsinar os outros dois ~ basicamente, 2 sto assumida por Baudrillard -, mas, sim, mostrar que, hoje ‘emia. todos esses u&s aspectos esto amalynrmaro em noes vith A midi de massa, sagere Thompson, interfere no equil- Ino enue © piblico © o privado em nosses vidas. Ao contri 4o que disse Habermas, hem mais coisas passim a entrar para ‘dominio pabico do que antes, o que muitas vezes gera dis- ‘ansoes ¢ eomroverstas Aideologia & a mictia ‘Ocstodo da mia est timament elaionado a impecto da ‘eoiogia na sociedad. ieologiarefer-se&intloeuca das iddias sobre as convigbes € as agbes das pessoas. O conecito tem sie amplamenteempregado nos estos da mii, sim ‘como emt outrs reas de sociologia, mas também faz muito {cmpo gus provoca contowéris. Quem eunlou esse cro foi ‘un exerior anes chamado Destrt de racy, na final do sé- ule XVI. an emperga com significa sa om “cis ideas, [Nas mos de autores posteriores, ntetanto,«palavra pas ‘ou a er ulizaa em um sentido mais eco, Para Mars. por ‘senplo, a idcologia era uma “flsa consciéncia”. Grupos po- ‘mo @ indGoria da misica, a interact representa uma enone ‘portuidade, mas também uma séria ameaga, [Embora a indistria da msi este se concentra cae da ver mais nas mos de alguns conglomerads internacio- nals, alguns observadoresacteditam que ea sea o clo mais vuluerivel dentro da “inditria da cultura". 0 motivo dessa reocupasao esté no fato de a internet permits © download Agia de mssions, que deizam de zo adguindas no lojon de isc0s locais sob a forma de CDs ou eassees,Atualmente, & indvistsa global da mésica abrange uma complexa rode de fbricas,cadcias de distibuicdo, lnjas de discs e vendedo- ‘es, Se intemet eliminar a necesidade de todos esses ele- ‘mentos, ao permutir que a misica seja comescalizadac Bai- xada diretamente, o que restaré da indistria da msi? ‘com impedir empresas concorentarextaboleidas na inter net de entrarem no mercado etrarem proveit da exesoente sdemanda de “nichos” de géneros musicais e do traslho de artistas locais? Para ura indstria que atingiy niveisastro- nomicos de crescimento na demanda plobal da principal cor- reate da musica popular, as tendéncias sto ameagadoras: de 1988 a 1998, a fatia do mercado para os dois maioees géne- +0$ musicals ~6 rock € 0 pop ~ cau de 62% para 45% (The Economist, 29 de janciro de 2000). Novos sons — como 0 hip-hop, o trip-hop, o lounge © o acid jazz — estao minando esse mereada musical, A indistria da musica jest Intando conta os efeitos “be digitaicayau. A tuserrtonal Federation ofthe Phono: ‘graphic Industry (Federsedo Internacional ds Indéstria Fo- nogtéfica) estims que a caa momento so enviada iegal- ‘mente mais de 100 mithdes de faixas musica na interes, ‘que fleam disponiveis pars download (The Keonomist, 29 sd janeiro de 2000), A piratars on-line jé€ um dos maiores desafios enfrentaos pela inddstria global da misica, Em- ‘ora se tet impor controles gids Sobre as cépias de a sicas adquitidas por meios legas, o ritmo das mudangas ‘ccuutoieas est superao aplldade da mngusta de To dduzir pratria, ‘Uim exemplo que atraiu muita ateneto no ano 2000 foi ‘o-cas0 Napster. O Napster um programa do sejtware que possibilita&s pessoas atroca de arquivos através da inter- et —incluindo e6pias ilegas de misicas. A indistia fo- ‘nograficaentrou com diversas ag0es judiciais contra a pe- ‘quem empresa que esta por tds da Napster, Mas 0 genio std fora da impada, qos comentam esse fema, 08 quai acreditam que » melhor ma fa de deserever a nove ordem da midis global seria através tisexpresso “imperialism da miia”. Masica ‘Cots observan David Held seus coegas em sua pesquisa 0: ‘ne a lobalzagao da midia¢ das comunicagoes,“o formato scl €0 le se junta metho &plobalizagao” Held et a, 1989, p. 351-159 aconiece porqus a misica consegue tans ender slimes da Kinga exert fad pan longo et tn audinca de masse. A india global da musica, domina- du por um pequeso uimero de corpragtesmulnaconas, ot trot ore sia capacidade de descobrr, produit, comer: Ciizaredistuiras habiliddes mosis demilares de ants- asp pli copay poo sna. O vere iaeto da enologia~ desde os apaelho etéeos tipo walkman, 0 cans de misia omo a MTV) até 0 compacr ise (CDs) ~ fae caninhos mais novos e sofisticados para disubuir as inisieasglobament. Ao longo das itimas dead, deseavo- ‘ease mn “cormplexo insitacionl” de erapresas gu faze tare da marking eda ditsbigao glob da mses ‘ indvsta mundial fenogefica¢ uma da is concen tadas.Ascinco maiores empresas~ Univers (ue absorven 2 PolyGram em 1998). Tone Warner Sony. FMI « Revel ‘ran ~coneolam entre 80 € 905 de todas as wens na rea damiscanternacionalmente (Herman e McChesney, 1997) ‘Auf janeiro de 2000, quando amuncioa a faséo coma Time Warner, a BME era & dnica empresa ene as einco mores Sueno az pate de un eae ke ii bo. indstria global da misia feve um erescimento cons derive em meados da déeada de 1990, com um aumento de 385 nas vendas ene os anos de 1992¢ 1995. Nox pases em senvolviment, as vendas foram paricolarmenteinteses, iomprano muitss das grandes empresas coneatarem mais artistas locas na expectativa de que o mercado cresceia ain msi. 0 ctescimento da insta global da mason deve-sepri- trranente a sucesso da musica popula - que teve origera brinipsmente ng America e na Gri-Bretanka ~ © 8 propage- fo das cutrase subcultaras joveas que se identifica com

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