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Capitulo iy Gy, 8. Géneros discursivos: o que sao? scrucsciia oe Alain es arsoge ons pnts co acu 0 Este capitulo tem por objetivo definiro que s30“gbneros discursive’, estabeleendo um entendimento bisico dos brinepais tragos do canceto bakbtiniano de géneios, Para tal, primelramente, caracterizamos o¢ géneros como ent dades que funcionam em nossa vida cotdiana ou pablica, para ‘os comunicar para interagit com as outras pessoas (universas concrto). Em seguida, diferenciamos “géneros de discurso” de “tipos de texto” edos textos” ou “enunciadospropramente dito Passamos, entéo,a fazer um brevissimo histrico das rflexdes acumuladas pela humanidade a respito dos géneros, iniiando coma Poéioa ea Ratriea na Grécia Antiga, para mostrar oimpac to que a proposta do Circulo de Bakhtin trouxe ao tratamento do ‘onceito, Finalmente, sinttizamos as diferengas enteo8 conceitos de "generos textuas”e “ginerosdiscusivos,apresentandoo sur. sgimento da teria dos gneros de discurso do Cireulo de Bakhtin (principalmente Bakhtin, Medvédev e Volochinov), que nortara 4 abordagem nos outros captulosseguintes. Bias « escrovemos por melo de gtneros “Todas a nosas falas, sejam cotiianas ou formals, esto aticuladas mum ginero de dscurgo.Levantamo-nos pela manhs, damos um bom-dia a noets filhos;afixamos na geladelra um papel pedindo 2 dlarsta que limpe orerigerador; vemos e respondestos nossos emails. A caminbo do trabalho, passamos na agéncia bancétia ara entegar seguradora um frmulérioasinado de aplicacio: a0 ‘hegar ao emorego,entregamos oelatrio de vendassoliitado pola chefa e que, mas tarde, vamos apresentar em eunilo. Se formos professors, ao entrar em sala de aula, fazemos a chamada; los, com.ou pata 0s alunos. uma erénica ou enunciado de problema matemtico que est no livo didatico ou na apstla/eaderno; pas ‘amos uma lista deexereicios com quests lnstrugdes pedimos ‘uma redago ou uma opinio sobre um ftocontroverso para pos ‘armos no blag da turma Em todas ess atvidades, valemo-nos de ‘iris gineos discursvos — ors e exerts, impresses os digas —utilizadosrocialmentee tipieos de nosta cultura letada wana cumpeimento,bihete, mensagem eletrnica, formula, relairo, apresentaggo empresara (Os gneros discusives permeiam nossa vida dria e organ- +zam nossa comunicapio. Nés os conhecemos e wilizamos sem nos ‘ar conta disso, Mas, geralment, se saberos utilizélos,consegul- mos nomes os. Como escreveu Baki, 0 abjeta do discurso do falante, Seja esse objet qual fr, nd0 se toena pela primeira vez objeto do Alscurzo em un dado enunelado ‘um did falantendo 0 prime ro a falar sobre ele. 0 objet, por sssim dizer, jest ressalvado, contestad, elucidadoe avallado de iferees modos; nee seer zam, converge alvergem diferentes pontos de vista, visdes de mundo, ‘corentes,Ofalane np €um Ado ‘ico, #6 relaclenado com objets vir gens anda no nomeados,2os quals 4 nome pea primera vez (Bakhtin, 2003]9521955/1975): 299-300, em sua celebre comédia O burgués fdalgo, Moire cria um personagem — Sr Jodie — que é um burgués novoico, mas inculto, um padeiro qe, para ser acito pela nobreza, busca se feducarcontratando professores de danca, misic, artes marcias © filosfia, Conversando um dia com seu professor defilosofia, oS. Jono se dd conta de que fala por melo de generos: MESTRE — Senor, tudo 0 que a éprosa& ers; etudoo que no € verso & pros, Ea f= gy eet nenrmes et -_— < . me SR, JORDAO — E qual os ols 6, quando a gente at -MESTRE — f prosal SR. JORDAO — 0 qué? Quando eu digo: "Niele, traz minhas pantufs eme aleangao meu barretinbo" so 6 prosat MESTRE — Sim, senor, SR JORDAO — Mas otha 261 HS mai de quarenta ans que eu fo psa enem sabia! Obrigido, profesor: sem senor, eu ndo teria escobertol (Molle, Jean-Baptiste. Le Bourges genome, 1671, Dlsponiel em: htp/wwwfoutmoleenet/acte 2405368, ml. Acesso em 24 se, 208 ‘essa form, tudo o que owwimos e falamos diariamente se acomoda a géneros discursivs (preexistentes, assim eomo 0 que lemos eescrevemos. Nossa aliviades que envolvem linguagem, desde as mais cotidianas — como a mais simples saudagio — até tas pblicas (de trabalho, artistcas,cientfca, Jomalisticas etc) se ‘4 por meio da lingua/Linguagem e dos géneros que as organiza, « eatilizam, posiblitando que fagam sentido para 0 out. akin (20031952-1953/1979) jaqueles ‘que ocorrem em nossas atividades mals simples, prvadas ecotdianas, ‘geralmente — mas nlo necessara: te — na modalldade orl do dis- curse, Ska ondens,pedidos, cumprimentos, conversas com amigos ‘ou parents, ilhees, certs carta, ineragbes no Skype, torpedo | fe psts em certos tipos de blog. Por outro lado, hi os géneros se: ‘eundétlos, que seevem a finalidades poblicas de vriostipos, em ‘iversaseseras ou campos de atividade humana ede comunicaco, see sdo male complenos,regularmente se valem da escrta de ‘uma ou de outra maneita(, hoje, tamhém de otras linguagens) ttm fungio mais formal e oficial. Séo rlatros, tas, formu ‘ios, noticias, anno, artigos, romance, telenovelas, oticirios tclevisivos ou raiofinicos, ene outros. Os géneras secundérios podem absorver¢ trnsformar os primérios em sua composi, assim como a telenovela incul conversas cotidianas eatre seus ‘ersonagens na tama. ‘Bazetman, examinando o “trabalho realizado pelo texto na sociedad’, busca ‘emtifcar as condigdes sob as quais esse trabalho se realza, ara observararegularidae com que os txtos executam treat reconhecidamente similares e para ver como ceras profes, situages e organizagbessociais podem estar associadas a um rnimero limitado depos de textos (gener ..] para analisat como produri,eirculario e uso crdenados deses textos cons- titer, em parte, a peépiaatividade eorganiagio dos grupos sociais (Bazerman, 2005: 1 (© exempo do qual o autor parte éretiado da esfera escolar (universitirta) para dar base 3 conclusdo de que "cada texto se encontra encaixado em aividades socal esruturadas e depende de textos anteriores que influenciam a ativdade e 2 organizags0 Social (Bazerman, 2005: 22) Por exemple, para dar alas um pro fessor devers, primero, organizar um planejamento deeurso para ‘escola na qual tabala. Em seguida, deverdescolber ov analsar © material ddatico com o qual tabalharé com os alunos (ivrot Aiditicos, apostilados,fasciculos,cadernos —dependendo do tipo de escola em que tabalha —, que, por sua ve, apresenta divereoe snerosinerentes:erdnleas, poemas, noticias, artigos de opiniso, Instrugdes, qustbes,definigbes ec). O professor, entio, organiza = e:ministaré suas aulas, Em certo momento 0 alunos deve laborartrabalhos — como redag6es escoares,semindrios — ou fe submeterem 2 uma prova para avaliar seu aprendizado, Essa svallaglo ser pubileada no formato de un dri de clases, cue Incl 2 lista de notase frequéncla em formalde prépio. Estes Ho todos exemples de gineros secundérios uilizados na esfera pablica de ensino, Podemos pensar em atvidades mal corriqueiras e eotdianas, come faze as compras do més, Também af eremos,incalmente, de fazer nossa sta de compras (ainda que apenas mentalmente) antes der ao supermercado, Se formosa um estabelecimento deco ‘nhecido, a0 comprar, precisaemos consulta as placa rientadoras de segs prods para nos localiza ler 0 rtulos para saber a composiglo, 0 teres de gorduraeagdcar es datas de validade dos ‘predos: consular as etiquetas de pregos ou os cig de barra. Pana pagar, recreeremot a planitha de edleuo eta pelo caixa para sabermos o valor da compa e, se nto usarmis dinero, reencere mos um cheque ou dgitaremos a senha de nosso caro de crédito ‘ou débte e recebereinos nossa nota fiscal. Como tarefa cotdiana feta em esfera publica comercial tees agul uma série sistema) de atividades que #6 podem ser desempenhadas por mo de uma sére (alatema) de géneros, uns primaries, outros secundéros ‘ses tentos ou enuncladoe encontram-se erganizados em sstneroe, que Bazerman (2005) define como “formas textuais pa Gronizadastipcas, ntligieis,reconheciveis pelos itelocutores ferelacionadaé a ouzos textos gineros que ozorrem em cieuns- ‘inci corelats. Paradar conta da compexidade dstas atiidades eda cicula- ode textos que nelas ed autor propSe ques textos funciona. fm “conjunts esstemas de gneras” que fazem parte dos "sistemas 4e atividades humanas” (Bazerman, 200S: 23), ‘ono nace que gos persoros ou esr nto “non delngaoudos eng auenaoconagacm un enuncial ‘tito petercarte 2 um pwr ogo dscisies sore sex ecu ‘io um gna dscusvo so dsoensos posto ernie hem un gine. ~ Em sala de aula: atividades para o(a) professor(a) 1. acd sabe que ¢raismot Ha racimo no Brasil Se voe@acha que sim, indique algumas mancras como ele ve manifests [Rez Segundo a Wikipédia,“oratiamo ¢ a tendéncia do peasamesto, (0x0 modo de pensar, em que sed grande importéncla 8 nordo a exinténcladeragas humanas stints esuperioresumas a 0 1135, normalmenterelacionandocaracteristica seas hereditrias a determinados tragos de caster eintligincla ou manlfestages culunis. O racism nio é uma tava centfica, mas um eonjunto de opines preconcebidas que valrizam 2 frencas beégas ‘entre os sereshumanos, atibuindo supeiridade a alguns de aor: do com a mate racial” (Qisponivel em: bt. wikipedia. or! ‘wiki/Racismo. Acesso em: 29 set 201). Embera as prticas rac 1 possam vatlat muito, inclusive em termos de voléncia racial, fem qualquer parte do mundo, racismo, pois dlferentes pessoas aotam dierentes manera de pensar e ag em relag3o 2 ous, fom maior ox menor acetacio da diversiade, As resposas dos alunos sobre dierents formas de manifesto do racsme devern fer aceite disetias, 2 Na internet, em 12/09/201, logo aps Lelia Lopes — Mis Ango 1a — ser eleita Miss Universo, um usurio do Facebook postu tum comentiiorechead de racine seu perfil, aprovando* oxprete isn eet ESTE ee 28 a” (2) Omas os indices de aprovaga da escotha de Leila como Miss Universo presenes neste pos? 1: Oalun poder espander presenga de malisculas eexclamacio 1a fate nial que noticia aeela0 de Lela; as expresses “real ‘mente linda, “inca elegant" “Barbe “Parabéns () Quis o indices deraismo presents neste post A: Expresses como “a pret, "fez MUITO BEM deer prendide aque lecabelo de vassoua, “Barbie ack tabe’ “macaca. Os alunos oder relacionar essa esposta com as frente formas de man fesagao do racismo,igadas caraceristiastisicas da neitue, tad come fis 1% Vorb lasiticalao pot do tor earioca como um enuncado/texto Pertencentea um género primério ou secundrot Por qué? RR: imbora 0 Facebook, Titre oura eramentas digas de redes Socials ej expagos pblios — inclusive interncionas —, mula gente neles se comporta como se estivesse em ass, nos dass, tstendo papo com familiares ou amigos. Fo o cas do inernauta «qu public wm post com tema (raismo) eesti (inguagem co- tidlana e informal, internets) de géners primétios, cue podem ser aditdos em situagesinimas, masque, em stuaées pil: as (ginerossecundérios), no caso de manifestacdo de racismo, Ihomohbla e outros, consttuem crime pasivel de punizdo. lis, ¢justamente para a situates ftimase prvadas que ua resposta aponta:"f gent... bo compartlhand sso auit MUTTO OBRIGA. 1 Facebook porte colecado meu mural ABERTO PRA POBLICO como def SEM ME CONSULTAR pra QQ MANE ler post meu fora de contexto- Mais una vez Quem ea ¥eu cham de MACACA Independent de cer credo, forma, local ode reside ou $B tada novela ‘Fina Estampa’. vem no, recebe OUTROS NOMES. ‘Quem me conhece sabe disso, coreto macaas? PS SIM, ecabelo sao dela no dos melhores. dat! Do mau irmdo th nao J.0 ontexto ao qual oars eee 6 context intimo e piv que rnenhum ter de um espag pilico peers ou teria obrigago de reconhecer. Asim, pademos dizer que Maro enuneou em geno rimario em um espagopublico que exigta gneros secuntios, 44 0 post provocouimediatarea¢ao antiracata, nacional efter: nacionalmente, no proprio Facebook, no Twiter einusive na Imprensa. 0 Jornal dial Nolas Angela publiava dois dias Aepois a seguine noticia: Ey S. Ea noticia dojornal Navclas Angola, seria um texto em ginero ‘rimaro ou secundriat Por quét [R: Un oral ¢ por definigao uma publica de uma esera pala © ‘compleza de informagio e formagio de epnigo, em que crculam, _toetossecundsros (editorial, rigs de ono, noticias, ain os et) 6. Como wood descreveriao sistema de atividades em que se insere cee sistema de géneros que gerou a noicla? 1 Podamos ver qu os texts (pas) em geo primo do intermauta lntgram a ge imercalam 3) noticia (ger secunti) do oral No- ‘as Angola. Asim, podemas supor que, para excevé,ofornalita informou-se a espeto do caro, muito provavelment a partir de iguma rede social (os pasts proprio Facebok, 0 Tite te); bus- ‘eo Facebook no Tite 0s poss dos internat mencionados, denice ut; reig 2 nota inserindo ess posts no seu testo: Dbl a ntila no joa gal @nfiseadconada nos gues ‘gue integram ese sistema de gers as atvidadesdojralista 7, Para voce © que é mas importante na notca sua forma (man- chet, ide, text}, 0 fat ou os sentidos racists dos textost RR: Bidentemente, 2 noticias ¢ interessante e ter impacto pelos eos de sentido (temas) racists e antirracistas que ci. 0 fo ors 86 da esolha de Lela come Miss Universo no teria tanto limpact, até por no ser fato novo na ora, A forma da no tila, com repredagio visual ¢ cago dos posts, 6 importante ra medida em que esa forma permit eoar os ets de sentio racists do ocorido [Bonversa com ote) professoria) Apart de atividades comp essa, o()professorta) poder abordar ‘0% conceltos desta primeira parte do capitulo (géneros primos/ secundarls, sistema de aividades/géneros) ado por si mesmos, como a escola gosta de fzet, mas pelos efeitos de sentido que ém na leitura eproducio de textos/enunciados reais presentes na via didra de todos nbs Berto nto «0 genero; tipos de textos ndo so géneros ‘Acasa altura de nossa discuss, precisamosestabelecer a ‘istingdes que geram bastante dvida:o que textojennciad? © ‘que soos tipes de textot O que slo géners de dlscursot ‘Um testo ou enunciao ¢, como vimos, umn dito (ou cantado, ‘eset, ov mesmo pensado)concreto etna, “epee, que gera ‘signifcago ese vale da lingua/linguagem par sua matrializagio, ‘constituindo o dscurso. Na era do impress, reservou-se principal mente palavta“exto® pata eerie o texts exerts, mpressos ou do; na vida contempordnea, em que o escrtse falas se misturam com imagens estiticas (ots, lustrag6es)e em movimento (videos) ‘com sons (sonoplastias,misicat), a plavra “texto” seestendeu a esses enunciados hibridos de "novo" tipo, de tal modo que falamos em “textos oras”e “textos multimodals, como as noticia televi- sivas e 8 videos def no YouTube, ‘Quanto as distingdes entre tipos de texto e géneros de textoy Aiscurso, a mals famosa a esse respeito de Marcuscht (2002), que (08 define comer (a) Usamos a expresso tpo textual para designar uma espécie de consrusaotericadefnida pela natureza linguistca de sua compesicio (aspects lexicais, sitios, tempos verbais, relabes gies) Em gral ios extaisabrangem cerca de mela za de categprlasconheeidas come: naragio a- gumensacio,expsico,descrio, injunao. 8 gy vrorommnsnc momar eons 6 (0) samos 2 expresso neo textual! como una nso propos! talmente vga pra refer os textos matralizades que enon ‘ramos em nossa via ddiae que apresentam caactersticas sosiocomunicativas definidas por conteidos,propledades funcionals, estilo e composi earaterstica. Se 0 tpos textual so apenas meia dz os gneros so inimero [J (tarcuschi, 2002: 2.24, tase adeionaa) Nessas dfingdes, fea cara adiferenca entre tips de texto sineros de texto: oF tipos de texto S30 classes, categorias de uma frame de exto— portant, “uma consrujioteérica" — que bus ‘1 clasifiaros texts com base em suas caractersticaslinguisticas| (xic, referenlaco, sntaxe, elagSesigcas de coeincia ecoes30, tipos e tempos ds vers, natureza da composiio). Esses tips de texto mais conhecides — descriglo, narra, dissertardo/argumentagdo, exposigioe inlungaio — vém sendo ‘ensinados esolictads pla escola hs ‘pelo menos uma eentena de anos, 0 ‘que faz eles gbners escolaes, ue $6 cirelam Ii para ensinar 0 “bem cserever" Na escola, screvemes nar rages; na via, lems nota, relatamos noso dia recatamos um filme, lemos romances. Na escola, redighnos wma “composito & vista de gravura” desriio); fora dela, contamos came decoramos ‘nosso apartament, instruimos uma pessoa sobre como chegar a um, lugar desconnecido, Na escola, dstertamos sobre um tema dado 1a vids lems artign de opinio, apresentamos nossa pesquisa ou relat, escrevemes uma carta deletordiscordando de um artieue acs a ern oc aa 829581999 sedate lo fete: spt thors Mes RSIS ese detanann esa lista Os géneres de texto, 20 contro, ndo so casss gramaticals para classificar textos so entidades da vida, [Nat definiges do autor, o conceito de “géaero textual” ndo fea to claro assim: temos uma nogao “propostadamente vaga’ ica claro que se trata de uma entidade da vida —e no da te ra — e que se define pelo modo como funciona sociale comuni- cativamente, Como a vida ¢ vira, dira Guimaraes Rosa, varios também — muitesimos mesmo — so os géneros que nela usamos piranos comunlcar. No entanto, nao fica dara adiferenga entre os sinerostextuais os textos ou enunciados: a0 contri, dizse que “a expessio género textual” ser tomada “para refer of textos smaterllizados. ‘Anda que, adiant, Marcuschi (2002) fag efréncia a familias de textos ds qualsognero textual daria nome sso dla front ‘a entre género e texto de tal maneira que este aparece como um evento ou acontecimento lingustco pertencente 2 uma familia de textos, que tem por designaeao social um (nome de) género, acompanhada de sua representa¢do (nooo) de base social CConcepcies como essa aparecem também no dseurso da lin guistica de texto ede muitos profssores que tomam, por exemplo, a narragdo ou narrativa como um tio textual que apresentasubtipos ‘01 géneros, como relato devia, narratva de aventura, fibula, conto de fadas, noticia, romance, memorial ee. Agu, ginero também se twansforma em uma subelase ou (subeateoria erica que serve A classficagdes. Dexa de ser uma entdade da vida, ‘Mas ninguém precisa ser linguista ou professor de portugues para (e)conhecere designar os gneros. Isso acontece porque os sinerosdiscursves sie radicalmente uma enidade da vida. Con ‘versamos, mos romances, atstimosatelenovelas,embora multas vezesndosalbamos classics, desrevélos estrutralmente nem or vezes, muito menos, produzilos. Nese sentido, como diz uma amiga querda, eros so como cachorros:sabernos reconhecer «quando topamos com um, embota por vezesndo saibamos 0 nome de sua raga gy wesc remanent con 2 ‘.queos gineros no si abstr Bes tercas, Sto universals con- ‘retos que circulam na vida real. ‘Conforme Neves (2009: .pJ, na filo de Hoge, istinguem: se dls tips deuniversaidade: 0 “universal eoneretoo universal abstrato,O universal conereto ou existencial dé-se no plano ideal onde as cols adquiren aE cristina, ou sla na Hiséia, na experimentcio, equ © [SoA univer abstat ¢frmado por ‘uma opera does zo) ‘quetsolaos elementos comans de ‘um dado objeto para expresséos por um cone. Tudo o que dizemos, cantamos ou eserevemos/digitames, tudo 0 ‘que enunciamos, dé-se concreta- ‘mente na forma de enunciados ou textos. E todo enunciado atieula se em uma forma relativamente es cestivel de enunciar, que €0género. tex f (Um enunciado serve para expres: (ea aa sar pormeiodalingus/inguasen, |irah uma significagSo, uma apreciacgo 4 respeito do mundo, das coisas, aa dos outros ou de outres ditos. Bum ‘nunciado € de porte ¢ tamanbo véti: pode ser uma intereigo como “Uaul” ou um gesto, um meneio de cabera aseatindo ou rnegando, Mas também pode ser um romance em tres tomos, Ne numa nidade que a graméticae a ngufstia craram — pala ‘1a, 2s, orapio, period simples ou composto,pardgrafo, texto ferve para designé-io ou medi, pos ele se define por suas fronteras no uso, Como disse Bakhti, “por mais diferentes que ssjam as enunciages pelo seu volume, pelo contigo, pela constr {40 composicional elas possuem como unldades da comunicagao Aiscursiva peculiaridades estruturais comuns, e antes de tudo, Utes absolutamente precisos” (Bakhtin, 2003(952-1953/1979 274.275, énase do auton ‘Que froneiras ou limites! As froneiras entre o et-locutor/ falante eo outro-ouvinte/etor nas interapbes socials Por isso, é a aliernéneiaentte os aujetos falantes, entre os enuncladores, que ‘al delimitar a froatera ou o limite entre um enunciado/texo e ‘outro. Isso ¢ bem fii de ver no didlog ou na conversa, organizado or turnos de fala em que ev-alovoc® ala todo o tempo. Ou nos ‘hats por melo de ferramentas de comunicardo sincrona, em que 2 alternanta entre os sults em interajdo & claramente marca 4a pelo clique em “enviar” ou “enter”. No entanto, tals froneiras também existem quando publico um romance e permito que voce, Jer, assuma sua ver no discuso ao apecit-o positiva ou nega tivamente, 20 dialgar com ele ou, até mesmo, a descartéla para ‘0 fundo da estante ou entio escrever uma critica em uma resenha ou cata de ler No dizer de Bakhtin, todo enunciado — da réplica sucinta(monovocal) do éslogo ¢otidano ao grande romance ou tratado cientiico — tem, por assim dizer, um principio absluto eum fim absolut: antes do sea inicio, os enuncados de outros; depos do seu tino, 08 énunclados esponsivs de outros ou ao menos uma compreensio stivamenteresponsiva sllencosa da outro ou, por slime, uma ado responsivabaseada nessa compreenso) O flante termina ‘eu enunelado para passa a palavza ao outro ou dar lgar a sua compreensdoaivamente responsive. Oenunciado no é uma un de convenconal, mas uma unidee rea, pecsamente delim ‘aa da alterdneia dos sjltos do discurso, a qual termi com 2 tranamisio da palava 20 otto, por mais sllencioso que se} “i” pereebido pelos owvines (como sinal] de que o falante terminos (Baki, 203(9521953/979) 275) ‘Eo que significa ess alterndncia entre os sujitos participants da imeragdo? Bem, signifi que o locutor ou sueto do discurso considera que disse tudo 0 que tinha a dizer para o momento, isso 6 relaivamente egoloa todo o seu tema sua vontade de enunciar/ fdizere sua apreclagdo momentanta do objeto de sentido. Por iss, {eu um acabamento ainda que provsério e parcial a seu texto tu enunclado, de acordo com 0 género, Esse acabamento € que possbiita 20 interlocutor — ouvint ou leitor — reagi, tomando a palaveaereplicando o enunciado do outro, A pada seguinte exer plifiea 0 qu fo! to: ‘ohomem expla ao delgado o drama que viveu: Poi 6, doutar, mina mulher peu pa evar minha sora ‘omprss, Eu estava caminhande a pé com ela, uma travessa pouco movimentads, quando apareeu esse apsz © comegou a tater na minha ogra sem qualquer motivo aparente. Ele bate, {é que mina sgra ca no chio e, mesmo com ela cai, con Yinuou chitand! —O rapazestava armadot = nto, dour — Era fore? neque era mele raquo, mas minha sogra jé€ ost Tu nfo consige entender — disse o dlegado,indignado — ‘como 6 que o senbot ao ver um homem agredindo a su sre, pie permanecer de bragos eruzaost pols dtr! Ex até que estava com vonade de fazer alguna Mas, 0 ust Ace que dos cara Datendo nana velhinha sera muita co- vor (Piadas. Sopra agredida.Disponive em: itp://ww pias com. brpiada/sogeas/sogzaagreda, Acesso em: 29 se, 201 © texto anterior ines com a itrodugdo do narrador da pia 44a CO homem explica ao delegado o drama que vive"). O quefaz dele uma piada — e ndo um dilogo — 6 que terd seu acabamento ‘no enunclado que provoca 0 efeto humoritico ("Ache que dois caras batendo numa velhinba seria ‘muita covandia!"). No entanto, sua composigdo absorve (e transforma) as formas do didlogo, com falas is- trlbuas (urnos) entre odelegado e © gento. S30 Interealados, ‘como veremosadiante, Em sua primeira fala, o genro relata 0 ocorrido com a sogr3. Em seguid,o dlegado faz uma série de erguntas que sio respondldas pelo genro. Todos esses pequenos séneros (Flat, pergunta,resposta)compsem um dilog inter calado a piada ‘Como 0 gen pode assumir suas false responder ao delegado? Pelo acabamento da forma das pergunta do dlegado, indicando ‘que disse tudo o que queria dizer —“O rapazestava armada Era force!” —, com a entonago ascendente que fnaliza as perguntas (ove ponto de nterrogacio na escrt) 180 possbilita que ogenro responda: "Nao, douton,“Até que era melo raquo, mas minha sogra jd ides!" com a entonagao descendente que finaliza as asserges (ponto final ou de exclamardo na esr). Isso permite ‘qu o delegado aga novas perguntas. No entanto, 2 piada tem outro acabamento: ela s6 termina «quando um dos enunciados provoca efeto de humor pelo sentido Snesperado. a resposta ava do ouvinte € 0 rs, 2 ‘us pers secuncres en as onsias de atone dos fans muito mn fis, com 6 esa do atte acodbico os thvemanc plc" 6 aut & do oo etegr os args 20 tar esptands oaabarets da fora de gino romance ca ‘to so posta un pos oo too ser publeada oir ‘ome ono” season arecarcavorment oe ‘tron ses a pcan uma ctor ree ies. orn estamos undo de exes" sar dos oi, ‘rns ou mutindss ~ os erurcdesconzetes qu ocr ‘Stores alan, oe dieenes manera, os genes pa dz ‘ue tema caer foci permit a magi coms cutos. Bao ceretr Em sua opinio, que diferena fri, para oensineaprendizagem de |nguas Gmaterna, esrangera),o professor adotar uma abordagem da lingua baseada em textos, tpos de texto ov géneros discursivos? Por qué? (Bo sata de outa: tividades para ofa) professor) 1 Veja a proposa de redagio a seguir, retirada do simulado do Vestibular 2011 da COMVEST/UNICAMP: 2. ma opinio, esa 6 uma proposta de eltura/produr de textos ‘seada no concelto de tipo de texto ou de ginero de dscursot Por quit RO aun deverspereber que a abordagem est baseada no conceto «de pfneros de curs, por ser uma propsta que cra ecionaliza) uma situarSocapctia da vida dria (ama dicetoa de escola que ‘quer divulgar um projet interessante no ste da escola) que exige ‘umtexto (bo género entrevista) com seus inerlocutores partipan ‘es (ietora da eens, enordenadoa da Oicna de Experimentarso Corporal, su finalidade (vulgar um projeto mum ste exo Jan, sua eieulaeio socal ste escolar) etc. Caso as respostas dos alunos nao atijam retinamento de anslse, queso 3 2 segur, ‘embora responds a esta questo — pois a atividade aqui proposta no € para avallago de aprendizagem, mas para ensino — Indu tal andi. tt pat ag a dr de ‘Src at tear pol nah ls Cea, Satpal steer eee "irom emer tion ee + Soaps tin andere (edn ean one ‘Shon boern exis ns Stee icaGe evi ek ne creche remit gor en mt coment st a“ ‘3. Assinale, dente as allerativas 2 segul, aquelas que indica ‘uma proposta baseaa em géneros de dscurso: (1A propostaenfatza, m pimelro gar, aextrtura de wma entre vista (turnos de perguna-espsta),indicandopriridage para a fora. (00 propost, em primero lugar, stua © context de produgto do texto na via “como la 6” (ou podera se), indicando prioidade pata context, (09 Apropost ds importinia osc social dos inelocutres (Are ‘ade escola, coordenadora da Oficina de Exprimentasio Corporal) para aticulago do texto sola e seus efits de sentido, ©) Apmpota indica apenas o gener do texto (entrevista, sem esa recet a posed saclal ds interlocutores. (A proposta slic a edaco de um dogo 10) A proposasolcta a refacio de um gterodialogal especticn:& entrevista. (09 A roposta Ine a redaco do texto em um sistema de atividades espe da vida “oro ela (0) A propost indica apena po de texto vsado espera que oaluno onineca as formas de coesioe ceria desses textos. 4 Com base nas alteratias que ve®assinaou, responda: que dife- ‘renga voce ve entre as propostasesolaresbaseadas no coneito de “tipo de texto” eno conceto de “gners de discursa"? 1: Em geval, proportas baseadas no concelto de tpos de tex ( Sogo, descrgio, nararao,dssrtato, angumentago, slog) tm apenas como expecativa que o aluno conhera forma (pos de organizagSo coesioe coeréncia) dstestpos de texto og, ‘seus enunciados resume andar otio visa e,no maxino, erescentarlembretes quanto 2 forma de texto espera. Ni si0 proposassituadas em um content da vida tel de circulago dos Texto, Ae contirle ropestas de rodurao baseadas em gbneros de discurso dio mae tengo A sltuago da vida real em que esses textos so produrides,esclarecendoo context, olga €aposgso Social dos interloutoes aur, itr, pariipantes) neste conteto, a finalidad ea eieulago do testo, someniesecundariamente, ‘cetos aspects da forme/formato do texo importantes para que ese tena efeito neste conteto Eonversa com ofa) professor) ‘Ativdades como esta acima indicadaseriam importantes no ensino :médio, no apenas para preparar a parcela de alunos que ido prestar ‘vestibular para os diferentes tpos de exames (mais radicionals 0 {que seguem as tendéncias mais recentes de curiclc), mas também para oconjunto do alunado perceber que hé ropostas que se res Itlagem 3 prtcasescolares (Inclusive concursos vesbulares) e ‘hd propostasdetextosa serem los eproduzidesna vida cotidina, (importante éresatar que esas diversas proposias, com as quals| tomaram contato 20 longo de sua vida escolar, seguem diferentes cenfoquese abordagens, guiam-te por diferentes concitos , po tanto, exigem do aluno diferentes procedimentose resultados, mais focados na forma e na norma (pos de texto, proposas escolares) ‘uno sentido econtexto(géneros de dscurs, proposas simulando vida dlr Breve histérico do conceito de “géneros” ‘Areflexdo sobre oconcet de “neros inicio na Gia Ani, com Platio e Arsttles. Pensando sobre podticae retéric, estes {ilsofescomecaram a distinguir ea Upiiaros gineros. ‘Em uma dscusso sobre qual sera a educagao mais adequada para formar homens com certa naturezafiloséia ("os guards"), surg pela primeira vez o tema da poesia na Replen (lvros Ite It) de Plato, Tentando defini a rte de poetar em orn do concelto de “mimesis” (mitacio ou representa), Plato, pola boca de Sé- gy even nnn ces 6 crates, aponta ts genes Iitersios que apresentam cespeifiidades:0€pio (0 narrativo, como a epope, lirica (Como ditirambo 20 dramitco (como a tra pila ea comédia mn poesia © em poss hi uma espécle que & a toda imiagi, como tu Jenssen sc aso aie ea \eoauscl tape a comédl; our, de narragde peo proprio poeta, € nos dtm que pode se encontrar de pefertacia © ‘uta aida constituida por ams, que seuss na composzto da popia ede mits outro ners (Plato apad Natl, 200: 89) Segundo os estudiosas da obra de Aritéees, a Fostica (34 4.C) antecede a Rtérioa 630 a.) é que aparece citada no sega fo texto, Na Potia, & no incl do capitulo 1 Aistelesenuinera Aiversosgéners epopea, poematrigico, poesia dtrambica,come- tia) os rata também como espéces de poesia usando também, tals adiante,o temo “gineto”, isto €, um grupo que engloba varias espécies de substinclas individuals, Ao longo do livo, tata ce especialmente da tage, da coméalia da epopeia, Partindo da ideia de ate (poética, musical) como imitagdo verosimil". No qe tange 3 “forma expres. captuls 1921 da Pstica, Aritteleschega a realizar ‘uma verdadeira gramitica das formas da lingua, indo dos fonemas (dios letras) A frase e as metéforas ¢ neologsmos, de maneira a tuaar das formas linguist cas envol¥idasnaelocucio Pens fireresposias nes. Enporpoct acese itp specrmgotie com btecaurargenes nm (acnon a2 oot 2010). Coisa diferente ocorte na Retérice, Mais tarda em relagSo 3 Poticae estabelecendoesritasrlagies com a Plc, nelao que move Aristteles so as maneras de partcipago ica e efetiva na vida da cidade (ps), Aristtles divide os arguments da art erica —artistieos ‘ou propriamentereéricas — em tts classes: “Os que dizer res peito ao carter do falante, os que visam situaro ouvinte em certo estado de Animo e outros, or fim, que dizem respeto ao proprio tiscurso, pelo que este na realdade significa ou pelo que parece significa” (Arstteles. Reta, cap. 2, W. 1, 13556). E& quando fala das eagSesimplicada na segunda classe — a dos argumentos| v gy memes manent acme 2 «ue vsam sitar o ouvinte — que ele recorre a concoto de “gine to", enumerando os géneres retéricos — deliberativo ou politico, forense ou judicial e demonsratve ou epidice: Necesariamen ovine 60 epectadr oy alee, jul, 06 ‘nu das cosas aconecasou das que ainda vio aconece. |] De ‘maneira que, necessariamene, resuitam tes gners de dscur to retires: deliberative, forense e demonstraivo (Arsttles, Reve. cap. 3,3, 1388, tadac3o nossa). Assim, Aristteles distribu os gnerosretércos em tres cate- gris: a primeira voada a aconsthar/desaconselar e 30 futuro, por seu carter exortaivo (o deliberative): a segunda, com funcao 4e acusar ou defender edivigida ao passado(ojudictro) 2 er. cara, que refetia 0 elogio ou a censura,retrtando uma situagdo presente ( epiditico) (Gomes Iapecno, 2008 ‘Apartr do Renascimento,retomam-aee aprofundamyse essas sofs grogs. No entanto, tals reflexes sempre se apliczam a esses dois dominios de manciracindida: 2 Aistingdes feta pelos postea ou os narositerSroe ex retrca ou operas da oatcia piblicana vida da cidade. Assim, os dominios da arte poticae da ida cidads continuaram, por sécules, a ser walados em separado, até a moderidade eo inicio do sécuo XX’ (O século XX testemunhou um foralecimento dos dois campos de reflexdo por melo dos estuds ericoslteréies do formalismo rustoe, depos, do estrutualismo, por um ado, eda nova retrica, por outro ( primelro autor a estender a rellexdo sobre os géners a todos costextos e dscursos sem distingdo ou divsio tanto da vida ext ‘na como da arte, 01 Mikhall Bakhtin e seu efreuto de discusses, ‘que era integrado por Valeatin Volochinov eFavel Medvétev. © Cttculo,inietalmente,dlscute com os formalistas russos (Skbiovski, kobson, Trubetzkoi,Hogatiriey, Mukarovski,Propp, Eikhenbaum, Tynianov) a abordagem dos géneros poéticos. Em 1928, Medvédev e Bakhtin escrevem e pableam O métdo formal nos estudas literdros: wma introdug ericn podtica silica "Nessa obra, os autores anda se limltam a diseutir erticamente @ vis dos gnerositeriossustenta 4a pelo formalismo rasso. Critieando acirradamente a8 elas do método formal de andlise fos géneros itersrios, Medvédev e Bakhtin airman: ‘Comumene os frmalists definem gnero como um certo agri ‘pamento constanteeespectio de pocedimentss, que apresenta ‘uma dominante defiida, Uma vez ue 08 procedimenios béios jt ‘ham side definids, o nero ertio mecanicamente visto como sendo compost por esses procedimenos, Portanto, os formalist no compre. cendemo real significado dos ners, ‘A potsica,naverdade,devera come. ‘arcomo gineo eno termina el, oso gener forma tip do too a obra, do canjunto do enuncado, ‘Uma obra somente€ real ma forma de tum generodefinide Cada elemento de seus signifcados constitutivos Somente pode ser entendo em co nexdo com o gine. Se 0 problema do gener como o problema do todo artistco tives sido formulsdo 20 tempo certo, teria sido impossivl ats: frmalsas abu sigaiicad construtvo a elementos sbsratos da linguagem (Medréder e Bakbtin, 19851928): 129, raduglo 1035) ‘Como seve, a etic principal & ado tratamento dos géneros pelos frmalisas com base nas propriedades formals (procedimen tos “dominanter") dos textos. A posiclo contri assumida pelos autores a respelto da atribuige de sentido a abstragbeslingusticas formas denuncia a consrugio que fazem do conceit de gner Dor enquantogéneros potcos ou lterrios, como uma entidade da Comunicagdoe da interagio entre as gents, do funcionamento da vida soca Segundo ees, um too atte de qualquer tipo eto de queer nero, apr seta ua dupa orientaronarealdade eas caracteristicas dessa ‘onlentao dupa determinam 0 po do ted, ist & seu género Em primo lugar, a obra se orienta pao ouvint e receptor © aa condiées definidas de atuaeio e de recepeio. Em sudo Iugar, a obra orena-se na vida de dentro pode-se dize, po se conte tematic. |] Assim, a obra partepa da vida eenta em ‘conto com os diferentes aspectos da realidade que a circunts, or meio de seu process de realizago efetiva como algo produ “ido, ouvido, ldo em um tempo defiid, em um ugar deinido ‘em circunstineasdefinidas [1 oeypa um ugar detnido na ‘vida, Toma gat entre agente organizada de alguna manlra (Oedvédev Bakhtin, 1985)928) 13013, radugio nossa) ‘No entanto, em 1829, na obra Marxismoe loofia da tng ‘gem: problemas fandareentais do método sociligico na cincia da lnguagem, que o Cicula de Bakhtin estendeo conceito de “gine = sinda hesitando em nome como tal — a todas as produces iscursvas humanas endo somente ao campo da arte Itersria ou 6a oratla paca Dessa vez, quem publea € Valentin Volochinov/ Bakbtin ea palavra nero” aparece nela apenas quatro vezes: das vezes(p. 158 €192, na edi baslira) empregada no sentido tradielonal de géneros Iterriose posticns e otras dua vezes — ambas &p. 43 da edigao brasileira, em um cate, ndo or acto, {nttalado “As elas entre infaesuperestuturas” — com 0 n0v0 sentido com que o Ciclo Bakhtiniano dotaréo concelto,Vejamos 2 ctagdo em que apalavra “gbnero" aparece dus vezes: Mais tarde em caexo com o proba daenuncarSo eo dogo, shondaremos também o problema do glneros linguistics, A este ‘espe faremos simplemente a segue obsevagio: “Cada pea ‘cada grupo sock tem seu repertrio de formas de diseurso na ‘comunieagio socildeoipia"= A cada grupo de formas pecten ‘cents 20 mesmo género to & cada forma de disearso sac ‘cometponde um grupo de tems, Entre as fermas de comunicatio (orexempl, ages entre colaboraors mimcontexo praments ‘enic) 3 forma da enuneiaeso (Crespostas cts na “lingwagem

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