Jacques Prvert tte de lhomme) As conservas em suas latas
Protegendo seus peixes terrvel Protegidas pelos vidros O Barulho da gema que no fogo se Protegidos pela grana consome Protegida pelo medo Esse singelo barulho Barreiras s pequenas sardinhas Que rumina na memria do homem Pouco depois uma padaria que tem fome Caf-creme e croissant, prato do Quando s 6 horas pela vitrine ele dia! se olha O homem fraqueja Cabea empoeirada, Na cabea Mas que ele nem repara, Palavras em torrentes Repara sim, por alm da fachada, Palavras em torrentes Da loja intocada Sardinha Cansado dessa cabea Ovo gema dura, caf creme Ele nem repara Caf creme Sonha! Caf crime, sangue ! Cabea de vitela Um nobre homem do bairro Com seu molho e a costela Esfaqueado a luz do dia Cabea que se coma O assassino um vagabundo E Da boca saliva uma gota. Por mseros reais Outra Dois para o caf Dentes rangem Um para o pozinho Pela indiferena que constrange E mais a gorjeta do garom E ele sozinho contra esse mundo terrvel Conta nos dedos, um, dois, trs O Barulho da gema que no fogo se Um, dois, trs consome Trs dias sem comer Esse singelo barulho Pela sina sero mais trs Que rumina na memria do que Ser denovo assim? homem que tem fome. Sim ! Trs dias TRADUO: DIOGO NEVES DA Trs noites COSTA Sem comer