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DowhoosneLouacenl Linguagem Maria Chri lada pelos menores internos da Febem 1a Nigosky Duas faces de um mesmo: a prova de selecao Sumaia Chahine & Maria Selma Pereira Lima Letramento e modalidades no ensino de lingua estrangeira Wagner José Saldanha Alguns aspectos tradutorios qualitativos da linguagem na poesia: um estudo de caso Lidia Spaziani & Magali Sant’Anna A questao do erro: tipologia e condicionamentos Maria Célia Lima-Hernandes Educomunica¢ao no espaco islamico: perspectivas e possibilidades pragmaticas Marcello Ribeiro Aquisicao da escrita: teoria, reflexao e aplicacao Vania C. Casseb-Galvao Sobre os autores 76 83 91 99 110 124 135 147 om a ye INTERPRETACAO DE TEXTOS E AVALIAGAO NAS SERIES INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL Angelina Batista A imaginagio esta talvez prestes aretomar seus direitos. André Breton Introducao Em varias ocasides tive oportunidade de exat avaliacées corriqueiramente aplicadas, por professores, em alunos do Ensino Fundamental, como parte do processo de verificacao da aprendizagem escolar, com a finalidade de observar se seus alunos liam e interpretavam bem textos escritos. Para minha surpresa, sempre encontrei nessas provas algo que me chamava invariavelmente a atencao: alguns alunos, respondendo as questes, erravam, segundo a avaliacao do professor, mas, no entanto, suas respostas faziam muito sentido, tinham “légica” e se inscreviam num contexto ampliado de significacao e de raciocinio. As respostas “erradas” dos alunos sempre apontavam para um sentido, ou uma compreensao do aluno, claramente expressa pela resposta dada. No entanto, isso nao é percebido, compreendido ou considerado pelo professor corretor da avaliacio. Os alunos foram, simplesmente reprovados em suas respostas. Se as respostas desses alunos sao possiveis, por que, entdo, eles foram reprovados? Para exemplificar 0 que digo, trago o caso da prova de uma menina de oito anos, segunda série, que, recentemente, tive oportunidade de examinar, a pedido da coordenadora 9 me ontwaspeLncuncet] pedagégica da escola que me procurou muito preocupada com (© que fazer com criancas como aquela aluna que iam tao mal, na escola, principalmente em relacao ao dominio da leitura, escrita € interpretacdo de textos. Neste caso, 0 texto proposto para avaliacdo narrava a historia de um menino que fora com sua mae ao supermercado e 14 encontrara uma vizinha que pergunta ao menino o que ele vai ser quando crescer. A pergunta da prova: - “onde a vizinha encontrou a mama a menina respondeu: - “na hist6ria”. Certamente que a resposta esperada pela professora (e pela coordenadora que falava comigo) era: - “a mamae encontrou a vizinha no supermercado”, O que fazer com uma crianga que erra desse jeito?, era a pergunta que me fazia a coordenadora pedagégica Uma anilise empirica Este epis6dio relembrou-me a tematica de nossa disserta¢ao de mestrado (Batista, 1991) e, por ser oportuno, vamos recordar tum dos textos analisados nessa ocasiao. Trata-se de um pequeno texto apresentado para avaliacao (primeira prova bimestral) de criancas de uma segunda série do Ensino Fundamental, numa escola da rede municipal de ensino da cidade de Sao Paulo. Ei-lo: A selva O pai de Oscar gosta muito de animais. No més de julho, ele foi ao rio, pescar. De barco, no meio do rio, ele viu o céu azulado, os animais e 0 verde da selva. Escutou o barulho de um filhote de cutia, viu um macaco no cipé e um bezerro machucado, A beleza das aves ¢ 0 bailado das borboletas parecia uma festa. Como séo belas as matas e 0 mundo animal! 10 Prunes Penaceicas Paraainterpretacio, foram apresentadias as seguintes questOes: a) Onde foi o pai de Oscar? b) O que o pai de Oscar viu no passeio? 6) Quais os animais que aparecem no texto? d) O que parecia uma festa? ©) Como $80 beLas sn nnnennnnnnnenei teal Primeiramente, temos a observar que as questdes de com uma de instrumentos Soest caressa a recemm no | corresponder, via ‘cada paragrafo uma ou mais perguntas avaliagao, wera de regra, para alunos ja sabem a e, nao raras a é tao somente a copia de igo mecanico, que testa a habilidade de localizar, no material escrito, o que ¢ desejado pelo professor. Baseado nessa ldgica, também ¢ elaborado 0 gabarito (as respostas tidas como corretas ¢ esperadas para cada questdo) {que orientard a corregao da prova e ao qual 0 professor se atera, sem desconfiar que, talvez, outras respostas possam ser pos para as perguntas propostas. Contudo, , ; como | ter uma tinica solucéoj Em matemitica, se pergunto quanto da oito vezes dois a resposta sera sempre dezesseis, desde que estejamos trabalhando na base de numeracao dez e com numeros naturais. Esta exatidao nao acontece quando tratamos de texto. E possivel avaliar a I € interpretagao de um texto? Como, entao, fazer isso, adequadamente? Desde ja lembramos que muitas sao as un DowiweseLacioet respostas a essas perguntas ¢ a resposta mais adequada seré Tauela que respeita mais 0 desenvolvimento do processo de aprendizagem do educando. Retomemos, pois tas como erracias): "Opal de Oscar fo! no r ar fol na selva"; “O pal de Oscar foi no ‘Amavonas”, Podemos, efetivamente, dizer que essas respostas patho erradas? Se soubermos que a resposta esperada, © Seria considerada cert era: O pai de Oscar foi 20 Ho, 4 compararmos as respostas daclas acim, ds fue as respostas no sto literalmente ig ‘KSpostasserem lexialmente diferentes, ou nao corresponderem Tein padto esperado, a0 gabarito elaborado pelo professor. € ‘que determina oser certo ou errado? Haveria, nessas respostas no erradas, alguma relacdo entre a pergunta Fesposta que ex, como profes see fergunta corresponde uma resposta aceta como coreta nde estd avorrendo o desvio? Como educadores, sabemos que rae tespostas a essas perpuntas nao poem se restsingir @ achar sedan 3 rablema remete a quesides que precisam ser idadosamente examinadas © que apontamos como devides rocesso de ensino © aprendizagem, a0 processo de sedingto, aos instrumentos utlizados para testar e medir & aprendizagem, a natureza do ‘Com vemos, embora alunos e professores sejam 0s atores principals dessa tama, ido pode, pura © See cerrageaiace ide um ou de: cM SE ‘Como se 08 instrumentos adotados para/ _yerificar 0 sendimento escolar, dos educate fossemn neutrag. _ Bijetivos @ formecessem, com matics, 0 quanto oS os em ou delxam de saber’ Como se a aprendizagem de alunos sMonedidos euriculares se prestasse a Ser avallad mente por determinados i ppudesse intervir entre a boa p 1 dag eros” cometidas pelos alunos em suas cespostas as questoes de interpreiagao do texto A Si resp oamgs, para a primeira questa0, como VIDS, Tespostas pao esperadas pelo professor fo, rio estho err Segundo texto, o pai de Oscar efetivarente fl 8 stva © ereque ele pesca bem poderia ser 0 Amazonas. O ‘Assim, poclemos observar qui ip ou desencadeadas dura processo de fram na resposta dada jo dorexto. E i simacro expaco em que acena se desenrolaré, Ole sto €, com F4za0, SU il com as demais partes relacionando cere’ g com todas suas experiencias de vida, com toca seu ceckectmento de mundo, Alls, 0 texto s6 ¢ inteligivel Porgue > Ps remy ‘magina¢ao entra, tlueles aos uals ula et ri aprendizes © ade fos raped de aprender com nosas puri, alana deverla sr log pos [Naa mete que profesor most oan das eres iia spo. empo personage. Das Sdeaprender econo, a handoreflexdes Mosinee. 1687202 LLUCKES!‘C-C. Ava VASCONCELLOS. Cos Ibertadra do proceso de Po: ied 18 (Cleo Caeens Pedagios do Leta. 3 do Libertad 8) 'VASCONCEILDS, C dos S,Superagio da gs claetria eprovar an ¢ ‘TRABALHANDO COM Q INGLES INSTRUMENTAL PARA LEITURA Adefinicao do publico-alvo > professes da

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