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Leonor Scliar-Cabral GUIA PRATICO DE ALFABETIZACAO Pees iN glS ORS wl): a een eM ge ce a ‘oka ‘ r IRI melro : 2 i 0 : = 1 dewespetio chou, at x A eb, wou, aba Observe que os fonemas /s/, /n/ e /l/, representados pelos grafemas 8, me [nas posigdes da tabela 4 se realizam todos na 8 (GUA PRATICO DE ALEABETIZAGAO mesma zona de articula¢ao 4pico-alveolar. © arquifonema IRI re- presentado pelo grafema r em algumas variedades ainda se realiza como 4pico-alveolar, mas em outras apresenta muitas variantes. Observe que “trouxeste” e seus derivados (pret. m.- perf do ind,, pret. imperf. e fut. do subj.) discrepam do valor de x depois do ditongo ou, pois a prontincia usual € a realizaio de /s/. Observe, igualmente que, em “trans”, o s seguido de vogal € lido como /2/ ao invés de /5/, como se trans- fosse um radical (€ uma idéia que o grande lingiiista brasileiro Mattoso Camara Jr. ‘Tama 5 - Valores dos grafemas em final de vocibulo e de slabs intema No final do voctbulo No final de slaba intema Grafema [Valor | Exemplos | Grfema | Valor | Exemplos * Ist aie . Ist tema, 2 Ist fiz xx Ish = 1 iwi ‘al 1 Iwi alma t iat mar f IRI carta a 2270 Ant ¥ kas. ‘orax defendeu em relacio aos chamados prefixos, diminutivos € a0 formador de advérbios "-mente”. Os valores atribuidos a estes com- Ponenies confirmam a proposta de Mattoso Camara Jr.) No portugués do Brasil, poucas consoantes podem figurar em final de ba. A tendéncia no Brasil é na fala, apagar a consoante no final do vocabulo, se ele nao for monossilabo, como acontece no infinitivo dos verbos, ou com a marca de plural, que 86 aparece no primeiro determinante da frase, como em “Vamu compra us livru”, Na escrita, porém, as letras no stio apagadas. Na tabela 5, apresento os valores de quatro grafemas. Observe que os valores esto representados por letra maitiscula, entre barras para- ‘a poderiam estar naquela posicao, sem alterar 0 significado. Jelas, ou seja, um arquifonema, que significa que varios fonemas Explicarei cada caso. 1) Arquifonema |$!: tape as orelhas com as maos, feche os olhos e diga a frase “Eu quis.” A seguir, diga a frase “Eu quis dancar’, Se voce for gaticho/a, vai ouvir 0 primeiro s como [s], isto é, surdo € © segundo como [2], isto &, sonoro. Se voce for carioca, vai ouvir 0 primeiro $ como [f] tal como o primeiro som de “cha”, enquanto 0 segundo 8 ser ouvido como [3], como o primeiro som de “ja”. Isto significa que substituir um dos quatro fonemas /s/, /2/, WM ou /3/ (vide quadro das consoantes na tabela 2) em final de silaba, inclusive de vocibulo, nao altera o significado, portanto a diferenca entre. eles perdeu a fungio € isto se chama arquifonema. Faga 0 mesmo exercicio com “Eu fiz” € “Eu fiz. de tudo”, © valor da letra 2 € 0 mesmo que © valor da letra s em final de vocibulo (o que constitui uma grande dificuldade para a escrita, mas nenhuma para a leitura). Em final de silaba interna a letra z.ndo ocorre, a nao ser nos derivados com “mente” e diminutives, mas a letra x, sim. Nesta posicao, ela se comporta como s, como, por exemplo em “explicar” e “texto”. Antes de letras que representam as consoantes sonoras (aramente), “ex” aparece com o hifen, como em “ex-voto". Ou seja, se a letra $ em final de sflaba, inclusive em final de vocébulo, for seguida de letra que represente uma consoante surda, como /p/, /t/, /k/, /A/ ‘er pronunciada como surda, como em “caspa®, “testa”, “ca final de vocibulo for seguida por um vocabulo que inici a, “Eu quis ficar’, Se a letra s em por letras que representem /s/, /2/, /J/ ou /3/, estas tltimas assimilam subir", “Eu quis zombar", “Bu fiz © valor de s, como em “Eu quis cha", “Eu quis julgar” Diante das letras que representa as demais consoantes ela sera pronunciada como sonora, como em “Eu quis botar", “Eu quis “9 0 deixar", “esgoto”, “Eu fiz valer’ “Eu fiz reza" “lesma”, “asno", “Eu quis lutar’, A escolha entre /s/, /2/ ou // /s/ depende da variedade sociolingiistica, conforme ji vimos. © vocabulo terminar por 8 ou xe for seguido por vocdbu- los que iniciem por letra que represente vogal, aplicam-se os valores da tabela 1. Exs.: “Eu quis amar’, “Ele fez amigos”, 2) Arquifonema ||: a letra Lem final de silaba, inclusi- ve de vocibulo tem o valor do arquifonema |W, pois na maioria das variedades as pessoas utilizam a semivogal /w/ nesta posi¢io, a0 invés de /V/. A leitura de “mal” e de “mau” é a mesma, tomando- os homéfonos. Tata 6 eas que nasazam as vogsis em fl di aha ine de vocibul Gem dongs Final do vocibulo | Depois Final de slabs ST an inwema | Anne | Grafema | Valor | #fema Grafema | Valor cme om pombe ms - uo, | tom = _ ee 0, pomp = pont ton end ‘can 0, a 1s) — ee ‘ane conte potn | mo | - | Semis conte fs in aigons ins core us ee aban incr inesio hon No dialeto caipira, as pessoas Iéem “mal” e “mar” do mesmo jeito € assim neutralizam em favor de IRI, que veremos a seguit. 3) Arquifonema RI: Em final de silaba, inclusive de vo: Abulo, a substituigao de /a/ por /r/ nao altera o significado da palavra. Por exemplo, seja qual for a variedade sociolinguistica, se a pessoa ler “Tomou banho de mar’ ¢ “O mar e “mar’ tenha o mesmo significado, no primeito exemplo a letra © seri lida com o valor do fonema /x/, enquanto no segundo sera lida com o valor do fonema /t/. ‘A letra hi que, em inicio de vocabulo, inclusive depois de azul’, embora hifen nas palavras compostas, vale zero, nio invalida este prin: pio: “Vai fazer hoje dez. anos". “Super-homem” A letra x em final de vocabulo tem o valor de /kS/ (prontn- cia erudita) ou mais comumente o de /KiS/, como em “t6rax Observe que o me o nna mesma silaba, depois da letra que representa a vogal, funcionam como um til, isto é, nasalizam, por isto estes encontros sio considerados digrafos: as letras me 2 no anhol, no ingl sto lidas como consoantes, como acontece no, ‘ou no alemao, portanto, este principio tem muita importancia para © ensino da leitura para estrangeiros. “Tama 7 Lets que nasalizam e e a em final de vocibulo, dtongando Final do vostbulo Depois de Valor Exemplos Gnifema Valor safe bem, ele ver, ‘alguém, cle Ey wv eee we detem, eles vem, eles ‘detém By wy a wy any ‘ens, bens, a@ ney ee we hifen, deténs, homens (OUIA prAvIco DE aLraMETizacio Repare, ainda, que o n, seguido de 8, ocorre nos plurais das palavras. Em final de vocabulo, m, depois de € ou a, ¢ m (seguido ou nao de 8), se depois de e nasalizam e ditongam: pa ssam a represen- tar, depois de e, a semivogal // e, depois de a, a semivogal /i/ ‘Tags 8-Fxemplos dos valores dos grafemas 6 ge q eguldos de grfemas ‘que representam 25 vogais posterotes Ou a semivogal /¥/ Grafema Valor Gatems | Valor Exemplos © 7 . fal on 4 7 é A oblige ® ie om un fal gum, alguns © 7 im fi cimplce 5 ‘a ° ‘o,f oo ev gos © 7 6 Fol eimico| 8 ie/ 6 ar 6tc0 . ” |e coer sae 2 iw om, On 7a aéndola « ww = al 0 © ay a fal ‘ire z a ‘ham, an A/__| fowto, apagam € Ae fim, an 7 nico @ Ae @ el Treqiente i o ie agientar Os grafemas que representam as vogais posteriores orais ou nasalizadas e a semivogal /w/ condicionam os valores dos grafemas ¢, g e q que passam a ter os valores respectivamente de /k/, /g/ € /&/, conforme a tabela exemplificativa abaixo. A forma VALORES ATRIBEIDOS AOS GRATENAS ptitica de atribuir tais valores é verificar se as letras seguintes so wu, 0 ov a, com ou sem sinais grificos ou seguidas de letras que nasalizam, como m ou A, na mesma sflaba, Observe também que, na ptitica, o grafema q sozinho 86 tem valor de /k/ antes de te de 4, ou quando a letra u for seguida de 0 ou a. "Taman 9 Exemplo dos valores dos grafemas €, ¢, xe, g € digrafos gu e qu, ‘Seaidos de grafemas que representam as voguis no posteriores Gnifema ‘Valor Grafema Valor Exemplos € a i W ‘ane 5 ws t wv fascinio| 8 im, in wv ipcana| xe € fel, /e)__ | excesto, exceto © wv e Pes ‘nies « wl em en we rascente © ww en fe eanuplo 8 9 é fel elido =o i i w ula wu a in Av quinw we aK e Fel.ie/ | querer, quero su iw em a Paguem au Aad in tu ‘quiamplo Os grafemas que representam as vogais no posteriores orais ou nasalizadas condicionam os valores dos grafemas ¢, sc € xe que passam a valer /s/, como em “cento”, “fascinio’, “exceto” € g que passa a valer /3/, como em “gente”, A forma pritica de atribuir tais valores é verificar se as letras seguintes sio € ou i, com lizam, ou sem sinais grificos ou seguidas ou no de letras que na omo m ou mi na mesma silaba, 33 (GUIA PRknico oF aLeABEnZacko “Tana 10 - Valores do grafema th Gratema_ [Valor Grafema Valor Exemplos yay | betemstaba i me | vaiar | Beem Ww velhice, molhe dante das demais mothel, mother, mulher, th | 47, | teas que repre- smolho, mothou, velhote, sentam as vogais molha, milhides, molham Os digrafos gu e qu, seguidos de € ou i valem respectiva- mente /g/ ¢ /k/, como em “guerra” “quilo”. Observ pois, que para haver digrafo antes de e ou i, 0 w no pode levar nem acento agudo, nem trema © Ai/ tem 0 valor da semivogal /w/, como em “freqitente’ Se voc’ retirar o trema, qu € lido como digrafo, como em “quente” Para encerrar a discussio sobre os valores dos grafemas que representam as consoantes, apresentarei a tabela 11, sobre os encontros consonantais na mesma silaba: ‘Tageta 11 - Encontos consonantas na mesma slaba BGrtema | Valor | !Gnfema | Valor Bxemplos e io Prato, simples b ie cobra asa t Ww roul few c ud = « 7k ee, ilo 8 a grande, lobo a fra, lor ¥ ie —— Verifique que os encontros consonantais na mesma s iba com J, apresentam lacunas: depois de t, encontramos apenas os derivados de “Atlas’, como “atlé tletismo”, “Atlantic: s, Trata-se do sim por diante; depois de d, somente onomatopéic mesmo fendmeno jf comentado que barra o encontro de sons na >, ou seja, Apico-alveolar. © encontro de mesma zona de articulast vy com I na mesma silaba s6 ocorre em empréstimos, em geral do risso, como “Vladimir” e seu diminutivo “Viado", *Viadivostoque”. VOGAIS Para comodidade do leitor, repetimos a seguir o sistema vocilico do portugués do Brasil “Taneta 12 - Sistema voclico do pomugués do Basi, confomme o modelo de Quicli (1990), com aeréscimo das vogas nasalizadas eae sposerior posterior a ae amedonado ssaredonado anteriores) vale 1 wu alka : ° botaa “aie 0 a 2(p0) “Onis wasalizadas) ale i a 8 aa “aie a Passarei 3 leitura dos grafemas que representam as vogais. Seri levada em consideracao a s 1) das silabas mais intensas ¢ dtonas; 2) do timbre da vogal; 3)da nasalizagao. 55 56 Coun pRéTI¢O DE aLranerizacho 12.21 Auibuigao das Silabas Mais Timbre e da Nasalizagio Intensas e Atonas, Leitura do 12.2.1! Regra geral ‘Todos os vocibulos com duas ou mais sflabas sem nenhum| acento grifico, terminados em e, 0, ou a, seguidos ou no de s, devem ser lidos como paroxitonos. Exs.: dentes, ovo, cast, meninos Trabalhar com os alunos a percepgao da silaba mais forte no vocabulo ajuda muito a atribuir onde cai o acento de intensidade, embora a vogal nao receba nenhum acento grifico. 12.2.2 Leitura do circunflexo — €0u 6, no seguidos de mou nna mesma silaba, deve set lidos como as vogais orais -bx, -alt) mais intensas, isto é, /'e/ /o/, como em “tenis” “estOmago”, “ele ve", “bibelds’ — @ ou 6, seguidos cle m ou n na mesma silaba, dentro do vocibulo, devem ser lidos como as vogais nasalizadas [-alt] mais intensas, respectivamente, /'8/ e /'0 como em “pénsil”, “cOnsul”; — @ seguido de m, em final de vocabulo, na 3* pess. pl do pres. do ind. dos verbos ter e vir ¢ seus derivados € lido como centro do ditongo nasalizado mais intenso /' “eles vem", “eles contém’, “eles provém’. Chamo a atengio do professor para trabalhar a marca do circunflexo na compreensio de textos, principalmente quando o sujeito de tais formas for um pronome relative ou estiver oculto, para que o aluno saiba recuperar a referéncia. Por exemplo, em “A professora deu um prémio aos alunos que tém mostrado dedicagao” (que s6 pode estar em lugar de “alunos"), = oacento circunflexo em a, além de assinalar a vogal mais intensa, coincide com o fato de vir sempre seguida de mou n, devendo “tampada", 1 lida como vogal nasalizada, conforme os exemplos. “cAntico”. 112.231 Leitura do acento agudo — 6 & devem ser lidos sempre como as vogais orais [+bx] mais intensas, isto é, /9/ e /'a/, como em “vov6" e “Agua”, conforme consta da tabela 1, que trata dos valores independentes de contexto; = fou 6, nfo seguidos de m ou n na mesma silaba, devem_ ser lidos como as vogais orais [+alt] mais intensas, isto €, /'/ ¢ /'W/, como em “nivel”, “itl”, “énic = iu ti, seguides de m ou n, na mesma silaba dentro do vocibulo, devem ser lidos como as vogais nasalizadas (+alt] mais intensas, respectivamente, /"V/ € /"0/, como em “impar", “antincio”; — & seguido de m, em final de vocabulo, na 3* pess. sing, do pres. do ind. dos derivados dos verbos ter e vir , ou seguido de ns na 2 pess. sing. do pres. do ind, dos mesmos verbos € nos demais vocibulos nfo monossilabicos, lido como centro silabico do ditongo nasalizado mais intenso /"/, como em “tu deténs’, “ele “tu provéns", “ele provém”, “alguém”, “armazéns”; = € em todos 0s demais contextos, isto é, naio seguido de lo como a vogal oral [+bx] conté ‘m ou a(s) na mesma silaba, deve ser mais intensa /e/, como em “pé", “métrica’, “época”, (D2.2.41 Nasalizagao = & & sto lidos como nasalizadas, isto é, /a/ e /0/, como em “la’, “6rfio”, “pao", “andes”, conforme consta da tabela 1, que trata dos valores independentes de contexto; — toda a letra que representa vogal, seguida de m ou m na mesma silaba dentro do vocibulo, ou final de vocibulo, ou seguida de ns, somente em final de vocibulo, € lida como nasalizada, 37 CouIA PRATICO DE ALFABETIZAGKO 12.21 Atribuigao das Silabas Mais Intensas e Atonas, Leitura do Timbre ¢ da Nasalizagio 1D2.2.11 Regea geral ‘Todos 0s vocabulos com duas ou mais silabas sem nenhum acento grifico, terminados em e, 0, ou a, seguidos ou nio de s, devem set lidos como paroxitonos. Exs. dentes, ovo, cast, meninos. Trabalhar com os alunos a percepgao da silaba mais forte no vocabulo ajuda muito a atribuir onde ca © acento de intensidade, ‘embora a vogal nao receba nenhum acento grifico. 12.2.2) Leitura do circunflexo = @ 00 6, nlio seguidos de m ou nna mesma silaba, devem set lidos como as vogais orais [-bx, -alt} mais intensas, isto €, /'e/ /'o/, como em , *bibelds"; = ou 6, seguidos de m ou nna mesma silaba, dentro do vocibulo, devem ser lidos como as vogais nasalizadas [-alt] mais tenis”, “estémago”, “ele vé intensas, respectivamente, /8/ © /'0/, como em “pénsil”, = @ seguido de m, em final de vocabulo, na 3* pess. pl. do pres. do ind. dos verbos ter e vir e seus derivados € lido como centro do ditongo nasalizado mais intenso /'8j/ como em “ ‘cOnsu “eles vem", “eles contém’, “eles provém’, Chamo a atenca do professor para trabalhar a marca do circunflexo na compreensio de textos, principalmente quando o sujeito de tais formas for um pronome relative ou estiver oculto, para que o aluno saiba recuperar a referéncia. Por exemplo, em “A professora deu um prémio aos alunos que tém mostrado dedicacao” (Cque” s6 pode estar em lugar de alunos"), = oacento circunflexo em a, além de assinalar a vogal mais intensa, coincide com 0 fato de a vir sempre seguida de mou n, devendo ser lida como vogal nasalizada, conforme os exemplos. “limpada’, “Anus”, “cAntico” 1D2.2.31 Leitura do acento agudo — 6 A devem ser lidos sempre como as vogais orais [+bx] “Agua’, conforme ‘ais intensas, isto , /2/ € /'a/, como em “vov consta da tabela 1, que trata dos valores independentes de contexto; = fou Gi, no seguidos de m ou n na mesma silaba, devem’ set lidos como as vogais orais [+alt] mais intensas, isto é, /'i/ e /'u/, como em “nivel”, "stil", “ini = fou G, seguidos de m ou n, na mesma silaba dentro do vocibulo, devem ser lidos como as vogais nasalizadas (+alt) mais respectivamente, /"/ e /'i/, como em “impar", “antincio"; — €, seguido de m, em final de vocabulo, na 3* pess. sing. do pres. do ind. dos derivados dos verbos ter ¢ vir , ou seguido de ns na 2 pess. sing. do pres. do ind, dos mesmos verbos ¢ nos inten: demais vocébulos no monossilibicos, é lido como centro silébico do ditongo nasalizado mais intenso /'E/, como em “tu deténs' contém’, "tu provéns", “ele provém”, “alguém’, “armazéns"; — & em todos os demais contextos, isto é, nao seguido de m ou n(s) na mesma silaba, deve ser lido como a vogal oral [+bx} mais intensa /e/, como em “pé”, “métrica’, “época”, 112.241 Nasalizacao = &, 6 sao lidos como nasalizadas, isto é, /a/ e /6/, como em “la, trata dos valores independentes de contexto; = toda a letra que representa vogal, seguida de m ou nna Srfaio", “pao”, “andes”, conforme consta da tabela 1, que mesma silaba dentro do vocabulo, ou final de vocabulo, ou seguida de ns, somente em final de vocabulo, € lida como nasalizada, ‘8 (GUNA PRATICO DY ALEAMETEZAGKO como em “limpo", “tinta’, “lembro”, “gente’, “junto”, “compra”, *janta’ m” . “algum’, “tom”, “fins”, “alguns’, “tons"; € e a em final de vocibulo tém tratamento especial, conforme se veri a seguir; = em final de vocibulo, seguido de m ou n(s) e a segui- do de m léem-se como © centro de ditongos nasalizados, como em "bem", iguém", “hifen”, “ele vem’, “escrevem’, “armazéns", “can- taram”, “amai n(s) de let , “escrevam". Com excegio de e, seguido de m ou seguido de m em final de vocébulo, todos os demais casos is que representam vogais seguiclas de m ou n(s) sito digrafos, 12.2.5! Leitura do acento secuni As letras que representam vogais sem acento grafico nas palavras derivadas ou compostas por aglutinacao, quando na primitiva tinham o acento mais forte, passim a ser lidas com acento de intensi- dade secundirio, como em “ca ‘radiografia’, “bombeiro” fezinho! 12.2.6) Leitura dos grafemas que representam vogais atonas = ‘Todos os grafemas que representam vogais em vocibu- los dtonos inseridos nas frases, como nos artigos, em muitas prepo- 0 lidos como atonos. Por exemplo: ram-me 08 livros de portugues, porque eu os precisava; ~ Todos o grafemas que representa vogais em vocibulos de duas terminados por €, 0 ou a, seguidos ou nao de 8 que nao estiverem da pentiltima silaba devem ser lidos como tonos. Por exemplo, “menina’; = Todos os grafemas que representam vogais que nao rece- bem acento grifico, quando ele figura num vocibulo, sao lidos como tonos. Por exemplo: “amavel’, “bonus"; = ese lé como a realizagio de /e/ ou /i/; 0 se 1é como /o/ ou ‘/y/ em silaba dtona final de voodbulo; /i/ e /a/ ocorrem mais no Brasil 1D2.2.71 Timbre atribuivel aos grafemas A grande dificuldade nos valores dos grafemas que repre- sentam as vogais no portugués est na leitura de € © ©, pois cles podem representar tanto as vogais /e/ ¢ /o/ quanto /e/ e /2/, como em “ff leste o livro que te dei?” e “O sol nasce a leste"; "Limio tem “Eu gosto de suco de fruta No entanto, conforme veremos no capitulo seguinte, ainda & ‘gosto azedo" possivel resolver este problema, em muitas situagdes, se soubermos trabalhar em sala de aula, ce forma inteligente, com conhecimentos de gramatica, além dos conhecimentos intuitivos que todo 0 falante tem sobre sua variedade lingiistica Nunca ensine aos seus alunos que 0 portugués s6 tem cinco vogais, confundindo assim leitura/escrita com a fala: embora s6 tenhamos cinco letras para representé-las, temos, ‘no minimo, sete vogais orais e, segundo muitos autores (entre 0s quais me incluo), cinco vogais nasalizadas. Leitura dos grafemas que representam as semivogais 1), seguido ou nao de s, se Ié como a semivogal // = depois de grafemas que sepresentam vogal na mesma silaba, ou seja, nos ditongos decrescentes. Exs.: “pai, “sai = antes de grafemas que representam vogal na mesma silaba, ou seja, nos ditongos crescentes, também chamados de imperfeitos, porque podem ser lidos como hiatos, quando o grafema i passa a ser lido como vogal. Exs.: “paria’, "série", “ciéncia” (neste deixa’ Gltimo exemplo ha dois ditongos crescentes). Também se encontra no inicio dos tritongos, como em “enviei 2)u, seguido ou nao de 8, se 1é como a semivogal /w/: — depois de grafemas que representam vogal na mesma silaba, ou seja, nos ditongos decrescentes. Fxs. “cauda"; observe que depois de 0, a tendéncia € apagar a leitura 30 60 (GUA PRATICO DE ALEABETIZAGKO do u, como em “louco”, fou", “dou, observe ainda que, confor: me foi explicado acima, /V/ e /vw/ em final de silaba tendem a se confundir, dando origem ao arquifonema |W!, por isto, o I passa a set lido como a semivogal /w/, num ditongo decrescente. = antes de grafemas que representam vogal na mesma silaba, ou seja, nos ditongos crescentes, também chamados de imperfeitos, porque podem ser lidos como hiatos, quando grafema w passa a ser lido como vogal. Exs.: “luar’, “vacuo”, “guarda", Tam- em se encontra no infcio dos tritongos, como em “atuou’, “efetuei" 3)€ representa a semivogal /j/: — seguida ou nao de s em final de vocabulo, quando vier depois dos grafemas a € 6, no ditongo decrescente nasalizado, Exs. = antes de grafemas que representam vogal na mesma silaba, ou seja, nos ditongos crescentes, também chamados de imperfeitos, porque podem ser lidos como hiatos, quando o grafema € passa as ‘Também + lido como vogal. Exs.: “presentear’, “atear”, “chavear" encontram no inicio dos tritongos, como em “apeou", “chaveou” 4)0 representa a semivogal /w/: — seguida ou nao de s em final de vocabulo, quando vier depois do grafema 4, no ditongo decrescente nasalizado. Exs. “mao”, “6rfi0", “maos’, “coragio” = antes de grafemas que representam vogal na mesma si laba, ou seja, nos ditongos crescentes, também chamados de im- perfeitos, porque podem ser lidos como hiatos, quando o grafema 0 pps a ser lido como vogal. Exs.: “toalha”, “coador’, ‘coelho", Tam- xm se encontra no inicio dos tritongos, como em “abengoei 5)1 representa a semivogal /w/ em final de silaba dentro lo vocabulo ou em final de vocébulo, conforme j4 examinado, «quando se confunde com a leitura de u, na mesma posigio. Exs. ‘calma”, “futebol” Lembre que os grafemas m e n (seguido ou nao de s) podem, em final de vocabulo, representar, o primeiro, as semivogais nasalizadas /V/ e /W/, € 0 segundo, s6 /Y/, conforme examinado na tabela 7. Vocé jé deve ter percebido como a representacao escrita das semivogais é variada no portugués. No entanto, todos os valo- res podem ser previstos: basta trabalhar, no momento oportuno, com os alunos. Sou contra a didatica de fazer os alunos repetirem definicdes dos encontros vocilicos nas séries iniciais, encontros vocilicos que os professores muitas vezes tém dificuldade em identificar. ‘Acho muito importante trabalhar com os alunos a percepcao, através de brincadeiras, de poesias, de instrumentos de percussio: D_quantas silabas tem o vocabulo; ID onde cai o acento mais forte (nao precisa estar gratado com 0 acento circunflexo ou agudo). Parta do principio de que, na lingua portuguesa, a silaba 86 s tem uma vogal, embora, na escrit ivogais possam estar re- presentadas por i, €, uw ou ©. Sendo assim, tantas silabas, tantas vo- gais. Isto ajuda a reconhecer a diferenca entre ditongo € hiato. Como voce precisa que seu aluno reconhega a diferenca entre ditongo € hiato para a colocagio dos acentos grificos, o importante € que saiba reconhecé-los: evite a decoreba de definigdes sem entendi- mento. Partindo da ocoréncia dos encontros vocilicos nos textos em sala de aula, use a seguinte didatica. Suponhamos © poema de Cecilia Meireles, “As Meninas” Anabela abria a janela. Carolina cerguia a contina. 6

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