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Aulas Da Spun 2th 2009, 3:0 Sumario ule 2 = Projet Pdagdgin do Curso 1 Aula 4 Aspecos a Teoria Peagéoica + Aula 5-APecanega de Probemaczacio 1 Aulp 11 = & Au no Emin Suparar (0) + Aula 14 - Tens Didias do Enso Supror (1) + Aula 15 -Téneas atias no Ensno Super + Aula 16 Tenia Otis no Ee n0 Superar() ‘ule $8 Caria Dacent (0) + Aula 19 Cora Dace 0) * Aula 20 Carrera Docent it Aula 1 - Introdugao a Disciplina CObjetivo: Entender a didética do ensino superior como pare integrante do processo de funcionamento da escola e da aividade docente, bem como com a metodologia da resolugdo de problemas. Introdugso “Mais uma disciplina de didética, ndo aguento mai ‘Se esta &a sus atitude ciante desta disciplina, espero desaponté-lo(a). Aqui estamos para ir além de uma discussio sobre técricas de ensina aprendizad, avaiagso, notes et. Esta cisciptna entende a didética do ensino superior como parte integrante do proprio processo de funcionamento da escola e da atuagao docente como um todo, inclusive sua carrera. Assim, esperamos inovarno tratamento 6a ‘atéria © contamos com sua colaboragdo para que esta discipina sala do lugar comum e provoque outras reagées, mais agradveis 1. Nossa situagdo-problema Nesta disciptina rabalhamos a partir de uma visio problematizadara do ensine superior. Educarcientificamente & educar para resolver problemas, © aprender, na mbito da pedagagia da problematzagao, é aprender a solicionardiversos tos de problemas. Consequentementa, nassa stuagio-problema 6: "Que é necessério para que eu me tome um docente eftcaz na pedagogia da problematizacdo em cursos de nivel superior?” Notou que mencionei duas vazes a expresso situagSo-problema? Na atividade pedagégica ndo trabalhamos apenas com problemas mas com situagées pedagégicas que possitiltem a resolucdo de problemas a partir da relagao ensino-aprendizado. Assim, prefermos o termo situagao-probleme, que engloba as vérias dimensSes da atuagso pedagégica 2. Conteddos Norteadores pa a Resolugo da SituagSo-Problema Com vistas a solucionar a situagéo problema, a discplina id tratar de uma série de temas (2 situa 5-problemas) que envolverdo aspectos insttucionais (que é 9 ensino superior, 0 papel da IES no ensino, a carreira docente, o PPC}, tebricos (fundamentos pedagégicos © flosdfices),praticas (planejamento, aula, tenicas de ensino @ avaliagio), etc, Entendemos que, para atuar com eficacia na educago problematizadora é necessévio redescrever 0 perfil do dacente no context atual da educagao superior ~ no podemas nos ver mals apenas come transmissores de contaidos, mas como agentes pedagégicos-insttucionals,cujaresponsabilidade formadora n se encerra no final da aula ou do semestre lative, mas se estende & prépria Vida da insttuigo de ensina como um todo. “Teremos, também, de reformularericamente os principals concetos, principios, valores @ competéncias na educarao superior ~ posto que a tend&ncia natural é que o dacente repta o modo como fl ensinado na escola, modo que narmalmente nao é problemstizador. Neda mais prejudicial para o sucesso da educago do que os habitos nao-efletidos de docentes que continuam reproduzindo a sua experiéncia como dscentes. CCremas, ainda, que o exercicio do magistério superior demanda discernimento, competénca, eepitualidade, aisposieao para trabalho em equipe e attude Inovadora, sempre visando & formago integral do corpo discente e ampliando a nossa prépria capacitagdo e habiltago profisional. Assim, esperamos que 20 final desta discptina vocé tenha adquirido conhecimentos e habildades suficientes para, em seu daa dia, ser melhor docente atuando no émbito da pecagogia da problematizagao saber Entondemos que, para aluar com eficcla na educagdo problemalizadora 6 necessério redescrever 0 perf do docente no contextoatual da educacio superior — ndo podemos nes ver mais apenas como transmissores de conteddos, mas como agentes pedagégicos- Inattucionas Aula 2 - Projeto Pedagdégico do Curso Objetivo: Refltr sobre 0 concsite floséfico de © a metodlogia subjacentas ao projato padagéejco do curso, Introdugéo © Projato Pedagéeico do Curso (PPC) & 0 documento que nortela a agdo permanente de todas as pessoas que atuam na escola, espocialmente dos docentes que documento fundamental para sucosso do ensino-aorendizado, po's sabomos quo, na drea da aducagdo, som reflexdo toérica sobre a pica no hi croselmente, 0.08 responséivals pela alvidade-fim da instuigdo. Embora nem sempre soa valorizado pola instiugdo ou por docentes, 0 PPC & 0 Projeto Pedagégico do Curso (PPC) & 0 documento que norteia a ago permanente de todas as pessoas que atuam na escola, ‘especialmente dos docentes que so 0s responsveis pela avidade-im da insituicko. 1. Que & 0 Projeto Pedagégico do Curso (PPC)? © Projoto Pedagégico do Curso (PPC) 6 0 documento, elaborado polo colegiad dacente e constantemente revisado polo Nicleo Dacente Estruturante do curso, que descreve a organizagao geval e @ conceppio de ensino ¢ aprendizagem do curso de ensino superior no Brasil com regulamentapao pelo Ministerio da Educagao (MEC). Sua fungi basioa 6 dar rumo a0 curso @ prevenir que docentes atuem de modo indivdualista, mas, ao invés, fornem uma ‘equipe una e coordenada de trabalho. (0 PPC deve concratizar (a) filesofia do PPI (Projeto Pedagéa)co Insttucional) da Instulgao de Ensino Superior; e (b) 0 canjunto de dretrizes organizaciona's e operacionals que expressam e orientam a pratica pedagégica do curso (e.g. a estrutura currcular, as ementas e a bibliografia de cada Ascipina, pert do egresso, etc). 0 PPC deve sempre ser norteado pelo PPl e deve obedecer as diretizes curriculares estabelecidas pelo MEC (sempre que as howver) Destarte, o PPC # um documento que deve ser no somente conhecido ¢ seguido pelo corpo docente, mas também elaborado e rvelaborado constantemente pelo corpo dovente do curso, seguindo a lderanca do NDE do respective curso, 2. Dimensdes de um PPC ‘Asavés do PPC, 0 colegiado do curso orenta e avalia 0 seu proprio desempenho e o desempenho do curso enquanto ta, incluindo a atvidade dos ‘0gross0s. As principals dimensévs do PPC devem conduzir docentes a uma comproensio mais ampla da vida da insttuigdo bom como do processo do farmagao no nivel superior: (1) Dimersdo institucional: visa integrare orentar a insttucionalidade da escola, desde o funclonamento da secretala, biblioteca, informatica, cobranga, limpeza, manutengdo, até os equipamentos, mévels & utensils que podem tomar 0 aprencizado mais eficiente ou, se ndo funcionar adequadamente, tona-se um emgeciho para o bor funcionamento do curso, Embora doventes nao sujam diretamente responsdves pelas principals aividadesinsitucionais nc-pedagdgicas, seu ervolimento & necesséro em fungi da eficiéncia pedagdgica, com o culdado da ndo interferénca (2) Dimensso Contextual: cuj fnalidade & mantar 0 curso sempre pronto para responder as demandas da realidade presente. Tendo om vsta que é faci um curso se estagnar no tempo, mantendo um curricula ¢ formas de ensino-aprendizada tradicionas @ ulrapassadas, 0 conhecimento do contexto & fundamental para docentes partciparem nos processos de inovagio escolar. Semelhantemente, a dmensdo contextual tem a ver com o perfil do egresso, posto que um curso deve formar pessoas para as préximas décadas 8 ndo para o pasado assim, conhecero presente @ imaginar os cendrios futures possveis 6 ind spansével para a formagao integra (3) Dimenssio Poltica: ue representa a viso e o compromisso educacionas da escola, bem como nortia as relagbes inerpessoais e de poder dentro da instituigdo. Aqui deve-se entender por polica nfo spenas a estutura de comando, mas todas as relagSes inlerpessosis da escok posto que todas elas envolvem 0 exerciio do poder: @ (4) Dimensao Pedagdgica: que & a mals importante do PPC, cuja fungao ¢ deinear as agdes de ensino-aprencizado na escola, estabelecendo © modelo edagsgico a ser seguido, bem como os erérios de avallagdo do desempenio discente e docente —slém de nortear os trabalhos da CPA (Comissao Prépria de Avaliago) na vercagso das concigSes do curso. Faca sua propria pesquisa sobre projetos pedagégicos de curso superior consultando o site de diversas Universidades e Faculdades e conhecendo as sas propostas. [As principals dimensd ‘do PPC dover conduzir docantes a uma compreenstio mals ampla da vida da insttuggo bem como do processo de fermagio no nivel superior. Aula 3 - Contexto Atual do Ensino Religioso Objetive: Apresentaro contexto do ensino superior perante as répidas mudancas que requerem aberturae continua adaptacio da parte das Insituigbes e docentes. Intredugso ‘A ecucagao sunerior acore em um contexto de répidas mudancas e de intensa concorréncia e aglidade. Cada vez mais as instituigdes de ensino superior necessitam estar em sintonia com as tempos atuais e devem construe projlos visando 0 fuluro. Assim também docentes do ensino superior precisam de abertura para entender e se adaptar as novas demandas que a situagdo apresenta aos discantos os insttulgBes de ensino. A propria imagem do profissional de ensino esta passando por um processo de reconfiguraga @ send for capaz do se. aginar, dacenles perderio espaga e sero incapazes de mantercarreiras crescontes e auto-ealzadoras. "Neste breve texto ndo poderel apresentar o contexto como um todo, apenas utlizarel um pequeno texte do MEC sobre o ensino superior, que pode serve de meio de motivagdo para que vocé constantemente avalie @ se adaple ao cantexlo, bem como ci condigSes para, na medida do possivel também interfer esse contexte de mada inavador Caracteristicas Gerais do Ensino Superior - (Extalos do Plano Nacional de Graduagso -2010) “0 papel da universidade relaconado @ formacio profssional necessita de uma redefinigSo que possibilte acompanhar a evolueio tecnolégica que define 12s contornes do exercicio profssional contemporéineo, considerande a formagéo académica como tarefa que se realiza,necessariamente, em tempo diferente daquele em que acontecem as inovagSes. A este dado se acrescanta um outro, o fata de que ndo se concabe mais um exercicio profissional hhomegéneo durante periade de insergo ne mundo do trabalho, Do ponto de vsta da Graduacéo, em particular, a formacéo para o exercici de uma profissdo em ume era de répidas, constantes e profundas mudangas requer, necessariament, atenta consideragdo por parte da unversidade. A decorréncia normal deste processo parace ser a adogdo de nova abordagem, de modo a ensejar aos agressos a capacidade de investigagdo @ a de “aprender a aprender’. Este objeiva exige 0 dominio dos modos de produgdo do saber na respectiva rea, de mado a crar as condigGes necessérias para o permanente processo de educagéo cantinuada, De qualquer forma, um papel se imps & universidade contempordne. Trata-se de sur funglo Social Aqusla que se orienta pelo dete de todas as pessoas & Vida digna. Mais ainda, no contexto desta nova sociedade do conhecimento, a que propicia a ampliagdo democratizante do acesso a esse conhecimanto. Ela deverd se orienta, em primeira instincia, no sé pelos desatios tecnoldgices mas também pela questéa ética que diz respeito a toda a amplitude da existéncia humana. Assim, parece fundamental que a universidade, por todas as suas ages, busque o equilria entre vacagio téenico- clentica © vocagdo humanislca, Neslaintersecgo parece resid o ample papel de inslituigdo promatora da cultura 0s cursos de graduagao devem propicia a oferta de referencias te6rico-basicos que possibiitem o trémite em miiplas diregdes, instrumentaizando 0 individuo para stuar de forma eriativa em situacées imprevisiveis, ‘A graduagio ndo deve restingit-se 8 perspectva de uma profissionalzacio estita, especializada. Hd que propiciar a “aquisipdo de competéncias de longo razo",o dominio de métodos analticos, de milplos cécigos « linguagens, enfim, uma qualficagdo intelectual de natureza sufcientemente ampla & sistrata para constui, por sua vez, base sida para a aquisigao continua @ efciente de conhecimentos espectfcos, ‘Assim, a aqulegio de conhecimentas deve Ir alm da aplicag Imediata,impulsionando osujelte, em sua dimensi Indviduale socal a ela @ responder a desatios. Em vez de ser apenas o usuario, deve ser capaz de gerare aperfeigoartecnologias. Tomna-se necesséro desenwalver a habildade de aprender © rocriar permanentemente, ratomando o sentido de uma educagao continvada, Para alender a essa exigéncla, a graduagio necessita deixar de er apenas o espago da transmissio e da aquisiglo de informagdes para transformar-se no locus de constructolpredugao de conhecimanto, em que 0 alune atue como sueito da aprondizagom.* Veja o video sobre Vida de Professor, um standup. Veja Absit: Stand-Up / Vida de Professor Um papel se impée & universidade contempordnea. Trata-se de sua funcSo social. Aquela que se orienta pelo dirsito de todas as pessoas & vida cigna Raita: coma vocé v8 sducagdo na contemporaneidade? Aula 4 - Aspectos da Teoria Pedagégica Objetivo: Apresentar a pedagogia de Paulo Freie © sua contribuigao para a prética pedagégica docerte. Introdugéo Uma das propostas pedagégicas mais inovadorase eficientes do século XX, reconhecida em todo o mundo, 6a proposta de Paulo Freire, Um cristéo catdlico-omano comprometido com a sua (6, Freire ficou conhecide por seu métode de alfabetizagso centrado na conscientizaglo. A partir de seus trabalhos do allabetizardo, ole desenvolveu uma vigorosa teoria pedagégica que, embora direcionada primariamente ao ensino basico, 6 igualmento aplicdvel a0 ensino superior. A partis de um dos dhimos vrs de Freie, sintetizei um conjunto de axiomas pedagdgicas freeanos que podem servir de base para nossa reflexdo sobre a educacdo problematizadora, Assim, asituagdo-problema que este eo préximo texto propem a voce 6: “quals sdo as principals coniribuigdes da toora pedagégica crtico-sacal de Paulo Frlre para uma pedagogia da problomatizago na educagdo superior?" Note que este 6 um problema predominantemente eérico ~ mas uma teora de cunho patio! Uma boa teoria pedagégica resolve, de antemo, muitos problemas da prtica ‘educacional baseada apenas na traigdo, ou no habio escolar, Uma das propostas pedagégicas mais inovadoras e efcientes do século XX, reconhecida em todo 0 mundo, 6a proposta de Paulo Freie, a da esperanca “Pensar que a esperanga sozinha transforma 0 mundo e atuar movido portal ingenuidade & um modo excelente de tombar na desesperanga, no pessimismo, no fatalismo. Mas prescindir da esperanca na luta para melhorar o mundo, como se a lua se pudesse reduzir a atoscalculados apenas, & pura la um dos seus clentficidade, ¢frivla lusdo. Prescindir da esperanca que se funda também na verdade como na qualidade ética da uta 6 nega aspectos fundamentals. Enquanto necessidade ontolégica a esperanca precisa da pric para tomar-se a concretude histrca .. Uma das tarefas do educador ou educadora progressista, através da andlse polca, ria e coreta,é desvelar as possibilidades, no importam os obstéculos, para a jesperanga, sem a qual pouca podemos fazer porque difcimente lutamas e quando lulamos, enquanto desesperancados ou desesperadas, a nossa lula 6 uma tuta suicide." (p. 198) Paulo Reglus Naves Freie fo um educador, pedagogistae flésofo brasileiro. € Patrono da Educagto Brasilia 2. A educagéo como prética da transformacao “Nao posso entender os homens e as mulheres, ando ser mals do que simplosmente vivendo, histrica, cultural e socialmente, exstindo, como sores fazedorws de seu ‘eaminho! que, a0 fazés1o, se expéem ou se entregam ao ‘camino! que esti fazendo e que assim os refaz também... 0 que no demos, come seres imaginativs e curloses, 6 parar de aprender © buscar, de pesquisa a razso do sor das coisas, N8o podemos existr som nos intertogar sobre o amanha sobre o que vid a favor de que, contra que, a favor de quem, contra quem vir; sem nos interragar em tomo de como fazer conereto 0 ‘inédito viével demandado de nés @luta por ele.” (p. 978) “Homens « mulheres, ao longo da histéra,vimo-nos tomando animais deveras especais: invantamos a possibilidade de nos lberiar na medida em que nos lonamas eapazes de nas perceber como seres inconclisos, limtados, condicionados, hstériees, Percebendo, sobretudo, também, que a pura percepgo da Inconclusao, da limitagao, da possibilidade, ndo basta, € preciso juntar a ela @ lta potica pela transformagao do mundo. A liberiagdo dos indviduos $6 gana profunca signiicagio quando se alcanga a transformagao da sociedade."(p. 100) 3. Educagéeo como encontro de saberes “Na inva progressista, ensinar implica, pois, que a8 educandos, em certo sentido, ‘penetrando! 0 dscurso do professor, e apropriem da signiicagao profurda do contetido sendo ensinad. O ato de ensinar, vivido pelo professor ou professora, val desdobrando-se, da parte dos educandos, no ato de ‘estes conhecerem o ensinado, Por sua vez, oa) professor(a)s6 ensina om termas verdadeiros na media em que conhece © contetide que ensina, quer «zor, na medida om que se apropria dele, em que o apresnde. Neste caso, a0 ensina, 0 professor ou a professora reconhece 0 objeto ja conhecido. Em cutras palavras, refaz @ sua cognosctvidade na cognosctvidade dos educandos. Ensinar 6 assim a forma que foma o ato de conhecimento que o(a) professor(a) necessariamente faz na busca de saber 0 que ensina para provacar nos alunos seu ato de conhecimento também. Por sso, ensinar é um ato criador, um at crttico, @ no mactinico. A curosidade do(a)professor(a) e dos alunos, em se encontra na base do ensinar-aprender:"(p. 81) or sua vez, o(8) professorfa) $6 ensina em termos verdadeiros na medida om que conhece 0 conteido que ensina, quer dizer na ‘medida em que se apropra dele, em que 0 apreende. 4, Educagio: prética disciplinada e exigente “Talvez nunca tenhamos do em nossa histra necessidade tao grande de ensinar, de estudar, de aprender, mais do que hoje. De aprender a ler, a escrever, a contar De estudar histria, goografia. De compreander a stuapéo ou as situagdes do pals. O intelactualismo combatido 6 precisaments esse palavroado oco, vaz'o, sonoro, som relago com a reaidade crcundante, em que nascemos,crescemos @ de que ainda hoje, em grande part, nos nutrimos, Temes de nos reequardar desse tipo de intlectualsmo como também de uma posigdo chamada ant-radiconalisia que reduz todo o trabalho escolar a meras experiéncias disso ou daqull e a que fala 0 exercicio duro, pesado, do estudo sro, honesto, de que resulta uma discplina intelectual. (p. 1148) “O alo de ensinar, de aprender, de conhe 6 dificil, sobretudo exigente, mas prazeraso, como sempre nos adverte Georges Snyder” (p. 83) “Todas as ctagSas so do lvro: FREIRE, Paulo. Pedagogia da Esperance. Um reencontro com a Pedagogia do Oprimido. So Paulo: Paz & Terra, 1994 \eja mais sobre a metodologia de Paulo Freire no Instituto Paulo Freie, Em: http://www,paulofreireora/ Aula 5 - A Pedagogia da Problematizagao S$ CObjetive: A prtca padagogica de Paula Free como pedagogia da problematzagao, Intredugae amos contnudade & apresentagéo da sintese da tora reeana, no Ambo da ecucagoproblemalzadorano ensino superior, visando& resohigo da situaso-probloma propostano texto anteri. 5. Educador(a) ¢ educando(a): papéis de uma relagéo interpessoal ita: qual o papel do educador? (1) Educador(a) *.. qualquer tentativa de pdr em prética uma educagdo que, primero, respeitando a compreenséo do mundo dos educandos os desafe a persar eicamente; segundo, que ndo separe o ensino do contetido do ensino do pensar certo, exige a formagao permanente dos educadores @ das educadoras. Sua formacao cientica, mas sobretudo, exige um empenho sério @ cosrente no sentido da supera 0 das vehas marcas autonérias ltistas, que perduram nas pessoas em que la ‘habitam’, sempre disposias a ser realivada, E sem o exerccia dessa tentaliva de superagio, que envolve a nossa subjotvidade o que implica 0 recarhacimento de sua importancia tho menosprezada e minimizada pelo dogmalismo que a reduc a mero relexo da objotividade, toda tontatva de mudanca da escola para pé-la numa dire democritica, tendo aro vingar (p. 168s.) “Ensinar .. demands a crisgdo ¢ 0 exerccio de uma séra discipina intelectual a vir send forjada desde a pré-escole .. Mas, assim como no é possivel ensinar a aprender, sem ensinar um certo contetido através de cujo conhecimento se aprende a aprender, ndo se ensina iqualmente a discplina de que estou falando a ndo ser na e pela prética cognoscente de que as educandos vo se tomando sujitos cada vez mais crtcos.. © papel testemunhal do professor na gestagio desta dscilina ¢ enorme, Mais uma vez al, @ sua autoridade, de que sua competéncia faz parte, jaga importante fungao. Um professor que no lava a sério sua pica docente, que, por isso mesmo, no estuda e ensina mal o que sabe, que no lula para que disponha de condigdes materials indiepensdvels& sua prtica docente, se proibe de concorter para a formagdo da imprescindivel dscplina intelectual dos estudantos Se anula, pois, como professor. (p. 82s) (2) Educando(a): "Minha experiéncia viha me ensinando que o educando precisa de se assumir como tal, mas, assumir-se como educando significa reconhecer-s0 coma sujete que é capaz de canhecar @ que quer canhacer em relaga com outa suit igualmente capaz de conhacer, educadr, entre of dois, pssibitanda a tarefa de ambos, a objeto de conhecimento..Nofundo, o que eu quera dizer & que o educanda se torna realmente educando ‘quando « na medida em que conhece, ou val conhecendo os conteddos, os objetos cognoscives, © ndo na medida em que o educador vai depositando nolo a descrigdo dos objelos, ou dos contatidos... Mais do que ser educando por causa do uma razio qualquer, o educando procisa lomar-se educando assuminda-se come sujeilo cognoscente endo como incidéncia do discus do educador, Nisto& que reside, em cima andlse, a grande importéncla poltica do ato de ensinar.”p. 478.) saber Quando o educande realmente se toma educando? E qual sua relagdo com o Educador? Conclusso Para ajudar voce na reflexdo com vistas & resolugao da situagao-problema anterirmente proposta, mais uma breve sinlese da tarefa pedagégica do professor de ensino superior, desta vez sob 0 ponto de vista do aprender, concebido como um aprender-fazendo (solucionando problemas). Aprender- fazendo, na problematizagao, demande: - "-2quisigdo e dominio de um conjunto conhecimentos de, métodos ¢ téenicas cientifcas de forma critica - Inicatva para buscar informagées,relacondias, conhecer @ analisarvérias teorias @ autores sobre determinada assunto, compari-os, discutr a aplicago dessas tearias em stuagSes reais ~ s.aldquirrprogressiva autonomia na conquista de canhecimentos ulleriores, desenvolvendo a capacidade de reflexdo ¢ a valorzago de uma formagao continuada” (MASSETO, Marcos T. Competéncia pedagégica do professor universitéro. Sao Paulo: Summus, 2003, passim) Veja alguma insituio que adote 0 método Paulo Freire em sua pedagogia, Vale consular a intemet, mas se fizer uma visita ¢ entrevista pessoal & ynuito mais enrquecedor. Aula 6 - Os Contetidos Cbjetivo: dentficar os contedidos a ativdade ensinar-aprender integral e problematizadora Introdugéo Nos dois prmeieas textos desta tomatic, tralamos da teria pedagégica freieana aplicada ao ambito do ensine superior. Neste texto, entraremas em uma questao mais detamente prtica - o8 contetidos do ensinar-aprender integral e problemalizador. Quando entrames em relagdo pedagdgica com estudantes, ensinamos e aprendemas: fates, conceites, proved mentos elou valores, Vejames, a segui, cada um destestpos de contetido do ensino FA)0 tormo “conecimentos factuais"refere-se a “fatos, acontecimentos, situagbes, dados fentmenos concrotes e singulares” 1. Conteddos Factuais © termo “connecimentos factuals”rfere-se a “alos, acontecimentos,situagGes, dados e fendmenos concrete singulres.. aprendu um contetido factual quando 6 capaz de reproduzit recordar e expressar, de maneira exata, 0 orginal” (ZABALA, Antoni. A pratica educative. Como ensinar. Porto ‘Alegre: Armed, 1998, p. 41.) ‘Vojamos alguns exomplos de conhocimantosfactuais no ensino superior \Vecabulério 6 regras gramaticals de um idioma Dados geogréicos arqueotégicas, datas e eventos histricos; Dados estatisicos, socials, educacionais tc: Nervos, 0880s, miscues, ete \Vocé mesmo pode acrescentar outros exemplos a partir de sua docéncia 2. Conteddos Conceituals Contetdes conceltuas, ou cancetos, rom a0 Conjunto de fatos,objotos ou simbolos que tim caractoristicas comuns, © 0s prncipis se rterem as mudangas que se praduzem num fato, objeto ou situago om relagdo a autos fatos,objetos ou situagdes e que normalmente deserevem relagées de causa felto ou correlarao, [Sao aprendidos quando o aluno] sabe utlizlos para a interpretardo, compreensio ou exposicdo de um fenémene ou situa quando ¢ capaz de sitar 0 fatos, objetos ou stuapées coneretas naquele concrito que os inclu” ZABALA, idem, p.43.) Exemples de contetidos concaituais ne curse superior (1) Conesitos ‘A terapia pelquica ¢ uma pratica nao-siretva © capitalismo & uma forma insta de organizagao da vida econdmice: (2) Prncipios ‘A pessoa que no se aperfeigoa ndo cresce prafssionalmente; Se a economia atual é altamente compettiva, 0 profissional ¢ otrabalhador também devem ser altamente competitivos Actescente voce mesmo outros exempos CContedidos conceltuais, ou conceitos, “se referem ao conjunto de sn &s mudangas que So produzom num ato, objelo ou stuago om relagio a outros lato.” Ls, objlos ou simbolos que tém caractristicas comuns, © 08 3. Conteddos Procedimentals Por conteidos procedimentals nos referimos @ um conjunto de agdes ordenadas ¢ visando metas especificas (ou objetves concretos). Estes contetdos se aprendem a parr de modelos especilizados apresentads © explicados pelo docente, vi exercitacao multipla pelo iscente, aplicagdo em diferentes contextos ¢reflexdo sobre a propria alvidade Exempl de conteidos procedimentais Para sitar um text ilerrio om sou contexto histrico 6 estlistice 6 proviso: (1) identiicar os tomas do texto; (2) verifier em que outros textos esses tomas aparecem de forma interdiscuriva; (3) comparare classifica’ esse conjunto de textos; (4) propor uma hipétese de datagso ‘Acrescente outros exemplos $20 ts 08 tipos de contatidos que poclemos denominar de afetivos: valores; attudes © narmas, Veja no topica & cada um dele. 4. Contedides Afetivos ‘So irs 0 tipos de contetidas que podemos denominar de afetvos: (a) valores ~ princiios au as ideias tics que permitem &s pessoas emitr um juiza sobre as condutas e seu sentido; (b)altudes —tandéncas ou predisposigées relatvamente estivels das pessoas para aluar de carta mancira;e (c) norma = padeBes ou regras de comportamento que devemas seguir em determinadas stuagSes que obrigam a todos os membros de um grupe soctal cf, ZABALA, idem, pp. 41-46) 0 contetides afetivos 0 aprendidos da sequinte forma ‘Agrende-se um valor quando ele for intriorzado e forem elaborados erérios de discemimento que regem a agdo @ 9 avallagso pessoal e coletve, “Aprendeu-se uma atiude quando @ pessoa pensa, sente © atua de uma forma mais ou menos constante frente ao objeto concreto a quem dirige essa attuse [..] uma norma [..] quando existe uma contormidade que implica certa reflexdo sobre o que significa [..] quando se interiorizarant (ZABALA, idem, par) Exemplos de conhecimentos afetivos Valor: Todas as pessoas sio iguais em drsitos 6 dignidace; ‘Aude: Mesmo quando ofendide,respondo com respite bondage; Norma: Deve ser evitado o assédio sexual no ambiente de trabalho. Acrescente outros exemplos Conclusio Rellotie aprofundar nosso conhacimento sobre os tipas de contotidos que ensinamos 6 indispansdivel para elaborarmos boas situapbas-problema © olerecermos os recursas ¢ agdes nevessdros para que os eeludanles as reealvam, Devemos preslar especial alengo, porém, aos contatidos que ensinamos mediante 0 nosso exemplo pessoal, pols eles — como parte do chamado curiculo oculto— desempenham papel bem mais eficaz do que persamos, Vojao estudo sobre esse verbele no site: http://www. epsiv.flocruz,be/diclonarlo/verbetes/pedpro, htm Aula 7 - Operacées Mentais Objetivo: Enlender as operagdes ou processos mentais executados pelos estudantes a fim de solucionarsituagbes-probleme, & Introdugéo Um aspecto do aprendizado que comumente nia é levado om consideragdo por docentes & 0 que Meiriu chama do operages mental. Por oporacdies ‘montals le 60 rofore aos procossos montais exccutados polos ostudantes a fn de solucionar as situagées-problema que Ihos aprosortamos. Essas operagées mentals so, i de regra, as mesmas que realizamos — embora nem sempre tenhamos conseiénela de que as estames realizando, Traze-las & luz eroletr sobre olas nos ajuda a sermos mais efltentes na tarefa pedagogica Seguindo Meiiou, apresontarl quatro operagées mentals comumenterealzadas nos processos do aprendizado — duas noste texto @ as duas finals no préximo, Este 6 un contetido de cunho te6rico com elevada incid&ncia sobre a prtica, assim, antes de voo8 considera fel ou desnecessério, procure refletr sobre ele e verifcar seu valor ~ 6, em sua dia-a-dia mantenha-se informado e atuaizado sobre os modos floséfcos de tratar desta tematic, (Operapses mentais: processos mentais executados pelos estudantes a fm de solucionar as sitagbes-oroblema que Ihes apresentamos. 1. Dedugso A dedugio 60 ata intelectual através do qual o sueito a levado a inferir uma consequéncia de um fato, da um principio ou de uate ..] © dispositive [método ou técnica pedagécica utlizados] a ser estabelecide deverd, portant, caracterizar-se pelo fato de assum o's. enldo', ora através da exneridncia ensaiaca na qual osujita observa os efeitos concratos de seus atos, ora através da interagdo social ue the permite examinar seus I comporlamentos ou suas propostas pela imagem que via outer’ (MEIRIEU, Philipe. Aprender.. sim, mas coma? Parla Alegre: Artmed, 1998, ». 112s). ‘A deducéo @ & forma mais basica do racocinioe sus formulagdo mais cléssica na histéria da flosofia pode ser encontrada no famoso cogitocartesiano “Penso, logo existo". Desde os tempos primordiais da relexBo floscfica, porém, a dedugéo esté presente, confgurada no sllogisme légico elementar com seus tts passos: (a) Tedos os homens so mortals; (b) Sou hamem;(¢) logo, sou mortal. Deduzir, portant, no cra novos corhecimentas, apenas os reproduz verificaimpicagées. €, assim, a operagdo mental mais simples a sar realizada, Possivelmente, 6a forma mais comum e hegeménica nos processos de ensine-aprendizado conteudisticos, nd problematizadores. © prafestor apresenta uma verdade, a set aprendida e saguida pelo estudante, facimante rtomada em uma prova centrada na memarizagio. Ite ndo quer dizer que haja stages em que o ralocinio dedutvo Sea lo necessério ~ apenas destaca que se queremas formar alunos ¢ alunas cratvas, deduzir nao pode ser @ operagio mental mais praticada por eles e elas. [A dedupio & a forma mais basica do raciocinio e sua formulagao mais cléssia na histéria da flosofia pode ser encontrada no famoso cogito cartesiano "Penso, logo existo™.Relembre René Descartes. 2. Indugéo © raciocinio indutve se caracteriza por Yazer hipéleses, por combinagBes sucessivas de atributes, sabre aqulla que constiul seu ‘ponte comum' @ em alcancar uma formalizagdo acetével, procedando por uma alteranca de redugSes e extensbes" (Idem, p. 114). Aindugdo 6 a avdade mental tipica das clncias natura e/ou exatas, « goralmente tom sido vista com suspeita no Ambito das Humanidades. Se queremos, porém, formar estudantes crialvos, induziréindispensével ‘Aindugdo ¢ a atvidads mental que opera a partir da andlise da experéncia, buscando na diversidade da mesma os elementos comuns que permitam {formula classiicagdes, elaborar conceitos ou princpios e descrever funcionamento de um dado conjunto de objets. “A gica da indugio ou da inferBncia indutva 6 conhecida como ‘generalzagio indutval. Consiste na derivagdo de um juizo universal a partr de um particular. 0 termo ‘particular’ refere-so a observagées singulares que geram um nimero igual de verdades: assim, quando se diz que um cisne é branco, 0 pradicado “branco" apica-se somente a0 clane abservade e no 20s outos, Jo terme “universa’, a0 canto, & extensive; indicando que o predicado “branca” aplca-ee a qualquer cisne existente; © que significa cizer que a partir do conhecimento de casos particulares, através da observario, pode-se chegar ao conhecimento do universo em estud (VIANA, Gerardo Vadisi Roctigues & PEREIRA, Eléser Sales. 0 método indutivo, Acessado em:

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