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ip ie SEMANTICA ESTRUTURAL A. J. Greimas © problema da significacio, objeto de estudo da Semantica, constitu uma das preocupacdes nucleares das Cigncias Hu. manas, Neste livro, um pesquisador que se vem destacando Por suas contribuiges na drea da teoria semantica e da and- lise} da narrativa oferece ao leitor wuiversitério um panorama dos problemas © métodos da Semdntica Estrutural, focalizando uestées essenciais como condigées de uma semantica cien- ‘fies, estrutura elementar da signficacdo, linguagem e dis. Guo, organizacio do universo semantic, descricio da sign. Fieacio, modelos atuacionais ¢ de transformaglo, ¢ outros 16. picos de igual importéncia, EDITORA CULTRIX EDITORA DA UNIVERS ‘Semantica estrutural Ru, SEMANTICA ESTRUTURAL A. J. Greimas Ninguém ignora que © problema da significe ‘slo constitui hoje uma das preocupagies. mu ‘leares das Cigncias Humanas, de vez que um fato 8 pode ser considerado “humano” na me- ddida em que signifique algo. E para abordar ‘0 estudo da significagio, nenhuma cigncia esté ‘melhor qualificada do que a Lingistica, em 1 io do rigor © formalizacio de seus métodos. Todavia, a provincia da Lingifstica a quem in- ccombe tal estado, a Semintica, € paradoxalmente ‘4 menos desenvolvida das disciplinas lingisticas. Esse atraso histérico se explica, sobretudo, pela ‘complexidade do seu objeto de estudo, que 56 agora comeza a ser delimitado abordado com ‘spirito verdadeiramente cientifico. Tlustzativa desse espirito € esta obra que, em tradugio dos Profs. Haquira Osakabe € Tzidoro Biikstein, a Cultrix ora entrega 20 pablico uni- versitirio brasileiro numa coedicio com a Edi- tora da Universidade de Sio Paulo, SemAntica Estaurvrat € notével tanto pela atvalidade do ‘seu empenho — a aplicagio de métodos estrutu- nis 20 estudo da significagio — quanto pela clarcea de suas formulagSes, que procuram con- ‘liar © rigor terminolépico exigido pelos Isgicos ¢ Vigicos matemiticos com 0 amplo sistema de referéncias culturais do estudioso de Cigncias Humanas. Neste livo, o Prof. A. J. Greimas, docente da “Ecole pratique des hautes études”, que se vem destacando por suas pesquisas na feea da teoria semintica e da andlise da narra. tiva, oferece a0 leitor um panorama dos proble- ‘mas € métodos da seméntica estrutural, abordan- do questées essenciais como condigées de uma ‘semintica cientifica estratura clementar da signi ficacio, linguagem’e discurso, organizacio do ‘universo semiintico, descricio da significaga0, mo- elos atuacionais ¢ de transformasio, € outros Aépicos de igual importincia. ie a, I SEMANTICA ESTRUTURAL Obra publicada com a colaboragio da oe UNIVERSIDADE DE SAO PAULO. oa Reitor: Prof. Dr. Orlando Marques de Paiva EDITORA DA UNIVERSIDADE DE SAO PAULO. Presidente: Prof. Dr. Mario Guimaraes Ferri Comissao Editorial: Presidente: Prof. Dr. Mario Guimaraes Ferri (Instituto de Biociéncias). Membros: Prof. Dr. Antonio Brito da Cunha (Instituto de Biociéncias), Prof. Dr, Carlos da Silva Lacaz (Faculdade de Medicina), Prof. Dr. Pérsio de Souza Santos (Escola Politécnica) e Prof. Dr. Roque Spencer Maciel de Barros (Faculdade de Educacdo) mre A.-J. GREIMAS (diretor de estudos da “Ecole pratique des hautes études” de Paris) SEMANTICA ESTRUTURAL Pesquisa de Método Tradugio de ‘Haguira Osaxane. (da Universidade Estadual de Campinas, SP) Teporo Burxsrem (a “~*wttnde de Sio Paulo) EDITORA CULTRIX io PAULO. EDITORA DA UNIVERSIDADE DE SAO PAULO Titulo do original: SEMANTIQUE STRUCTURALE — RECHERCHE DE METHODE © 1966 — Librairie Larousse, Paris. 2: edicio MCMLXXVI Direitos de tradusio para a lingua portuguesa adquitidos om excluividade pela EDITORA CULTRIX LTDA. Rus Conselheizo Furtado, 648, fone 2784811, S. Paulo, que se reserva a propriedade literdria desta traducio, Impresso no Brasil Printed in Brazit INDICE CONDIGOES DE UMA SEMANTICA CIENTIFICA At Sitwasio da semantica 4) A significagio e as ciéncias humanas _ 6) Um parenie pobre: a semintica 22 A signifcagio da. pereepgio = 4) Primeira escolha epistemolégica 4) Uma descrigio qualtativa €) Primeiros conceitos operacionais 3+ Conjuntos significantes e lnguas naturals 4) Classificagio dos significantes ©) Gorrelagio entre significantes e significados ©) SignifcagSes “naturais” e signficagSes artfcsis 4) Estatuto privilegiado das linguas naturais 42 Niveis hierérquicos da Hioguagem 4) Fechamento do conjunto Lingifstico 5) Niveis l6gicos da_signficasso €) Semintica enquanto linguagem 4) Nivel epistemolégico @) Notagio simbélica ESTRUTURA ELEMENTAR DA SIGNIFICAGAO Continuidades e descontinuidedes Primeita concepcio da estrutura + Conjungio ¢ disjungio * Estruturas elementares u rT 2 is 16 7 7 7 18 19 9 a 2 REN BESSBBS B SIGNIFICAGKO MANIFESTADA, 2) Unidades de comunicagdo ¢ unidade de significagio 5) O lexema: uma constelagio estilistica ¢) Definigao do semema A figura nuclear 2) Primeiro nicleo de “téte": extremidade 1) Segundo nicleo de “téte”: esfericidade ¢) Nicleo sémico comum 4) Figuras simples e complexas ¢) Em ditegio 20 nivel semiolégico do conteido Os classemas 2) Semas contextuais 6) Lexemas ¢ sememas €) Definigéo dos classemas 4) Em diresio a0 nivel seméntico da linguagem Conceitos instrumentais NIVEL SEMIOLOGICO Notas prévias © aproximagdes 2) Autonomia do semiol6gi 6) Lexematismo antropocéntrico €) © Lingiistico e 0 imaginério Estatuto do Semiolégico 4) O simbélico e 0 semiolégico 4) O protosemantismo de P. Guiraud €) © semiolégico e 0 bioanagégico Possibilidades da descrigio semiolégica b b 2p 2 B 2) Construgio das Tinguagens em lingiifstica aplicada 1) Niveis de generalidade €) Procedimento descritivo ISOTOPIA DO DISCURSO 12 Heterogeneidade do. discurso 42) Tsotopia da_mensagem 1) Variagies das isotopias ¢) Dimensies dos contexts isot6picos 22 Funcionamento metalingistico do discurso 4) Expansio © definigio 4) Condensacio e denominacio ¢) Denominagio translativa 5 4) Dupla funcio dos classemas 2) Andlise das denominasées figurativas f) Andlise das denominagoes translativas 2) Andlise definicional 4) Construgio dos sememas 1) Tsomorfisme das figuras 32 CondigSes para _o estabelecimento de isotopia 4) Definigio obliqua 5) Conceitos sobre 0 mundo ¢) O fechamento do texto 4) Do texto individual 20 corpus coletivo €) Tsotopia ¢ vatiagio 42 O discurso plurlvoco 2) Manifestagio de uma_isotopia complexa 4) A ambivaléncia simbélica em literature €) Tsotopias ¢ sua leitura ORGANIZAGAO DO UNIVERSO SEMANTICO 1s Universo da significacio 2) Dupla diresio epistemolégica ) Indugio e dedugio €) A consideracio emplrica do universo imanente 4) ‘Sistemas e morfemas 2° O universo manifestado da significagio 4) Comeiido 6) A combinatéria €) Facotha extratégion 4) Abertura do corpus dos sememas 103 106 107 109 110 114 116 47 7 121 122 125 126 128 128 130 BL 136 136 136 138 19 4a at 143 45 45, c oF ar ar “i €) Sememas abstratos © concretos 1) As incompatibilidades © discurso 4@) Lexicaizagio © gramaticalizacio 5) As separactes da expressio © as identidades do contedido ©) A comunicagio 4) Orgenizacio das _mensagens DESCRICAO DA SIGNIFICAGAO Manifestacio © discurso 2) Dicotomia do universo. manifestado 4) Tsotopias fundamentais €) A combinatéria sintética 4) A afsbulacio © © “radotage” ‘A Manifestacio. discursiva 4) As bases. prazmfticas: da organizacio 5) Mods de presenca da manifestacio discursiva €) Os microuniversos. seminticos 4) Tinologia dos micro-universos €) Predicatos ¢ atuantes 1) Catesorias atuscionais 2) Sintaxe Waica e sintaxe semintica ‘bY O caréter modal das catesorias.stuscionais 4) Uma epistemologia lingiifstica Manifestacio figurativa e manifestacio nfo figurativa 4) Um exemnto: a comunicacio pottica 5) O imolicito © © explicito €) O nfo fieurativo 4) Em directo a uma metalinguarem cientifica ¢) A vetificagio dos modelos de descrigio PROCEDIMENTOS DE DESCRICKO Constituicio do corpus 4) Obietivos e procedimentos 5) O corpus €) 0 texto 4) Eliminacio ou extragio €) Os inventérios 1). Tnventérios individuais e coletivos 2) Estratos © Duragdes A normalizagio 44) Homogencidade da descricio 146 49 149 150 152 154 137 157 159 159 162 163 163 155 167 172 185 185 187 190 191 192 193 195 1 2 4) Objetivagio do’ texto €) Sintaxe elementar da descrigfo 4) A lexemftica da descrigio A construcio: 4) Construgio do modelo: redugio e estruturagio 6) Redugies simples ¢) Redugées complexas 4) O semintico e o estilistico e) A estruturagio 1) Homoiogasio © geragio i &) Conteidos instituidos © sua organizacio REFLEXOES SOBRE OS MODELOS ATUACIONAIS Dois niveis de descrisio Os atuantes em fingiistica Os atuantes do conto popular russo Os atuantes do teatro A categoria atuacional “Sujeito” vs “Objeto” ‘A categoria atuacional “destinador” vs “destinatirio” ‘A categoria atuacional " Aqjuvante” vs “Oponente” © moaeio atuacional mitico A invesucura tematica © iinvestumento economico Atuantes € atores © energetismo dos atuantes Q modeio aruacional € a critica psicanalitica Os modelos atuscionais psicanaliticos PESQUISA DOS MODELOS DE TRANSFORMAGAO, Reduglo e estruturagio 2) Organizagio das fungées 8) Inventério das fungies ¢) Acasalamento das fungies 4) Contrato €) Prova f) Auséncia do herdi 4) Alicnagio € reintegracio 4) Provas e suas conseqiitncias 4) Resultados da redugio Interpretacées € definigdes 44) Elementos sctOnicos ¢ dincr6nicos da narrativa 4) O estaruto discrdaico da prova Bee Bee 2 27 218 RS 270 273 25 am a i 29 43 Fane de poor a CONDICGES DE UMA SEMANTICA CIENTIFICA e) Realizacio da prova 282 4) © problema do reconhecimento e da recompensa 284 4) Manifestagio figurativa do modelo 286 3) Alcance do modelo transformacional 286 ° SITUAGAO DA SEMANTICA AMOSTRA DE DESCRIGAO. Bas aa 9) A significacdo © as ciéncias humanas. 3 ad ee. ae AA Bernanos = __ O problema da significacio esté bem no centro das preocupa- Fy Soe ieeeed Pa Ses atuais. Para transformar o inventério dos comportamentos ipaq aa em antropologia e as séries de acontecimentos em Histéria, ndo * eae a El cme

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