Você está na página 1de 25
BIBLIOTECA DE ADMINISTRACAO PoBrIca Volumes Publicados Introducdo a0 Planejamento Demoeratico — John R. P. Friedman Frincipios de Financas Piblicas — Hugh Dalton (2.8 edicao) Fioblems de Pessoal da Emaprésa Moderna — To. fils de Vilanova. Monteiro Loves Administragéo de Pessoal — Principios ¢ Técnicas. Beatria M. de Souza Wahnlich Diteito do Trabalho — Délig Maranhéo Mernsino de Administracéo Piblien <> Brasil — Marina Brandio Machaas Classiticagaio das Contas P Machado Jr, Giminisiracto e Estratégia ao Desenvolvimento — Guerreiro Ramos ayitervencdo do Estado no Dominio Econémico — Alberto Venancio Filho Gomunlceedo em Prosa Modema — Othon Mm, Garcia Eundagies — No Direito, na Aa vis Zobaran Monteiro e Hox Planejamento Governan:ental Costa’ Sustes — Um Entogue Admin Schastiao Guerra Leone licas — José Teixeira inlstragao o Senna BIBLIOTECA DE ADMINISTRAGAO PUBLICA — 4 Pedro Mufioz Amato INTRODUGAO A ADMINISTRACAO PUBLICA ‘Traducao de Benedicto Silva Fundagdo Getullo Vargas Instituto de Documentacéio Servico de Publicagdes Rio de Janeiro, GB, 1071 ‘Titulo do original em espannol: Introduecien a la admintetracién Puvtica ot reservados em Lingua, portuguésa da laeho Gebilio Vargas Frail ae c 183, Rlo ae Janciro, GB, 20-02" PC*StCeO, ‘odueBo total ou parcial desta obra © Copyright da Fundacio Getalio Varges FUNDAGAO curers o Diretor: Bene: gece BoA Amaral ee INTRODUGAO A EDICAO BRASILEIRA 1 O ensino de administracdo ne América Latina tropeca em. mustos dices, 0 mais evidente dos quais talvez seja @ deficiéncia de fontes de leitura. A maioria dos terios sobre @ moderna administragéo e Higades compée-se de trabalhos em lingua ca- trangeira, escritos principalmente por autores america nos, ndo traduzidos ou quase intraduatveis pare 0 por- hugués. Essa deficiéncia obvia — inoratamente familiar aos es- tudiosos, tentas vézes indigitada por professires e sentide por alunos da EBAP — adquiriv evidéacia maior a partir de agosto de 1955, com 0 advento do Relatério Blandjord sdbre a administracdo publica na América Latina. Como sabem, os interessados no assunto, 0 Conselho Econdmizo e Social Interamericano, da Organizacdo dos Estados Americanos, resolveu, em 1963, mandar estudar as con- digdes & perspectivas da admtnistracdo publica neste Continente, Designada em 1954 para incumbir-se do ¢: tudo, a Misséo Blandford partiu de Washington D.C. julho daquele ano e durante sete meses visitow 0s paises latino-americanes, sem excecio de um sé. Entre presidentes, ministros, professéres universitdrtos, governadores, magistrados, servidores ‘piiblicos categoré- Vv 0S gastos para prestar servigos necess4 ou gue se Fecuzam ea precos'emn bens pésitos similares de conveniéncia geral ‘Sem entrar em pormenores que Bo 8 neeessidatle de formas ecinitisintae ne oo © problenta — autonomia versus contréle pel ¢otporacées publicas (também chamadas fades au- {nomas” ou “autérquicas”) prende-se ao fato bacleons die die aee,€ diterente. So inuimeras as complicacoes dite diftcultam nestas entidades 0 estocco por hanes Sosigt ewPio da cficiéncia interna com o da utilidads los & Sociedade; 0 de outros pro- = Podemos dar no periodo oneretos: prejuizos indtstrias admi- ‘eebldos por de- de cnercia te a red idy in De- Academy nite 0 ai in Puerto Rice! 2 A SISTEMATIZACAO DA ADMINISTRAGAO PUBLICA A. Antecedentes No que. concerne aos processos administiativos do gov no, @ sistematizacdo da teoria e da pratica nao 6 um senvolvimento recente, como supdem alguns, Desde p! cas eras da historia da humanidade, reconheceu-so a importancia de ordenar racionalmente as atividades go- yernamentals désse tipo, Max Weber, o grande socidlogo alemao, demonstra que na Antiguidade houve exemplos de um “burocratismo até certo ponto claramente desenvolvido.... 0 Egito na épo- ca do Império Névo.... ¢ 0 Principado romano. .., es- pecialmente a monarqula diocleciana e 0 Estado bizan- tino baseado nela”.** Classifica ésses exemplos no mesmo “Wane, Max, Eoonomia v Sociedad. México, Fondo a? Cultura Econémica, 1944. IV, .p. 93 a grupo em que inclui a Igreja Catolica Romana, o Estado mente lograr Piste Tealismo e tgor na descrigsio dos processos afar Pyittallves. Quanto a esta caracteristica, a clenels das tem as virtudes e limitacoes inerentes Htude clentifico-natural, as constitul sem diivida uma superacdo das cutras apllcagdes co método elentitico a Admnistracdo Pabigs © “Um grupo de caliores éa Pe eaten Sade trabalhar com todos os valores essados na campo se revivessem as expres ta politica e economia ue sudlinha claramente contaminacio 5, da com base ny ve ter Ja antes discutidas, porque seu critério € mais amplo profundo pelo fato de incluir as fases psicolégica, socio- logica e antropolégica das relacdes pessoais, Tomemos, por exemplo%, 0 livio de Simon sobre os Processos de formular decisées. intitulado Admini Behaviour ®; 0 trabalho do mesmo Simon, de com Donald W. Smithburgh e Victor A. Thorapson, P. Administration **; as investigacdes empiricas da Esecla de Administraco de Negéeios de Harvard sobre rela- Ges de trakalho nas emprésas particulares "; os estudos similares da Universidade de Michigan, também sdbre Robert K. Mer- * Groptins, Morton. Relagoes Humahas”. In: i “supra, p. 15, nota 13, ‘Supra, p. 9, nota: sanxrn, Edmund P., Uusrens, David N. & BOOZ, Dona Action, Cambridge, Harvard University ress ‘on. The Human Problems oj art Industria larrard Graduate Sch 1006; Wanteuean, T, N. The 1) vard University Press, 1938 Cambridge, Harvard Ui ® Process of the admit \xelatorio mimeografado). Universidade dl» Michisen Ver os relatories do Research Center, Universidade * Cimbriege, Harvard University Press, 1933. * Wants, op. elt, especialmente vol. 1V, cap. VI. or jon, Talcott Parson *, Emile Durkheim, ¢ de psleo- Jogos como Henri de Man's, ‘T. N. Whitehead ®, ‘slton Mayo", Ordway Tead ” © Harold Laswell *, Os vemas interessantes para éste ponto de vista so a lideranca, a superviséo, os padrées extra-oflclais de cr. ganizecdo, a distribuicdo real de autoridade, a com. nicagao, os incentivos, 0 trenamento, a lealdade aos propositos, 0 ‘trabalho de equipe””, a diserieao, os con- troles subjetivos, a patologia administrativa € outros ca mesma classe ptocedem as adverténcias que ficomos anteriormente sObre os excestos da protonado eientitica € a aplicabilidade de analogias industrials, Reconhecen. do embora o enorme valor déste critério que tem por base as relacdes humanas, devemos, entretan' contra uma confianca exagerada em sua Anatureza humana é muito comple: 9 mesmo Simon indica, estamos ho uma cléncia das relagdes humanas na administracdo. Por outro lado, © empenho de estabelecer gi acdes que abranjam tOdas as formas de administracao, partioulares © pabli- eas — empenho que atualmente caracteriza éste movi- mento — passa por alto, as vézes, as condigces proprias da administracao governamental. 6. 0 Critério Antropoligico Ao adquirir a dimensio antropoldgica, a escola das xcla- es humanas deu Ultimamente mais um passo no sen- tido de estender ¢ eprofundar a sua andlise. Esta dimen- sfo antropolgica revela a relacdo entre os processos ad- ministrativos e a cultura; permite compreender como a istracdio reflete 0 estilo de vida de cada povo; escla- os problemas relativos & adaplacéo de praticas ad- ministrativas de um a outro meio cultural. Nas investigaedes sociopsicolégicas, freqlientemente se supée a configuracdo total da cultura, accitando-a tal como suposta, Entéo procede-se a andlise de relaco fas tal como se manifestam no ai Gado bisieo tio importante. Noutras palavias, todas as conclusées estéo condicionadas e limltadas por esta pri- metra hipdtese: referem-se a padrio cultural que se DOs © aceitou. © critério antropoldgico trata preelsamente de pene- trar nesse signiticado do estilo peculiar da vida de cada poro e analisa a administracéo como uma fase da cultu- sumamente itil para aprofundar nes raizes cio a, niio x como referéncia aos interésses prdprios da povo, como também pata tornar possivel a tra~ duego cultural de idéias e experiéncizs, adaptando-as As exigéncias de outros ambientes. Na administracic piiblica, o desenvolvimento dos pro- gramas de cooperacéo internacional, especialmente os da Administracéo de Assisténcia Técnica das Nacées Uni: das e do Ponto Quatro, dos Estados Unidos, ro festo a exigéneia déste ajuste cultural. A maior parte da teoria e prética da administragéo publica esta limiteda &5 condi¢des particulares dos paises em que se haja for- mulado. Mesmo os melhores tratadas apresentam 0 pro- biema, nao mais da traducio lingiiistica, sendo da inter- of eonami Oceupational Worker. Cam- ™ Paychopethoiogy ana Pobities. Cheago: Unk Chicago Press, 1930. ad eC ee os 69 E que, a ésse respeito, ainda ha muito por fazer. Até 0 momento, 0 que se conseguiu de mais importante for estabelever a exigéncia e despertar o interdsse dos que cultivam a Administragie Publica. Nesta conquista teg Tauitos os pioneiros. Ao citar alguns t nao podemos esquecer 0 trabalho dac nistracdo internacional, nos centr: mento, nas universidades, nas nica e noutras atividedes simil trabalhos escritos, lares, contribuem, nesto momento, para o desenvolvimento do névo critério, ‘Séo de especiel interésse para a América Latina as es- colas do Brasil", Costa Rica ®, Porto Rico as expe- io Keenleyside na Bolivia 8; ¢ a missao de Currie na Colémbia; os estudos da Gomiske ae a Uattedustion to Public Administration, 9. oita para a Criagio de uma Escola Supertor de me wea lca na América Central. Nova Torae, Noses Unidas, E/N. 12/ac. 11/31, S Catdioro de le Universidad ae FR. Universidad de Puerto Rico, 10 erto Rico. San. Juan, 4p. Oi-iod Auto, Pedro. La: gdscacton de los Sersiieees Baie, Gloncids ex Puerto dteo y su Sipnificnctin sien vee fing. San Juan, PR. tstacla de haea ee Univorsided ‘de’ Puerto ics dos 7Ealoro da Blsido de Asvsténcla Téentee das ttegse1 Unidas na Bota. Nova loraue Nagovs Uae Tose Geer eee Belivia/t; Reletrw teenteystee. Ta Par, Untoridas Vans, San Andis, Bsciela de Derecho y Clenciar Palen Beye ce Brats cence tOrgentzectin de ia Rama Bjecction tei Goosemno Sogn Bomoth tmprenss Nacional Tess Base oe oe vegan de Fomento pare Calombis, 1 als Root keene eel Banco de la Republica, 1950 eer ee 70 . izaca 3 = inistra- corganizagio do Pérto Rico ¢ do Public Adra fion “Service em Porto Rico ”, EL Salvador™ e Costa mela oes deg a tr ce cu in rats Ram ei t Go eee oleate artamento de Fazenda (10's preparagao.de ms ssi ae penstes para a Universidade, CBI)” acicténcla Sara sce Doracto e thstalseao de umn sistema de tanaeao da bre 0) estado adininisvativo da Polia Tasular. (1960) es a 800. ap © praticas administrativas da ie8o de Transporte lamento ae Fazenda ee 1 i ie Chicago & Sos Se eas a eels eee eee eda ore ee ean eee faa eccer anie istrativas (1949). Ibid. Ea vimento econémico de muita si blemes de administracao pi Nestes programas, a exigéncia pratica do critério an- Sropolbgico, da adaptacko cultural, surge a cada passo 6 muitas vézs, Dermanece insatisfeita. Os equivecos een trequentes, Transierem-se formulas sem © neceasiria ajuste. E, em certos grupos, persiste a tendéncia pare 1or 08 ,Problemas administrativos sd em seus espectos formals, sem penetrar em suas raizes psicologicas, socks, Logleas ¢ antropoldgicas, Ainda abundam as solugces in. gehuas, que pretendem transferir esquemas de orgalt: Zacdo e regras de procedimento a situacoes culturaie cn que néo se podem aplicar, ou corrigir males de raiz com Temédios superticiais, Nao obstant interpretacces vao-se acumulando pera de uma sistomatizagdo que num conjunto cocrente de teoria ami Hse, 08 Ue devemos compreender ninistracéo piiblics ® — que cacd ios ltimos ‘inte anos esta, alontinadseonte foe dendo seu sensacionalismo, Nos gruzos mais progresets cs Ja esta bem enraizada a perspectiva antropoligica, ‘& © Estudo preliminar de certos prov para um programa de reforma adn = S80 José, Costa Rica Fabliea — America Central 2 provavel que o desenvolvimento mais importante da Ad- ministracao Publica como disciplina sistemdtica, nos PrOximos anos, venha a ser o reexame das teorias iradi- cionais, & luz das relagdes humanas, especialinente com referéneia aos pedrées culturais de cada povo. O Livro de Alexander Leighton, The Governing of Men, é teste- munho das potencialidades que encerra esta nova visdo metodoldgica .** 7. Wormattvismo e Relacoes Humanas A anilise positiva das relacdes humanas precisa do com- plemento de jufzes normativos que orientem a aplicacho de suas interpretagies deseritivas A pratica da admlnis- tracdo. Sem esta orientacdo ética, seus ensinamentos po- dem servir para a manipulacdo’e exploracdo de séres humanos, ensejar o autoritarismo ou conduzir a outros fins indesejdveis, A ésse proposito, cumpre destacar a tendéncia repre- sentada por David Lillienthal, Ordway Tead e outros. de utilizar 0 critério das relagdes humanas para a conse cucae dos ideais liberal-democraticos nos process: ministrativos. Segundo esta esrola, os cont?dles extermos de caréter democratico, exereidos diretamente pelo povo ou por meio de seus representantes, ja nao bastam pre, além disso, democratizar infernamente a administracéo. Gracas ao seu trabalho como diretor da famosa Ad- ministracio do Vale do Tennessee, principio de demoerac ini diante a participacio que estimula @ descentralizacao, Tead ataca, numa série de magnficos livros ", as con- cepedes tradicionais que traduzem tendéncias autorita- ras e paternalistas. Defende com entusiasmo a tese de "Princeton, University Press, 1945. ~ Liuutrnrnat, David. 'T. ¥. A. Democracy on the Merch Nova lorque, Harper, 1944; Watno, cp. eit, p. 149-50, “ New Adventures in Democracy: Instincts in indwtry, Nova Jorgue, Houghton, 191 ‘Management. Nova 1or- que, Association Press, i939; The Art of Administration; Wut, op. ‘eit, p. 151-152. 7 que devem prevatecer, na_administracio, os princtpios democraticos de respeito a dignidade © A liperdade do ser humeno ¢ de participacao eati cessos acministrativos como na realizagio dos propésitos, Sua atitude 8 claramente ideslista ou normativista, mas baseia-se nos mais recentes ¢ corretos descobrimentos icos, do critério das relagdes humanas na admi- nistracao, 8. A Atitude Pratica A maior parte dos que trabalham na acministragao pi. blica entrenta seus problemas sem esquemas teéricos bem organizados, nem atitudes metodoldgicas definidas, No. te-se que, déste grupo majoritério, também fazem parte ‘itores e protess6res. Este tipo de conduta se como a dtitude pratica diante dos pro- ares de funciondrios dla apbs dia rea- 30 em todos os raises, sem nenhum es- forgo de sistematizacdo consciente. Sua acdes sao deter. mnadas por tradicdes, rotinas especializadas, ni mpostas por autoridades superiores, habitos, impulsos irracionais, destrezas ad mevénicamente e outros fatores da mesma familia, Mi tos désses funcionérios cumprem a missio quo déles se espera. H certo, porém, que se féssem estimulados, ade- quadamente, poderiam enaltecer seu trabalho mediante & interpretacao © ordenacdo racional de suas exp pratica e da teoria'da Administracdo Publica, Tratase de um assunto de grande interésse que discutiremos mais adiante, pois agora nos interessa identiticar outro tipo de critério pratico, ‘Trata-se do empenho de resolver problemas adminis- trativos com esforco consciente, mas sem um sistema tedrico bem organizado, nem métodos definidos ¢ apli- catlos com regularidade. Em alguns casos, pode chamer_ se sentido comum ou bom. senso, em outros, experimen- tacdo, em outros, puro descuido metodolézico, Suas me- Thores expresses revelam ecletismo, adaptacdo dos mé 74 todos as exigencias da realidade, reconhecimento das imiperfelodes tedricas no estado atual da disciplina, apli- cacio das interpretagées analiticas as questoes de valores ticos ¢ as decisdes préticas. Revelam, entim, um prag- matismo sistemético, que aproveita idéias e experiéncias, mas sempre insiste em verificar se os resultadcs praticos 80 bons. Nestas manifestagoes superiores, a atit sintetiza e unifica as interpretagées das di a 08 eritérios metodolégicos na medida em que se préstem as peculiaridades da realidade, reconnece a suficfincia dos principio existentes, experimenta as poteses para por @ prova seus efeitos, mistura os ingro- Gientes analiticos eom os normativos e acaba por incluir ma forte dose de bom senso na solugdo dos problemas. m resume, predominam as exigéncias da situacdo con- reta, subordinando-se a elas as preconcepetes tedricas © ato de aplicar a ciéncia e a filosofia as decisées pri ica, recanhecendo que boa parte do proceso é arte. Em seus piores momentos, a atitude pratica exibo as seguintes caracteristicas: ignordincia dos problemas me~ todolégicos e das interpretacées feitas com anterlo! desconhecimento dos fatos; aceitacdo irracionel ligGes, imitacdes ou principios; desdém pela teoria, mero complexo de inferioridade; ingenuidade si ne nfo penetra na complexidade ¢ profundida: questées; rencdes extremadas contra a sisuacao ex! sem preciso no dlagnéstico nem nos remédios: Os movimentos de reforma prética — para implant: © sistema do mérito na administragdo de pessoal, reo mnizar as fungOes e estruturas governamentais, ¢ 6 irieas, desenvolver programas de inamento e organizar escolas profissionais — est’ cios de exemplos do critério pratico, em sets 08 graus de qualidade. Nao é necessario ‘citar nomes. Bas. ta analisar alguns dos planos recentes de reorganizacio executiva — 0s da Comissdo Hoover nos Estados Uni 5 dos", da Comissio Row em Pérto Rico e ¢o Servigo de Administraciio Publica em El Salvador, Costa Rica @ Pérto Rico™, Os praticas, sem sistematizagdo racional, chegam ao imax das dificuldades quando se Ihes exige a arlicula- gao de suas experiéncias para propositos tecricos ou edu catives. Surgem, entéo, com criteza implacdvel, os efeitos prejudiciais do empirismo irrefletido, nao so porque éste destréi possibilidades de transmitir idéias 2 habilidades por meio dos processes educativos ¢ do desenvolvimento da teoria, sendo também porque Injeta muitas falhas na propria prética, O empirismo é rotineiro e erratico; dian- te de si lidade; porde & perspective © incorre em distoredes, subordinendo as consideraedes principais as da min ‘ocessuall. Facil- nite chega ao preconcelto e 20 dogmatismo. Impede a lise racional @ a comunicacio tolerante, desperdican- a3 oportunidades de edueseio coo fa, que a ad- inistracao constantemonte ofsrece. n face das delicadas questées da educagao, tais sin- tomas tém conseqiiéncias fatais. Vejamos como Dwight Waldo resume a situaeao norte-americana no que se re laciona com os programas de tre © servico puiblico: “f necessirio dizer que esta literatura sdbre os pro- gremas de trelnamente, com alguias excecoss notaveis @ em sua maioria recentes, nao é de qualidade muito im- pressionante, a despeito do grau de fayorabilidade de nossa opinigo s6bre o éxito dos proprios programas. AS razes a favor do treinamento para o servico piblico e * Commission on tae Oreant of the Gove t. Reports, Was! Otfice, 1949. zi MuNoz Amato, Pedro. ion de le Rama Ejecutlva". In: La Reorganicacis Ejecutna. San Juan, P. R , Universidad de Puerto P. ‘Supra, nota 80, p, 70, Supra, nota a1, p. 70 ™ Supra, nota 79, p. 70. 76 as consideragées sOare os seus problemas foram elabora- das com uma grande dose de ignorancia ou indiferenca para com a histéria de 25 séculos de pensamento sobre S educacdo. Apesar de serem inseparavels a Filosofia da Educacéio € a Filosofia Politica, poucos esforeos consci- entes tam sido feitos nestes circulos até agora, para con- siderar, seja a relacdo da Filosofia Politica com as teorica © pratieas pedagdgicas, seja a relacéio de cada uma destas com as téchicas da sociedade moderna e 0s instramentos aisponivels. Em consegiiéncia, hé confusio, Distincdes importantes sio obsearecidas. De acérdo a de um comentariste, impossivel descobri tura o que ¢ exatamente a Administracao Publica deve ensini-ta, s Publicagbes recentes — apesar de nao co! eidirem em suas opiniées — fizeram consideraveis pro- gressos na definicdo de objetivos, consideragic de meios © apreciacdo de resultados.” »° * Esta adverténcia sdbre os Estados Unidos deve apro- yeitar @ outros paises — os da América Latina, por exem- plo — onde se estao iniciando agora programas de cdu- cacio para 0 servico piiblico. Nos perfodos de reforma administrativa, é natural que haja entusiasmo pela pré- ica ¢ impacténela com as formulacées tedricas, Mas a sabedoria pratica somente se aleanca com a superacio do ampirismo ingénuo, com a interpretacéo da cla, que deve ser realista, mas nem por isso deixar de ser teoria. Quando se trata de ensinar Administracdo Publi- ca, esta verdade evidente é indisponsivel. conquistas nos Estados Unidos. Com o propésito de a sentar problemas administrativos, tal como exi pratica, e ensinar os processos da administrac em sua realidade viva, um comité integrado por sores de varias universidades publicou em 1952 un de casos intitulado Public Administration and *© Waupo, op. elt, p. 20-81 ¢ lista, sem ingenuidade tedrk sino da Administracio Publica rapidamente, nos Estados Unido: © momento para apreciar os méritos atitude, antecipamos aqui suas caracte porque constititem uma das melhores tude pratica, D. Resumo das Adverténcias Metodoligicas foes orientar sua perspective, agucar seu entendinwet, Gitar sua sensibilidede para extratr melhor signition, do das situagées concretas que hao de estidar pastorion, pare Developmen tion and Poticy Co., 1089. Veja- tions of @ mente, Estas consideracdes metodologicas devem ser fo- madas como adverténcias preliminares € provisorias — pontos de partida. De modo geral, a Administracdo Publica ainda nao adquirla capacidade suticiente de intrespecedo para es. clarecer seus dificeis problemas do métedo. A histéria de seu desenvolvimento ainda néo foi escrlia; os textos qua. se munca revelam expliciiamente suas preferéncies me. todolégicas; por todas as partes ainda & mister i na consideracao da metodologia. Estas razées justi a Inclusio de tais adverténeias preliminares no pr trabalho. 4 3, A Ulilidade dos Metodos das Ciéncias Naturais 1a deve adaptar seus métodas as pect lades dos problemas que constituem 0 objeto do cou os. exatamente como o sdo as questdes metodoldgicas Ao passo que as ciéncias naturals se ocupam com des- crever os fenémenos do mundo material, os estudes so- ciais enfrentam o problema da vida humana em soci dade, que exige nao apenas {érmulas descritivas, ™ também jufzos normativos. Mesmo no plano da in: tacdo analitica ou descritiva a tarefa torna-se dit que o homem é, antes de tudo, um ser espicitual, live, em busea de propésitos. Nao obstante, vejamos mais de perto como podem aproveltar-se, nos estudos sociais, as grandes conquistas metodolégicas das ciéncias naturais. ‘Uma vez afeicoados devidamente as peculizridades dos problemas humanos, os métodos das cléncias naturais podem ser de grande provelto para as ciéneies socials pelas seguintes razoes: 1. As cléncias naturais desenvolveram téenieas mui- to elicientes para c conhecimento dos fatos. Sua insisten- 79 E certo que em nosso campo de esttido ha dificuldades especiais, © observador condicionedo po: terpretacdes, Se com suas experi conhecimento € mai humanos. Mas, , embora seja tenha carater '5 coondmicas sio s ciénelas sociais, ta ists, Nova Torque, Crowell, ioe C,folitics, Parties and Pressure Groupe: Late e,falies, Be ¢ Pressure Groups, 33 ed Nova. Tor 80 Seguranga, A exatidéo na comunicacdo 6 indispenséivel pata o progresso de qualquer disciplina. Sem ea, cada estudioso tam que comecar do’prineipio; nao pode con- fiar nas contribuigdes de seus colegas — ainda supondo ices c interpretagdes hajam sido feitas com las soclais e, especificamente, na Admi- ica, € ontrar conceitos ¢ ida. A experiéncia das is 6 aproveitavel neste sentido. AA. sistematizacio légica das. ciéncias naturats outro cxempio que deve aproveitar acs e: sociais. Quanto a Isto, a Administracéo Publica tem mu to que aprender com suas irmis — a Eeanomia oa tcor Go Direlto, A utilizacio das mensuracées, relacdes quan titativas e elaboracdes mateméticas pode ser proveliosa, se feita com a devida cautela. # ostensiva a cegucira fre. gilente de medir cotsas sem importancia, ignorsnio as verdadelramente significativas, por ndo se prostarem ao computa matematico, Contam-so por dezenas os ssiudos socialégicos quo pertencem a esta classe. Com rele 20 planejamento, obsesszo pelas estatisticas condi? ao armazenamento de cifras e mais cifras, sem qualquer referencia ao problema da farmulac&o de’ pautas de con. duta, Notamos também que a fobia contra a indivic zacio das decisées & produzida pela mania da cao, pelo anselo de fazer regras de aplicacao 4. Os estulos sociais podem haurir grande dos modos empregados pelas ciéncias naturais car 05 nexos de causa e efeito, £ cerlo que dade e variabilidade das situacdes humanas d m a tarefa de isolar os tatores e determinar suas conexses causals, Mas, apesar destas limitagdes, pode obtor.s> mui- to mais do que se tem obtido até agora. Por e, Psicologia proporciona explicacées da conduta humana que os administradores no podem ignorar. Dentro do Ambito das interpretacées descritivas, & possivel melho. tar muito @ selecdio dos meios administrativos conducen- tes a efeitos determinados, a avaliacdo da efetividade de tals meios para produzir os fins desejados e 0 desecb mento de noras alternativas mais eficientes, Nestes for. 81

Você também pode gostar