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16. SOCIEDADE COMO FONTE DO PENSAMENTO LOGICO * % ~ Eta LUSPS DE: As oes ~ ELEMVENTIR By VIDA REAGO Freqientemente -0s tebricos que se dispuseram & exprimir a rell- jo em termos racionais viram nela, antes de tudo, um sistema: de Hiss, respondendo a um-determinado objeto. Esse objeto foi con- Sin, espomdende @ evenersnaturezn, innit, desconhesi, ideal etc.; mas essas diferengas importam pouco. Em todo caso, as __c.erengas, consideradas, elemento essencial da religido, eram representa; rexgbes; Quanto aos Thos, 36 aparecem, sob esse ponto de vista, como ‘uma tradugio exterior, contingente 2 ‘material daqucles estados interio- res que, por si $6s, eram considerados como tendo um valor intrinseco. “Hiss coneepgio € de tal mancira dilundida que, na mator parte das sees; of debates a propésito da religigo giraram cm torno da questao ns e liar com a ciéncia, isto é, se, 20 “ado do conhecimento cientifico, existe um lugar para outra forma de pesamento que setia especificamente religioso. ‘Mas 0s crentes, homens que, vivendo a vida religiosa, tém a sen- sagdo direla daquilo que 2 consiiti, objetam essa mancira de ver “Eqve ela nio corresponde a sua experizncia quotidiana, Eles sentem, -. Ghom efeito, que a verdadeirs fungio da religido nfo é de nos fazer ‘de enriquecer nosso conhecimento, de acrescentar 4s represen devenos a ciéncia representagdes de outra origem © de i ‘mas de nos fazer agir, de nos ajudar a viver. O fiel em sammeahig com seu deus no é apenas um homem que vé as verdades que o inctéu ignora: é um homem que pode mais. Ele sente pais forca; seja para suportar as dificuldades da existéncia, seja para as. Ele como que & clevado acima das ‘misérias humanas, porque ‘de Dunxsieis, E. “Conclusion.” In: Les formes élémentaires de yoved. Paris, PUP, 1968. p- $94-638. ‘Trad. por Laura Natat KHEIM, Ewrle. In > Ronegucd, Sorc DORRNEIM (Gol. Sovorogia). SP Aca} 1a: (20g. a 1 7 167 ‘ elevatio ‘acima de sua condigéo de homem; acredita-se salvo do mal, ‘qualquer que seja a forma pela qual o conccba. Q prinsro artigo de toda {E€ a crenca na salvacio pela {€ Ora, nio se_vé como us idfia_poderia_ter tal efichcia_Ums_idéia, com ne eat eae Spe ‘ores Aqueles_que_temas_por- weza? For_mais_rica_que.seja ‘em_virtudes_afetivas, ¢la_nada_poderia_acrescentar_&_nossa_vitalidade natural; porque ela s6 pode desencadear_forcas emotivas que_ esto, em Gs, naocrilas, nem acresct-Jas. Do fato de que nos representamos ‘um objeto como digno de ser amado ¢ buscado no se segue que nos sintamos mais fortes; mas € preciso que esse objeto desprends energias ‘superiores Squelas de que dispomos e, mais, que tenhamos algum meio de: fazé-las penetrar em nés € de misturé-las na nossa vida interior. Ora, para isso, no basta que pensemos neles, mas € indispensivel que nos coloquemos sob sua esfera de ac3o, que mudemos de posi¢ao para que possamos methor sentir sua influéncia; em uma palavra, € preciso {gue ajamos © que repitamos os atos que sejam assim necessirios, todas as veves que seja Util para renovar seus efcitos. Percebe-se como, desse ponto de vista, tal conjunto de atos regularmente repetidos, que constitui ‘0 culto, retome toda a sua importincia. De fato, qualquer um que tenha realmente praticado uma religiio sabe muito bem que € 0 culto que suscita essas’ impresses de alegria, de paz. interior, de serenidade, de ‘entusiasmo, que s40, para 0 fiel, como que a prova experimental de suas crengas. QLculto nao é simplesmente um sistema de simbolos pelos yuais exteriorment a = is ela se cria ¢ se rectia_peri tiais_ow mentais, ele € sempre eficaz oe “0 eso Tepousa sobre 0 postulado de que esse senti- mento_unfiime les de_iodos_os tempos nio pode ser pure ‘Bente Huo Tal como wm recente Splogia a 16 admilnos pol que as crengas religiosas repousam sobre uma experigncia especifica, cujo valor demonstrative, em um certo sentido, no ¢ inferior aquele das oxperiéncias cientificas, embora seja diferente. Nés também pen- samos “que uma frvore ‘se conhece pelos seus frutes”? e que sua fecundidade € a melhor prova do que valem suas raizes. Mas o fato de exist, digamos, uma “experiéncia religiosa” © de que ela tenha de qualquer manrira um fundamento — e existe aliés alguma experiéncia ate- Tres, WaaG The Yor of Relies Erp. pag 1d. Ope (pe 19 de tnd fence. GLE 6 mjue nfo 0 tena? — néo se segue de maneira algurna que a realidade “gue a fundamente seja objetivamente conforme & idéia que dela fazem fs erentes. O proprio fato de que a maneira pela qual ela foi concebida tenha variado infinitamente no tempo basta para provar que nenhuma dessas concepsdes a exprime adequadamente. Se 0 cienlista coloca como um anima que as senses de clor de fr que ot homens seem correspondem 2 alguma causa cbjetiva, néo se conclui que esia se fal como parece 20s sentidos. Da mesma mancira, s¢ as impressées aque seatem os figis no sio imasinérias, elas no constituem entretanto intuigdes privilegiadas; no hi rezdo alguma para pensar que elas nos informe melhor sobre @ natureza de seu objeto que as sensagées ‘wulgares. sobre a natureza dos corpos ¢ de suas propriedades. Para descobrir no que consiste esse objeto, € preciso pois fazé-lo softer uma elaboragKo andloga iqucla que substituiu a represcntagio sensivel do mundo pela representagio'cientiica © conceitual. Gra, & precisamente isso que tentamos fazer © vimos que essa realidade, as mitologias, é representada sob muitas formas diferentes, mas que 2 causa objetiva, universal e eterna dessas sensagées sui generis de que & feita a experiéncia religiosa € a sociedade, Demonstramos quais as forcas morais que ela desencadeia e como desperta esse senti- mento de apoio, de salvaguarda, de dependéncia tutelar que liga o fie! 20 seu culto. E ela que o eleva acima de si mesmo; é ela mesma que © faz. Pois 0 que faz 0 homem é esse conjunto de bens intelectuais que cconstitui a civilizasio, e esta é obra da sociedade. Assim se explica 0 papel pteponderante de culto em todas as religides, quaisquer que sejam elas, A sociedade_s6_pode fazer senlit sua influéncia se el éumato, €.la $6 € um ato se os individuos Gem esto reunidos_e ; sgem_en1 Somum, E pels_acio-comum que ela OH conicléacia (de seatiama cla €- sate deine uma coopera¢do_ativa. Mesmo_as sent ivos 56 so possiveis gragas aos moviment idfias ¢ os sentimentos coletivos 16 sio possiveis gragas aos moviment teriores que os simbolizam, assim como ‘pudemos ver. B pois a Além de todas ‘as razdes que foram dadas para justificar essa con- ‘cepsio, talvez se deja acrescentar ums citima que resulta de toda esta ‘obra. Estabelecemos ao Jongo dela que as categorias fundamentais do Pensamento e, por conseguinte, da ciéncia tém origens religiosas. Vimos “que © mesmo ocorre com a magia ¢, portanto, com as diversas tésnicas decorrentes, Pot outro lado, sabe-se hé muito tempo que, até um periodo relativamente avangado da evolugio, as regras da moral ¢ do 169 foram’ indistintas das prescrigics ritvais. Pode-se portanto dizer, em Fesumo, que quase todas as grandes instiuigdes. socials nascerarn da teligido. Ora, para que os principais aspectos da vida coletiva tenham ‘comecado por ser meras variedades da vida religiosa, & preciso evidente, mente que 2 vida religioa seja a forma mais clevada ¢ como que uma crpressio abreviads de toda a vide coletva. Se a tigi engendion que essencial na sociedade, € que a idéia da socied trian Ml ‘que a idéia da sociedade 6 As forcas religiosas s80 portanto forcas humanas, fo ic se Se eS een as Pn, eet me cia de si mesmos fixando-se em objetos exteriores, aqueles nio se po. dem constituir sem tomar das coisas alguns de seus caracteres: cine adquirem assim uma espécie de natureza fisica; sob essa forma elas io levadas se confundir com a vida do mundo material e € por intermédio dele que se acreditava poder explicar 0 que se passa. Mas ‘quando se 2s considera 56 por esse lado e nesse papei, $6 x2 vé 0 que clas tém de\mais superficial. Na realidade, € 2 consciéncia que #0 ‘emprestados os elementos essenciis de que elas sio feitas. Parece que, normalmente, elas s6 tém um carster humano quando séo pensadse sob a forma humana; ‘ mas mesmo as coisas mais impessoais ¢ anéni- mas no passam de sentimentos objetivados. E com a condigéo de ver as religides por esse viés que se toma possvel pereber sea verdadero significado. Considerades nes aperne ias, 0s ritos parecem ser por vezes 0 efeito de operagdes puramente manuais: so ungdes, lavagens, refeigées. Para se conssgrar uma coisa, ela € colocada em contato com uma fonte de enerpia religiosa, tal como hoje em dia, para aquecer um corpo ou eletrficéto, ele & colo- cado em Jigaglo com uma fonte de calor ou de elelricidade; 0 rocedimentos empregados num caso € mo outro no sio essencialmente 3 Uma Goica forma de atvidade social nfo fol ainda expressamente refesida 4 ‘elgifo: € a atividade ecoodmica. Todavia, as tkenicas que derivam da. magia arccem, por si mesmas, ter origens indiretamente religioss. Além do mais, 0 valor econémico & wma espécie de poder e és conhecemos as origens religious dda idtia do poder. A riqueza pode ser conferida pelo mana; la portanio 0 tem. Por isso se pereebe que at Klas do valor : de ter alguma relagéo. Mas 2 questfo de saber qual & x naturera desea relagio io foi ainda cstudada. 48 por essa razto que Frauer ¢ impestoais fora, ou, pelo menos, no i “diferentes. Assim entendida, 2 séonica_religiosa_ pareee_ser_uma_esvécie ‘de mectnica mistica. Mas escas manobras_materiais nio_passam de_up um ‘mente, no se trata de exercer_uma_coergio fisica sobre forcas cegas ee Sato imagindrias, mas de alingir as consciéncias, de foralect-las ‘©: disciplindtas. Diz-se_muilas vezes que 2s teligides inferiores eram ‘ialetialistas. A expressio € inexala. Todas as religides, mesmo as mais “J nlsticas, so, num certo sentido, espiritualistas: 0s poderes que elas desprendem so, ‘antes de tudo, espirituais ¢, por outro lado, € sobre ‘a vida moral que eles tém por principal func3o de agir. Compreende-se assim que 0 que se fez em nome da religiéo nfo teria sido em vio: porque foi necessariamente a scciedade dos homens, a humanidade, aque cofheu os seus frutos. (...) ‘Assim, a formagao de um ideal nao constiui um fato irredutive, £ gue teape a céncias ele depende das condigies que podem ser ati “iso. gidas pela observagio: trata-se de um produto natural da vida social ““SPara' que @ sociedade possa tomar consciéncia de si mesma ¢ manter, ‘num grau de intensidade necessério, o sentimento que tem de si mesma, “Sg preciso que ela se retina e se concentre. Ora, essa concentragao deter~ -cmina ma exallacdo da vida mon, que se traduz por um conjunto de ‘Foricepetes ideais em que vem manifestar-se uma nova vida assim des- i ‘las correspondem a esie afluxo ‘de forgas psiquicas que se Superpéem portanto Aquelas de que dispomos para as tarefas quoti- Gianas da’ vida. Uma sociedade ndo se pode criar nem se recriar sem, ‘ho main. terpo, criar um ideal. Essa criagdo nfo é para cla uma espécie de indulgincia pela qual ela se completaria, uma vez formads; 16.0 1G pelo. qual ela se faz e se tefaz petiodicamente. Da mesma forma, quand se’ contrap ‘iedade real como dois ante- jos, realizamos © ‘estar numa sem estar_na_outra. Isto ‘simplesmente pela massa de {que a compiem, pelo territétio que eles ocupam, pelas coises server, pelos movimentos que executam, mas, antes de tudo, que ela faz de si mesma. Ocorre, sem davida, que ela hesita obrea‘maneira pela qual’ deve se conceber: sente-se solicitada em ‘seniidos: divergentes. Mas esses conilitos, quando ocorrem, (ém lugar “indo entfe-o ideal,c a realidade, mas entre ideais diferentes, entre aquele "deciles ¢ 0S hoje, ene © que tin (radio como autoridade © cr © que esté apenas em vias de vir a ser. Pode-te certamente pesquisar a evolugio dos ideais, mas, qualquer solucio que se dé a0 problema, io € menos certo que tudo se passa no mundo do ideal. _Ndo.quer dizer que 0 ideal coletivo expresso pela religit a_nfo_sei_qual inato do individvor € mer et que fol'ne vida_coletiva_que 0 individvo_aprendeu a_idealizar. Foi assimilando ‘os _ideais_elaborados pela sociedade_que_se_tornou capaz de conceber 0 ideal. Introduzindo-o na sua esfera de a0, a sociedade flo contrait ‘s sssemddade de lear sclaa do mrendo experimental ¢ Torneceu-the tetmesuo tengo or mer de asec oxte mus Tos cue 0 novo ela 6 fi_a0_constiui-se a si mesma, visio que ela o-expcim Tanto entre of individues como no grupo, a de Mealat nade lem ds miletio Et ado € oak eplde te lass que o homem podcda dispensar. mas_uma condigéo de sua existéncia. Ele nio seria um ser social, ito é, nio seria um homem, se néo a tivesse adquirido. Sem divids, os ideais coletives, 20 se encarnarem nos individuos, tendem a individualizar-se. Cada um os entende & sua maneira e thes empresta sua feigéo; eliminam-se alguns elementos ¢ acrescentam-se outros. O ideal pessoal deriva pois do ideal social, na medida em que a personalidade individual se desenvolve ¢ se toma ‘uma fonte auténoma de a¢do. Mas se pretendemos compreender essa atitude, tdo singular na aparéncia, de viver fora da realidade, basta refeti-la as condigbes sociais de que depende. E preciso evitar ver essa tcoria da religiio i leila do tea hire: Sto sia esac doo nono ensamento, Ao mostrarmos a religiio como uma coisa essencialmente social, ndo queremos dizer que ela se limite a traduzir, numa outra Tinguagem, as formas materiais da sociedade e suas necessidades vitais imediatas.'Sem divida, consideramos evidente que a vida social depende de seu substrato ¢ traz sua marca, da mesma forma que a vida mental do individuo depende do encéfalo e mesmo do organismo como um todo. Mas a consciéncia coletiva € outra coisa que simples epifenémeno de sua base morfolégica, tal como a consciéncia individual € outra ‘coisa que uma simples germinagéo do sistema nerveso. Para que a primeira apareca, € preciso que se produza uma sitese sui generis das consciéncias particulates. Ora, essa sintese tem por resultado desea ‘cadear todo um mundo de sentimentos, de idéias, de imagens que, uma ‘ver nascidas, obedecem a leis que the so préprias. Elas atracm-se, epelem-se, fundem-sé, desmembram-se ¢ proliferam sem que todat Bes sejam direiamenie comandadas € nevessitadas pelo = realidade subjacente. A vida assim construfda tem uma inde~ muito grande para que s€ apresente em manifestagses sem in utilidade de ‘qualquer tipo, pelo dnico prazer de se afirmar. ds precisamente que € muitas vezes 0 caso da atividade ritual (0 mitol6gico.* (...) "fatéria do pensamento Iégico é feita de conceitos. Procurar s3- fe a sociedade pode ter desempenhado wm papel na génese, do Hegico feva-nos pois a indagar como ela pode participar * tig formaglo dos conceitos. © se: como geralmente ocorte, s6 se vé no conceito uina idéia geral, problema parece insolivel. O individuo, com efeito, pode, por seus fos, meios, comparar suas percepcdes ou suas imagens, deduzir 0 fue elas tem de comum, enfim, generalizar. Nao € pois diffe de per Geher porque a generalizagdo 36 seria possivel nae pela sociedade. oMasy ales de mais nada, € inadmissivel que © pensamento l6gico se ‘Exracietizeexclusivamente pela maior parte das representagoes que item. Se as idéins pariculares nada tém de légico, por que seria Sitevente para as idéias gerais? O geral 36 existe no particular, no faricularsimplificado e empobrecido. O primeiro nio poderia pois teisvirlides., priviégios .que 0 segundo nio tem. Inversamente, se. 0 cnto. conceitual pode aplicir-se ao género, espécie ¢ & varie- ‘dade: Testrita que esta possa ser, por que nao poderia esten- “5s dere 40, individuo, ou seja, 20 extremo para © qual tende a repre- =. Sgemtagio’na ‘medida em que sua extenso diminui? De falo, existem Sirceitds que’ tém os individuos por objeto. Em todos 0s tipos individualidades. distintas “umas_das_outras; mneebides € nido_percebidos. Cada povo representa maneira, varidvel no tempo, seus herdis hist6ricos ou essas reprtsentagdes 80 conceituais. Enfim, cada um de ‘ent nia Gérta nogio dos individuos com os quais nos relacionamos, ‘ei eardter, de sua fisionomia, dos tragos distintivos de seu tempera- mento'-{isico “e moral: essas nogies so ‘verdadeiros conceitos. Sem ‘Bivideles,sf0.pevalmente elaborados muito groseiramente; mas, 2S smesmo:enire 05 conceites cientificns, existem muitos perfeitamente ade- SVs Uhadijormes Hémentaires...). p. $42 et segs. CJ. sobre esse mesma, questo Pe eae. alga: “Représentations individeeties et “collectives.” Revue E Méaphysique, Maio de 1098 (dped Dursntms, 1924) 173 quados 20 seu objelo? Sob esse aspecto exis fi gua 1 specto existem apenas diferencas de pois por outros caracteres que se deve definir © conecto. Ele se opse is representagées sensiveis de todos of tipos — sensagdes, per- cepges ou imagens — ou pelas propriedades seguintes. As representagées sensiveis sioum faxo perpétuo; impelem-se tumas 3s outras como as Sguas de um rio €, mesmo durante 0 tempo «qve duram, nfo permanecem semethantes a si mesmas. Cada uma elas € Fangio do instante preciso em que teve lugar, Nfo estamos seguros jamais de rézncontrar uma percepeio tal como haviames expe- rimentado uma primeira vez; porque se a coisa percebida nfo mudou, nnéo somos mais 0 mesmo homem. O conceito, a0 contrétio, eth como que fora do tempo e do porvir; furta-se de toda essa agitacio; dir-se-ia au eid stun numa rex dicrene do epi, mal serena e mais ccalma. Ele nfo se movimerta por si mesmo, por uma evolugGo int S"taponnans so convo, rete 8 worse, € va wants e pensar que, em todo tiomento, é fixa ¢ cristalizada.* Na medida fem que € 0 que deve ser, é imutivel. Se ele muda, nfo que seja de sua natureza mudar, € que descobrimos nele qualquer imperteicio; € que ele tem necessidade de ser retificado. O sistema de conceitos com (© qual pensamos na vida corrente € aquele que o vocabulério da nowa lingua materna exprime; pois cada palavra traduz um conceite. Ora, a Tingua é fixa; 36 muda muito lentamente e, por conseguinte, 0 mesmo corre cam rgaiasio conciual que ela exprine. 0 sitio se eencontra na mesma situagéo, face & terminologia especial que emprega cia a que cle se dedi por conseqitnca, fae 0 sistema especial de conceitos a que esta terminologia corresponde. Sem divida, cle pode inovar, mas suas inovacbes so sempre uma expécie de vio- Ancia feita as maneiras institucionalizadas de pensar. __ Ao mesmo tempo que € relativamente imutivel, 0 conceio é, s=- no ives ‘pelo menos universalizivel, Um conceito ndo € meu con- ceito: ela é comum a mim € aos outros homens tenes, ser comunicado. E-me impossivel transmit Sins semoyio da mae cconsciéncia para a consciéncia de outrem; ela diz resto estreitamente 20 meu organismo e a minha personalidade © no Ihe pode ser desli- ada, Tudo que posso fazer € convidar algoém a se colocar diante do mesmo objeto que eu e se submeter 3 su aco. Ao contrétio, a con ‘tases, Wiltsm, The Principles of Prycholony. 1, p. 464.

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