Você está na página 1de 102
CAPITULO i | Cariruio 6 Sistemas Térmicos e de Energia OBJETIVOS DESTE CAPITULO * Calcular as varias quantidades de energia, calor, trabalho € forga encontradas na Engenharia Mecénica ¢ expressar seus valores numéricos nos sistemas 5! ¢ USCS. * Deserever como 0 calor & transferido de um local para outro pelos processos da conduc&o, convecgéo € radliaco. * Aplicar o principio da conservagao de energia a um sistema mecdnico. © Explicar como os motores térmicos aperam € compreender as limitagdes de sua eficiéncia. * Esbogar os principios fundamentais de operago dos motores a explosio de dois e quatro tempas, das hidrelétricas € dos motores a jato. 61 Visio GeRaL Até este ponto, exploramos os primeiros trés elementos da Engenharia Mecénica: as forgas que atuam em estruturas © méquinas, os materiais e as tensdes, ¢ os fluidos presentes na Engenharia. No Capftulo 1, Engenharia Mecanica foi descrita em poucas palavras como 0 processo de desenvolvimento de méqui- fhas que consomem ou produzem energia. A partir desse ponto de vista, voltamos nossa atengio agora para 0 quarto elemento da Engenharia Mecinica e para 0 t6pico pritico dos sistemas térmicos ¢ de energia (Figura 6.1). Esse campo abrange equipamentos € miquinas como motores a explasio, siste- mas de propulso de acronaves ¢ sistemas de gerago de energia por meio das tecnologias solar, hidrelétrica, de combustiveis fésseis e nuclear. Embora vocé no possa ver a energia nem seguré-la com suas mios, ela é necessdria para aumen- tara velacidade de um objeto, distendé-lo, aquecé-lo e levanté-lo. As caracteristicas da energia, as dife- rentes formas que ela assume ¢ os métodos pelos quais ela pode ser convertida de uma forma em outra sdo t6picos que pertencem A propria esséneia da Engenharia Mecanica. No motor de combustio inter- na mostrado na Figura 6.2, por exemplo, 0 combustivel diesef € queimado para liberar energia térmi- ca, Por sua vez, 0 motor converte a energia térmica em rotagdo de seu eixo virabrequim e, por tltimo, no movimento de um vefculo, As maquinas que consomem ou produzem energia freqtientemente envolvem processos para a conversio de energia quimica, estocada na forma de elementos presentes no combustivel, em energia térmica, convertendo a energia térmica em trabalho meefinico e na rotagio do cixo, e para mover a energia entre locais para os fins de produzir calor ou resfriamento. 200 CarituLo 6 © Sistemas Termicose de Energia 201 Fagonia Mecanica Brit Projetoe Sistemas ig. Térmica] peofssonal | eabncagio- | mectnicos ede Fluids ——I a de projet || “mecinicos [= al [Faces ie) [Fabiicadcs][Eneenbara da Tsien) [Matera] [ Movimenis comune J | de resolu [| Compuarso tforgas_||_etenses_|[_ediaurica sop —— FIGURA 6.1 Relacionamento dos t6picos enfatizados neste capitulo no contexto do programa geral de estudo de Engenharia Mecéinica. Na primeira parte deste capitulo, apresentaremos os principios fisicos ¢ a terminologia necessé- Tios para a compreensao das operagdes e da eficiéneia dos sistemas térmicos e de energia. Em segui a, nas Segdes 6.6 a 6.8, aplicaremos essas idéias a estudos de casos envolvendo motores de dois € quatro tempos, geragdo de energia elétrica e motores de avido a jato. 62 ENERGIA MECANICA, TRABALHO E POTENCIA Energia Potencial Gravitacional Proximo & superficie da Terra, a aceleracao da gravidade é dada pelos valores padronizados is pe pé a= 32,174 = 32,2 que foram adotados por acordo internacional para o nivel do mar ¢ a latitude de 45°. Para a maioria os célculos feitos na Engenharia Mecéinica, € suficiente aproximar g para trés algarismos significati- vos. A energia potencial gravitacional est associada com a alteragio da altura de um objeto em um campo gravitacional e é medida em relagZo a uma altura de referéncia, por exemplo, o chao ou a parte e cima de uma bancada de trabalho. A mudanca U na energia potencial gravitacional, & medida que um objeto sofre uma mudanga de posigdo vertical Ak, é dada pela equagiio U = mg Ak 6.1) ‘onde m € a massa do objeto. Quando Ah > 0, a energia potencial aumenta (U > 0) & medida que 0 obje- 1o¢ Ievantado. Em sentido contrario, a energia potencial gravitacional diminui (U < 0) quando 0 objeto éabaixado. A energia potencial gravitacional € armazenada por forga da posigdo vertical, Para os célculos envolvendo a energia ¢ o trabalho, trata-se de uma pratica convencional utili- tar a unidade joule no sistema SI, e pé - Ib no sistema USCS. Na Tabela 2.2, 0 joule € relacionado como uma unidade derivada que tem a definig&io 1 J = 1 N - m. Pode-se também aplicar um prefixo ‘o SI para representar quantidades pequenas ¢ grandes. Por exemplo, IkJ = 10° Je 1 MJ = 10°J. Em algumas circunstincias a unidade térmica britdnica (Btu) e o kilowatt-hora (kW - h) também sio 202 Introdugéo & Engenharia Mecéinica FIGURA 6.2 ; Passagem Corte vertical de um, F AY, se admission motor de ak iy scl equipamenta de gre r e construgao civil, motor converte a energia térmica produzida pela queima do dleo diesel em Cllindro trabalho mecinico. Aeimpressn por conesa da Catepila, Ine Valvula Came ‘Virabrequim Bomba de dleo ‘Contrapeso Carer usados como dimensdes de energia ¢ trabalho, e as escolhas dessas unidades é um tépico considerada mais adiante, neste capitulo. Os fatores de conversao entre as quatro unidades de energia ¢ trabalho mais habitualmente usadas esto relacionados na Tabela 6.1. A leitura da primeira linha da Tabela, por exemplo, mostra que 1 pé = Ib = 1,356 J = 1,285 x 107* Btu = 3,776 x 10°" kWh Energia Potencial Elastica A energia potencial eldstica € armazenada por um objeto quando ele € distendido ou torcido do mado descrito pela lei de Hooke (Segio 4.3). No caso de uma mola que apresenta uma constante &, a ‘energia potencial el4stica armazenada nela é dada pela equagio (6.2) TABELA 6.1 Fatores de conversio entre varias unidades utilizadas para expressar energia ¢ trabalho nos sistemas USCS e SL. pé- Ib el Buu kWh 1 1,356 1,285 x 10°? 3,766 * 1077 0.7376 1 9478 x 10 2,778 x 10°7 718.2 1055 1 2,930 x 107% 2,655 x 10-* 3,600 10° 3413 1 | | | CAPITULO 6 © Sistemas Térmicos.e de Energia 203, FIGURA 6.3 O trabalho de uma forga aplicada ‘aum pistio que destiza no Pistio Ad) Cilindro- imerior de um cilindro. (a) A forga favorece @ deslocamento 1 quando © 88 no interior do —— cilindro € comprimido F (Ad > 0). (b) A forga se contrapoe ao deslocamento @ ) quando 0 gis se expande (\d< 0). ‘onde AL € 0 alongamento da mola, definido como a distincia que ela € distendida ou comprimida. Se a ‘mola tinha um comprimento original de Lo ¢ foi esticada até atingir 0 novo comprimento L depois da -aplicago da forga, o alongamento seria AL = L — L. Embora Ad. possa ser um valor positive quando amola ¢ esticada e negative quando ela ¢ comprimida, a energia potencial elistica sempre seré positi- va. Como considerado no Capitulo 4, k tem as unidades de forga por unidade de comprimento, cos enge- nheiros geralmente usam N/m e Ibfpol nos sistemas SI. USCS, respectivamente, como dimensdes para aconstante, Voc deve notar que a Equaco (6.2) pode ser aplicada se o componente de uma méquina realmente se “parece” com uma mola ou nao, No Capitulo 4, consideramos 0 comportamento forga- deflexiio de uma haste sob tragiio e compressao e, naquele caso, a constante foi dada pela Equaco (4.7). Energia Cinética A energia cinética esti associada com o movimento de um objeto. A medida que as forgas ou os momentos atuam sobre uma mAquina, eles fazem com que seus componentes se movam e armazenem energia cinética por causa da velocidade. O movimento pode assumir a forma de vibragio (por exem- plo, o cone de um alto-falante), rotagdo (0 volante conectado ao eixo virabrequim de um motor) ou translagdo (o movimento em linha reta do pisto de um motor ou compressor), No caso de um objeto de massa m que se move em linha reta com velocidade v, a energia cinética é definida por U= sme (6.3) Yoo’ pode verificar que as dimensdes J e pé - Ib so as unidades adequadas para expressar a energia cinética, assim como 0 so para as energias potenciais gravitacional ¢ elastica. 0 Trabalho de uma Forca O trabalho de uma forga ¢ ilustrado na Figura 6.3, no contexto de um pistéio que desliza em sentido horizontal dentro do cilindro, Essa situag4o ocorre nos motores a explosio, nos compressores de ar € nos ativadores pneuméticos e hidrdulicos. Na Figura 6.3(a), a forga F € aplicada ao pistiio para com- primir o g4s no interior do cilindro, ao passo que o pisto se move para a direita. Por outro lado, se o gis jd foi comprimido a uma alta pressio e o pistdo se move para a esquerda (Figura 6.3(b)), a forca F pode ser aplicada para resistir a essa expansiio. Ambas as situag6es so andlogas aos cursos de com- presso e explosio que ocorrem no interior do motor de um automével. O trabalho W da forca, quan- do 0 pistio se desloca pela distincia Ad, € definido pela equagio W=Ad (6.4) 204 Introducdo & Engenharia Mecdnica TABELA 6.2 Fatores de conversio entre virias unidades de paténcia nos sistemas USCS e SI. Na Figura 6.3(a), 0 trabalho da forga ¢ positivo (Ad > 0), porque a forga atua na mesma diregao que 0 deslocamento do pistdo, Em sentido inverso, 0 trabalho é negativo se a forga se contrapée a0 des- locamento com Ad < 0 (Figura 6.3 (b)). Poténcia A poténcia, a ttima das quantidades apresentadas nesta seo, é definida como a taxa na qual o traba- Iho € realizado. Quando uma forca realiza um trabalho durante o intervalo de tempo At, a poténcia média é Prva = (6.5) Ww ar Quando © trabalho realizado mais rapidamente, As se torna menor e a poténcia média aumenta correspondentemente. Os engenheiros convencionaram expressar a poténcia em unidades de watt (1W = L I/s) no ST (pé - Ib)/s ou horse-power (HP) no sistema USCS. A Tabela 6.2 relaciona os fato- res de convers’o entre essas unidades. A leitura da primeira linha da tabela, por exemplo, mostra que pé-Ib = 1,356 W = 1818 x 10°? HP Em especial, o HP é equivalente a 550 pés = Ib/s. EXEMPLo G1 Fatores de Conversao para Poténcia ‘Comegando com as definigdes das unidades derivadas (pé - 1b)/s e W, nos sistemas USCS e SI, fazer a verificagao dos fatores de conversao utilizados entre ambas as unidades alistados na Tabela 6.2. ABORDAGEM ‘© watt é definido pelo trabalho realizado a uma taxa de um joule por segundo. Para relacionar as duas unidades com a poténcia, devemos converter as dimensdes de forga e comprimento que aparecem na definigo de joule (1 J = 1 N+ m). Reportando-nos & Tabela 2.6, 1 pé = 0.3048 m © e1b=44a8N, Soww¢gAo © fator de conversio é dado por BE (1B osea Sees 1 ; = 1 ; eau 4A Carituto 6 * Sistemas Térmicos ede Energia 205 = 1356 = 1,356 13862 3 = 1,356 W onde utilizamos a definigio da unidade derivada joule, obtida da Tabela 2.2. DiscussAa 0 fator de conversio entre as dimensdes walt ¢ (pé - Iby/s € a recfproca do fator de conversio de (pé + Iby/s para watts. Assim, | W = (1,386) | (pé - Ib)/s = 0,7376 (pe - Ib\/s. EXEMPLO 6.2 Energia Potencial Armazenada em uma Cavilha em U Calcular o potencial de energia elastica armazenada nos dois trechos retos da cavilha em U, exa- minada nos Exemplos 4.2 ¢ 4.3. AsORDAGEM Com as dimensées ¢ as propriedades do material dadas naqueles exemplos, a constante da mola de um trecho reto pode ser obtida pela aplicagio da Equagio (4.7). Descobriu-se que cada trecho reto da cavilha em U, com um comprimento de L = 325 mm e uma drea da segao transversal de A = 7,854 x 10° m®, apresentou uma distensio de AL = 78,82 pm = 7,882 X 10° m. Descobre-se a energia potencial elgstica utilizando-se a Equagao (6.2) Sowugao Usando o valor geral para o médulo de elasticidade do aco (piigina 120), a constante dos trechos retos de uma cavilhaem U é j= (210 X 10° Pa) (7.854 x 10-*m*) 0.325 m = 5075 x 10(S)em(2) = 5075 x 107% 7 206 —_Introdugo & Engenharia Mecénica “Aqui, usamos a definigao da unidade derivada pascal (1 Pa = 1 N/m?):a0 manipularas dimensdes do médulo de elasticidade elastica da cavilha em U. A energia potencial eldstica fica 1 v= $ (sons x 107 “erase x 10-*m)? — [u = jar] 2 m 2 = BV onje = 0.576% )om) = 01576 N+ m = 0.15765 DiscUSSAG Visto que a cavilha em U tem dois trechos retas idénticos, o valor da energia potencial armazena- da € 2 (0,1576 J) = 0,3152 J, um valor relativamente modesto. ExemPio 63 Energia Cinética de um Aviao a Jato Caleular a energia cinética de um avido Boeing 767 que esté carregado com 0 seu peso maximo de 350.000 Ib e viaja a 400 mph. Expressar a energia cin¢tica em dimensées dos sistemas USCS ¢ Sl. Asorpacem Para aplicar a Equagio (6.3), precisamos primeiro determinar a massa da aeronave com base 10 seu peso (que ¢ fornecida), ¢ converter a velocidade em unidades dimensionalmente coerentes. SoLugao A massa da aeronave é 35 x 10°Ib a We” 5 peal +— [w = mg] = 1,087 x 10° pé = 1,087 X 10° slugs onde aplicamos a definigo da unidade derivada slug obtida da Equagao (2.2), Usando a definigao | da unidade derivada milha fornecida pela Tabela 2.5, a velocidade da aeronave em unidades dimensionalmente coerentes € i) (saan 2/1) (1005) (s20 2 cans Carituvo 6 © Sistemas Téimicose de Energia 207, A cnergia cinética, entao, fica u £ caos7 x 10" stugs)s86.7 ) = 1871 x 10 (8 P) (pe) = 1871 X 10° pé + Ib Reportando-nos & Tabela 6.1, essa quantidade de energia ¢ equivalente a U (1.871 < 10° pé + wy (1356 = (pe 2) 2,537 x 10°(pé w)( ab = 2,537 x 10°5 = 2,537 GI no SI. DiscussAo. ‘Ao manipular as dimensies nesse exemplo, usamos a definigio da unidade derivada slug, do sis- tema USCS (1 slug = | (1bs*), ¢ © prefixo giga para o fator de um bilho. U = 1,871 % 10" pe + Ib U = 2537 GE Exempio 64 Demanda de Poténcia de um Elevador Usar um célculo de ordem de magnitude para estimar a capacidade de um motor elétrico que acio- nard um elevador de carga de um prédio de quatro andares. Expressar sua estimativa em unidades de horse-power. O carro do elevador pesa 500 Ib ¢ deve ser capaz de carregar uma carga adicio- nal de 2.500 Ib. ABoRDAGEM Para os fins desse calculo, ignoraremos a resisténcia do ar, o atrito do mecanismo de acionamen- to do clevador e todas as outras fontes de ineficiéncia. Também precisamos fazer estimativas rarodveis para as informagdes que no so explicitamente conhecidas a essa altura no projeto do elevador, mas so necessarias para determinarmos a faixa de poténcia do motor. Estimamos que ‘o clevador demora 20 segundos para subir do térreo até o andar mais alto do prédio e que a dife~ renga total de altura é de 50 pés. A quantidade de trabalho que o motor precisard fazer é 0 produ- to do peso total (3.000 Ib) e a mudanga de altura, Entio, podemos aplicar a Equaciio (6.5) para determinar a média da poténcia produzida pelo motor. 208 Introdugo a Engenharia Mecanica SoLucAo O trabalho de levantamento do carro totalmente carregado é W = (3.000 1b)(50 pé) +— [W = Fad] = 1,5 X 10° pé- Ib A poténcia média é iz _LS x 10° pé Ib _W Poet = 05 [Pe = = 7500 Pee 5 Por fim, convertemos essa quantidade para as dimensées de HP usando o fator alistado na Tabela 6.2: 500 PeE\(1s18 < 10> ce) = (SP )lgerinn) = 13,64 HP Discusséo Visto que o projetista levaria em consideracdo, mais adiante no projeto, outros fatores como a ine ficiéncia do motor, a possibilidade de o elevador ficar sobreearregado ¢ o fator de seguranga, cflculo s¢ tornaria mais preciso. De um ponto de vista preliminar, porém, um motor classificad para fomecer algumas dezenas de HP, em vez de um com varios HP ou algumas centenas de seria suficiente para realizar a tarefa em questo. Pn alScaeee HP 63 0 Caton como ENERGIA EM TRANSITO Na seco precedente, vimos varias formas diferentes de energia que podem ser armazenadas em sistema mecainico. Além de ser armazenada, a energia também pode ser convertida de uma forma pan outra ~ por exemplo, quando a energia potencial de um objeto em queda é transmitida para a sua gia cinética, De modo similar, a energia armazenada em um combustivel por causa da sua estrutura mica ¢ liberada quando 0 combustivel é queimado. Vimos 0 calor como uma energia transmitida (6 sendo movimentada) de um local para outro por causa de uma diferenga de temperatura, ‘Quando projetam maquinas que consomem e produzem energia, os engenheiros mecanicos explo: ram as propriedades do calor para manipular a temperatura e movimentar a energia entre lug (Figura 6.4). Nesta seco, exploraremos varios conceitos de Engenharia relacionados com o calor, sa liberagao quando um combustivel € queimado e sua transmissao por meio dos processos conhecidas come condugao, eonvecedo ¢ tadiagao. CariruLe 6 & Sistemas Térmicos-e de Energia 209 FIGURA 6.4 Os engenheiros. mecinicos usam Programas de computador para caleular a temperatura das pds das turbinas de um motor a jato, Asisgeiso com germisso da Paes, nc Poder Calorifico ‘Quando um combustivel € queimado, as reagdes quimicas que ocorrem liberam energia térmica e res{- duos, incluindo o vapor d' dgua, o mondxido de carbon e materiais particulados. O combustivel pode ser liquido (come 0 leo para um forno), sélido (0 carvao para uma estago de geragao de energia) ou ‘38050 (0 propano para um 6nibus). Em cada caso, a energia quimica é armazenada dentro do combus- ‘hel e ¢ liberada durante a combustdo. Os engenheiros mecAnicos projetam maquinas capazes de libe- fara cnergia armazenada na forma quimica e tal energia é subseqtientemente convertida em formas Imis ites, Em um forno, cm uma estagao de geragdo de energia ou em um motor a gasolina, a liberagao da ‘mergia do processo de combustio é medida pela quantidade chamada poder calorifico H. Conforme gelacionado na Tabela 6.3, a magnitude de um poder calorifico descreve a capacidade de um combus- ahel de liberar calor. Uma vez que o calor ¢ definido como energia em movimento entre dois lugares, gs poderes calorfficos representam a quantidade de energia liberada pela unidade de massa do combus- “fel que é queimado. Quanto maior for a quantidade de combustivel queimado, maior seré o calor libe- do. No SI, o joule é a dimensdo padrao para energia, ¢, no USCS, a unidade térmica britinica (abre- iada como Btu) é a dimensfio mais utilizada para expressar a energia contida em um combustivel. Do ponto de vista hist6rico, uma Btw era definida como a quantidade de calor necesséria para clevar a tem- peratura de uma libra de gua em um grau da escala Fahrenheit, Na definigao modema, a Btu é equi- falente 78,2 pé « Ib ou 1.055 J, conforme a relagao de fatores de conversao de energia da Tabela 6.1 Como consideramos no Capitulo 2, slug ¢ a unidade de massa preferida pela Engenharia ica para a realizagao dos célculos envolvendo a gravita¢ao, o movimento, o momento, a energia a, 8 aceleragdoe outras quantidades mecdnicas. No caso dos célculos de Engenharia relacionados mas propriedades térmicas ¢ os combustiveis dos materiais, no entanto, trata-se de uma prdtica con= onal utilizar a libra-massa como uunidade derivada para massa no sistema USCS. Essa pritica, no odo sistema USCS, é conveniente porque uma quantidade de matéria que possui uma massa de uma iza-massa também pesa uma libra. A libra-massa ¢ definida na Equacéo (2.4) ¢ é relacionada ao slug ela Equacdo (2,5). Conforme mostrado na Tabela 2.6, 0 kg e a Ibm esto relacionados por meio de 1 Ibm = 4536 ke © 1 kg = 2,205 bm 210 Introdugao Engenharia Mecdnica Poder calorifico, H Combustivel MJikg — Btu/tbm e Gais Gas natural 47 = 20,2 x 10° combustiveis. aes Me 1A Liquido Gasolina 45 193 x 10° Diesel 43 185% 10° ‘Oleo combustivel 42 18,0 x 10° Sélido Carviio 30 12,9 x 10° Madeira 20-86 x 10° * Os valoses numéricos dios so referéncias ¢ os valores para combusiveis especiti= ‘¢05 podem variar de aenrdo com sua composigdo quimica, As dimensoes convencionais para o poder calorifico dos combustiveis so, portanto, MJ/kg no sis- tema SI e Btu/lbm no sistema USCS. Nos célculos envolvendo a combustio de um combustivel, o calor @ liberado pela massa em com- bustao m ¢ dado pela equagio Q = mil (6.6) Quanto aos poderes calorificos relacionados na Tabela 6.3, quando um quilograma de gasolina & queimado, 45 MI de calor ¢ liberado. De modo equivalente para o sistema USCS, 19.800 Btu sao libe- rados quando uma libraemassa de gasolina ¢ consumida, Se pudéssemos de alguma forma construir 0 motor de um automdvel que convertesse perfeitamente essa quantidade de calor em energia ciné veiculo pesando 1.000 kg poderia ser acelerado a uma velocidade de 300 m/s — quase a velocidade do som ao nivel do mar, Obviamente, essa visio ¢ teérica, pois nenhum motor pode operar com 100% de ceficiéncia ¢ converter toda a energia qufmica estocada em um combustivel em trabalho mecéinico til. 0 poder calorifico simplesmente nos diz a quantidade de calor que & fomecida pelo combustivel e eaberd ao foro, & estacao de geragao de energia ou ao motor utilizar esse calor do modo mais eficiente possivel. Os poderes calorificos dos combustiveis podem variar amplamente de acordo com a sua compo- sigao quimica e 0 modo como so queimados. O poder calorifico do carvao, por exemplo, pode variar entre 15 e 35 Mifkg, dependendo da localizagdo geografica da mina de onde ele foi extraido. Além disso, quando um combustivel é queimado, pode haver agua nos residuos da combustao na forma de vapor ou de liquid. © poder calorifieo de um combustivel em uma aplicagio especifica depende de se a dgua é liberada do processo de combustio na forma de vapor ou se & condensada na forma Kquida Aproximadamente 10% do calor adicional pode ser extraido de um combustivel condensando-se 0 vapor de é gua produzido durante a combustdo e recapturando o calor associado com a mudanga da fase _ da agua, de vapor para liquida, No motor de um automével, a égua produzida na forma de residuo da combustio € expelida na forma de vapor, ¢ a energia térmica contida nela €, portanto, perdida pao meio ambiente, juntamente com 08 gases produzidos pela combustio. De modo similar, a maioria des fornos domésticos de g4s natural ¢ do tipo ndo-condensével, ou seja, 0 vapor de égua produzido neles € climinado pela chaminé do forno. Calor Esnecifico Um exemplo do fluxo de calor e mudanga de temperatura ocorre na praducao comercial de ago. Durante © proceso de produgio de uma sidenirgica, o ago quente € rapidamente resfriado por set submerso: um recipiente com dleo ou agua. O objetivo desse procedimento, conhecido-como témpera, é end Caviruco 6 © Sistemas Térmicos ede Energia 211 © ago mediante a modificaco de sua estrutura intema. A ductilidade do material (Seco 4.5) pode ser melhorada subseqiientemente por meio de uma operag3o de reaquecimento chamada revenimento. ‘Quando um lingote de-ago é mantido, digamos, a 800 °C c entao temperado em éleo, a calor flui do ago, aquecendo 0 dleo do banho. A energia térmica que foi armazenada no aco diminui ¢ a perda dessa ener- ‘gia € manifestada por uma alterac3o na sua temperatura. A capacidade que um material tem de aceitar e armazenar calor na forma de energia interna depende da quantidade de material, das suas proprieda- des fisicas e da mudanga da temperatura. O calor especifico & definido como a quantidade de calor necessdria para alterar em um grau a temperatura de uma unidade de massa de material. O fluxo de calor entre 0 ago ¢ 0 dleo ¢ intangivel no sentido de que ndo podemos visualizar a ocor- réncia desse fen6meno. Entretanto, podemos medir 0 efeito do fluxo do calor por meio das alteragoes de temperatura que ocorrem. Calor no ¢é 0 mesmo que temperatura, mas as alteragdes na temperatura indicam que houve transmissio de calor. Por exemplo, quando o sol aquece o asfalto de uma pista durante uma tarde, o asfalto permanece quente por algum tempo depois de o sol se par. A pista larga e macica é capaz de armazenar mais energia do que um pote de égua que foi aquecide & mesma tempe- aiura em um forno. A medida que 0 calor flui para um objeto, sua temperatura aumenta de um valor inicial T, para T, de acordo com Q = me (T — TM) (6.7) onde m & a massa do objeto. Conhecido como calor especifico, © pardmetro c € uma propriedade que Reflete 0 modo como os materiais diferem com respeito & quantidade de calor que devem absorver para aumentar a sua temperatura, Portanto, 0 calor especifico possui as unidades de energia por unidade de massa por grau de mudanca de temperatura, As dimensdes convencionais no SI e no USCS séo Mdi(kg - °C) e Bowi(tbm » °F), respectivamente. Pode-se converter os valores de temperatura entre as escalas Celsius e Fahrenheit usando-se F= iG “c) +32 (6.8) °C= (Scr - 32) A Tabela 6.4 relaciona os valores numéricos de calor especffico de vérios materiais. Para aumen- a temperatura em um grau Celsius de uma amostra de aco pesando um quilograma, precisaremos scenlar A amostra 0,50 kJ de calor. Como se pode notar a partir das informagées da tabela, o calor fico da égua ¢ maior do que os valores do leo e dos metas. Esse é um dos motivos pelos quais gua cumpre um papel importante em regular a temperatura; ela pode ser um meio eficiente para 0 namento e © transporte de energia térmica. Calor especifico, ¢ Tipo ___Substiinein K/ikg + °CyBtw/(lbm + °F) Liguido leo 19 0.45 Agua 42 10 ‘Sélido Aluminio 0.90 0.21 Cobre 0.39 0,095. Ago 0.50 Ou ‘Video 0.84 0.20 212 Introdugao_@ Engenharia Mecdnica FIGURA 65 |_——_+—____—+ Condugi de calor ao longo de uma haste Calor, Q de metal. — Area, A Th ti 2 z 8 2 Posigio ao longo da haste Na Equagao (6.7), se T > Tp, entio Q € positivo e o calor flui para dentro do objeto. Em sentido inverso, Q € negative quando T < Ty; nesse caso, o valor negativo significa que a direco do fluxo de calor é inversa, de modo que o calor flui para fora do objeto. Assim como encontramos em outros ele- mentos da Engenharia Meciinica — as forgas, 08 momentos, a velocidade angular ¢ © trabalho mecini- co —, as convengées de sinais siio titeis para registrarmos a direcdo de certas quantidades fisicas. No caso das alteragdes nao to grandes da temperatura, ¢ aceitdvel tratar c como uma constante. A Equacao (6.7) nao se aplicard se ocorrer mudanga de fase do material, digamos, de sdlido para liqui- do ou de Ifquido para vapor, porque o calor acrescentado (ou removido) durante a mudanga de fase no altera a temperatura do material. A propriedade fisiea que quantifica o valor do calor que deverd fluir para ou de um material a fim de produzir uma alteragio de fase ¢ denominada calor latente. Transmissao de Calor Descrevemos 0 calor como uma energia que ¢ transmitida de um local para outro por causa da diferen- a de temperatura. Os trés. mecanismos de transmissdo de calor sio conhecidas como conduc, con- vecgio e radiago, ¢ estdo presentes em diferentes tecnologias da Engenharia Mecanica. Se segurat 0 cabo quente de uma panela que esté sobre o fogio, voc’ sentird a condugao em ago. O calor fli da panela através do cabo até a sua extremidade fria, Esse processo € ilustrado pela haste metilica da Figura 6.5. Uma extremidade da haste € mantida na temperatura alta 7, ¢ a outra extremidade per- manece na temperatura baixa Ty. Embora a prépria haste nfo se mova, o calor flui para a extremi- dade oposta como uma corrente, porque 0s pontos ao longo da haste t¢m temperaturas diferentes. Assim como a mudanga na voltagem produz corrente em um circuito elétrico, a alteragdo na tempe- ratura Tj, — T; faz com que 0 calor seja conduzido pela haste. A quantidade de calor que flui ao longo da haste durante um intervalo de tempo Ar € obtida pela equagio KA At L Q Gh - 1) (6.9) Esse princfpio € conhecido como lei de condugiio de calor, de Fourier. A lei de Fourier recebeu seu nome em homenagem ao cientista francés Jean Baptiste Joseph Fourier (1768-1830). A condugao de calor ocorre em proporgao & 4rea da segio transversal A e ¢ inversamente proporcional 20 comprimen- to L da haste. A propriedade do material x (0 caractere mimisculo grego kappa) & chamada de condu- tividade térmica e os seus valores para virios materiais esto relacionados na Tabela 6.5. TABELA 6.5 mente possuem valores altos de x, € os materiais baixos. Referindo-nos de temperatura nas duas faces do painel for de 1 de x do ago eo valor de « do cobre ¢, minio. O aluminio € o cobre s40 os met macio de pontos de concentragio de calor ea qué folate a (0s Estados Unidos produzem ¢ consomem enor- “nes quantidades de energia a cada ano. Em 2003, uns 98 quadrilhées (10'*) de Bu de energia foram consumidos pelos setores econdmicos resi- | denciais, empresariais e de transportes, Naquele “ano, aproximadamente 27 quadrilhdes de Btu, ou a de 27% do consumo total de energia do is, esteve associado com as necessidades de porte. Algumas estimativas indicam que a a das familias norte-americanas gasta mais iro dirigindo automéveis do que em cuida- bs com satide, educac3o ow alimentacao. Por muitos anos, os Estados Unidos foram mio-suficientes na produgao de sua prépria gia. No fim da década de 1950, 0 consumo energia comegou a ultrapassar a capacidade da produsio doméstica ¢ os Estados Unidos comecaram a importar energia para preencher a i entre © fornecimento e a demanda. Em , © pais importou 27% da energia liquida consumida, e 0 petréleo foi o responsavel pela jor parte das importagdes. | A maior parte da energia consumida pelos tados Unidos € obtida pela queima de trés 8 de combustiveis fésseis: 0 carvao, 0 gas alle 0 petréleo. De fato, cerca de 71% da detricidade gerada nesse pais € obtida de esta- CapiTuLo 6 © Sistemas Térmicos e de Energia 213 Condutividade térmica, « Condutividade Material Wim - °C) (Btu/h)ipé - °F) Cobre 390 220 Aluminio. 200 120 Vidro O85 0,50 Madeira 03 017 Quando a condutividade térmica € alta, o calor flui rapidamente pelo material. Os metais geral- isolantes, como a fibra de vidro, possuem valores Tabela 6.5, 200 J de calor fluirao a cada segundo através de um painel quadra- do de aluminio, com uma medida lateral de 1 metro e uma espessura de | metro, quando a diferenca °C. Mesmo entre os metais, os valores numericos de x variam consideravelmente. A condutividade térmica do aluminio é mais de 400% maior que o valor por sua vez, aproximadamente duas vezes maior que o do alu- preferidos para a fabricagao de panelas, pois previnem a for- ima dos alimentos. goes de geragéio de energia que queimam com- bustiveis fsseis, e mais da metade dessa quan- tidade € apenas de carvao. Além do consumo de combustiveis fosseis, dos quais existe apenas um suprimento limitado de energia, a energia hidrelétrica, a energia geotérmica e as tecnolo- gias solar ¢ eélica de geragio de energia sio consideradas fontes renovaveis porque no envol- ‘vem © consumo de combustiveis que no podem ser repostos, As fontes renoviveis de energia suprem uma importante — porém relativamente pequena — parte (6%) das necessidades de ener- gia da nagdo. A maior parte da eletricidade gerada pelas fontes renoviveis € obtida de hidrelétricas, Para completar as prineipais fon- tes do orgamento nacional de energia, a tecno- logia nuclear também € usada para gerar cerca de 20% da eletricidade Exceto se ocorrer desenvolvimentos impre- ‘vistos nos campos econémico, politico ou tecno- I6gico nas préximas décadas, os Estados Unidos provavelmente continuario a confiar nos trés principais combustiveis fésseis, em uma expan- so modesta das fontes renovaveis de energia e ‘em uma Contribui¢fo da energia elétrica nuclear, que permanece essencialmente constante. 214 Introdugo a Engenharia Mecénica Carte. Residencial Gas natural { combstiveis Petréleo fost Produgto Subpredace do | nacional ‘ps natural | Fornecimento ‘acral Energia elétrica nuclear Energia renovivel Petrdleo ¢ produtos Romero Outros FIGURA 6.6 Mins da Energia das Estados Unis, dminstrago das Informagtes sobre Energia SSS Além da conducio, o calor também pode ser transferido por um fluido em movimento. Esse pro- cesso € conhecido como conveceda. O sistema de resfriamento do motor de um automével, por exem- plo, trabalha bombeando uma mistura de 4gua ¢ solugio anticongelante através de canais internos do bloc do motor. O calor excessivo € removido do motor, transferido temporariamente para 0 iquido de arrefecimento por convec¢do €, por fim, liberado no ar pelo radiador do motor. Visto que a bomba faz com que @ liquide de arrefecimento circule, diz-se que a transmissio de calor ocorre por convecca0 forcada, Em outras circunstincias, um liquide ou um gs pode circular por si mesmo, sem a presenca de uma bomba ou um ventilador, por causa da agdo das forcas de flutuaco criadas pela variago das temperaturas do fluido. Quando o ar é aquecido, ele se tora menos denso e as forgas de flutuagio fazem com que suba ¢ circule. O fluxo ascendente do fluide quente (e 0 fluxo descendente do fluido frio para preencher o seu espago) ¢ chamado de convecgdo natural. Proximo de cadeias de montanhas € de corpos de 4gua desenvolvem-se correntes térmicas, Essas sio correntes de convecgéo natural na atmosfera que os planadores, praticantes do v6o livre e passaros utilizam para permanecerem no ar. De fato, muitos aspectos do comportamento do clima, dos oceanos ¢ do nticleo da Terra estéio relaciona- dos com a convecgdo natural. Células gigantes de conveegio (algumas do tamanho de Jupiter) até mesmo esto presentes nos gases do Sole interagem com seu campo magnético para influenciar a for- magao das manchas solares. Oterceiro mecanismo de transmissio de calor é chamado radiagdo, Esse termo refere-se A carac- teristica do calor que faz com que ele seja emitido e absorvido sem contato fisico direto, ¢ ndo esti relacionado & radiago no contexte dos processos nucleares ou de geragao de energia. A radiagdo ocor- re quando a calor € transmitide pelas longas ondas infravermelhas do espectro eletromagnético. Essas ondas so capazes de se propagarem pelo ar ¢ até através do vacuo do espago. A energia proveniente do Sol atinge a Terra pelo proceso de radiagéo, A medida que so absorvidas pelo ar, pela terrae pela gua, as ondas eletromagnéticas convertem-se em calor. Os radiadores de um sistema de aquecimento doméstico contém serpentinas metilicas pelas quais circulam vapor ou gua quente. Se colocar sua mio no radiador, vooé sentiré o calor fluir diretamente para ela através da condugiio. No entanto, mesmo se vocé ficar em pé a uma distincia proxima do radiador, sem tocé-lo, ainda assim seri aque- ido por ele pelo processo da radiagao, CarituLo 6 © Sistemas Térmicose de Energia 215 Consumo de Energia Residencial O lar de uma familia mediana dos Estados Unidos consome 98 milhdes de Btu de energia por ano, Quantas toneladas de carvao seriam necessarias para produzir essa quantidade de energia? AsorDacem 0 poder calorifico do carvao esté relacionado na Tabela 6.3 como 12.900 Btullbm, ¢ aplicaremos a Equagio (6.6) para determinar a massa do carvéo, Na Tabela 2.5, uma tonelada ¢ equivalente a 2.000 Ib. SotucAo A massa do carvao € 98 x 10° Btu m= 13,93 10? Btu/lbm ne a Btu = 7,597 x 10° wrm)( = 7,597 * 10° Ibm Visto que um objeto pesando uma libra-massa também pesa uma libra, o peso é 10 = 7,597 X 10° Ib. Usando-se a definigio da unidade derivada tonelada no sistema USCS, w = (7597 x 10° wi(st5 ‘) 2.000 Ib 7 s.70screy( 2") = 3,798 tons: DiscussAo Comparada com um automéyel sedan, que pesa 2.500 Ib, essa quantidade de carvao equivale ao peso de trés veiculos. Consumo de Combustivel por um Motor Um motor movido a gasolina gera uma poténcia final média de 50 KW. Ignorando-se qualquer ine- ficiéncia que possa estar presente, calcular 0 volume de combustivel que € consumido por hora. Expressar seu resultado nas dimensdes de litro e gala. 216 Introduco & Engenharia Mecénica Asoroacem Reportando-nos & Tabela 6.3, 0 poder calorifico da gasolina € 45 MJ/kg. Portanto, conforme a Equagio (6.6), 45 MI de calor so liberados a cada quilograma de gasolina queimada, Para con- verter © consumo de combustivel em uma medida de volume, a Tabela 5.1 relaciona a densidade da gasolina como 680 kg/m’. O volume pode ser convertide do SI para o USCS utilizando-se o fator 1 L = 0,2642 gal, obtido da Tabela 2.6 SoLugAO Em termos de definigo para a unidade derivada kW, o motor produz kJ ss We (s0 “eons — [rea = ¥| < (kD = 1,8 x 10° (¥ 8) = 18% 10° em uma hora, Essa energia produzida é equivalente a 180 MJ. A massa de gasolina que deve ser _ queimada para liberar essa quantidade de calor € _ 180 MJ 45 MI/kg -s0() =4kg +— [Q = mH] Em seguida, determinamos o volume de combustivel: ‘an a m* = 5882 x 10 ow(Z) = 5,882 «10°? m* Utilizando a definigdo da unidade derivada litro, da Tabela 2.2, V = (5,882 x 10m’) (1.0004 6 = saaecm() = 5,882 L No sistema USCS, a quantidade de combustivel CAPlTuLo 6 © Sistemas Térmicose de Energia 217 V = (5882 Ly (o26ee ) = 1,554 an(®) = 1,554 gal DiscussAo Ignorando a ineficiéneia do motor quando convertemos o calor da combustdo em energia mecdni ca, reconhecemos que nosso cilculo ird subestimar a taxa real de consumo de combustivel. V=5,882L V= Témpera de Uma Broca Uma broca de ago medindo 8 mm de didmetro 15 em de comprimento recebe tratamento térmi- co em banho de Sleo, A braca € temperada a 850 °C, mantida a 600 °C ¢ novamente temperada a 20 °C. Caleular as quantidades de calor que devem ter sido removidas nos dois estgios do pro- cesso de témpera. Exempio 67 AsorDAGEM A Tabela 4.2 relaciona a densidade do peso do ago como pw = 76 kN/m’, que usaremos para cal- cular a massa da broca, As quantidades de calor que fluem da broca durante os dois estigios da témpera sio calculadas pela aplicagiio da Equacio (6.7). 0 calor especifico do ago € indicado na Tabela 6.4 como 0,5 kI/(kg - °C). Souucdo O volume V da broca ¢ calculado com base no seu comprimento L ¢ sua area da segao transver- sal A (0,008 m)? —|[4-+4] 4 = 5,027 x 10 Sm? O volume fica V = (5,027 x 10°* m’) (0,15 m) —[V=AL] = 7,540 x 10-6 m* O peso da broca, portanto, € w (16 x 10°) (7,540 x 10° m’) — [w= pV] 218 Introdugéo & Engenharia Mecdnica = osno (%. dn’) = 05730 N. € sua massa & 0,5730 N oar <— [w = mg] 2 s = x 107 5,841 x 10 (5) 7 es) a 3< 1072 (SB yf S 5,841 10 ( = = 5,841 x 10-7kg ‘Na tltima etapa, expandimos a unidade derivada newton em termos de unidades de base metro, — quilograma ¢ segundo. As quantidades de calor que sao removidas durante ambas as témperas so Q- (5841 x 10° ke)( (880°C ~ 600°C) <— [O = me(T - h)) = 7301 ty) (Me) eo) = 7,301 kJ OQ, = (5,841 x 10*4g)(050, a se) (600°C ~ 20°C) =< [Q = me(T - 1] = 1694 (hg) (z re)eo) = 16,94 kJ DiscussAo. calor flui da broca para o banho de dleo. Depois dos dois estégios do processo de témpera, 4 temperatura do 6leo do banho eleva-se em quantidades que podem ser caleuladas pelo uso Equagio (6.7). Capituco 6 + Sistemas Térmicas ede Energia 219 Exemrio 68 Perda de Calor através de uma Janela ‘Um escritério pequeno possui uma janela de 3 pés por 4 pés cm uma das paredes. A janela ¢ feita de um vidro simples, com 1/8 polegada de espessura. Ao avaliar o sistema de aquecimento e ven- tilagdo central do edificio, 0 engenheiro precisa calcular o calor perdido através da jancla em um dia de inverno. Embora a diferenga da temperatura do ar dentro € fora do escritério seja muito maior, ambas as superficies do vidro apresentam uma diferenga de apenas 3 °F. Em unidades de ‘watts, qual é a quantidade de calor perdida através da janela a cada hora? ABORDAGEM O fluxo de calor através da janela pode ser calculado pela aplicagiio da Equaco (6.9). A condu- tividade térmica do vidro é apresentada na Tabela 6.5 como 0,5 (Btwhh)/(pé - °F). Depois de cal- culara energia perdida em dimensdes USCS de Btu, converteremos a unidade SI de watt aplican- do 0 fator de conversiio de 1 Btu = 1.055 J, apresentado na Tabela 6.1 SowugAo Para manter a coeréncia das dimensGes da Equaco (6.9). primeiro convertemos a espessura da janela da seguinte maneira: L = (0,125 pop = 1,042 x 10°? pé O calor perdido em uma hora é og = 050 (Brerbdi tok BOG PDC Gof) « [o-s4¥ a- 7)| si Bu/h) > = ne (228) perm Lem = 1.728 Bu Expressa em unidade do SI, essa quantidade de calor é equivalente a Q= (1.728 Bu(1 055 x) = eB = 1823 x 10° (Bu) zx) = 1,823 X 10°J ‘Uma ver que 0 calor flui continuamente no periodo de uma hora, a taxa média de perda de calor € 2- (193x242) 220 Introduce & Engenharia Mecénica = 5064 W ‘onde usamos a definigao da unidade derivada $1 do watt. DiscussAo Na pritica, é dificil medir a temperatura das superficies da janela por causa da ocorréncia da con- vecgdo entre a janela e o ar adjacente. Um pequeno aquecedor elétrico de 500 W seria suficiente para compensar essa taxa de perda de calor. g =e 64 Conservacio & Conversio bE ENERGIA Com os conceitos de energia, trabalho e calor em mente, exploraremos agora a conversaio de energia de uma forma em outra. Os motores de automével, os motores a jato e as estagdes de geragio de ener gia sdo trés exemplos de maquinas que produzem energia mediante a queima de combustivel. Em espe- cial, a energia quimica armazenada no combustivel (seja na gasolina, no combustivel para aviagdo ou no gs natural) € liberada na forma de calor, que, por sua vez, é convertido para trabalho mecanico. No caso do motor de um automével, o trabalho mecanico assume a forma da rotagio do eixo virabrequim; no motor de um avido a jato, o resultado é primariamente a forga de propulsio que movimenta a aero- nave; e, no caso da estacHio de geragio de energia, o produto final & a produgdo de energia elétrica, Assim como muitos outros, cada um desses sistemas de Engenharia Mecdnica baseia-se no conceito da conversdo de energia de uma forma em outra do modo mais eficiente possivel, Os principios da conservagio e da conversio de energia siio edificados sobre o conceito de um sis- tema, que é um conjunto de materiais e componentes agrupados de acordo com seus comportamentos lérmicos ¢ de geragio de energia. Imagina-se que um sistema esteja isolado de outros sistemas adja- centes de modo que se encontre separado dos efeitos extrinsecos que nao so importantes para o pro- blema em questao, Adotamos um ponto de vista muito semelhante no Capitulo 3, quando usamos os diagramas de corpo livre para examinar as forgas que atuam sobre estruturas ¢ méquinas. Nesse caso, todas as forgas que cruzam uma linha imagindria tragada ao redor do corpo eram inclufdas no diagrama, ‘a0 passo que os demais efeitos eram desprezados, De um modo bem parecido, os engenheiros analisam os sistemas térmicos ¢ de energia isolando um sistema dos demais adjacentes ¢ identificando 0 calor que flui para dentro ¢ para fora do sistema, @ trabalho que é realizado nas adjacéncias (ou vice-versa) ¢ 0§ niveis da energia potencial ou cinética que se alteram dentro do ‘Com um alto grau de abstrago, considere o sistema térmico ¢ de energia que esté desenhado na Figura 6.7. A quantidade de calor Q, que pode ter sido produzido pela queima de um combustivel, flui para o sistema. O calor pade ser transmitido pelo processo de condugio, convecgiio ou radiagéo. Ao mesmo tempo, © sistema realiza o trabalho mecdnico W como produto da transformagio da energia. Embora o calor e o trabalho ultrapassem os limites do sistema, quando so representados por valores numéricos positives suas diregdes de acto diferem. O calor € considerado positivo quando flui para dentro do sistema, ¢ o trabalho € positivo quando € realizado nas adjacéncias do sistema. Além disso, € possivel que a energia interna do sistema seja alterada pela quantidade identificada como AU na Figura 6.7. A alteragio da energia interna poderia corresponder & temperatura do sistema que esté sofrendo ema. Capituco 6 © SistemasTérmicos e de Energia 221 FIGURA 6.7 Sistema Esquema da primeira Trabalho realizado Iei para o balango da pelo sistema, W snergia em um sistema térmico ¢ de energia. Adjactncias Calor fornecido ao sistema, elevagio (caso em que a energia térmica é armazenada), & sua energia cinética que esté sofrendo diminuigdo ou as alteragdes na sua energia potencial gravitacional ou eldstica. A primeira lei da ter- modindmica declara que essas trés quantidades se equilibram de acordo com Q=W+asu (6.10) Assim como descobrimos em outros aspectos da Engenharia Mecfniea, a convengdo de sinais & ‘til quando aplicamos essa equaco para acompanhar a diregdo do fluxo do calor, para saber se 0 sis- tema realiza trabalho nas adjacéncias ou vice-versa e se a energia interna aumenta ou diminui. O calor Qé positive quando flui para dentro do sistema; W € positivo quando o sistema realiza trabalho no meio cireundante; AU € positive quando a energia interna do sistema aumenta. Se alguma dessas quantida- des for negativa, o inverso é verdadeiro. Por exemplo, quando as adjacéncias realizam trabalho no sis- tema, W < 0. Caso a energia interna do sistema permanega constante (AU = 0), 0 calor que esté sendo fornecido equilibra precisamente o trabalho que o sistema realiza sobre as adjacéncias. De modo simi- Jar, se o sistema nao realiza nenhum trabalho (W = 0) enquanto o calor flui para dentro dele (Q > 0), a energia interna do sistema deverd aumentar (AU > 0) de modo correspondente. Além da necessidade da conservagio de energia, a Equagao (6.10) também demonstra que o calor, otrabalho ea energia sdo equivalentes e que ¢ possivel projetar maquinas que troquem uma forma de ‘energia por outra. Por exemplo, a primeira lei descreve 0 modo como um motor de combustio interna funciona: 0 calor Q liberado pela combustio da gasolina ¢ convertido no trabalho mecanico W. A pri- ‘meira lei determina a viabilidade para muitos outros dispositivos na Engenharia Mecdnica, dos condi- cionadores de ar aos motores de avido a jato ¢ estagdes de geragtio de energia elétrica. Deixemos para 4 Seco 6.5 a consideraco das limitagdes priticas que restringem o grau de eficiéncia com que esses dispositivos podem trocar calor, trabalho ¢ energia, SS Os Estados Unidos sdo lideres mundiais na pro- ‘Construida com mais de seis milhdes de dugio de energia hidrelétrica, uma fonte impor- tante que fornece cerca de 13% do total das necessidades de eletricidade da nacdo. As hidrelétricas baseiam-se no principio da con- versio da energia potencial da gua, que € armazenada em um reservatrio, em energia cinética, que, por sua vez, é convertida em ener- gia elétrica. toneladas de conereto, a Barragem de Hoover € ‘uma das maiores do mundo, Localizada no ri Colorado, a cerca de trinta milhas de Las Vegas, Nevada, foi projetada para ser um marco hist6- rico nacional. A barragem também ¢ identifica- da pela Sociedade Norte-Americana de Engenheiros Civis como uma das sete maravi- Thas da Engenharia Civil moderna dos Estados 222 _Introdugo Engenharia Meeénica Unidos. A Barragem de Hoover tem eapacidade de gerar mais de 2 GW de eletricidade. As suas turbinas sao alimentadas pela 4gua armazenada em um lage cuja capacidade aproximada seria suficiente para cobrir a Comunidade da Pensilvania com uma profundidade de 1 pé, Em uma hidrelétrica, a dgua armazenada no reservatorio cai através de canais ou passa- gens da barragem chamados comportas bascu- FIGURA 6.8 Feimpresso com peimissto do Bureau of Reclamation Departamento de Recuperacin, Miistéio do Interior dos Estados Unidos, lantes. Localizadas préximo & base da barra- gem, as turbinas siio essencialmente rodas hidréulicas de alto desempenho ¢ sio acionadas pelo fluxo de égua de alta velocidade que sai do reservat6rio, Por sua vez, as turbinas sto conec- tadas por eixos aos geradores que produzem a energia elétrica. Quando a agua sai da turbina, sua velocidade foi reduzida consideravelmente € ela ¢ despejada no rio. Exempto 69 Hidrelétrica ca pode ser produzida a cada segundo? FIGURA 6.9 A altura da queda de égua vertical de uma hidrelétrica € de 100 m. A 4gua flui através da barragem para o tio, que esté em um nivel mais baixo, a uma taxa de 500.m°¥s, Descontando-se as perdas da viscosidade da égua em queda e da ineficigncia das turbinas e dos geradores, quanta energia elétri- CAPITULO 6 © Sistemas Térmicos ede Energia 223 Asorpaceu A energia potencial da 4gua no reservatério é convertida em energia cinética durante a queda e, por sua vez, a energia cinética da dgua é ransferida para a rotagao das turbinas e dos geradores. Ignoraremos a relativamente pequena velocidade da gua quando o nivel do reservat6rio cai quando a Agua sai pelas turbinas. Esses componentes da energia cinética so pequenos quando comparados com a alteragao geral da energia potencial gravitacional da 4gua que escoa, Uma vez que nenhum calor esté envolvido, a alteracao da energia potencial gravitacional equilibra 0 pro- duto do trabatho, de acordo com a Equaco (6.10). Conforme relacionado na Tabela 5.1, a densi- dade da dgua doce é 1.000 kg/m’. Sowugdo | A massa da agua do reservatrio que escoa através das comportas basculantes e turbinas, e € des- _ pejada no rio que fica em um nivel mais baixo, a cada segundo é€ m = (500 (000 #8) =5 x 10° (m')| as =5 x10" kg A cada segundo, a energia potencial gravitacional do reservatério muda a razio de AU = (5 x 105 ka)(981 8)(-100m) <— [U = mgAh] = =4,905 x 10° (#3 =) (m) = —4,905 x 10°N-m = 4,905 x 1085 = -490,5 MJ Uma vez que a energia potencial do reservat6rio diminui, a mudanga da energia interna é negati- va. Ignorando-se o atrito e supondo que as turbinas e os geradores operem com eficiéncias ideais, © equilfbrio de energia da primeira lei é W = (490,5 MJ) = 0 — (O=W+ au) ¢ W = 490.5 MJ. Portanto, pode-se produzir 490.5 MJ de energia eléirica a cada segundo. Utilizando-se a definigao de energia média da Equagio (6.5), a energia produzida é 490,5 MJ Ww Ponsa = Sass a [Pa = *] = 4905 ut = 490.5 MW aa Introdugio a Engenharia Mecinica Discussao A energia produzida pode ser tao alta quanto 490,5 MW. Entretanto, devido ao atrito e outras ine- ficiéncias, uma hidrelétriea real teria uma capacidade menor. Pree = 490.5 MW ExempPto 6.10 ——$—$——————$ GE Freios a Disco de Automéveis © motorista de um vefculo pesando 1.200 kg que viaja a 100 km/h pisa no freio ¢ faz com que o carro pare completamente. O veiculo € equipado com freios a disco nas rodas dianteiras e trasei- ras ¢ 0 sistema de frenagem ¢ balanceado, de modo que o conjunto de freios dianteiro € respon- sdvel por 75% da sua capacidade total de frenagem. Por meio do atrito entre as pastilhas do freio € 08 rotores, os freios convertem a energia cinética do automsvel em calor. Se a temperatur: cial dos dois rotores do freio, pesando 7 kg cada, € 25 °C, qual a temperatura que terio depois de © vefculo parar completamente? O calor especifico do ferro fundido € ¢ = 0.43 KWkg + °C). FIGURA 6.10 Reimress com : | perresn Pastitha do freio Mechanical Dynami Rotor do freio Pinga do freio Junta articulada ABORBAGEM A medida que o vefculo péra, uma parcela da sua energia cinética inicial é perdida por causa do arrasto do ar, da resisténcia de rolamento dos pneus e-do desgaste das pastilhas do freio, mas ignoe raremos esses fatores extrinseeos no primeiro nivel de aproximagio, A energia cinética do autor mével (Equagdo (6.3)) diminui & medida que o trabalho € realizado pela frenagem, ao passo que © calor produzido causaré @ aumento da temperatura dos rotores. Tal elevaco da temperatura pode ser encontrada pela aplieagao da Equacdo (6.7). j SOLUCAO Em unidades dimensionalmente coerentes, a velocidade inicial é 7 (100%)(1 on Sm 2) ~ nr) =277780 3 CAPITULO 6 + Sistemas Térmicose de Energia 225 A energia cinética do automdvel diminui 4 razao de 1 m\ AU = 5 (1.200 ke (27.28 9) = 4,630 x 10° (B32) $ = 4,630 x 10°N-m = 4,630 x 10°F } = 463,0 kI Visto que os freios dianteiros fornecem trés quartos da capacidade de frenagem, a quantidade Q = (0,75)(463,0 kJ) = 373K de calor flui para os rotores dianteiros. Sua temperatura aumenta de acordo com kJ . 73K) = 2(7kg)( O43 Sag) (T— 25°C) — [9 = me(T - T)] onde o fator de dois aplica-se a ambos os rotores. A equagio € dimensionalmente coerente ¢ a tem- peratura final é T = &2,69 °C. DiscussAo Os freios convertem a energia cinética do automével em calor, que, por sua vez, é armazenado na forma de energia térmica por forga do aumento da temperatura dos rotores. T = 82,69°C 65 Motores Témmicos &— EFici€Ncia Um dos aspectos mais importantes da Engenharia envolve a construgio de méquinas que produzem tra- balho mecdnico por meio da queima de um combustivel. De mode bem simples, um combustivel, como 0 gis natural, pode produzir combustio e o calor liberado pode ser usado para aquecer um prédi importincia igualmente pritica é a necessidade de dar @ pr6ximo passo e produzir trabalho Gil a partir Go calor, Os engenheiros meciinicos preocupam-se com a eficiéncia das méquinas nas quais se queima combustivel, libera-se energia térmica e converte-se © calor resultante em trabalho, Aumentando-se eficiéncia desse proceso, ¢ possivel aumentar a economia de combustivel de um automdvel ¢ sua éncia final, ¢ a0 mesmo tempo reduzir o peso do motor. Nesta segao, consideraremas os conceitos eficiéncias reais ¢ ideais, conforme aplicadas & conversio de energia e & geracdo de poténcia. © motor térmico esquematizado na Figura 6.1] representa todas as méquinas capazes de conver- © calor em trabalho mecdnico. O motor absorve uma quantidade Q, de calor da fonte de energia alta temperatura, mantida a uma temperatura 7;,, Uma parcela de Q), pode ser convertida em traba- mecanico W pelo motor, O restante do calor, porém, ¢ eliminado do motor como tesiduo. O calor 226 Introdugdo Engenharia Mecanica perdido Q, € liberado de volta para o reservatério de baixa temperatura, mantido a um valor cons- tante 7, < 7, A partir desse ponto de vista conceitual, as fontes de energia ou os reservatorios de calor séo grandes o bastante para que suas temperaturas ndo se alterem quando calor for removido ou acrescentado. Para fixar as idéias no contexto de um motor de automével, Q,, representa o calor liberado pela qucima do combustivel na cimara de combustao do motor; W é 0 trabalho meciinico associado & rota- gGo e ao torque do virabrequim do motor; e Q, € 0 calor que aquece © bloco do motor ¢ € expelido pelo cano de escapamento. Nossa experiéncia cotidiana é no sentido de que 0 motor nao € capaz de conver- ter todo o calor fornecido em trabalho mecanico e uma parcela dele é desperdigada e eliminada no meio ambiente. © calor transmitido do motor & temperatura de combustio da gasolina, identificada como 7}, na Figura 6.11, e 0 calor desperdicgado Q, é liberado a uma temperatura menor T;. De modo alter- nativo, conforme aplicado ao caso de uma estacdo geradora de energia, Q, representaria o calor pro- duzido pela queima de um combustivel, como o carvao ou o g4s natural. A energia liberada pela com- bustdo ¢ utilizada para produzir eletricidade, mas a estacdo também elimina o calor nao utilizado na atmosfera por meio das torres de resfriamento ou em um rio ou lago préximo. Sendo Wo produto iit do motor térmico, todos os sistemas térmicos ¢ de energia como esse possuem a caracteristica de que o calor fornecido nao pode ser completamente convertido em trabalho dtil. Reportando-nos a Equacao (6,10), 0 equilibrio de energia para o motor térmico é H- A=W (6.11) uma vez que nao h@ alteragdo na sua energia intema. A eficiéncia real 2 (0 caractere grego mimisculo eta) do motor térmico € definida como a proporgdo entre a produce de trabalho e a quantidade de calor fornecida ao motor: ee 6.12) ae oe Cia A luz da Equagio (6.11), dizemos que » = 1 — Q\/Q,, para 0 motor térmico. Como a quantidade de calor fomecida ao motor € maior que a quantidade de calor desperdigada (Q, < Q,), a eficiéneia seme pre ficard entre zero e um. FIGURA 6.11 Fonte de energia em alta temperatura, Jj, Visio concei teal do motor térmica que 2, opera entre as fontes de energia mantidas a ‘Motor térmico ‘temperaturas alta e baixa, ‘Trabalho, W Fonte de energia em baixa temperatura, 7 Capituto 6 © Sistemas Térmicos ede Energia 227 A eficiéncia real as vezes é descrita como a proporedio entre “o que voc’ obtém” (que € o traba- Iho produzido pelo motor) e “o que voce pagou” (que € 0 calor de entrada), ¢ € freqilentemente expres- sana forma de porcentagem, Se o motor de um automével possui uma eficiéncia geral de 20%, isso significa que, para cada cinco galées de combustivel consumidos, apenas a energia referente a um galio ¢ convertida para o fim wil de movimentar o veiculo, Isso ocome mesmo no caso de um motor térmico que tenha sido otimizado por milhdes de horas empregadas em pesquisa e desenvolvimento por engenheiros mecAnicos habilidosos, Esse aparente baixo nivel de eficiéncia, no entanto, nao € tio ruim quanto vocé talvez pense A primeira vista, dadas as limitagdes que as leis fisicas impdem sobre a nossa capacidade de converter calor em trabalho. A Tabela 6.6 relaciona as eficiéncias reais para uma Variedade de sistemas térmicos e de energia, que sd0 encontrados na Engenharia Mecinica. ‘A Equacao (6.10) estabelece um limite superior para a quantidade de trabalho que pode ser obti- dade uma fonte térmica. Por limite superior queremos dizer que nao é possivel obter mais trabalho da méquina do que a quantidade de calor fornecida a ela em primeiro lugar. Contudo, essa visio ¢ otimis- ta demais no sentido de que ninguém ainda conseguiu desenvolver uma méquina que converta de modo erfeito o calor em trabalho. Niveis de eficiéncia de 20% para o motor de um automével ou 35% para uma estagdo de geracio de energia sao realisticos, e esses valores representam as capacidades nos motores térmicos préticos. A segunda lei da termodinimica formaliza essa observago ¢ expressa a impossibilidade de se desenvolver um motor que nao desperdice calor: Nenhuma maquina consegue funcionar em um ciclo e apenas transformar o calor fornecido em traba- Iho mecinico sem também rejeitar parte do calor fomecido. Seo inverso dessa declaracio fosse vilido, voeé poderia construir um motor que absorvesse calor do are movimentasse uma aeronave ou um automdvel sem consumir nenhum combust{vel. Similarmente, poderia projetar um submarino capaz de gerar energia para si mesmo extraindo calor do oceano. De fato, vocé poderia obter algo (a energia cinética do automével, do avid ou do subma- tino) do nada (porque nio haveria necessidade de combustivel). E claro que nossa experiéncia no ‘mundo real demonstra que essa maravilha nJo existe e as eficiéncias das mquinas nunca so ideais. Ao passo que a primeira lei determina que a energia € conservada e pode ser convertida de uma forma em outra, a segunda lei impde limites na maneira como a energia pode ser usada. Visto que 0 calor nao pode ser convertido de modo ideal em trabalho, qual ¢ a eficiéncia maxima que uma maquina térmica poderia atingir? Esse limite tedrico superior foi estabelecido pelo engenhei- ro francés Sadi Carnot (1796-1832), que se interessava pela construgao de motores que produzissem a maior quantidade de trabalho dentro dos limites estabelecidos pelas leis fisicas. Embora um motor que trabalhe precisamente no ciclo de Carnot nao possa ser construido, ele, no entanto, fornece um ponto ‘til de comparagao para avaliar e projetar motores reais. O ciclo € baseado na expansiio e compressio de um gis ideal no imterior de um mecanismo de cilindro e pistao. Em varios estégios do ciclo, fome- ce-se 0 calor a0 gis, realiza-se trabalho pelo calor fornecido e expele-se calor nio utilizado. O gis, 6 cilindro e @ pistdo formam um motor térmico que trabalha entre reservatorios de energia a tempera- tras altas e baixas de 7), ¢ 7, conforme mostrado na Figura 6.11, A eficiéncia ideal de Carnot em rela- i0 a0 motor térmico € dada pela equagio mee oe (6.13) Ao calcular a razio das temperaturas, os valores T, e T;, devem ser expressos na mesma escala abso- ‘uta, utilizando-se as dimensées em Kelvin (K), no SI, ou em graus Rankine (°R), no sistema USCS. Reportando-nos &s Tabelas 2.2 e 2.5, as temperaturas absolutas sao encontradas a partir dos valores das sxcalas familiares Celsius e Fahrenheit usando-se as expressdes de conversio K=C + 273,15 (6.14) "R= °F + 459,67 28 _Introdugo a Engenharia Mecanica TABELA 6.6 Eficiéncias tipicas dos sistemas térmicos e de energia. Sistema de energia Entrada necesséria Resultado desejado _Eficiéncia real Motores Motor de combustao interna Gasolina Trabatho do eixo virabrequim 15-25% Motor a diesel Diese! Trabalho doeixo virabrequim 35-45% Motor elétrico Eletricidade ‘Trabalho do eixo 80% Automével Gasolina ‘Movimento 10-15% Geragio de energia elétrica Estago de produgdo de energia pela queima de combustivel féssil Combusttvel Bletricidade 30-40% Estagdes nucleares Combustivel Eletricidade 32.35% Célula solar fotovoltaica Luz solar Eletricidade 5.15% Turbina estien Vento Trabalho do eixo 30-50% Hidrelétriea Fluxo de égua Bletricidade 70-90% Residencial Forno com cireulagao de ar ais natural Calor 80-95% Aquecedor por fgua quente Gas natural Calor 60-65% Do ponto de vista tedrico, a eficiéncia calculada a partir da Equagio (6.13) nao depende dos deta- Ihes da construgo do motor. © desempenho ¢ inteiramente determinado pelas temperaturas dos dois reservat6rios de calor. A eficiéncia pode ser aumentada abaixando-se a temperatura na qual o calor € eliminado ou elevando-se a temperatura na qual o calor é fornecido 20 motor. No entanto, as limites priticos associados com a temperatura em que a queima do combustivel corre, 0 ponto de fusio dos metais que s30 empregados na construgao da miiquina e a temperatura do ambiente limitam a faixa de valores que temos para elevar a 7,, ou diminuir a 7, Além do mais, as inefieiéncias realfsticas associadas a0 atrito, & viscosidade do fluido e a outtas perdas nfo so consideradas pelo valor Yc. Por esses motivos, voce deve ver a eficiéncia de Camot como um limite baseado nos prineipios fisicos da conversdo da energia e, como tal, trata-se de um limi- te superior para a eficiéncia real 7 da Equacio (6,12) e da Tabela 6.6. A eficiéncia real de um motor sempre sera menor do que a eficigneia de Carnot — normalmente, seré bem menor, Os valores da efi- incia real, como os relacionados na Tabela 6.6, devem ser usados sempre que possivel nos cilculos envolvendo sistemas térmicos ¢ de energia. 66 Estupo oe Caso 1: Morores DE ComBustio INTERNA Nas segdes remanescentes deste capitulo, voltaremos nossa atengdo para trés tecnologias de Engenharia Mecanica que se baseiam na manipulagdo do calor e na conversio eficiente de uma forma de energia em outra; 0s motores de combustio interna, a geracéio de energia elétrica e os motores a jato. O motor de combustio interna ¢ um motor térmico que converte a energia quimica armazenada na gasolina, no diesel, no etanol (derivado principalmente do milho nos Estados Unidos) ou no propano em trabalho mecinica. O calor gerado pela queima répida da mistura de combustivel e ar na cémara de combustio do motor transformado em rotacio do virabrequim do motor a determinados velocidade e torque. Como vocé sabe, as aplicagdes dos motores de combustio interna so amplas e variadas, e incluem automéveis, motocicletas, avides, navios, bombas © geradores eldtricos. Os engenheiros. mecfinicos desenvolvem extensos modelos computadorizados de motores de combusto interna e, antes que um CaPiTULO 6 © Sistemas Térmicas ede Energia 229 Pino da manivela Biela Cilindro. Valvula de admissi0 Rotagiio_ (Camara de combustio Virabrequim Vela Vilvula de escape Pistiio _Anéis do pistto FIGURA 6.12 ‘Desenho de um motor de combustio interna de um cilindro. tnico motor tenha sido construido, o seu desempenho ser analisado das perspectivas da economia de combustivel, razio entre poténcia e peso, ruido, poluigdo do ar ¢ custo, Nesta segao, consideraremos alguns projetos, terminologia e principios de energia por trés dos motores de dois ¢ quatro tempos. Os elementos principais do motor de um nico cilindro (mostrado na Figura 6.12) sao 0 pistio, 0 cilindro, a biela e o eixo virabrequim. Esses componentes convertem o movimento para frente e para trés do pistio em rotagdes do virabrequim. Conforme o combustivel é queimado, a alta pressdo que se desenvolve no interior do cilindro empurra © pistio para tras, movimentando a bicla ¢ girande @ vira- ‘brequim. O motor também contém um meio para que 0 combustivel ¢ o ar sejam langados no interior do cilindro e para que os gases residuais sejam expelidos, Consideraremos esses processas separada- Mente no contexto dos motores de dois ¢ quatro tempos, Ao passo que a configura¢io do motor de um cilindro possa ser relativamente simples, sua potén- cia de safda ¢ limitada pelo seu tamanho pequeno. Nos motores multicilindricos, os pistes e os cilin- dros podem ser posicionados em “V", em linha ou na dirego radial. Por exemplo, 05 motores de qua- ‘to cilindros com cilindros dispostos em uma tnica linha reta sao comuns em automéveis (Figura 6.13). FIGURA 6.13 Esse motor de automével, de quatro silindros e 16 valvulas, produz um pice de poténcia de sada de 100 kW. 12001 General Motors (aporsin. Usa com miso dos Arquivos de Mida ho. _— EE EEE 230 IntredugSo & Engenharia Mecca No motor V-6 ou V-8, 0 blaco do motor ¢ pequena € compacto, e os cilindros so dispostos em dois bancos € trés ou quatro cilindros cada (Figuras 1.9 e 6.2). O fingulo entre os baneos geralmente fica entre 60" ¢ 90° ¢, no limite de 180°, diz-se que os cilindros esto opostos horizontalmente uns 20 outros, Os motores téo grandes quanto os V=12 ou V-16 equipam caminhdes pesados e veiculos de luxo, ¢ 0s motores de 54 cilindros, que contém seis bancas de nove cilindros cada, so utilizadas em algu- mas aplicagdes navais. A poténcia produzida por um motor de combustio interna depende nao apenas do nimero de cilindros, mas também do sistema de injegdo e da velocidade. Cada motor de automével, por exemplo, tem uma velocidade particular em que a poténcia de saida é a maior, Um motor que ¢ anunciado como gerando 200 HP nao consegue atingir esse nimero em qualquer condigéio de opetagio. Por exemplo, a Figura 6.14 mostra a curva de desempenho relativa a poténcia ¢ & velocidade de um motor de automé- vel de configuragao V-6. Esse motor foi testado com injecdo de combustivel plena e atingiu o pico de poléncia de saida a uma velocidade proxima dos 6.000 giros por minuto, Ciclo do Motor de quatro Tempos A segdio transversal de um motor monociliindrico de quatro tempos é ilustrada na Figura 6.15 nos estigios principais de sua operago, Esse motor possui duas vélvulas por cilindro: uma para injetar combustive! fresco e are outra para expelir os residuos da combustio. © mecanismo que faz com que as vélvulas se abram ¢ se fechem € uim aspecto importante desse tipo de motor, e a Figura 6.16 mostra um desenho de uma valvula de admissio ou de escape. A vélvula se fecha quando seu cabegote entra em contato com a superficie polida do orificio de admissdo ou de escape. Um ressalto de metal especialmente moldado, chamado de came, gira e controla os movimentos de abertura ¢ fechamento da valvula. O came gira em sincronismo com o eixo virabrequim e garante que a vélvula se abra ou feche precisamente nos instantes corretos em relagio ao ciclo da combustio e & posi¢aio do pistio no interior do cilindro. Os motores de quatro tempos trabalham de acordo com um. processo denominade ciclo de Otto, que consiste em quatro tempos completos do pistio no interior do cilindro (ou, de modo equivalente, dois giros completos do virabrequim). 0 principio de opera¢iio do motor leva esse nome em homens gem ao inventor alemao Nicolaus Otto (1832-1891), que € reconhecido por desenvolver o primeiro pro- Jeto pritico para motores com pistdo adaptados para funcionarem com combustivel liquide. Os enge- nheiros usam a abreviago PMS (sigla para “ponto morto superior”) ao se referirem 20 ponto em que stiio esté no topo do cilindro e a biela e a manivela estio alinhadas entre si. Inversamente, a abre- viagdo PMI significa “ponto morto inferior”, que se refere & posigiio. oposta a0 PMS quando o virabre- quim gira 180°. Com relagZo 2 seqiéncia das posigées do pistio mostrada na Figura 6.15, os quatro estgios do ciclo sucedem da seguinte forma: 140 FIGURA 6.14 i -A poténcia de saida 120 } T medida de um motor de | automével de 2,5 litros 100 1 ‘em fungiio da = | velovidade. 2 bol | & 40 ~ +— 20 : | SE 0 2.000 2.500 3.000 3.500 4.000 4.500 5.000 5.500 6.000 6.500 Velocidade do motor, rpm Cariruco 6 © Sistemas Térmicos ede Energia 231 FIGURA 6.15 Admissio Compressio Explosio _Exausio ou escape Principais estgios do ciclo de um_ motor de quatro y tempos. | FIGURA 6.16, Um ipo de mecanismo de came e vilvula ‘wilizado em um sor de Retentor da mola combustdo interna e quatro tempos. Haste da vélvula Bixo comand one de valvulas Rolete do came Mola da valvula Encosto da valvula” Cabegote da val Curso de admissio. Logo apés atingir a posigao PMS. 0 pistdo comega seu movimento des- cendente no interior do cilindro. Nessa fase, a valvula de admissio ja estard aberta e a vél- vula de escape estard fechada. A medida que o pista se move para baixo, o volume dentro do cilindro aumenta. Quando a pressio dentro do cilindro cai um pouco abaixo da pressao atmosférica externa, uma mistura de combustivel e ar frescos € injetada no cilindro. Quando 0 pistio se aproxima do PMI, a valvula de admisséo se fecha, de modo que o cilindro fique completamente vedado. Curso de compresstio, Em seguida, 0 pistio se move para cima no interior do cilindro e comprime a mistura de combustivel e ar. Q quociente dos volumes no cilindro antes ¢ apés a ocorréneia desse curso € denominado coeficiente de compressio, Préximo do fim do curso, a Vélvula € ativada ¢ produz uma fafsca para provocar a combustio do combustivel ¢ do ar — agora a uma pressao elevada. A combustio ocorre rapidamente a um volume aproximada- mente constante, enquanto o pistio se move de uma posigdo um pouco antes do PMS para uma posigdo um pouco depois desse ponto, Para visualizar como a pressio dentro do cilindro muda ao longo do ciclo de Otto, a Figura 6.17 mostra um grafico produzide pela 232 Intradugie & Engenharia Mecanica medigao de um motor monocilindrico em funcionamento, © pico da pressdo atingido por esse motor € de aproximadamente 450 psi. Para cada pulso de pressiio ne cilindro, uma par- cela dessa elevacao foi associada com um movimento de compressao ascendente do pistio no cilindro, mas o fater dominante foi a combustdo seguinte ao instante identificado como “jgni¢do”. na Figura 6.17. ‘Curso da explosiio. Com ambas as vélvulas ainda fechadas, 0 gis em alta pressao no inte- rior do ciclo forga o pistda para baixo. O g4s expandido realiza um trabalho no pistao, que movimenta a biela e faz @ virabrequim girar. Conforme mostrado na Figura 6.17, a pressio no cilindro diminui rapidamente durante 0 curso da exploso. A medida que o curso se apro- xima do seu fim, mas enquanto a pressdo ainda est acima do valor atmosférico, um segun- do mecanismo excéntrico (came) abre a vilvula de escape. Um pouco do gis residual sai do cilindro através do canal de escape durante essa breve fase (denominada descarga), que ocer- re logo antes do PMI Curso de exaustiio. Depois que 0 pistdo passa pelo PMI, 0 cilindro ainda contém gais resi- dual a uma pressdo préxima da atmosférica. Na fase final do ciclo de Otto, o pistdo se move para cima em diregéo ao PMS, com a vélvula de escape aberta para forgar o gas residual a sair do cilindro. Préximo do fim do curso de exaustéo © pouco antes de o pistio atingir 0 PMS, a valvula de escape se fecha ea vilvula de admissio comega a se abrir em preparagao para 0 préximo ciclo. Para colocar essa orquestragio de movimentos de vilvulas ¢ pisto em perspectiva para um motor monocilindrico, considere que, a uma yelocidade de apenas 900 rpm, o virabrequim realiza 15 giros por segundo e cada um dos quatro cursos ocorre em apenas 33 ms. De fato, os motores de automéveis freqUentemente funcionam muitas yezes mais répido-e o curto intervalo de tempo entre a aberturae 0 fechamento das vélvulas destaca a necessidade da sincronizaco ¢ da seqtiéncia precisas das quatro fases, No ciclo de Otto, apenas um entre quatro cursos produz fora e, nesse sentido, o virabrequim ¢ acionado apenas 25% do tempo. Entretanto, o motor continua a girar durante os outros trés cursos em raziio do momento angular armazenado no volante do motor, ou, no caso de um motor multicilindrico, Por causa dos cursos de poténcia que ocorrem nos demais cilindros. FIGURA 6.17 Curva da Um ciclo do- motor pressiio medida de um Compressiio Exaustiio Compressao motor de tempos funcionando a 900 pn. quatro Explosiio Admissao Explosao valvula de ISSO fecha Pressiio PMS: PMI PMS = PMI PMS Rotagdo do virabrequim CartruLo 6 © ‘Sistemas Térmicos ede Energia 233, iclo do Motor de dois Tempos O segundo tipo comum de motores de combustio interna apresenta um ciclo de dois tempos, inventa- doem 1880 pelo engenheiro britanico Dugald Clerk (1854-1932). A Figura 6.18 mostra a segiio trans- de um motor que fuinciona com esse ciclo. Em contraste com seu primo de quatro tempos, esse nao possui vélvulas ¢ ainda nao hi necessidade de molas, eixo comando de vélvulas, cames ou tros elementos de um sistema de vélvulas. Em vez disso. um motor de dois tempos possui um canal do canal de transmissio, que conecta o ciirter com 0 cilindro. O motor funciona pelo principio que 0 combustivel ¢ 0 ar frescos podem fluir do carter através do canal de transferéncia para dentro cilindro. A medida que se move dentro do cilindro, o prdprio pistio age como uma vélvula, abrin- dou vedando © canal de escape, o canal de admissao e o canal de transferéncia na seqtiéncia correta. Exe tipo de motor funciona segundo o principio da compressa do carter. 0 motor de dois tempos realiza um ciclo completo para cada giro do virabrequim e, portanto, pro- luz-se forga a cada dois cursos do pistio. Conforme mostrado pela seqiiéncia de eventos da Figura 19, o ciclo de Clerk funciona da seguinte forma: Curso descendente. Os pistdes comecam préximos do PMS com uma mistura comprimida de combustivel ar na cimara de combustio. Depois do disparo da centelha da vela, 0 pi tio € forgado para baixo no seu curso de produgio de poténcia e 0 torque € a rotagao so transferidos para 0 virabrequim. Depois de o pistio se mover apenas parcialmente para baixo no cilindro, o canal de escape identificado na Figura 6.18 é aberto. Visto que v gas que est no cilindro ainda apresenta uma pressiio relativamente alta, ele comeca a sair através do canal recém-aberto, Conforme consideraremos mais adiante, ao tratarmos da fase ascendente, uma nova carga de combustivel e ar j4 estard aguardando no carter e ser transferida para dentro do cilindro para ser usada no préximo cielo do motor. O piste continua a se mover para baixo ¢, & medida que o volume no interior do eérter diminui, a pressdo na mistura de com- bustivel e ar armazenada nele aumenta. No devido tempo, o canal de transferéneia fica aber- to enquanto a parte superior do pistio passa por ele, e o combustivel junto com ar que esti dentro do cérter flui através do canal de transferéncia e preenche o-cilindro. Durante esse pro- cesso, o pisto continua a bloguear o canal de admissio. GURA 6.18 Vela ‘Sedo transversal tum motor de Canal de escape Camara de combustio . Canal de: ombustdo interna ~ x : ee lapaeetetae. 7 eansferénca utiliza a cumpressio do Sat Virabrequim Carter. 234 Intraduso & Engenharia Mecanica FIGURA 6.19 Sequiéncia das . fases no Explosao Escape : funcionamento — \(transterencia de um motor de combustdo interna de dois tempos. 1 2 | | Combustivel/ar i) Compressio Admissio 4 A 3 | Curso ascendente. Uma vez que 0 pistio passa pela posigao PMI, a maior parte do gas de escape foi expelida do cilindro. A medida que o pistao continua a se mover para cima, 0 canal de transferéncia e o canal de escape so ambos fechados. A pressio no cérter diminui, porque seu volume esti expandindo-se. Quando a parte inferior do pistio passa pelo canal de admis- sio, este se abre € 0 combustfvel e 0 ar frescos fluem para dentro do carter, enchendo-o. Essa mistura serd armazenada para uso durante o préximo ciclo de combustio do motor. Um pouco antes de o pistao atingir o PMS, a vela produz uma centelha e 0 ciclo de explosdo tem infcio novamente. Os motores de dois e quatro tempos apresentam ambos suas vantagens. Quando comparado ao motor de quatro tempos, o motor de dois tempos é mais simples, leve ¢ menos caro. Sempre que possfvel, os engenheiros mecénicos tentam manter as coisas simples e, visto que os motores de dois tempos pos- sem menos partes, ha poucas pegas para apresentar problemas. Por outro lado, as fases de admissio, compressio, explosdo ¢ escape des motores de dois tempos nao séo tio bem definidas quanto nos motores de quatro tempos, No motor de dois tempos, os gases residuais expelidos ¢ 0 combustivel e 0 ar frescos inevitavelmente se misturam quando a nova carga flui do carter para dentro do cilindro. Por esse mative, uma parte do combustivel nao queimado ¢ encontrada no gas expelido pelo motor de dois tempos, Esse vazamento contribui para a poluicao ambiental e reduz a economia do combustfvel. Além disso, visto que 0 eérter & usado para armazenar combustivel e ar entre os ciclos, ele no pode ser uti- lizado como reservatério de éleo, como ocorre com o motor de quatro tempos. A lubrificagio no motor de dois tempos € fornecida pelo éleo pré-misturado com combustivel, um fator que contribui adicio- nalmente para a emissio de poluentes e problemas para o meio ambiente. 67 Estupo pe Caso 2: Geracho ve ELETRICIDADE A grande maioria da energia elétriea utilizada nos Estados Unidos & produzida por centrais de geragio de energia que empregam um ciclo de produgao de energia baseado na ago de turbinas ¢ geradores CapiruLo 6 © Sistemas Térmicos ede Energia 235, ‘gue utlizam vapor em alta temperatura ¢ alta pressio. Para colocar a tecnologia da energia elétrica em pectiva, em 1999, os Estados Unidos apresentavam uma capacidade média de produgao de energia de 786 GW e, ao longo daquele ano, cerca de 3,7 trilhGes de kW h de eletricidade foram produzidos. unidade de energia conhecida com o quilowatt-hora, que ¢ © produto das dimensées de poténcia femipo, indica a quantidade de energia produzida durante uma hora por uma fonte de energia de um qui- ovat, Uma limpada de 100 W, por exemplo, consome 0,1 kW « h de energia por hora. Como vocé vera partir das informagées da Tabela 6.7, que apresenta as virias tecnologias de geraco de ener- as centrais de produgao de eletricidade que utilizam combustiveis fdsseis (que consomem carvio, fleo ou gis natural) so responsaveis por aproximadamente 73% de toda a capacidade de geragao de icidade. As usinas nucleares produzem aproximadamente 12% de eletricidade nos Estados Unidos lade incluem tecnologias renovaveis do vento, solar e hidrelétrica, que, juntas, espondem por cerca de 15% da capacidade de geracio de eletricidade da nagio. Em uma visa macroscdpica, uma central de geragio de energia recebe combustfvel e ar como mos. Por sua vez, a central produr eletricidade com dois efeitos colaterais, que sto langados no Meio ambiente: os residuos da combustio e o desperdicio de calor. Como vimos na Seco 6.5, 0s moto- térmicos nao so capazes de converter todo o calor suprido em trabalho mec4nico ttil e uma deter- quantidade de calor ser rejeitada. As centrais de geragao de energia elétrica processam uma quantidade de dgua usada para o resfriamento na parte do ciclo térmico e de geragio de ener- em que o calor desperdicado volta para o meio ambiente, ou empregam torres de resfriamento para sar calor nao aproveitado. Esse produto residual as vezes ¢ chamado de poluigao térmica e pode rejudicar o hébitat de animais selvagens e o crescimento da vegetacdo. Conforme mostrado na Figura 6.20, o ciclo de uma central de geraao de energia pela queima de anbustiveis Fsseis compreende dois circuitos (loops). O cireuito (loop) principal envolve a geragio vapor, a turbina, a gerag’o de eletricidade, o condensador e a bomba. A ‘gua cireula nesse circuito hado e é continuamente transformada em liquid e vapor e vice-versa. O objetivo de segundo cir- tito ¢ condensar 0 vapor de baixa pressio do primeiro circuito em dgua Ifquida novamente depois que sai da turbina. A agua fria ¢ retirada de um lago, rio ou oceano e bombeada através de um trocador calor com vérios tubos. Quando o vapor que sai da turbina entra em contato com esses tubos, ele se fia e condensa em liquide novamente. Como resultado disso, a agua do segunde circuito fica leve- prate aquecida antes de retornar & sua fonte original, Nas reas sem grandes corpos naturais de égua, se torres de resfriamento. Nesse caso, a agua do circuito secundario é retirada de um reservato- p, aquecida no condensador ¢, em seguida, borrifada na base da torre. As correntes naturais de con- io elevam a gua para a parte de cima da torre para resfrid-la. Grande parte da gua pode ser rea- jlada, mas uma pequena quantidade se evapora para a atmosfera. E importante notar que a agua citcula no circuito principal fica completamente separada da Agua usada para o resfriamento no cir- wilo secundario, e nao ocorre nenhuma mistura entre os dois circuitos. TABELA 6.7 Fontes geradoras de eletris lade nos Estados Unidos, Tipo de central geradora de eletricidade Capacidade (GW) Contribuigio. (%) Carviio 313 40 leo 86 i Gés natural 71 2 Nuclear ” 12 Hidrelétrica 98 13 Geotérmica, solar, eélica... 20 A Total 786 100 Conia pelo Minstia de Energia dos Estados Unidos, Administragdo das Inornagtes sob Energia 236 Introduce & Engenharia Mecénica Vapor de alta pressio Turina Produtos de combustio Gerador de vapor Vapor de baixa pressio Combustivel Retorno da dgua de resfriamento: Condensador [Entrada de égua We ‘de resfriamento ‘Meio ambiente - Iago, rio, Agua de alt: fi F ‘cbaia temperatura, Bomba Agua de baixa pressiio ‘eceano ou torres e baixa temperatura de resfriamento Circuito primério Circuite secundaria FIGURA 6.20 ciclo de energia usado na central de geragio de energia clétrica. Convertendo continuamente a agua em liquide e vapor, a central de geragtio de energia trabalha em um ciclo que leva o nome do engenheiro ¢ fisico escocés William John Rankine (1820-1872). A gua e vapor so usados para transportar fisicamente a energia de um local da central de geragio de energia (por exemplo, do gerador de vapor) para outro (as turbinas). Cerca de 85% da energia elétrica dos Estados Unidos é produzida por meio desse processo, com uma ou outra variagio. Iniciando nossa descrigdo da central de geragdo de energia pela bomba, a gua em estado Kiquide € pressurizada e bombeada para o gerador de vapor. Q trabalho mecfnico, que chamaremas de W,, & retirado da central de geragio de energia para acionar a bomba. Quando 0 combustfvel é queimado, gases produzidos pela combustio aquecem uma rede de tubos do gerador de vapor ¢ a agua do cireui- to (loop) primério se transforma em vapor quando € bombeada através desses tubos. No gerador de vapor, a quantidade de calor Q,. € transferida para a égua do circuito primério para gerar vapor em alt temperatura ¢ alta press. Em seguida, o vapor flui para a turbina c realiza o trabalho mecinico de fazer com que as pas da turbina girem. Cada estégio da turbina € andlogo & roda de agua, e & medida que 0s jatos de vapor em alta pressio atingem as pas da turbina, seu eixo € forgado a girar. A turbina € conectada a um gerador que produz a eletricidade que sai da central de geragio de energia. © produe to do trabalho da turbina é representado por W,. O vapor de baixa pressiio utilizado sai da turbina ¢ entra no eondensador, onde a quantidade de calor desperdigado Q, é removida ¢ liberada ao meio ambiente. vapor 6 condensado para se tornar gua de baixa pressio e baixa temperatura, de modo que possa ser bombeada ¢ recircular através do sistema: a égua € bombeada mais facilmente do que o vapor. ciclo se repete quando a dgua sai da bomba para dentro do gerador de vapor. Uma ver. que a bomba normalmente é acionada pela energia das turbinas. a poténcia Nquida da esta. do € W, — W,, Aplicando-se o prinefpio de que a eficiéncia real é a razao entre “o que vocé obtém" que voc€ paga”, a eficiéncia é medida pela poténcia liquida da estacao ¢ a quantidade de calor fornecida: W, = W, 1 eh (6.15) 2, Oe Carituco 6 © Sistemas Térmicose de Energia 237 {iltima parte dessa equago, fizemos a excelente simplificagao de que o trabalho fornecido & bomba ;pequeno em comparagao com a poténcia total das turbinas. A eficiéncia real da maioria das centrais geracdo de energia, comegando com o combustivel féssil ¢ terminando com a eletricidade distribut- na rede elétrica, é de 30 a 40%. Em uma usina de energia nuclear, 0 reator funciona como fonte de calor e as varetas de combus- feitas de material radioativo substituem os combustiveis fésseis como carvo, leo ou gas natu- Os reatores funcionam segundo o princfpio da fissdo nuclear, por meio da qual a estrutura da maté- ia ¢ alterada no Ambito atémico, A energia ¢ liberada em grande quantidade no momento em que 0 de um dtomo sofre cisio. Os combustiveis consumidos dessa forma armazenam uma enorme tidade de energia por unidade de massa. Apenas um grama de is6topo de urdnio U-235 € capaz de ‘a mesma quantidade de calor que uns 3.000 kg de carvao. Pode-se ver um esquema de uma usina nuclear na Figura 6.21. Ela difere da central de geragao de por queima de combustivel féssil no sentido de que hé dois circuitos (loops) distintos. A agua flui no circuito primério entra em contato direto com o nticleo do reator e © propésito dela ¢ trans- ir calor do reator para o gerador de vapor. Por questdes de seguranga, o circuito primério e a 4gua citcula no seu interior ndo ultrapassam as paredes reforgadas do reservatério, O gerador de vapor ciona como um meio de transmissdio de calor da Agua do circuito primério para a 4gua do cireuito ério, Em resumo, o gerador de vapor mantém os dois circuitos inteiramente isolados um do . 0 vapor do circuito secundario movimenta as turbinas ¢ os geradores de eletricidade da mesma ira como 0 ciclo acionado pela queima de combustivel féssil. No nfvel mais externo, o circuito recebe igua de um lago, rio ou oceano para fins de resfriamento e faz com que ela circule atra- do condensador, Desse modo, o vapor de baixa pressao que sai das turbinas € novamente conden retomando ao seu estado liquide, de modo que essa égua seja bombeada de volta ao gerador de - Os suprimentos de Agua dentro dos trés circuitos ndo se misturam, mas 0 calor € trocado dentro pelo gerador de calor e pelo condensador. Vocé pode visualizar os detalhes da construgao inter- reator por meio da segao transversal mostrada na Figura 6.22. Pressurizador Bombs de (— Sireulagio Bomba de condemsagio Tiguido refrigerante Circuito terri tos (loops) primério, secundaric e tercidrio de uma usina nuclear, ‘com permissaa da Westinghouse Electric Company. 238 —_introducao 8 Engenharia Mecdnica Fixo de controle e acionamento Engate de elevagio Placa de suporte superior Borda de suporte das partes internas Placa interna superior Vaso do reator ——" Tubo de guia inferior para instrumentagio Tubo de suporte inferior Suporte radial Placas de apoio FIGURA 6.22 Corte transversal do reator de uma usina nuclear. Aeimpeosss cam pureiasdo da Westinghause Electric Company, ‘Mecanismo de acionamento ye das barras de controle Bucha térmica Conjunto da cabega de fechamento Partigao de fixagiio Vallvula (tubo) de entrada Conjuntos de varetas de combustivel Defletor Formador Placa interna inferior Guia de elemento de irradiagio Placa protetora contra néutrons. Colunas interna de apoio ——s Em um dia claro de sol, aproximadamente um quilowatt de luz solar atinge cada metro qua- drado do solo. A cada minuto, o Sol fomece & ‘Terra mais energia do que o mundo todo conso- me em um ano. Os engenheiros mecdnicos reconhecem o potencial que existe por tras da captagio, conversao e utilizagao dessa energia. As células solares fotovoltaicas (que signi- fica literalmente “eletricidade da luz”) so uma tecnologia disponivel para a conversa da ener- gia solar em eletricidade, As células solares sii0 fabricadas de materiais que absorvem os f6tons de luz e liberam os elétrons ~ ou seja, a conversio direta de luz em eletricidade em nivel atémico. As células fotovoltaicas sao relativamente caras, porque sfo fubricadas de silicio processado, assim como os circuitos (/oops) integrados ¢ — microprocessadores de computador. Ao passo -que 0 custo do silicio ¢ justificado no caso dos equipamentos eletrOnicos, a eletricidade produ- zida por meio dos combustiveis fésseis é, na realidade, muitas vezes mais barata do que energia solar. Até recentemente, 0 custo dos materiais utilizados para fabricar células sola- res fotovoltaicas limitava suas aplicagOes ape- nas aos satélites espaciais, computadores de mio, telefones de emergéncia nas estradas, casas em locais remotos e outras situagdes em. que a eletricidade nao est disponivel de outra forma. Nao obstante, aproximadamente 250.000 casas nos Estados Unidos j4 produzem pelo menos uma parte da sua eletricidade a partir de cdlulas solares. Em razio do seu custo e da sua eficiéncia, que é no maximo de 15% quando sio produzidas em massa, as eélulas fotovoltaicas nio stio ade- no momento para aplicagdes que exigem ‘quantidades de eletticidade em grande escala, por exemplo, para abastecer uma cidade. Para eletricidade de modo mais eficiente a par- irda luz solar, os engenheiros esto pesquisando Exempio 6.11 Capitulo 6 © Sistemas Térmicos edelEnergia 239 tecnologias alternativas de conversdo de energia solar. Com um motor térmico conhecide como gerador dinmico acionado por energia solar, um espelho parabélico € posicionado para captar, refletir ¢ concentrar a luz solar em um tubo que corte ao longo do foco do espelho. Por concen- trar a luz solar em um ponto, um fluido que escoa através do cano pode ser aquecido a tem- peraturas que ultrapassam 400 °C. O fluido, por sua vez, transfere calor para vapor em alta pres- so, que aciona uma turbina/gerador para produ- zir eletricidade. Localizada no estado da California, a maior central de geragdo de eletri- cidade convertida da energia solar do mundo funciona com base nesse prinefpio. Um grande conjunto de espelhos cOncavos focaliza a luz do Sol para gerar 150 MW de energia elétrica, a quantidade consumida por cerca de 150 mil resi- déncias norte-americanas. Gerador Dindmico Acionado por Energia Solar A luz solar é coletada por espelhos parab6licos céncavos ¢ utili da para aquecer a égua ¢ trans- formé-la em vapor, O vapor movimenta uma turbina/gerador e 0 motor térmico libera seu calor excedente na atmosfera. A cada segundo, 0,9 kJ de energia solar atinge um metro quadrado de solo ¢ a eficiéncia real desse sistema € de 26%. (a) Estimar o numero de espelhos de 12 m* que serio necessdrios para produzir em média 1 MW de energia em um periodo de 24 horas. (b) Qual 0 limite superior de eficiéncia para um motor térmico Carnot ideal, que funciona entre as tem- peraturas T, = 25°C e T,, = 400°C? 240 Introdugao 4 Engenharia Mecdinica Espelho concave de coleta ‘Luz solar Mecanismo de acompanhamento do Sol Saida de gua em alta temperatura Espelho parabélico Entrada de dgua em baixa temperatura FIGURA 6.24 ABORDAGEM Reconhecemos que a estagdo de geracao de eletricidade pela conversio da energia solar pode fun- cionar somente durante as horas de pico da luz do dia, que sio de aproximadamente um tergo do dia, Para se obter 1 MW de eletricidade ao longo de um dia pleno, a estagao deverd ser dimensio- nada para produzir 3 MW durante as horas de luz do dia. Além disso, um método de armazena- mento do excesso de energia durante o dia e de sua recuperagdo durante a noite precisatia ser inventado, mas nao consideraremos esse aspecto do projeto da estacdo de geragio de eletricidade mencionada nesse exemplo. Usando a eficiéncia real de 7 = 0,26, calcularemos a entrada de calor ea safda de energia da estacao de geragio de eletricidade durante um intervalo de um segundo, 0 calor Q,, fornecido ao sistema pela luz solar relaciona-se com a saida de eletricidade da estacia pela Equagio (6.12). Sotucéo (a) Usando a Equacao (6.5), a estagiio produz W = GMW)(1s) — [ru -%] =3MW-s MJ -3(Z)o =3MI de eletricidade por segundo. Dado o nivel de eficiéneia da estagdo, a quantidade de calor que deve ser fornecida a cada segundo 3MJ 0,26 = 11,54 MJ A drea de coleta de luz solar, portanto, precisara ser de ye 1,154 x 10° kJ ~~ 0,9ki/m* CapituLo 6 © Sistemas Termicose de Energia 241. = 1282 x 10! on) = 1,282 x 10' m* Essa drea € equivalente a uma porgao quadrada de solo com medida lateral de aproximada- mente cem metros, A estagdo de geracdio de eletricidade necessitaria, portanto, de _ 1,282 x 10‘ m? x 12 m* 1 1.068 a 1.068 espelhos coletores individuais, (b) A eficiéneia Carnot ideal de um motor térmico operando entre a baixa temperatura (ar adja- cente) ea alta temperatura (aqueeida pela luz solar) fornecidas € — 25+ 273,15) K —|aeai-Z (400 + 273,15)K Me K - oaino(*) = 05571 ou, aproximadamente, 56%. Aqui, convertemos as temperaturas para a escala de Kelvin uti- lizando a Equago (6.14), conforme exigido pela Equagio (6.13). DiscussAo No nosso cilculo, desconsideramos 0s fatores de intervengaio de nuvens, umidade da atmosfera e sujeira nos espelhos, cada um dos quais diminuiria a quantidade de radiacao solar disponivel para a conversio de energia. A drea ocupada pela estagdo de geractio de eletricidade precisaria ser, por- tanto, maior do que nossa sugestao estimada, Mas, do ponto de vista de um projeto preliminar, esse céleulo nos dé uma idéia inicial do tamanho da estagio. A eficiéneia ideal de 56% é 0 valor maxi- mo que as Ieis fisicas permitem, mas esse valor nunca é atingido na prética. A eficiéncia real da estagdo de geragio de eletricidade é cerca da metade desse valor teoricamente possfvel. Nesse sen= tido, a eficiGneia de 26% na aplicagdo nfo é to baixa quanto se poderia pensar & primeira vista. NV = 1.068 espethos - The = 0.8571 EXEMPLO 6.12 Emissées de uma Estacdo de Geracdo de Eletricidade Uma central de geragao de eletricidade a partir da queima de carvao produz | GW (poténcia liqui- da produzida) de eletricidade. Um problema importante que a estagdo enfrenta so as emissbes de 242 Introdugéo & Engenharia Mectnica enxofre, que € o subproduto da combustio. © carvao contém 1% de enxofre e sabe-se que esse elemento quimico reage com a égua da chuva presente na atmosfera para produzir dcido sulfri- co ~ 0 ingrediente principal da chuva dcida, A estacao de geragao de eletricidade ¢ equipada com um sistema de purificadores de gs capazes de remover 96% do enxofre que sai dos tubos de esea- pe de gas. (a) Usando a eficiéncia real da estacio, que é de 32%, calcular 0 consumo de combus- tivel didrio da estacio. (b) Qual é a quantidade didria de enxofie que escapa dos purificadores de ar e € Jangada no meio ambiente? FIGURA 6.25 Reimpresso com pptmissdo da Pent nc Asonpacem Consideraremos o interval de um segundo durante o qual a central de geragdo de energia gera calor, produz trabalho e libera enxofte na atmosfera, A eficiéneia real da estagio diz respeito a “o que obtemos” em relagdo a “o que pagamos”, Usando a Equacio (6.15), 0 calor que o combusti- vel fornece & estagdo pode ser determinado. A Tabela 6.3 relaciona o poder calorifico do carvao, ou seja, 30 Mi/kg. As informagdes fomecidas para a porcentagem de enxofte ¢ a eficiéncia dos purificadores podem ser usadas para determinar a quantidade de enxofre liberada a cada dia. SoLucAO (a) Usando a Equagao (6.5), a estagdio produz W,= (1GW)(s) [Pu] =1GW-s (Bo =1G) de energia clétrica por segundo, A quantidade de calor que deve ser fornecida para o gera- dor de vapor pelo carvao queimado € _ 1G) -™ Oy = 032 —[n -Z] = 3,125 GJ onde desconsideramos a pequena quantidade relativa ao trabalho da bomba, Wp. na Equacio (6.15), Usando a Equagio (6.6), a massa de combustivel consumida por segundo € Cariruco 6 * Sistemas Térmicos ede Energia 243 _ 3125 MI ‘Meanio = 30 MI/kg — [o= mi} 3 g = 104.2 kg onde convertemos 0 prefixe do SI-no valor numérico de Qsg para que © numerador e 0 deno- minador sejam dimensionalmente coerentes. Ao longo de um dia, a estago deverd usar, por- tanto, = (1042 *)( 60 $V 602 Mervio = (1012 a (eo \(so h ( ) = em x ar (3) oe)" an) = 9000 x 108 KE dia s (b) Contendo 0 carvao 1% de enxofre e sendo a eficiéncia dos purificadores de 96%, k Mesnotre = (0,01) (1 = 0,86)(.000 x 10° 4s) = vs ke = 3,600 x 10° enxofre é langado no ar diariamente. DiscussAo Visto que cada quantidade contém um grande expoente da poténcia de dez, aplicamos os prefixos do SI, relacionados na Tabela 2.3, para representar os resultados finais de modo mais conciso. O carvio normalmente contém cerca de 0,5-4% de enxofre por peso. Portanto, as emissdes de uma estagdo de geraco de energia poderdo ser menores ou maiores, dependendo do tipo de carvao uti- lizado, Asestagées de geraco de energia dos Estados Unidos sto equipadas com sistemas de puri- ficagio de ar, que removem uma grande fragio do enxofre (mas nio todo ele) das torres de esca- pe. Voc deve lembrar-se de que nem todos os paises usam esses sistemas ¢ 0s efeitos da poluigdo em larga escala decorrentes do consumo de combustivel féssil podem ser realmente grandes. Os engenheiros mecfnicos cumprem um papel ativo no cendrio da politica piblica equilibrando as questées ambientais com a necessidade de fornecimento abundante e barato de eletricidade. Mecarvio Matec li Estupo pe Caso 3: Motores a Jato ago final dos sistemas térmicos e de energia que consideraremos neste capitulo € 0 motor a inventado por Frank Whittle (1907-1996) em 1929. Contudo, foi apenas no auge da Segunda a Mundial que se prestow substancial ateng&io ae motor a jato como um meio de impulsionar 244 Introdugao a Engenharia Mecdnica aeronaves. O primeiro vo de uma acronave experimental equipada com um motor a jato foi feito na Inglaterra, em 1941. Nos Estados Unidos, a General Electric Corporation desenvolveu ainda mais os projetos de Whittle e j4 havia fabricado protétipos de trés aeronaves a jato por volta do fim daquela guerra, Embora outras pessoas tivessem feito experiéncias com motores a jato para impulsionar os avides, a contribuicao de Whittle adveio de sua idéia de inserir uma turbina a jusante da cémara de combustio, de modo que a wrbina pudesse acionar 0 compressor do motor. Ao fazé-lo, o mator pode- ria ser mais Ieve e mais potente. Um esforgo paralelo era feito na Alemanha pelo estudante de Engenharia Hans von Ohain (1911- 1998), que, com apenas 22 anos de idade, comecou a desenvolver suas idéias relacionadas aos meios de propulsao a jato para avides. Os projetos de Von Ohain evidentemente foram concebidos algum tempo depois dos projetos de Whittle, mas, por vdrias razdes, os motores a jato foram produzidos mais rapidamente na Alemanha. De fato, 0s pilotos alemies foram 0s primeiros a voar em avides impulsio- nados por motores a jato, aproximadamente dois anos antes que os ingleses. Cerca de 1.000 motores a jato haviam sido fabrieados na Alemanha quando a Segunda Guerra Mundial terminou. A verdade € que os avides a jato ndo influenciaram substancialmente o curso da guerra, mas seu desenvolvimento provocou uma revolugiio ripida da aviagdo nas décadas de 1950 ¢ 1960. Essencialmente, todos os avides comerciais que percorrem longas distiincias atualmente sfio equi- pados com motores a jato (Figura 6.26), Sistemas similares, chamados turbinas a gis, so usados para produzir energia elétrica © movimentar navios, tanques militares ¢ outros veiculos grandes. Para ter- mos uma idéia do desempenho dos motores a jato, os motores que equipam os avides Boeing 777 pos: suem um difimetro de entrada de pouco mais de 10 pés, e cada um deles pode produzir mais de 76.000 Ib de empuxo, Esses motores movem avides que pesam meio milhao de libras na decolagem por grandes distancias @ velocidades de cruzeiro de 0,84 Mach. O desenho do motor a jato no que se refere & potén- cia, ao empuxo, ao baixo peso, & sele¢do de materiais, & economia de combustivel e & confiabilidade € uma notivel consecugao da Engenharia Mecanica. Os dois tipos principais de motor a jato so comparados na Figura 6.27. No motor turbojet, o ar € sugado para dentro da parte frontal do motor, comprimido, misturado com combustivel, incendiadoe queimado. Entio, 0 ar se expande ¢ € expelido através de bocais localizados na parte trascira do motor. A alta velocidade com que o gas ¢ expelido pelo bocal fomece um impulso adicional para o avitio. Esse seqiiéncia de estégios ocorre em um médulo chamado nicleo do motor, cuja construcdo interna pode ser visualieada na Figura 6.28. O motor turbofan (Figura 6.27 (b)) também € construido em tomo de um niicleo, Entretanto, ele incorpora um ventilador com grandes pas, que so diretamente acionadas pelo motor. Ao passo que uma pequena parcela do empuxo € fornecida pelo gas expelido pelo bocal, o ven- tilador fornece uma quantidade significativa de empuxo adicional. Alguns motores a jato avangados usam pas feitas de materiais compostos leves. FIGURA 6.26 Corte de um motor a jato comercial. Reims cor emis da GE Arca Enges. FIGURA 6.27 Os caminhos do fluxo de ar nos ‘motores (a) turbojet e (b) ‘turbofan. FIGURA 6.28 (a) Diagrama de ‘bloco do ciclo de lenergia de um CapiTuLo 6 © Sistemas Térmicos e de Energia — 245 Néicleo @ — > b) Combustivel Entrada de ar Empuxo, escape Eixo do compressor Compressor ‘Turbina (a) Compressor de Eixo do compressor bata pressdo < baixa pressio hire ‘ompressor de uae Entrada de ar alta pressiio Turbina de ixa pres Semana DF Sear Eixo do compressor Sey Pas do combustivel de alta press30 ps da compressor CAmara de combustio ‘turbina Compressio Explosio Expansio | Escape (b) 286 IntrodugSo & Engenharia Meeénica O esquema da construgdo interna de um motor a jato € mostrado na Figura 6.28. O ar entra na parte dianteira do motor e € comprimido em miltiplos estégios. O compressor € acionado por um eixo que se estende ao longo da linha de centro do motor até a turbina. Préximo ao centro do motor, a mis- tura de are combustivel sofre igni¢ao e queima na cAmara de combustdo. O gas de alta pressio e alta temperatura se expande e faz. girar a turbina. Conforme mostrado na Figura 6.4, cada estégio da turbi- na € similar a um ventilador e engloba varias ps pequenas e especialmente projetadas. Os eixos que fornecem poténcia para 0 compressor se estendem desde a turbina ao longo do comprimento do motor. A turbina produz poténcia suficiente para acionar o compressor, ¢ a energia remanescente no gas de combusto fornece © empuxo adicional ao vio. Resumo Neste capitulo, apresentamos vérios princfpios relacionados com os sistemas térmicos e de geragao de energia encontrados na Engenharia Mecdnica. Os motores de combustdo intema, as centrais de gera- ao de cletricidade © os motores dos avides a jato tinham uma posico proeminente no Capitulo 1, na consideragio que fizemos das dez principais realizagdes da Engenharia Mecdnica, baseando-se cada tecnologia na conversdo de calor em trabalho. As diferentes formas que a energia pode assumir e os métodos pelos quais a energia pode ser eficientemente comutada de uma forma em outra sao, resumi- damente, o aspecto central da Engenharia Mecdnica. As principais quantidades apresentadas neste capitulo, os simbolos comuns que as representam & suas unidades so relacionados de forma resumida na Tabela 6.8. As equagées utilizadas para analisar os sistemas térmicos e de geracio de energia encontram-se alistadas na Tabela 6.9. Os motores tétmi- cos geralmente so acionados pela queima de combustivel e seu poder calorifico representa a quanti- dade de calor liberado durante o processo de combustdo. De acordo com a primeira lei, o calor pode fluir para um material, fazendo com que a temperatura dele aumente a um valor que dependeré do seu calor especifico, ou entao o calor pode ser transformado em trabalho mecinico. Vimos 0 calor como energia que ¢ transmitida por processos de condugio, conveceao e radiagdo. Os engenheiros mecini- Cos projetam motores que convertem calor em trabalho visando aumentar sua eficiéncia. No ciclo ideal de Carnot, a eficiéneia é limitada pelas temperaturas nas quais 0 calor é fornecido ao motor e liberado no ambiente. Na prética, as eficiéncias dos motores térmicos reais so substancialmente menores, € alguns valores tipicos esto relacionados na Tabela 6.6. Unidades convencionais ‘TABELA 6.8 = en : Quantidade Simbolos convencionais USCS SI ‘Quantidades, cimslers Energia u, Au pé-ibBtu | KW -h unidades Trabalho WW Wy pé-lb J utilizados na tana Calor QQ Oy Ber Qc Bu 5 sistemas Poténcia média Pasa (pé Iby/s, HP w térmicos € de Poder calorifico iH Btu/slug Miike Seep Calor especifica e Bu/(slug + °F) ki/{kg + °C) Condutividade térmica kK (Bruyipé °F) Wim - “C) Intervalo de tempo At s, min, 3. min, h ‘Temperatura GBletuh; “RR cE Eficiéncia real n = - Bficiéncia ideal de Carnot Te = = CapiTuLO 6 © Sistemas Térmicase de Energia 247 Energia Potencial gravitacional U = me Sh Potencial eliistico EQ Cinética EQ TABELA 6.9 ‘Trabalho de uma forga W=FAd Principais Poténeia média. EQ pemacces Poder calorifico O=mH es Calor especifico Q = me(T — Tr) para a anise a sistemas Condugio de calor EQ ros ¢ de Conversiioveonservagio de energia o=wt+au = Bficiéncia Real aoe Qi. Carnot Ideal mAgel Te a Chotal esas eee _ Qu ito-Estudo ¢ Revisao 1. Como a energia potencial gravitacional ¢ eldstica, ¢ a energia cinética, sie calculadas 2 14. Qual é a diferenca er Sle no USCS? O que € 0 poder calorifico de um combustivel O que € 0 calor especifico de um material? Dé exemplos de situagdes em que o calor é transferido pelos processos de condugao, gio ¢ radiagio. Definir a expresso “condutividade térmica” O que € um motor térmico? Como a eficiéncia € definida? Quais so algumas diferencas entre as eficiéneias real e ideal de Camot? Qual sempre sera a maior? Como as temperaturas absolutas so calculadas nas escalas Rankine ¢ Kelvin? Faga um esbogo do mecanismo do pistdo, da biela e do virabrequim de um motor de com- bustiio interna. Explique como os ciclos de quatro tempos e de dois tempos de um motor funcionam. Quais so as vantagens e desvantagens relativas dos motores de quatro tempos ¢ de dois tem- pos? Desenhe o diagrama de uma central de geragao de eletricidade e explique brevemente como ela funciona. Desenhe o diagrama de um motor a jato ¢ explique brevemente como ele funciona. tre o trabalho ¢ a poténcia? Quais so suas unidades convencionais no 248 introduc & Engenharia Mecanica BLEMA1 Comegando por suas definigdes, determinar o fator de conversio entre pé - Ib e kW - h na Tabela 6.1. LEMA 2 Um carro de brinquedo controlado a distincia pesa 3 Ib ¢ se move a 15 pé/s. Qual é sua energia cinética? No filme De volta para o futuro, Doc Brown e o jovem Marty McFly precisam de 1,21 GW de poténcia para a sua maquina do tempo. (a) Converter essa necessidade de poténcia para horse-power. (b) Se um carro de corrida DeLorean produz 145 HP, quantas vezes mais poténcia a maquina do tempo precisa? Para os dois automéveis do Problema 24 do Capitulo 5, quanta poténcia os motores deverdio produzit para superar a forga de arrasto do ar a 60 mph? Um caminhio leve pesa 3.100 Ib e faz em média 30 milhas por gallo, viajando em uma pista plana a.uma velocidade de 60 mph. Nessas circunstincias, o motor deve superar a resisténcia do ar, a resis- téncia do rolamento e outras fontes de atrito. Fornecer as respostas nas unidades mostradas. (a) O coeficiente de arrasta € 0,6 a 60 mph e a Srea frontal do caminhao ¢ 32 pés*. Qual ¢ a forga de arras- to incidente sobre o caminhao? (b) Quanta poténcia 0 motor tem de produzir a 60 mph para superar a resisténcia de ar? (c) Na parte (b), quanta gasolina seria consumida por hora (ignorando-se outros efeitos de atrito)? LEMA 6 Suponha que o caminhao do problema anterior esteja subindo uma ladeira de inelinaco-de 2%. Quanta poténcia adicional o motor ter4 de produzir para fazer 0 caminhao subir a ladeira, ignorando-se os varios efeitos do atrito? PROBLEMA T Durante o processamento em uma sidertirgica, uma pega de ago de 750 Ib, a 800°F, € temperada, sendo submersa em um recipiente contendo 500 gal de Gleo, cuja temperatura inicial é de 100 °F, Depois de a pega de ago esfriar e 0 leo do banho aquecer, qual é a temperatura final de ambos? O peso por uni- dade de volume do 6leo € 7,5 Ib/gal. © contetido interno e os materiais de um edificio pequeno pesam 25 toneladas ¢, juntos, eles tém um calor especifico médio de 0,25 Btu (Ibm - °F). Ignorando-se qualquer ineficiéncia do forno, qual é a quantidade de gs natural que deverd ser queimada para clevar a temperatura do prédio, da temperatu- ra de congelamento a 70°F? LEMA S Fornecer dois exemplos para cada aplicag&o da Engenharia em que o calor poderia ser transferido pri- mariamente por condugao, convecgao € radiagdo. CapiTuLo & © SistemasTérmicose de Energia 249 BLEMA 10 Uma eaixa quadrada rasa € feita de chapas de um material de isolamento: protétipo de 1 pé?, com espessura de 1 pol. Os engenheiros estdo-realizando um teste para medir a condutividade térmica do novo material, Um aquecedor elétrico de 100 W é colocado dentro da caixa. Depois de um deter nado tempo, termémettos instalados no interior da caixa mostram que as superficies interna e exter- na de uma das faces atingiram as temperaturas constantes de 150 °F ¢ 90 °F. Qual é a condutividade térmica? Expressar o resultado em unidades SI e USCS. PROBLEMA 11 Uma vareta de solda com k = 30 (Bru/h)/(pé - °F) tem um comprimento de 20 cm e um didmetro de 4mm. As duas extremidades da vareta so mantidas a 500 °C e 50 °C. (a) Em unidades de Btu e J, qual € a quantidade de calor que flui pela vareta a cada segundo? (b) Qual é a temperatura no ponto médio da vareta de solda? Um automével de 2.500 Ib para completamente a partir de uma velocidade de 65 mph. Se 60% da capa- cidade de frenagem € formecida pelos rotores do freio ao disco dianteiro, determinar o aumento da tem- peratura desses rotores. Ambos os rotores de ferro fundido pesam 15 Ib e tém um calor espeeifice de 0,14 Btu/(Ibm - °F). PROBLEMA 13 Uma pequena hidrelétrica opera com a passagem de 500 gal de gua através do seu sistema a cada segun- do. A gua cai de uma altura vertical de 150 pés do reservatrio até as turbinas. Calcular a poténcia pro- duzida e expressé-la em unidades de HP e kW. A densidade da égua esti relacionada na Tabela 5.1. PROBLEMA 14 Desconsiderando-se a presenga de atrito, do arrasto do ar e de outras ineficiéncias, qual é a quantida- de de gasolina consumida quando um automével de 1.300 kg acelera, estando inicialmente parado. para atingir 80 km/h? Expressar a resposta em unidades de mL. A densidade da gasolina esté alistada na Tabela 5.1. PROBLEMA 15 No vero de 2002, um grupo de mineradores em Quecreck, Pensilvénia, ficou preso 240 pés abaixo da superficie, quando a segio do veia de carvao onde trabalhavam desmoronou por causa da existéncia de outra mina adjacente, porém abandonada, que no estava indicada no mapa, A area ficou inundada de gua € 0s mineitos se amontoaram em uma bolsa de ar que se formou na extremidade da galeria, alg serem resgatados com seguranga. A primeira providéncia tomada na operagao de resgate foi fazer furos na mina para praporcionar ar fresco mais quente aos mineiros e bombear a dgua subterriinea para fora. Ignorando-se o atrito nos tubos ea ineficiéncia das préprias bombas, qual seria a poténeia neces- séria para remover 20 mil gales de égua da mina por minuto? Expressar a resposta em unidades de HP. A densidade da agua esté indicada na Tabela 5.1. Os sistemas de geragiio de energia geotérmica extraem o calor armazenado abaixo da crosta terrestre, Para cada 300 pés em diego ao centro da Terra, a temperatura da dgua subterrinea aumenta em cerca de 5 °F. O calor pode ser trazido para a superficie pelo vapor ou pela égua quente para aquecer casas ¢ odiffcios, e essa energia também pode ser processada por um motor térmico para produzir eletricida- de. Usando uma eficiéncia real no valor de 8%, calcular a poténcia produzida por uma estagdo de gera- glo de energia geotérmica que processa 50 Ib/s de égua subterrinea 2 180 °F ¢ a descarrega na super- ficie a 70°F. 250 Introdugo a Engenharia Mecanica PROBLEMA 17 Um motor térmico concebido como operando no ciclo de Camot recebe calor no ponto de ebuligao da 4gua(212"F) e rejeita calor no ponto de congelamente da égua (32 °F), Se o motor produz 100 HP de trabalho mec@nico, calcular em unidades de Btu a quantidade de calor que deve ser fornecida a9 motor a cada hora. PROBLEMA 18 Uma pessoa pode piscar os othos em aproximadamente 7 ms. Em que velocidade (em rotagdes por minuto) um motor de quatro tempos estaria operando se o seu curso de explosio pudesse ocorrer lite- ralmente “em um piscar de olhos”? Seria uma velocidade razodvel para 0 motor de um automével? PROBLEMA 19 Um motor de quatre tempos movido a gasolina produz uma poténcia de 35 kW. Usando a densidade da gasolina indicada na Tabela 5.1, © poder calorifico da gasolina indicado na Tabela 6.3 ¢ uma eficién- cia tipica indicada na Tabela 6.6, estimar a taxa de consumo de combustivel do motor, Expressar sua resposta em unidades de litros por hora. PROBLEMA 20 O motor de um automével produz 30 HP, movendo o veiculo a uma velocidade de 50 mph em uma pista plana, Nessas circunstancias, a poténcia do motor € usada para superar a resisténcia do ar, a resis- téncia de rolamento entre os pneus ¢ a pista, € 0 atrito no interior do sistema de transmissio. Estimar a taxa de consumo de combustivel do veiculo em unidades de milhas por galéo. Usar uma eficiéncia tipica de um motor, indicada na Tabela 6.6, e a densidade da gasolina indicada na Tabela 5.1. © campus de uma universidade tem 20 mil computadores com monitares de tubo de raios cat6dicos, que permanecem ligados mesmo quando os computadores nao esto sendo utilizadas. Esse tipo de monitor ¢ relativamente ineficiente e utiliza mais energia do que um monitor de tela plana. (a) Se cada monitor de tubo de raios catédicos utiliza 0,1 kW de energia durante um ano, quanta energia foi con- sumida’ Expressar sua resposta em unidades convencionais de kW + h para a eletricidade. (b) Ao custo de sete cemtavos de détar por KW « h, quanto custaria 8 universidade anualmente manter esses monito- res ligados? (c) Em media, os monitores de computador com 0 reeurso ativado de desligamento auto- mitico do aparelho depois de determinado perfodo ocioso consumirio 72% menos energia do que os monitores que ficam 0 tempo todo ligados. Qual ¢ a economia que se terd ativando-se esse recurso em tados os computadores da universidade? PROBLEMA 22 Quando um computador pessoal de mesa esti ligado, a fonte de energia desse aparelho ¢ eapaz de con- verter apenas cerca de 65% da eletricidade da rede na eletricidade de corrente direta necesséria para alimentar os componentes eletrOnicos intemnos do computador. O restante da energia é em grande parte perdida na forma de calor, Em média, cada um dos estimados 205 milhées de computadores pessoais nos Estados Unidos consome 300 KW - hde energia por dia. (a) Se a eficiéneia do fornecimento de ele- tricidade fosse aumentada para 80% usando-se um novo tipo de conversor de eletricidade, que esti sendo desenvolvido (um sistema de “modo de comutaco baseado na ressondncia”), quanta energia podetia ser economizada por ano? Expressar a resposta em unidades convencionais de kW - h para a eletricidade. (b) Os Estados Unidos produziram 3,7 trilhdes de kW ~ h de energia em 1999. Qual seria a porcentagem de diminuigiio das necessidades de eletricidade da nagio? (c) Ao custo de sete centavos de délar por kW - h, qual seria a economia obtida? Carirut 6 + Sistemas Térmicos ede Enewgia 251 PROBLE 23 Suponhamos que 0 novo tipo de suprimento de energia para computadores descrito no problema ante- rior fosse cineo délares mais caro. (a) Ao custo de sete centavos por kW - h, depois de que periodo de tempo a economia de eletricidade compensaria 0 custo adicional do novo sistema? (b) Com que perio- dicidade vocé estima que os individuos e as empresas geralmente atualizam seus computadores pes- soais de mesa? (c) Do ponto de vista econdmico, que recomendacdo vocé daria em relacdo ao tipo de fonte de energia, se trabalhasse para um fabricante de computadores? ‘Uma central de geragdo de energia elétrica a partir da queima de gas natural produz uma poténcia de 750 MW. Usando uma eficiéneia tipica indicada na Tabela 6.6 e ignorando a quantidade pequena de ener- sia utilizada pela bomba, calcular as taxas em que (a) o calor € fornecido 3 dgua/vapor no gerador de vapor ¢ (b) 0 calor residual que é desperdigado no rio adjacente & central. PROBLEMA 25 ‘No caso da central geradora descrita no Problema 24, a vaziio de gua do rio adjacente € de 25.000 galls, O rio € usado como fonte de gua para resfriamento do condensador. Considerando-se o calor transferido da central geradora para o rio a cada segundo ¢ 0 calor especifico da égua, qual € 0 valor de elevagio da temperatura do rio quando ele passa pela estagio? A densidade ¢ 0 calor especifico da igua so indicados nas Tabelas 5.1 ¢ 6.4. REFERENCIAS ESTADOS UNIDOS DA AMERICA, Ministétio de Energia. Administragio de Informagées sobre Energia. Annual Energy Review, 2002 FAIRLEY. P. Solar on the cheap. Technology Review, p. 48-52, jan./fev. 2002. FERGUSON, C. R.; KIRKPATRICK, A. T. Internal Combustion Engines: Applied Thermosciences. 2. ed. Wiley, 2000. HOLMAN, J. P. Heat Transfer. 9. ed. McGraw-Hill, 2002. SONNTAG, R. E.; BORGNAKKE, C.; VAN WYLEN, G. J. Fundamentals of Thermodynamics. 6. ed. Wiley, 2002. ler en oy, Transmissao de Movimento e Poténcia OBJETIVOS DESTE CAPITULO. * Realizar cdleulos envolvendo a velocidade de rotacdo, o trabalho e a poténcia correspondentes. * Do ponto de vista do projeto, considerar as circunstdncias nas quais um tipo de engrenagem seria sele- cionado em vez de outros tipos. * Explicar algumas caracteristicas das correias em “V" (trapezoidais) e correias dentadas de regulagem. * Em trens de conjunto de engrenagens simples ¢ compostos, calcular as velocidades e os torques dos cixos, e calcular a quantidade de poténcia que ¢ transferida © Esbocar um trem de engrenagens planetarias, identificar seus pontos de conexdo de entrada ¢ saida € ‘¢xplicar coma ele funciona. 1 Visio Gerar Neste capitulo, voltaremos nossa atengao a0 projeto e & operacdo dos equipamentos de transmissia de poténeia como o quinto “elemento” da Engenharia Mecnica. As méquinas geralmente compreendem engrenagens, eixas, maneais, cames, conexdes ¢ outros componentes de construgio. Esses mecanismos si capazes de transmitir poténcia de um local para outro, por exemplo, do motor de um automével para as rodas de tragao. Outra fungao de um mecanismo poderia ser transformar um tipo de movimen- (oem outro. Uma aplicagdo quanto a esse respeito, que encontramos na Segio 6.6, € 0 mecanismo-que converte 0 movimento de vai-e-vem do pistio de um motor de combustao interna em movimento gira- t6rio do eixo virabrequim. Os bragos manipuladores de robés, mostrados nas Figuras 7-1 ¢ 7.2, sio outros exemplos desses mecanismos. Cada braco € uma cadeia de interconexdes, cuja posigio é con- trolada por motores instalados nas juntas. Os engenheiros meciinicos avaliam a posigio, velocidade ¢ accleragio de méquinas como essas ¢ as forcas ¢ os torques que as movimentam. A anélise e o proje- to de maquinas so, em parte, uma extenso dos t6picos dos sistemas de forca e sistemas de energia que consideramos nos capitulos precedentes. 252 CapituLo 7 © Transmisso de Movimento Poténcia 253 FIGURA 7.1 Os engenheiros meeanicos projetam as conexces juntas que formam o brago manipulador desse robé, para que possam mover de modo preciso as cargas de um depésito, Feingresso com pemissio Gs Faruc Robotics Noth ‘etic. AGURA 7.2 Suspenso acima da ‘borda do Orbitador Espacial, 0 Telescépio Espacial Hubble € Posicionado para receber a luz solar durante uma miso e reparos. Cada tramo do brago manipulador do robs "girs ao redor de suas Priprias juntas de suporte Raines com permssSo tenes Um tipo especialmente comum de mecanismo da Engenharia Mecinica abrange as engrenagens lividuais montadas em trens ¢ transmissGes de engrenagem para transmitir poténcia, mudando a velo- dade de rotagdo de um eixo ou modificando o torque aplicado ao eixo (Figura 7.3). Um tipo bastante ionado de sistemas de transmissio utiliza correias ou correntes para realizar as mesmas fungdes. s de apresentar os conceitos basicos do movimento de rotagao na primeira parte deste capitulo,

Você também pode gostar

  • 12 - BIO B - Semi - Venda Proibida
    12 - BIO B - Semi - Venda Proibida
    Documento53 páginas
    12 - BIO B - Semi - Venda Proibida
    Daniel Narciso Zuglianello
    Ainda não há avaliações
  • Untitled 1
    Untitled 1
    Documento1 página
    Untitled 1
    Daniel Narciso Zuglianello
    Ainda não há avaliações
  • 15 - GEO A - Semi - Venda Proibida
    15 - GEO A - Semi - Venda Proibida
    Documento31 páginas
    15 - GEO A - Semi - Venda Proibida
    Daniel Narciso Zuglianello
    Ainda não há avaliações
  • Sem Títu
    Sem Títu
    Documento1 página
    Sem Títu
    Daniel Narciso Zuglianello
    Ainda não há avaliações
  • Dita Dura
    Dita Dura
    Documento1 página
    Dita Dura
    Daniel Narciso Zuglianello
    Ainda não há avaliações
  • Untitled 1
    Untitled 1
    Documento1 página
    Untitled 1
    Daniel Narciso Zuglianello
    Ainda não há avaliações
  • Dita Dura
    Dita Dura
    Documento1 página
    Dita Dura
    Daniel Narciso Zuglianello
    Ainda não há avaliações
  • Dita Dura
    Dita Dura
    Documento1 página
    Dita Dura
    Daniel Narciso Zuglianello
    Ainda não há avaliações
  • Apostila Aprovar Ano05 Fascículo06 Mat Fis
    Apostila Aprovar Ano05 Fascículo06 Mat Fis
    Documento16 páginas
    Apostila Aprovar Ano05 Fascículo06 Mat Fis
    Daniel Narciso Zuglianello
    Ainda não há avaliações
  • Questões Polinômios Ita 2001 A 2013
    Questões Polinômios Ita 2001 A 2013
    Documento33 páginas
    Questões Polinômios Ita 2001 A 2013
    Daniel Narciso Zuglianello
    Ainda não há avaliações
  • Divina Trindade
    Divina Trindade
    Documento3 páginas
    Divina Trindade
    Daniel Narciso Zuglianello
    Ainda não há avaliações
  • The Crazy Rock
    The Crazy Rock
    Documento1 página
    The Crazy Rock
    Daniel Narciso Zuglianello
    Ainda não há avaliações
  • Segunda Geração Romântica
    Segunda Geração Romântica
    Documento5 páginas
    Segunda Geração Romântica
    Daniel Narciso Zuglianello
    Ainda não há avaliações
  • Segunda Geração Romântica
    Segunda Geração Romântica
    Documento5 páginas
    Segunda Geração Romântica
    Daniel Narciso Zuglianello
    Ainda não há avaliações
  • Brasil 4
    Brasil 4
    Documento10 páginas
    Brasil 4
    Daniel Narciso Zuglianello
    Ainda não há avaliações
  • Romantismo
    Romantismo
    Documento5 páginas
    Romantismo
    Daniel Narciso Zuglianello
    Ainda não há avaliações
  • Educador-Fazer A Diferença
    Educador-Fazer A Diferença
    Documento25 páginas
    Educador-Fazer A Diferença
    Marina Heitor
    Ainda não há avaliações
  • Decisão Madura
    Decisão Madura
    Documento1 página
    Decisão Madura
    Daniel Narciso Zuglianello
    Ainda não há avaliações
  • Sociologia Violência
    Sociologia Violência
    Documento4 páginas
    Sociologia Violência
    Daniel Narciso Zuglianello
    Ainda não há avaliações