Você está na página 1de 28
FUNDAGAO EDITORAOA UNESP Prert do Corto Cundor Dita Prenidrte Jt Cnt Merges Neto iret ro Hama Bote Gar MARIA HELENA ROLIM CAPELATO MULTIDOES EM CENA PROPAGANDA POLITICA NO VARGUISMO E NO PERONISMO 2enIcho SeO-FFLCHUSP 2. PROPAGANDA POLITICA E CONTROLE DOS MEIOS DE COMUNICACAO (© varguismo e o peroniamo no se dfinem como fenémenos fascists, mas € precio levar em conta a importincia da inspiragio cds expericisalemi italiana nese regimes, especialmente 90 ‘que se refere propaganda politica, Alberto Ciria (1983) marca a iting entre fascism eperoniamo, mas reconhece as vimiltudes ‘etre ambos nos aspector de comunicag de massas: nos pelo ‘controle sobre imprena pala upressio das publicagSes post ‘as mastarnbém pelo empregodoemeios decomunicassono sentido ‘oderno, Noes ena Argentina, aorganzacio eo funcionamento or egos produtores da propaganda politica e controladores dos mein de comnicaczo também revelam a inspiracio euoptia, Por ‘se mative cabe fazer refertncia a significado e&organizacie da propaganda naz- fascist. ‘Os nazstasacreditavam nos modernos mitodos de comics «fo de massa e,vegundo Hannah Arent, muito aprenderam com {propaganda comercial norte- americana. Mas a propeganda pos tic ina earacteristica prscuares: uso de insinuagées vlad © ameagidorassimplieago da idsina para atingir at masa incul- {ay apeloemocional, epeiges,promenas de beneficios mateis 20 pow (emprego, atimento de alros, barateaento dos wénerox de primeira necessidede), promessas de uifcagioefortlecimento nacional (Arendt, 1978). ‘A propaganda nai-escista engi uma unidade de toda sai Vidas ideologias. A moral ea educaco estavam subordinadas a la. Sua linguagem simples imagkicaeagressva visa provocar aixdes para atngir dirtamente as maseas Segundo os preceitos de lier expresion em Mein Kamp “aarte da propaganda consste ‘em sr capaz de despstar a imaginaso pblic fazendo apelo aos sentimentos, encontrado férmulaspsicologicamente spropriadas «que chawam a atencio das massa tocar oacoraes” apud Guyat 4& Resellni 1987, .16). Goebbels também expés oquese devria eperarda propaganda: ‘bona propaganda que lev ao sues. Eta nto deve ver cote, docs, rodents ou boner... prgue equ impora do ¢ que une ‘ropaganda impresone hem, masque ela oe restados espera (bide p16) “Temando como pono partidos fendmenos moderos de pro> pagan Piere Ansar firma que impoxicosistemitca de ideolo- ‘iasnos permite compreender melhor como asensibildade poltica ‘fo € um estado de fit, mas o resultado de mitiplas mensagens, pels, interpelaes, dramatizasdes que mantém ou modifica dia- ‘amet osentimentoseoetivos. As pesquiss sobre infutncia _epermuasiomortram comoconfiangasdesconfiansas admires © ‘dion do, permanentemente, cbjetor deur rabal multiforme de renovagoeinculeagi.' 1 Pere Amt (183i qu empress de infin ‘acl qe xpath a lic eet da 90 Penn cnc praia rcs pnd doormen et ‘Eeaiod sania A psiogsdemanm pecan cles ‘ean etlen am Eenrnuncarpot ‘usu implizaco da deminer edt dw ke fr aside cole, Oa cur compen pedo ‘Session oll ecu banerelentgodoee apei ‘roar popes nm de pone cng des monn vwanoces oaceN 15 ttaitarismo, segundo autor, produzestruturasocioaetivis ‘qoe se caracerizam por uma dimensioemocioalntensa. A propa- sand politica em regimes desa natureza atu fim de aquece: a8 senibilidadesctendeaprovocar paixes. Os sentiments, enimence delongaduraio, fo manipladasdefomaintens pels tcices de ‘repagandacom objetivo de produsir forte emo;So. Masos mixes das paixde variam conforme o momenta histrico (hon, figqueza, jqualdade,iberdade,pitvia, nag et.) ¢, no caso das experiencia totltras algunsméveissdocomuns (por explo, oamer ao chef, ‘A pitrin/nagdo) eoutre sto espeiios (como o anti-semitism), ‘A intensificasto das emoyies ocote por meio dos meios decom cago, responsive pelo squecimento das sensbilidades. Mas ox finais emotivor tio eaptadose intensificadoetambim mediante ‘tro inatramenton: iterator, teatro, pinta, arquittura, sito, festa, comemeorage, manifetagbes civicaeexportiva. Todos ses clementos podem entrar er multiplas combinagdes eprovocar resultados diverse. Novarguismoeno perio, no apenayastéenizas de manip- lagiodestinadasa provocarmudangas ce senbildade eexaltasao dos sentimentos, ras tam ae formas de organizasoeplanciaento os érgonencarregaon da propaganda politica revel identidade em a propostanazsta. Noentanto, las apresentam caracteiticas particulsree pedusiram resultados dstntos domedel europea ‘comparago dessa experincias prmitiréapontar os traposcomuns | ceonespecticos. ‘A andlite da natueza, dos objetivos eda efidcia da propaganda ‘sda casos esto implica uma eferénciaao modelo de planga- ‘mento, organizas,contetidoe pritica da experiénca pions Para melhor submeter popula, prepara a maseae para as grandes tarefuenaciceaaeaverecer usa revo empiritule tural, o govern Hite eri, em 133-1933, o novo Ministxo da Tasencmnins nivel fede deni olin mam ‘a aplaaliage cadena de cofqungr scenes rir Informagdo Popular eda Propaganda, cuja organiza fi conta ‘daa Joueph Goebbels A partir dat dvelgararnse, por toda parte, ‘asatuagdes do partido; pais fiinundado por panfetce, cartazes -vermelhos omados de ruz gaada ejrnasdistibuldes mas rua, caas de coreioutlangao por avis Alto falantes foram ust ara repetir a palavas de ordem ou para fazer ouvir a palavas do lider gravadat em discos. Poe meio ce meting rganizados por todo © pais, oradoresformacios pelo partido popularizaram temas lo- sans de fici asimlasdo. As éguias, as banderas, acruzgamada de fando vermelho ebranco, os cantor hinos, or wiformes marrons, os parndas das S.A.,deflando em colunas numa ordem impect vel 20 som defanfarrase luz de tochar, os Seg Feil ou 0s Heil Hitler, eepetidos em coro pa mulido, ni somenteassegursvam a coesio das masa, impressonando os indecsoneaterrovizando ‘ot adversitce, mas também suncitaram éxtateedevotamento, O ‘pov, segundo Goebbels, deveria "comer a pensar em uniade,¢ ‘eagir em unidae ese colocar&dispoicao do governo com tad @ sizmpatia” (Guyot & Restellni, 1987, .22) (O controle do Estado sobre os meios de comunicagio [Em qualquer regime, a propaganda politica ¢ estratéga parao ‘exercicio do poder, masnos de tendénciatotaliiria cla adguite una forya muito mace porque o Estado, gravasao monopstio dos meios decomunicagio,exercecentura igorom wobeeaconjunte da infor- ‘magies eas manipula O poder politico, nese case, conjugaomo- nopilio da fora sca esimbica.Tenta suprimi, dos imaginrios soci, toda repesentasio de passat, presente e futuro coletvos, ‘acter genio cj itd pe preeéncia on tendaca de order scletamets acon (Campo, 140,25) Embora regime no tivesesequidoarisea esse modelo de per- suas das masts, os encarregadoe da propaganda procuaram aper- {eigor-seraarte de empolgago eenvolvimento das mulidbes" por ‘meio dan mensayens polias, Nese tipo de discuss, o significado as palavras importa pouco, pois, como declarou Goeblels, {alamos para dizer algums cosa, mas para obte um determinado feito". O efit viado no Estado Novo era. conquista do apoio necesiro i legitimagio do novo poder, oriundo de um golpe ‘Ojornal getuists A Noite (3jan.1948)cementouque Varga se pera no jogo de palavras.O discursodo chef era elaborado cod base em éenicas delinguagen: usvaslogans,palaraschave frases ‘de feito erepetgies ao ve ciigr as maseas. Os meos de comin: ‘aso reforyavam a figura do lider cam fases Go tipo "a generosa © hhumanitria politica social do presidente Vargas, “reiteradas ex presivas provas de crinho ao presidente Vargas", "a popularidade do presidente Vargas, “homenagem de respeit ctestemunho de ‘ratido2o presidente Vargas”. Eas tipo de inguagem, como ber ‘mostra Armand Robin, pests teliminasio das posiges porque, ‘apse spresentar como a fla do todo, nin admite contest e at oder de convencimentoé muito eas (apud Capelato, 1986). (© uso dos meios de comunicaso tina como objetivo legitimar ‘tad Novoe conquistar o apoio ds trabalhadoresa politic var- suista, Esa meta se eclarecemajusifativa do minis doTeabalho ‘Alexandre Marcondes Filho referente ao rio. importante notar que wa ala data de 1942, ou sea anos depois do golpede 1937. A comuniasio com os trabalhadores peo rio, segundo o ministo, sdvinha da pocemidade de vulgar novo dri sxial ainda koe beside peloprépriotrabalhador bef, Fane desconheciment se expliava, em part, pela natures do process histvico que pre sida laborao de leisaco soca: por no te sido conquistada aolongo de uma epoptia de tases, ovtogada pela sabedora do stado, esa legsactoexgi divulgas eesclarecimentos (Castro Gomes, 1988, .231). ‘Ao anaisar o periodo, observa-se que, nos prmeiro anos do Estado Novo, a preocupasto de cantato mas dizeto com as massas no ra marcants.Ocariterautortirio ds macanga de regime, rea- Tada por neo de um golpe, permite entender ena postu, Ela se rmodifico, posteriomente seating, no entanto, aimportinciae | intensidace da propaganda post em pita no peronixmo. (© proceso argentino foi distinto, A carmpanba eeitoral de 1945 ‘que conduziu Peron & Presidéncia da Republica deixow clara a importinciada propaganda politica cujosmecanismos foram sendo apereigoades ao longo do perodo. A frteoposicao anova politica implica anecessidade de ampligo do apoio aoregime, consegido sobretudo entre on sctotes popularer: cme fatoexplica o uso mais Jntenso da propaganda no peronismnodo que no vargismo do Eatado Novo, no qual ocontato com as maseas pelos meios de comunicaso por meio da eradicariodofeio do suo, do maléco, doimpuro. O objetivo mas alto da cultura eraa expresso daraaariana. iden raga pura coincidia coma de cultura superior. ‘Ads que eayiram essa submissdo da cultura politica e4 pro- pgandaemuitosofieram-coube cali, osilécio, amare. Os

Você também pode gostar