RECUPERAÇÃO

DE ÁREAS
DEGRADADAS
PARROTA (1992): Áreas degradadas são aquelas
caracterizadas por solos empobrecidos e erodidos, com
instabilidade hidrológica, produtividade primária e
diversidade biológica reduzidas.

PERDA DAS FUNÇÕES E USOS DO SOLO

SOLO+ÁGUA+AR+ORGANISMOS
 DEGRADAÇÃO DO SOLO

QUÍMICA FÍSICA BIOLÓGICA

Acidificação Declínio estrutural Perda de
Perda de fertilidade Compactação diversidade do solo

Salinização Selamento Redução da

matéria orgânica
erosão

Diagrama de classificação de área degradada, em termos de solo

 IBAMA (1990): “Recuperação significa que o local
degradado será retornado a uma forma de utilização de
acordo com um plano pré-estabelecido para uso do
solo. Implica que uma condição estável será obtida em
conformidade com os valores ambientais, econômicos,
estéticos e sociais da circunvizinhança.

RECUPERAÇÃO: processo inverso à degradação

RESTAURAÇÃO: retorno ao estado original
REABILITAÇÃO: retorno a um estado biológico apropriado
 ATIVIDADES DEGRADADORAS

AGRICULTURA como potencial degradador

• Uso do solo fora de sua aptidão natural
• Cobertura inadequada do solo
• Sistema de preparo inadequado
• Monocultura (contaminação)
• Irrigação inadequada
• Superpastejo*

URBANIZAÇÃO: topografia, erosão, contaminação,

resíduos diversos
MINERAÇÃO: ocorrência pontual
Exemplos de áreas de mineração de
bauxita, em Poços de Caldas/MG
BAUXITA
EXEMPLO DE PAISAGEM ANTES DA MINERAÇÃO
REABILITAÇÃO-NIVELAMENTO
 Termofosfato magnesiano (1 t ha-1)
Calcário dolomítico (3 t ha-1)
Esterco de curral e adubo NPK 10-30-11 (1 t ha-1)

RETORNO DA CAMADA SUPERFICIAL

SEMEADURA E PLANTIO DE MUDAS
Braquiária e guandu 6 meses: RM-BG
Eucalipto 3 anos: E3
Eucalipto 16 anos: E16
Bracatinga e capim gordura 19 anos: B19
Bracatinga e capim gordura 6 anos: B6
Eucalipto com sub-bosque 16 anos: E16
 DEGRADAÇÃO DE PASTAGENS

INSUSTENTABILIDADE PRODUTIVA DAS PASTAGENS

• DIMINUIÇÃO DA PRODUÇÃO DE FITOMASSA

• MUDANÇA DA COMPOSIÇÃO BOTÂNICA
• MENOR VIGOR DA REBROTA
• REDUÇÃO DO SOLO COBERTO
• SINAIS DE EROSÃO DO SOLO
Processo de degradação do solo (erosão hídrica)
 Pisoteio e erosão

Pasto queimado e pisoteado

 AVALIAÇÃO DA DEGRADAÇÃO DE
PASTAGENS
( Jr. et al., 1994 )

CONDIÇÃO PRODUÇÃO GRAMÍNEA ALTURA RELAÇÃO EROSÃO

PASTAGEM M.S. % MÉDIA Folha / LAMINAR
( kg / ha) Caule
EXCELENTE 2.500 > 75 > 40 cm >1 -

BOA 2.500 – 50 - 75 = 40 cm =1 -
1.500
RAZOÁVEL 1.500 - 750 25 - 50 < 40 cm <1 Incipiente

POBRE < 750 < 25 < 40 cm <1 Evidente

 ESTRATÉGIAS DE RECUPERAÇÃO E MANEJO DO SOLO
DE PASTAGENS

a. MANEJO DA PASTAGEM: restringir pastejo em

períodos estratégicos

b. CONTROLE DE INVASORAS : aração, gradagem,

arranquio, herbicidas.

c. MELHORAMENTO DA FERTILIDADE DO SOLO:

correção da acidez e aplicação de fertilizantes.

d. DESCOMPACTAÇÃO DO SOLO: mecânica ou

semeadura de leguminosas com vigoroso crescimento
radicular.
MEIOS DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS

REGENERAÇÃO NATURAL E SUCESSÃO ECOLÓGICA

- simples e barato
- tempo longo em f (grau de degradação)
- disponibilidade de “sementes”

CONHECIMENTO DE BIOLOGIA VEGETAL

 MEIOS DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS

ROTAÇÃO E CONSORCIAÇÃO DE CULTURAS

- escalonar diferentes culturas ao longo do tempo

- melhorar controle de invasoras
- variar a absorção de nutrientes
- manter solo coberto
- conservação de nutrientes no solo
Experimento com feijão-de-
porco nas entrelinhas de laranja
da Fazenda São Luiz, no
município de Brotas, SP

- melhoria das condições físicas

- proteção contra erosão
Ervilhaca cultivada com aveia para pastejo direto de vacas de leite

CONTRIBUIÇÃO DAS MINHOCAS
- aumento da circulação e capacidade de retenção de ar
e água no solo (melhoria da estrutura solo)
- melhoria da fertilidade natural (húmus= Ca, P e K )
-condiciona aparecimento de organismos benéficos

Cada minhoca produz entre 4 e 7 ovos por dia e cada ovo tem
de 4 a 7 minhocas

SISTEMAS AGROFLORESTAIS

• Combinação de anuais + árvores (agrossilvicultura)

• Pastagem + árvores (silvopastoril)
• Anuais + Pastagem + Árvores (agrossilvipastoril)

- otimização de espaço físico

- melhora de atributos químicos/físicos/biológicos do solo
- produção total freqüentemente > monoculturas
- animais e vegetais
beneficiam-se da sombra
das árvores

AGRICULTURA ORGÂNICA

- manutenção da flora e fauna edáficas do ecossistema em

função da ausência de agrotóxicos
- ↑ da matéria orgânica (adubos verdes e rotação)
- ↑ resistência à erosão
- ↓ poluição ambiental: ambiente equilibrado
- ↓ perturbação do ambiente
-↑ ciclagem de nutrientes em
relação à agricultura
convencional

EDUCAÇÃO AMBIENTAL

- poucos recursos / efeito duradouro

- projetos simplificados (conscientização) + fácil aceitação
- apoio da comunidade

QUALIDADE
DE
VIDA
 PROCESSOS DE INOVAÇÃO NO MANEJO DE
RECURSOS NATURAIS

Cada ambiente tem uma particularidade: extrapolações ?

recursos naturais em quantidade e
Suprimento total de serviços e
produtos demandados pelos

dependência de
uso natural
degradação dos reabilitação dos r.n. interferência
qualidade

dos r. n. r.n. e transição para o humana nos r. n.

manejo intensivo

Tempo, densidade populacional e demanda de recursos

Cenário I – Terra é manejada adequadamente.

Cenário II – Investimentos para recuperação de atividades degradadoras, mas impede a alta
produtividade.
Cenário III – Nunca houve investimentos na manutenção dos r.n. e a produtividade não se mantém.
 METODOLOGIA BÁSICA DE R.A.D: PASSOS

1) OBSERVAR REGIÃO (VEGETAÇÃO)

2) RELAÇÃO FLORA / FAUNA: DISPERSÃO DE SEMENTES

POLINIZAÇÃO
BANCO DE SEMENTES

3) OPERAÇÕES PLANTIO: ESTRUTURAÇÃO

CORREÇÃO
FERTILIZAÇÃO DO TERRENO

4) REGENERAÇÃO: ANTES DAS NATIVAS – SEMEADURA DE

GRAMÍNEAS/AD.VERDES

5) NATIVAS: PLANTIO DE ESPÉCIES DE DIFERENTES GRUPOS

ECOLÓGICOS
6) MANEJO DA REGENERAÇÃO / TRATOS CULTURAIS
 LEGUMINOSAS E R. A. D.

CARACTERÍSTICAS DAS LEGUMINOSAS:

Fabaceae
Leguminosas = nome genérico → Famílias Caesalpinaceae
Mimosaceae

13 mil catalogadas ⇒ usos diversos

Simbiose com bactérias = rizóbio (FBN)
com fungos = micorrizas = ↑ abs P
↓
pH, Al, Mn↓
 •VANTAGENS ECONÔMICAS DO USO DE
LEGUMINOSAS

• CARACTERÍSTICAS DESEJÁVEIS DE ADAPTAÇÃO,

CRESCIMENTO E MELHORIA DO AMBIENTE

• REDUÇÃO DA NECESSIDADE DE CORREÇÃO / FERTILIZAÇÃO

SOLO (seleção de espécies)

•< RISCO DE CONTAMINAÇÃO DO ECOSSISTEMA

• CONSERVAÇÃO DOS NUTRIENTES EM BIOMASSA

• BAIXA RELAÇÃO C / N ⇒ rápida decomposição e reciclagem

 LEGUMINOSAS UTILIZADAS NA R. A. D.
NOME CIENTÍFICO NOME COMUM USO FIXAÇÃO N Caractrísticas ecológicas
(kg/ha/ano ou ciclo) / adaptação ambiental
Centrosema pubescens Centrosema Forragem 126 - 398 Pastagens e lavouras consorciadas
Mucuna aterrima Mucuna preta Forragem, ad.verde 157 “
Neonotonia wightii Soja perene Forragem 160 - 450 “
Stylosanthes spp. Estilosantes Forragem 34 - 220 Rusticidade e R.A.D.
Vigna unguiculata Caupi Grão 73 - 354 Lavouras consorciadas
Cajanus cajan Guandu Grão, Forragem, ad.verde 168 - 280 “
Crotalária juncea Crotalária Ad. Verde 154 R.A.D
Acacia auriculiformes Acácia Lenha, serraria, celulose, 200 Ácidos (3,0), arenosos, úmidos
outros

Acacia mangium Acácia mangium Mesmo anterior 200 Ácidos (4,5), rasos, úmidos
Albizzia hasslerii Farinha seca Lenha, carvão - Secund. Inicial. Solos úmidos
Albizzia saman Saman Lenha, celulose, orn. - Solos ácidos
Caesalpinea ferrea Pau-ferro Serraria, orn., medic. - Sec. / clímax. Reposição mata ciliar
Cassia grandis Cássia rosa Mesmo anterior - Sec. Inicial. Solos ácidos, úmidos
Erythrina falcata Eritrina, canivete Ornam. medicinal 60 Sec. Inicial. Solos ácids, úmidos
Gliricidia sepium Gliricidia Forrag, Lenha, Outros 31 Solos pouco ácidos, úmidos
Inga spp Ingá Lenha, orn., med, outros - Solos ácidos, encharcados
Lecaena leucocephala Leucena Forrage, lenha, outro 500 - 600 Solos neutros
Mimosa scabrella Bracatinga Lenha, celulose, outro Até 253 Pioneira. Solos ácidos, R.A.D.
Prosopis juliflora Algaroba Forragem, lenha - Solos arenosos ou salinos
FORMAS DE UTILIZAÇÃO DE LEGUMINOSAS
Áreas de uso agrícola: cobertura, rotação…
Pastagens: qualidade da forragem, pragas, N solo…
Matas Ciliares: fauna, sucessão…
Áreas de mineração: tolerância, N solo, MO…
Reabilitação de áreas contaminadas
Metais pesados x fitorremediação ( seleção de sp )
Mostasso (1997) = mucuna preta e tamboril em solo com até
1.860 mg Zn e 13,5 mg Cd / dm3
Marques (1997) = jatobá, crescimento satisfatório em áreas
contaminadas com Zn, Cd, Pb e Cu
Einloft (1996) = mucuna-preta e Arachis tiveram melhor
desenvolvimento em áreas com excesso de Mn e elevada acidez
A FORÇA DA NATUREZA
v.22, n.210 – maio/jun. 2001