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(VJ Estratégia CONCURSOS Aula 01 Dear ema be ACCU uu eu ee Professor: Renan Araujo AULA 01: TEORIA GERAL DO DELITO (PARTE IT CULPABILIDADE (IMPUTABILIDADE). ERRO. SUMARIO 1 CULPABILIDADE 1.1 Conceito. 1.2 Teorias. 121 Teoria PSICOIEGICA saeessssseeeeesnnsessecesenssunsaseeeesnnanaee 1.2.2 Teoria normativa ou psicolégico-normativa.. 1.2.3 Teoria extremada da culpabilidade (normativa pura) 1.24 Teoria limitada da culpabilidade ....secssssssesssseeeesnnnnsee 1.3 Elementos. 13.4 Imputabilidade penal. 5 13.44 Menor de 18 anos. 7 13.1.2 Doenga mental e Desenvolvimento mental incompleto ou retardado 7 13.1.3 Embriaguez.. 8 13.2 Potencial consciéncia da ilicitude “9 13.3 Exigibilidade de conduta diversa 2 ERRO 2.4 Erro de tipo essencial. 2.2 Erro de tipo acidental. 224 Erro sobre a pessoa (error in persona) 2.2.2 Erro sobre o nexo causal. 2.2.24 Erro sobre 0 nexo causal em sentido estrito 2.2.2.2 Dolo geral ou aberratio causae 2.2.3 Erro na execugao (aberratio ictus). 15 22.34 Erro sobre a execugio com unidade simples (Aberratio ictus de resultado Unico) 16 2.2.3.2 Etro sobre a execucdio com unidade complexa (Aberratio ictus de resultado duplo) 16 2.2.4 Erro sobre o crime ou resultado diverso do pretendido (aberratio delicti ou aberratio criminis) 16 2.241 Com unidade simples. 16 2.2.4.2 Com unidade complexa s.vssssssessssesusssesussseesssseunsssenssssssnssisssseeseese 17 2.2.5 Erro sobre o objeto (error in objecto) 2.3 Erro determinado por terceiro.. 2.4 Etro de proibicao.. 2.5 Descriminante putativa x delito putativo .. 3. DISPOSITIVOS LEGAIS IMPORTANTES 4 SUMULAS PERTINENTES 4.1 Stimulas do STI 5 RESUMO. Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br tde7t 6 EXERCICIOS DA AULA... 7 EXERCICIOS COMENTADOS. 8 GABARITO Ola, meus amigos! Na Ultima aula nods iniciamos o estudo do crime, seu conceito e elementos, estudando os dois primeiros deles: o fato tipico e a ilicitude. Hoje, a matéria é hard. Vamos finalizar o estudo dos elementos do Crime, analisando a culpabilidade e o fenémeno do Erro no Direito Penal. Bons estudos! Prof. Renan Araujo Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 2de74 Aula 01 - P 1 CULPABI 1.1 Conceito A culpabilidade nada mais é que o juizo de reprovabilidade acerca da conduta do agente, considerando-se suas circunstancias pessoais." Diferentemente do que ocorre nos dois primeiros elementos (fato tipico e ilicitude), onde se analisa o fato, na culpabilidade o objeto de estudo nao é © fato, mas 0 agente. Dai alguns doutrinadores entenderem que a culpabilidade nao integra o crime (por nao estar relacionada ao fato criminoso, mas ao agente). Entretanto, vamos trabalha-la como elemento do crime. 1.2 Teorias Trés teorias existem acerca da culpabilidade: 1.2.1 Teoria psicoléaica Para essa teoria a culpabilidade era analisada sob o prisma da imputabilidade e da vontade (dolo e culpa). Esta teoria entende que o agente seria culpavel se era imputdvel no momento do crime e se havia agido com dolo ou culpa. Vejam que essa teoria sé pode ser utilizada por quem adota a teoria causalista (naturalistica) da conduta (pois o dolo e culpa esto na culpabilidade). Para os que adotam a teoria finalista (nosso Cédigo penal), essa teoria acerca da culpabilidade é impossivel, pois a teoria finalista aloca o dolo e a culpa na conduta, e, portanto, no fato tipico. 1.2.2 Teoria normativa ou psicoléaico-normativa Possui os mesmos elementos da primeira, mas agrega a eles a exigibilidade de conduta diversa, que é a “possibilidade de agir conforme o Direito” e a consciéncia da ilicitude (que ndo esta inserida dentro do dolo, na qualidade de elemento normativo). Para essa teoria, mais evoluida, ainda que o agente fosse imputével e tivesse agido com dolo ou culpa, sé seria culpavel se no caso concreto Ihe pudesse ser exigido um outro comportamento que no o comportamento criminoso. Trata-se, portanto, da incluso de elementos normativos a culpabilidade, que deixa de ser a mera relacdo subjetiva do agente com © fato (dolo ou culpa). A culpabilidade seria, portanto, a conjugacéo do elemento subjetivo (dolo ou culpa) e do juizo de reprovacdo sobre o agente.2 + BITENCOURT, Op. cit., p. 451/452 ® BITENCOURT, O} p. 447 Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 3de71 1.2.3 Teoria extremada da culpabilidade (normativa pura Essa j4 muda de ares. Jé néo mais considera o dolo e culpa como elementos da culpabilidade, mas do fato tipico (seguindo a teoria finalista da conduta). Para esta teoria, os elementos da culpabilidade sdo: a) imputabilidade; b) potencial consciéncia da ilicitude; c) exigibilidade de conduta diversa. A potencial consciéncia da ilicitude seria a anélise concreta acerca das possibilidades que o agente tinha de conhecer o cardter ilicito de sua conduta. Vamos estudar cada um desses elementos mais 4 frente. Além disso, 0 dolo e a culpa passam a integrar o fato tipico, como dito anteriormente. Porém, o dolo que vai para o fato tipico é 0 chamado “dolo natural”, ou seja, a mera vontade e consciéncia de praticar a conduta. O dolo “normativo” (consciéncia POTENCIAL da ilicitude) permanece na culpabilidade. 1.2.4 Teoria limitada da culpabilidade Para a maior parte da Doutrina, a teoria normativa pura se divide em: + Teoria extremada * Teoria limitada Mas o que dizem estas teorias? Basicamente, a mesma coisa. A grande diferenga entre elas reside no tratamento dispensado ao erro sobre as causas de justificacéio (ou de exclusdo da antijuridicidade), também conhecidas como descriminantes putativas. A teoria extremada defende que todo erro que recaia sobrea uma causa de justificacdo seria equiparado ao erro de proibic&o. A teoria limitada, por sua vez, divide 0 erro sobre as causas de justificagdo (descriminantes putativas) em: + Erro sobre pressuposto fatico da causa de justificagao (ou erro de fato) - Neste caso, aplicam-se as mesmas regras previstas para o erro de tipo (tem-se aqui o que se chama de ERRO DE TIPO PERMISSIVO).? + Erro sobre a existéncia ou limites juridicos de uma causa de justificagao (erro sobre a ilicitude da conduta) - Neste caso, tal teoria defende que devam ser aplicadas as mesmas regras previstas para o erro, de PROIBICAO, por se assemelhar a conduta daquele que age consciéncia da ilicitude. Em linhas gerais, portanto, a teoria extremada e a teoria limitada dizem a mesma coisa, divergindo apenas no que toca ao tratamento que deve ser dispensado as descriminantes putativas. 3 BITENCOURT, Oj Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 4de71 Aula 01 - Prof. Vamos estudar cada um dos elementos da culpabilidade e, ao final, estudaremos com mais detalhes o tratamento conferido ao ERRO. 1.3 Elementos 1.3.1 Imputabilidade penal © Cédigo Penal no define o que seria imputabilidade penal, apenas descreve as hipéteses em que ela nao esté presente. A imputabilidade penal pode ser conceituada como a capacidade mental de entender o caréater ilicito da conduta e de comportar-se conforme o Direito. Existem trés sistemas acerca da imputabilidade: > Biolégico - Basta a existéncia de uma doenga mental ou determinada idade para que o agente seja inimputavel. E adotado no Brasil com relagéo aos menores de 18 anos. Trata-se de critério meramente biolégico: Se o agente tem menos de 18 anos, é inimputdvel. > Psicoléaico - Sé se pode aferir a imputabilidade (ou nao), na anélise do caso concreto. >» Biopsicolégico ~ Deve haver uma doenga mental (critério biolégico, legal, objetivo), mas o Juiz deve analisar no caso concreto se o agente era ou ndo capaz de entender o cardter ilicito da conduta e de se faaisaate conforme o Direito (critério ares . CUIDADO! A imputabilidade penal deve ser aferida quando do momento em que ocorreu o fato criminoso. Assim, se A (menor com 17 anos e 11 “ BITENCOURT, Op. cit., p. 474. Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Sde71 meses de idade) atira contra B, que fica em coma e so vem a falecer quando A jé tinha mais de 18 anos, A sera considerado INIMPUTAVEL, pois no momento do crime (momento da ag&o ou omisso, art. 4° do CP), era menor de 18 anos (critério puramente biolégico, adotado como EXCECAO no CP). Imaginem, agora, que Marcelo, com 17 anos, sequestra Juliana. O sequestro dura 06 meses e, ao final, Marcelo j4 contava com 18 anos. Neste caso, Marcelo seré considerado IMPUTAVEL, pois no momento do crime Marcelo era imputdvel (ainda que no fosse imputavel no comeco, a partir de um dado momento passou a ser imputavel, respondendo pelo delito). As causas de inimputabilidade estao previstas nos arts. 26, 27 e 28 do CP: Art. 26 - E isento de pena o agente que, por doenga mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, 20 tempo da aco ou da omisso, inteiramente incapaz de entender o caréter ilicito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. (Redacdo dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) Redugio de pena Pardgrafo Unico - A pena pode ser reduzida de um a dois tercos, se o agente, em virtude de perturbacao de satide mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado nao era inteiramente capaz de entender o caréter ilicito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. (Redacao dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) Menores de dezoito anos Art. 27 - Os menores de 18 (dezoito) anos s30 penalmente inimputaveis, ficando sujeitos as normas estabelecidas na legislacao especial. (Redacao dada pela Lei n° 7.209, de 11.7,1984) Emogio e paixdo Art. 28 - Nao excluem a imputabilidade penal: (Redacao dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) I - a emogao ou a paixao; (Redacao dada pela Lei n® 7.209, de 11.7.1984) Embriaguez IL - a embriaguez, voluntéria ou culposa, pelo dlcool ou substancia de efeitos andlogos.(Redacao dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) § 1°- Eisento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ‘ou forca maior, era, a0 tempo da acao ou da omissao, inteiramente incapaz de entender o carater ilicito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.(Redacao dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) § 20 - A pena pode ser reduzida de um a dois tercos, se 0 agente, por embriaguez, proveniente de caso fortuito ou forca maior, ndo possufa, ao tempo da aco ou da omissao, 2 plena capacidade de entender o cardter ilicto do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. (Redacdo dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) Os arts. 26 a 28 do CP trazem hipéteses em que a imputabilidade ficara afastada (inimputabilidade penal), bem como hipdteses nas quais ela ficaré apenas diminuida, mas nao seré afastada (semi-imputabilidade). Além disso, Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 6 de71 Aula 01 - Prof. trata de casos em que néo seré possivel afastar a imputabilidade ou reconhecer semi-imputabilidade (emocdo e paixéo, por exemplo). Vamos ver, agora, este tema com mais detalhes. 13.1.1 Menor de 18 anos Esse é um critério meramente bioldgico e taxativo: Se o agente é menor de 18 anos, responde perante o ECA nao se aplicando a ele o CP, nos termos do art. 27 do CP. 1.3.1.2 Doenga mental e Desenvolvimento mental incompleto ou retardado No caso dos doentes mentais, deve-se analisar se o agente era inteiramente incapaz de entender o carater ilicito da conduta ou se era parcialmente incapaz disso. No primeiro caso, sera inimputavel, ou seja, isento de pena. No segundo caso, sera semi-imputavel, e sera aplicada pena, porém, reduzida de um a dois tergos. Lembrando que o art. 26 do CP exige, para fins de inimputabilidade por este motivo: + Que o agente possua a doenea (critério biolégico) + Que o agente seja inteiramente incapaz de entender o caréter OU inteiramente incapaz de determinar-se conforme este entendimento (critério psicolégico) Por isso se diz que este é um critério BIOPSICOLOGICO (pois mescla os dois critérios). Nos dois casos acima, se o agente for inimputavel, exclui-se a culpabilidade e ele é isento de pena. Se for semi-imputavel, seré considerado culpavel (ndo se exclui a culpabilidade), mas sua pena serd reduzida de um a dois tercos. No caso de o agente ser inimputavel, por ser menor de 18 anos, nao hé processo penal, respondendo perante o ECA. No caso de ser inimputavel em razéio de doenca mental ou desenvolvimento incompleto, serd isento de pena (absolvido), mas o Juiz aplicaré uma medida de seguranca (internaco ou tratamento ambulatorial). Isso € 0 que se chama de sentenga absolutéria imprépria (Pois, apesar de conter uma absolvicSo, contém uma espécie de sancao penal). Seré condenado a uma pena, que sera reduzida. Entretanto, a lei permite que 0 Juiz, diante do caso, substitua a pena privativa de liberdade por uma medida de seguranga (internagao ou tratamento ambulatorial). -+ _SonAmbulo pode ser considerado doente mental? Embora no seja undnime, prevalece 0 entendimento de que a conduta praticada pelo sonambulo, durante 0 estado de sonambulismo, n&o configura crime por auséncia de Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 7de74 conduta, jé que n&o ha dolo ou culpa. Afasta-se, portanto, o fato tipico, e no a culpabilidade. 1.3.1.3 Embriaguez Segundo o CP, como regra, a embriaguez néo é uma hipétese de inimputabilidade, de forma que o agente respondera pelo crime, ou seja, sera considerado IMPUTAVEL. Vejamos: Art. 28 - Nao excluem a imputabilidade penal: (Redacéo dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) I - a emogio ou a paixéo; (Redagdo dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) Embriaguez I - 2 embriaguez, voluntéria ou culposa, pelo dlcool ou substancia de efeitos andlogos.(Redagao dada pela Lei n® 7.209, de 11.7.1984) Assim, néo importa se a embriaguez foi dolosa (o agente queria ficar embriagado) ou culposa (no queria ficar embriagado, mas bebeu demais e ficou embriagado). 0 agente, nestes casos, seré considerado imputavel. = Mas, por qual razSo o agente é considerado imputavel (na hipétese de embriaguez nao acidental), se no momento do fato ele nao tinha discernimento? Trata-se da adogdo da chamada “Teoria da actio Libera in causa" (aco livre na causa), que pode aparecer em formato de sigla (ALIC). Segundo esta Teoria, o agente deve ser considerado imputdvel mesmo néo tendo discernimento no momento do fato, pois tinha discernimento quando decidiu ingerir a substancia. Ou seja, apesar de n&o ter discernimento agora (no momento do crime), tinha discernimento quando se embriagou, ou seja, sua ago era livre na causa (tinha liberdade para decidir ingerir, ou no, a substancia). Todavia, a embriaguez pode afastar a imputabilidade quando for acidental, ou seja, decorrente de caso fortuito ou forca maior (E mesmo assim, deve ser completa e retirar totalmente a capacidade de discernimento do agente). EXEMPLO: Imaginem que Luciana é embriagada por Carlos (que coloca alcool em seus drinks). Sem saber, Luciana ingere as bebidas alcodlicas e comete crime. Nesse caso, Poliana poderd ser inimputdvel ou imputavel, a depender de seu nivel de discernimento quando da pratica da conduta. -> Ea embriaguez preordenada? A embriaguez preordenada é aquela na qual o agente se embriaga PARA tomar coragem e praticar o crime. Ou seja, 0 agente nao sé quer ficar embriagado, ele quer ficar embriagado para praticar 0 crime. Tal embriaguez nao afeta a imputabilidade do agente, ou seja, 0 agente é considerado imputédvel. Trata-se, ainda, de circunstancia agravante da pena (a pena, portanto, sera aumentada em razao de tal fato). br Bde71 Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos ‘eoria Aula 01 - Prof. Vejamos 0 seguinte esquema: SITUACAO. CAUSA RESULTADO VOLUNTARIA, (potosaou «SSCS PUTAVEL ela Sy ipurAvers [ee a a COMPLETA = INIMPUTAVEL_ ACIDENTAL (CASO Sac IMPUTAVEL COM FORCA MAIOR) (_oeamaon) CAUSA BE PARCIAL DIMINUICAO DE rena Importante destacar que o CP exige que EM RAZAO da embriaguez decorrente de caso fortuito ou forga maior o agente esteja INTEIRAMENTE INCAPAZ de entender o carater ilicito do fato ou de determinar-se conforme este entendimento. Em qualquer dos dois casos de embriaguez acidental, no ser4 possivel aplicagao de medida de seguranca, pois essa visa ao tratamento do agente lerado doente, e que oferece risco a sociedade. No caso da embriaguez acidental, o agente é sadio, tendo ingerido alcool por caso fortuito ou forga maior. = Ea embriaguez patolégica? A embriaguez patolégica pode excluir a imputabilidade, desde que se configure como embriaguez verdadeiramente doentia (nao apenas embriaguez habitual). Nesse caso, o agente sera tratado como doente mental. 1.3.2 Potencial consciéncia da ude A potencial consciéncia da ilicitude é a possibilidade (dai o termo “potencial”) de o agente, de acordo com suas caracteristicas, conhecer o caréter ilicito do fato®. Nao se trata do parametro do homem médio, mas de uma andlise da pessoa do agente. Assim, aquele que é formado em Direito, em tese, ® BACIGALUPO, Enrique. Manual de Derecho penal. Ed. Temis S.A., tercera reimpressién. Bogota, 1996, p. 153 9de71 Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos tem maior potencial consciéncia da ilicitude que aquele que nunca saiu de uma aldeia de pescadores e tem pouca instrucao. E claro que isso varia de pessoa para pessoa e, principalmente, de crime para crime, pois alguns séo do conhecimento geral (homicidio, roubo), e outros nem todos conhecem (bigamia, por exemplo). Quando 0 agente age acreditando que sua conduta nao é penalmente ilicita, comete (art. 21 do CP), que veremos mais a frente. 1.3.3 Exigibilidade de conduta diversa N&o basta que o agente seja imputavel, que tenha potencial conhecimento da ilicitude do fato, 6 necessrio, ainda, que o agente pudesse agir de outro modo. EXEMPLO: imagine a situaciio de uma mae que vé seu filho clamar por comida e, diante disso, rouba um cesto de paes. Nesse caso, a mae era maior de idade, sabia que a conduta era ilicita, mas ndo se podia exigir que, naquelas circunstancias, agisse de outro modo. Dessa forma, nesse caso, sua culpabilidade estaria excluida (isso sem comentar o principio da bagatela, que excluiria a prépria tipicidade, por auséncia de lesdo tuteldvel. Mas isso dependeria da andlise de outros fatores do caso concreto). Esse elemento da culpabilidade fundamenta duas causas de exclusdéo da culpabilidade: » Coacdo MORAL irresistivel - Ocorre quando uma pessoa coage outra a praticar determinado crime, sob a ameaca de Ihe fazer algum mal grave. Ex.: Alberto coloca uma arma na cabega de Poliana e diz que se ela nao atirar em Romeu, matara seu filho, que esta sequestrado por seus comparsas. Nesse caso, ndo se pode exigir de Poliana que deixe de atirar em Romeu, pois esta sob ameaca de um mal gravissimo (morte do filho). > Obediéncia hierarquica - £ 0 ato cometido por alguém em cumprimento a uma ordem ilegal proferida por um_ superior hari. Clade 'A ordem nao pode ser MANIFESTAMENTE . Se aquele que cumpre a ordem sabe que esté cometendo uma ordem ilegal, responde pelo crime juntamente com aquele que deu a ordem. Se a ordem nao é manifestamente ilegal aquele que apenas a cumpriu estaré acobertado pela excludente de culpabilidade da inexigibilidade de conduta diversa. CUIDADO! Nesse caso (obediéncia hierérquica), sé se aplica aos funcionarios ptblicos, nao aos particulares! Prof. Renan Araujo 10 de 71 Aula 01 - Prof. Com relagio a coacéo mora irresistivel, vocés podem perceber que eu coloquei a express&o “MORAL” em caixa alta. Foi para deixar BEM CLARO que somente a coacdo MORAL irresistivel é que exclui a culpabilidade (por inexigibilidade de conduta diversa). A coac&o FISICA irresistivel NAO EXCLUI A CULPABILIDADE. A coacdo FISICA irresistivel EXCLUI 0 FATO TIPICO, pois 0 fato ndo serd tipico por auséncia de CONDUTA, jé que nao ha vontade. 2.1 Erro de tipo essencial Sabemos que o crime, em seu conceito analitico, € formado basicamente por trés elementos: fato tipico (para alguns, tipicidade, mas a nomenclatura aqui é irrelevante), ilicitude e culpabilidade. Quando o agente comete um fato que se amolda perfeitamente a conduta descrita no tipo penal (direta ou indiretamente), temos um fato tipico e, como disse, estaré presente, portanto, a tipicidade. Pode ocorrer, entretanto, que o agente pratique um fato tipico por equivoco! Isso mesmo! O agente pratica um fato considerado tipico, mas o faz por ter incidido em erro sobre algum de seus elementos. O grroldeltipolé = Fepresentacdo/errénea/darealidade, na qual o agente acredita ndo se verificar a presenca de um dos elementos essenciais que compéem o tipo penal. EXEMPLO: Imaginemos o crime de desacato: Art. 331 - Desacatar funciondrio piiblico no exercicio da fungéo ou em razao dela Pena - detengio, de seis meses a dois anos, ou multa. Imaginemos que o agente desconhecesse a condig&o de funcionério publico da vitima. Nesse caso, houve erro de tipo, pois o agente incidiu em erro sobre elemento essencial do tipo penal. , pois 0 agente pode desconhecer sua condig&o de garantidor no caso concreto® (aquele que tem o dever de impedir 0 resultado). EXEMPLO: Imagine que uma mée presencie o estupro da prépria filha, mas nada faca, por ndo verificar tratar-se de sua filha. Nesse caso, a mée incidiu em erro de tipo, pois errou na representacdo da realidade fatica acerca de elemento que constitufa o tipo penal. Ou seja, ndo identificou que a vitima era sua filha, elemento este que faria surgir seu dever de intervir. © BITENCOURT, Op. cit., p. 512 Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br ii de7t 3 rue Jatento! ATENCAO! Quando 0 erro incidir sobre elemento normativo do tipo’, ha divergéncia na Doutrina! Parte entende que continua se tratando de erro de tipo. Outra parte da Doutrina entende que nao se trata de erro de tipo, mas de erro de proibic&o, pois o agente estaria errando acerca da licitude do fato®. Exemplo: O art. 154 do CP diz 0 seguinte: Art. 154 - Revelar alguém, segredo, de que tem ciéncia em razao de funciio, ministério, oficio ou profissao, e cuja revelac3o possa produzir dano a outrem: Pena - detencSo, de trés meses a um ano, ou multa. Nesse caso, o elemento “sem justa causa” é elemento normativo do tipo. Se 0 médico revela um segredo do paciente para um parente, acreditando que este podera ajuda-lo, e faz isso apenas para o bem do paciente, acreditando haver justa causa, quando na verdade o parente é um tremendo fofoqueiro que s6 quer difamar 0 paciente, o médico incorreu em erro de tipo, pois acreditava estar agindo com justa causa, que nao havia. Porém, como disse a vocés, parte da doutrina entende que aqui se trata de erro de proibicéio. Mas a teoria que prevalece é a de que se trata mesmo de erro de O erro de tipo pode ser: + Escusdvel - Quando o agente nao poderia conhecer, de fato, a presenga do elemento do tipo. Exemplo: “A” entra numa loja e ao sair, verifica que esqueceu sua bolsa. Ao voltar, A encontra uma bolsa idéntica 4 sua, e a leva embora. Entretanto, “A” ndo sabia que essa bolsa era de “B”, que estava olhando revistas distraida, tendo sua bolsa sido levada por outra pessoa no momento em que saiu da loja pela primeira vez. Nesse caso, “A” nao tinha como imaginar que alguém, em to pouco tempo, haveria furtado sua bolsa e que outra pessoa deixaria no mesmo lugar uma bolsa idéntica. Nesse caso, “A” incorreu em erro de tipo escusavel, pois nao poderia, com um exercicio mental razoavel, saber que aquela nao era sua bolsa. + Inescusavel - Ocorre quando o agente incorre em erro sobre elemento essencial do tipo, mas poderia, mediante um esforcgo mental razo4vel, néo ter agido desta forma. Exemplo: Imaginemos que Marcelo esteja numa reparticao publica e acabe por desacatar funcionério publico que lé estava. Marcelo nao sabia que se tratava de funcionario ptiblico, mas mediante esforco mental minimo 7 Com relacao a estes termos, CEZAR ROBERTO BITENCOURT os considera como “elementos normativos especiais da ilicitude”. Para o autor, elementos normativos seriam aqueles que demandam mero juizo de valor acerca de um objeto (saber que o documento falsificado é puiblico, por exemplo, no crime de falsificac3o de documento publico). Termos como “indevidamente”, “sem justa causa”, etc., seriam antecipagio da ilicitude do fato inseridas dentro do tipo penal. (BITENCOURT, Op. cit., p. 350). Fica apenas o registro, j4 que a Doutrina majoritaria entende que tais expressées sao elementos normativos do tipo penal. Ver, por todos: GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Op. cit., p. 211, ® BITENCOURT, Op. 514/515 Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br i2de74 poderia ter chegado a esta conclusdo, analisando a postura da pessoa com quem falava e 0 que a pessoa fazia no local. Assim, Marcelo incorreu em erro de tipo inescusdvel, e responderia por crime culposo, caso houvesse previsdo de desacato culposo (nao ha). Assim, lembrem-s Pode ser que se utilize o termo “Erro sobre elemento constitutive do tipo penal”. Eu prefiro essa nomenclatura, mas ela nao é utilizada sempre. ATENGAO! Existe, ainda, 0 que se convencionou chamar de “erro de tipo permissivo”. O que & isso? O erro de “tipo permissivo” é 0 erro sobre os pressupostos objetivos de uma causa de justificacdo (excludente de ilicitude). Assim, 0 erro de “tipo permissivo” seria, basicamente, uma descriminante putativa. Fala-se em “tipo permissive” em razdo da teoria dos elementos negativos do tipo, surgida na Alemanha no comego do século passado. Para esta teoria, as causas de exclusdo da ilicitude seriam elementos NEGATIVOS do tipo. Ou seja, enquanto o “tipo incriminador” propriamente dito seria a descrigéio da conduta proibida, as excludentes de ilicitude corresponderiam a “ressalvas” a ilicitude da conduta. Desta forma, o que a Doutrina quis dizer foi que, basicamente, quando o art. 121 do CP diz que “matar alguém” é crime, ele na verdade quer dizer que “matar alguém é crime, exceto se houver alguma causa de justificacao”. Esta é uma teoria que conta com alguns adeptos e, independentemente disso, 0 fato é que o termo “erro de tipo permissivo” é largamente utilizado e, portanto, digno de nota! 2.2 Erro de tipo acidental © erro de tipo acidental nada mais é que um erro na execugio do fato criminoso ou um desvio no nexo causal da conduta com o resultado”. Pode se apresentar de diversas formas: ° GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Op. cit., p. 376 Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 71 2.2.1 Erro sobre a pessoa (error in persona’ Aqui o agente pratica o ato contra pessoa diversa da pessoa visada, por confundi-la com a pessoa que deveria ser 0 alvo do delito. Neste caso, o erro & irrelevante, pois 0 agente responde como se tivesse praticado o crime CONTRA A PESSOA VISADA. Essa previsdo esta no art. 20, §3° do CP. Aqui 0 sujeito executa perfeitamente a conduta, ou seja, nao existe falha na execugao do delito. O erro esta em momento anterior (na representagao mental da vitima). Ex.: Jodo quer matar seu pai, pois esta com raiva em raz&o da partilha dos bens de sua mae. Joo fica na espreita e, quando vé uma pessoa chegar, acreditando ser seu pai, mira bem no cranio ¢ lasca um balaco certeiro, fazendo com que a vitima caia desfalecida. Apés, verifica que a pessoa néo era seu pai, mas seu irmao. Neste caso 0 agente respondera como se tivesse praticado o delito contra seu pai (pessoa visada) e nao pelo homicidio contra seu irm&o. Trata-se da teoria da equivaléncia. 2.2.2 Erro sobre o nexo causal No erro sobre 0 nexo causal o agente alcanga o resultado efetivamente pretendido, mas em razo de um nexo causal diferente daquele que o agente planejou. Pode ser de duas espécies: 2.2.2.1 Etro sobre o nexo causal em sentido estrito Aqui 0 agente, com um sé ato, provoca o resultado pretendido (mas com nexo causal diferente). Ex.: José dispara dois tiros contra Maria, visando sua morte. Maria, em razéo dos disparos, cai na piscina, e morre por afogamento. © agente responde pelo que efetivamente ocorreu (morte por afogamento).1” 2.2.2.2 Dolo geral ou aberratio causae Aqui temos 0 que se chama de DOLO GERAL OU SUCESSIVO. E 0 engano no que se refere ao meio de execugao do delito. Ocorre quando o agente, acreditando ja ter ocorrido o resultado pretendido, pratica outro ato, mas ao final verifica que este ultimo foi o que provocou o resultado. Ex.: O agente atira contra a vitima, visando sua morte. Acreditando que a vitima j4 morreu, atira 0 corpo num rio, visando sua ocultaggo. Mais tarde, 2° Por todos, GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Curso de Direito Penal. JusPodivm. Salvador, 2015, p. 380 Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 14 de 74 descobre-se que esta ultima conduta foi a que causou a morte da vitima, por afogamento, pois ainda estava viva. Embora, tenhamos dois crimes (um homicidio doloso tentado na primeira conduta e um homicidio culposo consumado na segunda conduta), a Doutrina majoritaria entende que o agente responde por apenas um crime, pelo crime originalmente previsto (homicidio doloso consumado""), tendo sido adotada a TEORIA UNITARIA (ou principio unitario).'* Mas qual 0 nexo causal que se deve considerar? O pretendido ou o efetivamente ocorrido? Embora nao haja unanimidade, prevalece o entendimento de que deve o agente responder pelo nexo causal efetivamente ocorrido (e nao pelo pretendido)."? 2.2.3 Erro na execucao (aberratio ictus Aqui 0 agente atinge pessoa diversa daquela que fora visada, néo por confundi-la, mas por ERRAR NA HORA DE EXECUTAR O DELITO. Imagine que 0 agente, tentando acertar “A”, erre o tiro e acaba acertando “B”. No erro sobre a pessoa 0 agente nao “erra o alvo”, ele “acerta 0 alvo”, mas 0 alvo foi confundido. SAO COISAS DIFERENTES! A aberratio ictus pode decorrer de mero acidente durante a execucéo do delito (no houve ma execugao pelo infrator, mas mero acidente). Ex.: José deseja matar Maria. Sabendo que Maria usa seu carro todas as mans para ir ao trabalho, coloca uma bomba no veiculo, que seré acionada assim que for dada a partida no carro. Maria, contudo, nao usa o carro naquele dia, e quem acaba ligando o veiculo é seu marido, que vem a falecer em razéo da bomba. Vejam que, aqui, o agente ndo errou na hora de executar o ato criminoso, mas acabou atingindo pessoa diversa em razio de acidente no curso da empreitada criminosa. Nesse caso, assim como no erro sobre a pessoa, o agente responde pelo crime originalmente pretendido. Esta é a previsdo do art. 73 do CP™. + GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal. Volume 1. Ed. Impetus. Niterdi-RJ, 2015, p. 360 ® Doutrina minoritaria (mas muito importante) sustenta que o agente deva responder por dois crimes em concurso: homicidio doloso tentado (primeira conduta) + homicidio culposo consumado (segunda conduta). Trata-se da adocao da teoria do desdobramento. + GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Curso de Direito Penal. JusPodivm. Salvador, 2015, p. 380/381 “art. 73 - Quando, por acidente ou erro no uso dos meios de execugao, o agente, ao invés de atingir a pessoa que pretendia ofender, atinge pessoa diversa, responde como se tivesse praticado © crime contra aquela, atendendo-se ao disposto no § 3° do art. 20 deste Cédigo. No caso de ser também atingida a pessoa que o agente pretendia ofender, aplica-se a regra do art. 70 deste Codigo. (Redacao dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 71 Aula 01 - Prof. No que tange as consequéncias, o erro na execucaio pode ser de duas ordens: 2.2.3.1 Erro sobre a execugéio com unidade simples (Aberratio ictus de resultado Unico) O agente atinge somente a pessoa diversa daquela visada. Neste caso, responde como se tivesse atingido a pessoa visada (e nao aquela efetivamente atingida), da mesma forma como ocorre no erro sobre a pessoa. EXEMPLO: José quer lesionar Maria, ¢ atira contra ela uma pedra. Todavia, erra © alvo e acaba acertando Paulo. Neste caso, José responde pela les%o corporal praticada. Todavia, devemos levar em considerag&o as condigées pessoais de Maria, no as de Paulo, na hora de aplicar a pena. Assim, se Maria era a mae de José, José tera sua pena agravada (crime praticado contra ascendente, art. 61, II, “e” do CP), mesmo no tendo atingido Maria. 2.2.3.2 Erro sobre a execugéio com unidade complexa (Aberratio ictus de resultado duplo) O agente atinge a vitima naéo visada, mas atinge também a vitima originalmente pretendida. Nesse caso, responde pelos dois crimes, em CONCURSO FORMAL. EXEMPLO: José quer lesionar Maria, e atira contra ela uma pedra. Todavia, além de acertar Maria, a pedra acaba acertando também Paulo, que passava na hora. Neste caso, José responde pelos dois crimes. 2.2.4 Erro sobre o crime ou resultado diverso do pretendido (aberratio delicti ou aberratio criminis Aqui o agente pretendia cometer um crime, mas, por acidente ou erro na execugdo, acaba cometendo outro. Aqui hd uma relagdo de pessoa x coisa (ou coisa x pessoa). Na aberratio ictus ha uma relagéo de pessoa x pessoa. Pode ser de duas espécies: 2.2.4.1 Com unidade simples agente atinge apenas o resultado NAO PRETENDIDO. O agente responde apenas por um delito, da seguinte forma: * Pessoa visada, coisa atingida - Responde pelo dolo em relac&o 4 pessoa (tentativa de homicidio ou lesées corporais). Ex.: José atira contra Maria, querendo sua morte. Contudo, erra na execugao e acaba por atingir uma planta. Neste caso, José responde apenas pela tentativa de homicidio. 16 de 74 Prof. Renan Araujo Aula 01 - Prof. * Coisa visada, pessoa atingida - Responde apenas pelo resultado ocorrido em relagao a pessoa. Ex.: Imagine que alguém atire uma pedra num veiculo parado, com o dolo de danifica-lo (art. 163 do CP). Entretanto, o agente erra 0 alvo e atinge o dono, que estava perto, causando-Ihe a morte (art. 121, §3° do CP). Nesse caso, 0 agente acaba por cometer CRIME DIVERSO DO PRETENDIDO. Respondera apenas pelo crime praticado efetivamente (homicidio culposo). 2.2.4.2 Com unidade complexa © agente atinge tanto 0 alvo (coisa ou pessoa) quanto a coisa (ou pessoa) no pretendida. Aplica-se, neste caso, a mesma regra do erro na execucéo: atingindo ambos os bens juridicos (0 pretendido e o nao pretendido) respondera por AMBOS OS CRIMES, em CONCURSO FORMAL (art. 70 do CP).'° CUIDADO! Se o agente visa atingir uma pessoa (lesées corporais, por exemplo) e, além de atingir a pessoa visada, acaba também quebrando uma wee ele NAO sesponde Ps les6es corporais dolosas + dano culposo, pois 2.2.5 Erro sobre o objeto (error in objecto| Aqui o agente incide em erro sobre a COISA visada, sobre o objeto material do delito. Ex.: O agente pretende subtrair uma valiosa obra de arte. Entra a noite na residéncia mas acaba furtando um quadro de pequeno valor, por confundir com a obra pretendida. O CP nao previu esta hipdtese de erro, mas diante de sua possibilidade fatica, a Doutrina se debrugou sobre o tema. Uma vez ocorrendo erro sobre o objeto, nao ha qualquer relevancia para fins de afastamento do do dolo ou da culpa, bem como nao se afasta a culpabilidade. O agente responder4 pelo delito. Mas qual delito? Neste caso, ha divergéncia doutrinaria. A doutrina majoritaria, porém, sustenta que o agente deve responder pela conduta efetivamente praticada (independentemente da coisa visada). Assim, no exemplo anterior, o agente responderia pelo furto do quadro de pequeno valor (e nao pelo furto da obra de arte valiosa). *© GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINT, Alice. Op. cit., p. 379 Prof. Renan Araujo 17 de74 2.3 Erro determinado por terc No erro de tipo o agente comete o erro “sozinho”, ou seja, ndo é induzido a erro por ninguém. No erro determinado (ou provocado) por terceiro o agente erra porque alguém o induz a isso. Neste caso, sé responde pelo delito aquele que provoca o erro. Entende-se que ha, aqui, uma modalidade de autoria mediata, na qual o autor mediato (agente provocador) utiliza o autor imediato (agente provocado, aquele que comete 0 erro) como mero instrumento para seu intento criminoso. Ex.: Determinado médico, querendo a morte do paciente, entrega & enfermeira (dolosamente) uma dose de veneno, e a induz a ministra-lo ao paciente, alegando tratar-se de um sedativo. A enfermeira, sem saber do que se trata, confiando no médico, ministra o veneno. O paciente morre. Neste caso, somente 0 médico (aquele que provocou 0 erro) responde pelo homicidio (neste caso, doloso). A enfermeira, em regra, n&o responde por crime algum, salvo se ficar demonstrado que agiu de forma negligente (por exemplo, se tinha plenas condicdes de saber que se tratava de veneno, ou se podia desconfiar das intengSes do médico, etc.). 2.4 Erro de proibicao A culpabilidade (terceiro elemento do conceito analitico de crime) é formada por alguns elementos, dentre eles, a POTENCIAL CONSCIENCIA DA ILICITUDE. A POTENCIAL CONSCIENCIA DA ILICITUDE é a possibilidade de o agente, de acordo com suas caracteristicas, conhecer 0 cardter ilicito do fato. N&o se trata do parametro do homem médio, MAS DE UMA ANALISE DA PESSOA DO AGENTE uando o agente age acreditando que sua conduta no é ilicita, comete (art. 21 do CP). O erro de pr 0 pode ser: » Escusavel - Nesse caso, era impossivel aquele agente, naquele caso concreto, saber que sua conduta era contrdria ao Direito. Nesse caso, exclui-se a culpabilidade e o agente é isento de pena. > Inescusavel - Nesse caso, 0 erro do agente quanto & proibic&io da conduta n&o é téo perdoavel, pois era possivel, mediante algum esforco, entender que se tratava de conduta ilicita. Assim, permanece a culpabilidade, respondendo pelo crime, com pena diminuida de um sexto a um terco (conforme o grau de possibilidade de conhecimento da ilicitude). Prof. Renan Araujo 18 de 74 : Um cidadao, I do interior, encontra um bem (relégio de ouro, por exemplo) ¢ fica com ele para si. Entretanto, mal sabe ele que essa conduta é crime, previsto no CP (apropriacao de coisa achada). Vejamos: Art. 169 - Apropriar-se alguém de coisa alheia vinda ao seu poder por erro, caso fortuito ou forga da natureza: Pena - detencao, de um més a um ano, ou multa. Pardgrafo Unico - Na mesma pena incorre: (...) Apropriagao de coisa achada II - quem acha coisa alheia perdida e dela se apropria, total ou parcialmente, deixando de restitui-la 20 dono ou legitimo possuidor ou de entrega-la 4 autoridade competente, dentro no prazo de 15 (quinze) dias. Percebam que até mesmo uma pessoa de razodvel intelecto é capaz de néo conhecer a ilicitude desta conduta"®. Assim, o agente, diferentemente do que ocorre no erro de tipo, REPRESENTA PERFEITAMENTE A REALIDADE (Sabe que a coisa nao é sua, é uma coisa que foi perdida por alguém), mas ACREDITA QUE A CONDUTA E LicITA. Imaginem, no mesmo exemplo, que o camarada que achou o relégio, na verdade, soubesse que ndo podia ficar com as coisas dos outros, mas acreditasse que © relégio era um relégio que ele tinha perdido horas antes (quando, na verdade, era o relégio de outra pessoa). Nesse caso, o agente sabia que ndo podia praticar a conduta de “se apropriar de coisa alheia perdida” (Nao ha, portanto, erro de proibicéo), mas acreditou que a coisa nao era “alheia”, achando que fosse sua (erro de tipo). Ficou clara a diferenga? O erro de proibicéo pode ser direto (que é a hipdtese mencionada) ou indireto. O erro de proibicdo indireto ocorre quando o agente atua acreditando que existe uma causa de justificag3o que o ampare. Contudo, nao confundam o erro de proibic&o indireto com 0 erro de tipo permissive. Ambos +6 Nao se exige que 0 agente conhega EXATAMENTE a tipificacao penal de sua conduta, bastando que ele saiba que sua conduta é ilicita. Assim, se o agente pratica uma determinada conduta que sabe ser ilicita (embora nao saiba a qual crime se refere), NAO HA ERRO DE PROIBIGAO. Haveria, aqui, 0 que se chama de “erro de subsungao”, que é irrelevante para fins de determinagao da responsabilidade penal do agente. Isso ocorre porque nao se exige do agente que saiba EXATAMENTE a que tipo penal corresponde sua conduta. Basta que se verifique ser possivel ao agente, de acordo com suas caracteristicas pessoas e sociais, saber que sua conduta é ilicita (Isso é 0 que se chama de VALORAGAO PARALELA NA ESFERA DO PROFANO, OU DO LEIGO) Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 19 de74 Aula 01 - Prof. se referem a existéncia de uma causa de justificacao (excludente de ilicitude), mas ha uma diferenga fundamental entre eles: + Erro de tipo permissivo - O agente atua acreditando que, no caso concreto, esto presentes os requisitos faticos que caracterizam a causa de justificacgio e, portanto, sua conduta seria justa. Ex.: José atira contra seu filho, de madrugada, pois acreditava tratar-se de um ladréo (acreditava que as circunstancias faticas autorizariam agir em legitima defesa). + Erro de proibicéo indireto - O agente atua acreditando que existe, EM ABSTRATO, alguma descriminante (causa de justificagdo) que autorize sua conduta. Trata-se de erro sobre a existéncia e/ou limites de uma causa de justificagéo em abstrato. Erro, portanto, sobre o ordenamento juridico'”. Ex.: José encontra-se num barco que esta a naufragar. Como possui muitos pertences, precisa de dois botes, um para se salvar e outro para salvar seus bens. Contudo, Marcelo também esta no barco e precisa salvar sua vida. José, no entanto, agride Marcelo, impedindo-o de entrar no segundo bote, jé que tinha a intencdo de utiliza-lo para proteger seus bens. Neste caso, José nao representou erroneamente a realidade fatica (sabia exatamente o que estava se passando). José, conduta, errou quanto aos limites da causa de justificag&o (estado de necessidade), que nao autoriza o sacrificio de um bem maior (vida de Marcelo) para proteger um bem menor (pertences de José). 2.5 Descriminante putativa x delito putativo Nao se deve confundir descriminante putativa com delito putativo. As descriminantes putativas s&o quaisquer situagées nas quais o agente incida em erro por acreditar que esté presente uma situacdo que, se de fato existisse, tornaria sua aco legitima (a doutrina majoritdria limita estes casos as excludentes de ilicitude). EXEMPLO: Imagine que 0 agente esté numa casa de festas e ouga gritos de “fogo"! Supondo haver um incéndio, corre atropelando pessoas, agredindo quem esté na frente, para poder se salvar. Na verdade, tudo nao passava de um trote. Nesse caso, o agente agrediu pessoas (moderadamente, é claro), para se salvar, supondo haver uma situag3o que, se existisse (incéndio) justificaria a sua conduta (estado de necessidade). Dessa forma, ha uma descriminante putativa por estado de necessidade putativo (descriminante putativa). No delito putative acontece exatamente o oposto do que ocorre no erro de tipo, no erro de proibigdo e nas descriminantes putativas (seja de que natureza *7 BITENCOURT, Op. ci 524/525 Prof. Renan Araujo 20 de 74 forem). O agente acredita que esté cometendo o crime, quando, na verdade, esta cometendo um INDIFERENTE PENAL. EXEMPLO: Um cidadao, sem querer, esbarra no carro de um terceiro, causando danos no veiculo. Com medo de ser preso, foge. Na verdade, ele acredita que esta cometendo crime de DANO CULPOSO, mas nao sabe que o CRIME DE DANO CULPOSO NAO EXISTE. Portanto, hd, aqui, DELITO PUTATIVO. DESCRIMINANTES Agente acredita nao estar cometendo crime PUTATIVAS algum, por incidir em erro. Contudo, esta praticando uma conduta tipica e ilicita. DELITO PUTATIVO Agente comete um INDIFERENTE PENAL, mas acredita estar praticando crime. 3 DISPOSITIVOS LEGAIS IMPORTANTES CODIGO PENAL % Arts, 26 a 28 do CP - Tratam da inimputabilidade penal: Inimputdveis Art. 26 - E isento de pena o agente que, por doenca mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, 20 tempo da ado ou da omissao, inteiramente incapaz de entender 0 caréter ilicito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento, (Redagao dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) Reducao de pena Paragrafo tinico - A pena pode ser reduzida de um a dois tercos, se o agente, em virtude de perturbacdo de satide mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado néo era inteiramente capaz de entender o carater ilicito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.(Redaco dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) Menores de dezoito anos Art. 27 - Os menores de 18 (dezoito) anos so penalmente inimputdveis, ficando sujeitos 8s normas estabelecidas na legislacio especial. (Redacéo dada pela Lei n° 7.209, de 11,7.1984) Emogio e paixéo Art. 28 - No excluem a imputabilidade penal: (Redago dada pela Lei n° 7.209, de 11,7.1984) I - a emogio ou a paixéo; (Redagdo dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) Embriaguez II - 2 embriaguez, voluntéria ou culposa, pelo dlcool ou substéncia de efeitos andlogos.(Redagao dada pela Lei n® 7.209, de 11.7.1984) Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Bide 74 § 19 E isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou forca maior, era, ao tempo da aca0 ou da omissao, inteiramente incapaz de entender 0 caréter ilicito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.(Redacao dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) § 2° - A pena pode ser reduzida de um a dois tercos, se o agente, por embriaguez, proveniente de caso fortuito ou forca maior, n&o possula, a0 tempo da acdo ou da omissao, 2 plena capacidade de entender o caréter illcito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.(Redacao dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984); ’} Arts. 20 e 21 do CP - Tratam do erro (em suas mais variadas formas): Erro sobre elementos do tipo(Reda¢ao dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) Art, 20 - 0 erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite @ punicao por crime culposo, se previsto em lei. (Redacao dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) Descriminantes putativas(Incluido pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) § 10 - E isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunstancias, supée situaco de fato que, se existisse, tornaria a aco legitima. No ha isengo de pena quando 0 erro deriva de culpa e o fato & punivel como crime culposo.(Redacio dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) Erro determinado por terceiro (Incluido pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) § 29 - Responde pelo crime o terceiro que determina o erro, (Redaco dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) Erro sobre a pessoa(Incluido pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) § 30 - 0 erro quanto 4 pessoa contra a qual o crime é praticado nao isenta de pena. Nao se consideram, neste caso, as condigées ou qualidades da vitima, seno as da pessoa contra quem o agente queria praticar o crime. (Incluido pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) Erro sobre a ilicitude do fato(Redacao dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusdvel. O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitdvel, isenta de pena; se evitdvel, poderd diminui-la de um sexto a um terco. (Redacéo dada pela Lei n° 7,209, de 11.7.1984) Paragrafo Unico - Considera-se evitével o erro se o agente atua ou se omite sem a consciéncia da ilicitude do fato, quando Ihe era possivel, nas circunstancias, ter ou atingir essa consciéncia. (RedagSo dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) 4 SUMULAS PERTINENTES 4.1 Samulas do STJ % Samula 74 do STJ - 0 ST) sumulou entendimento no sentido de que o reconhecimento da menoridade penal depende de prova por documento habil (certid’o de nascimento, carteira de identidade, etc.). Uma vez reconhecida a menoridade penal, o processo deve ser anulado e o agente submetido ao regramento especial do ECA. Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 71 Aula 01 - Prof. ‘Sumula 74 do STJ - PARA EFEITOS PENAIS, O RECONHECIMENTO DA MENORIDADE DO. REU REQUER PROVA POR DOCUMENTO HABIL. CULPABILIDADE CONCEITO - Juizo de reprovabilidade acerca da conduta do agente, considerando-se suas circunstancias pessoais. TEORIAS PSICOLOGICA Imputabilidade (pressuposto) + dolo ou culpa PSICOLOGICO- | Imputabilidade + exigibilidade de conduta diversa + culpa + NORMATIVA dolo natural (consciéncia e vontade) + dolo normativo (consciéncia da ilicitude) EXTREMADA —Imputabilidade + exigibilidade de conduta diversa + dolo normativo (POTENCIAL consciéncia da ilicitude)"® LIMITADA Mesmos elementos da_teoria, ADOTADA PELO CP extremada + divergéncia quanto ao tratamento das descriminantes putativas decorrentes de erro sobre pressupostos faticos (entende que devem ser tratadas como erro de tipo, e no erro de proibigio). ELEMENTOS IMPUTABILIDADE - Capacidade mental de entender o caréter ilicito da conduta e de comportar-se conforme o Direito. Critérios para afericéo da imputabilidade: BIOLOGIO Basta a existéncia de uma caracteristica biolégica (doenga mental ou determinada idade) para que o agente seja inimputavel. (OBS!: Adotado pelo CP em relacao a inimputabilidade por menoridade penal. *8 0 dolo natural (a mera vontade e consciéncia de praticar a conduta definida como crime) migra, portanto, para o fato tipico, como elemento integrante da conduta Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 23 de7t Aula Prof PSICOLOGICO _Sé se pode aferir a imputabilidade (ou n&o), na anélise do caso concreto (se o agente tinha discernimento). BIOPSICOLOGICO Conjuga a presenga de um elemento biolégico (doenca mental ou idade) com a necessidade de se avaliar se 0 agente, no caso concreto, tinha discernimento. (OBS!: Adotado pelo CP em relac&o a inimputabilidade por doenca mental e embriaguez decorrente de caso fortuito ou forca maior. OBS.: Em qualquer caso, a inimputabilidade 6 aferida no momento do fato criminoso. Causas de inimputabilidade penal (exclusao da imputabilidade) Menoridade penal - Sao inimputaveis os menores de 18 anos (critério biolégico) Doenca mental e Desenvolvimento mental incompleto ou retardado - Requisitos: * Que o agente possua a doenca (critério biolégico) + Que o agente seja inteiramente incapaz de entender o carater ilicito do fato QU inteiramente incapaz de determinar-se conforme este entendimento (critério psicolégico) BSE Se, em decorréncia da doenga, o agente tinha discernimento PARCIAL (semi-imputabilidade), NAO E ISENTO DE PENA (no afasta a imputabilidade). Neste caso, ha redugdo de pena (um a dois tercos). Embriaguez ~ Requisitos: * Que o agente esteja completamente embriagado (critério biolégico) * Que se trate de embriagues decorrente de caso fortuito ou forca maior * Que o agente seja inteiramente incapaz de entender o carater ilicito do fato OU inteiramente incapaz de determinar-se conforme este entendimento (critério psicolégico) (BSH Se, em decorréncia da embriaguez, o agente tinha discernimento PARCIAL (semi-imputabilidade), NAO E ISENTO DE PENA (no afasta a imputabilidade). Neste caso, ha redugiio de pena (um a dois tergos). Esquema: Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 7t sem DISCERNIMENTO INIMPUTAVEL "ALGUM DISCERNIMENTO REDUCAO DE PENA (UM al PARCIAL DoIsTERCOS) NAO AFASTA A IMPUTABILIDADE ‘SEM DISCERNIMENTO osscerwmenro | _RFOUCKODERENA PARCAL um POTENCIAL CONSCIENCIA DA ILICITUDE - Possibilidade de o agente, de acordo com suas caracteristicas, conhecer o carater ilicito do fato. Quando o agente atua acreditando que sua conduta nao é penalmente ilicita, comete erro de proibigao. "RCIDENTAL INIMPUTAVEL (caso FORTUITO EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA - Nao basta que o agente seja imputavel e que tenha potencial conhecimento da ilicitude do fato, é necessério, ainda, que o agente pudesse agir de outro modo. Nao havendo tal elemento, afastada esta a culpabilidade. Exemplos: = Coacgéo MORAI stivel - Ocorre quando uma pessoa coage outra a praticar_determinado crime, sob a ameaca de Ihe fazer algum mal grave. A coacéo FISICA irresistivel NAO EXCLUI A CULPABILIDADE. A coacao FISICA irresistivel EXCLUI O FATO T{PICO, por auséncia de vontade (auséncia de conduta). + Obediéncia hierarquica - £ 0 ato cometido por alguém em cumprimento a uma ordem nao manifestamente ilegal proferida por um superior hierarquico. OBS! prevalece que sé se aplica aos funcionarios publicos. ERRO ERRO DE TIPO ESSENCIAL - 0 agente pratica um fato considerado tipico, mas o faz por ter incidido em erro sobre algum de seus elementos. E a representacdo errénea da realidade. O erro de tipo pode ser: = Escusavel - Quando o agente nao poderia conhecer, de fato, a presenca do elemento do tipo. Qualquer pessoa, nas mesmas condicées, cometeria © mesmo erro. 25 de 74 Prof. Renan Araujo Aula 01 - Prof. + Inescusavel - Ocorre quando o agente incorre em erro sobre elemento essencial do tipo, mas poderia, mediante um esforco mental razoavel, néo ter agido desta forma. OBS# Erro de tipo permissivo - 0 erro de “tipo permissivo” é 0 erro sobre os pressupostos objetivos de uma causa de justificacéio (excludente de ilicitude). ERRO DE TIPO ACIDENTAL - 0 erro de tipo acidental nada mais é que um erro. na execugao do fato criminoso ou um desvio no nexo causal da conduta com o resultado. Pode ser: Etro sobre a pessoa (error in persona) - Aqui o agente pratica o ato contra pessoa diverea da peseoa visada, por GOHFURWEI com pessoa que deveria ser 0 alvo do delito. Nao existe falha na execug&o, mas na escolha da vitima. CONSEQUENCIA - O agente responde como se tivesse praticado o crime CONTRA A PESSOA VISADA (teoria da equivaléncia). Erro sobre o nexo causal - O agente alcanca o resultado efetivamente pretendido, mas em razao de um nexo causal diferente daquele que o agente Planejou. Pode ser de duas espécies: «= Erro sobre o nexo causal em sentido estrito - Com um so ato, provoca © resultado pretendido (mas com nexo causal diferente). * Dolo geral ou aberratio causae - Também chamado de DOLO GERAL OU SUCESSIVO. Ocorre quando o agente, acreditando jé ter ocorrido o resultado pretendido, pratica outro ato, mas ao final verifica que este ultimo foi o que provocou o resultado. CONSEQUENCIA: Responde por apenas um crime (ha posigdes em contrario), pelo crime originalmente previsto (TEORIA UNITARIA ou principio unitario). Responde, ainda, de acordo com 0 nexo causal efetivamente ocorrido. Erro na execugdo (aberratio ictus) - Aqui o agente atinge pessoa diversa daquela que fora visada, nao por confundi-la, mas por ERRAR NA HORA DE EXECUTAR © DELITO. Pode ser de duas espécies: + Erro sobre a execucéo com unidade simples (Aberratio ictus de resultado nico ou em sentido estrito) - 0 agente atinge somente a pessoa diversa daquela visada. + Erro sobre a execucio com unidade complexa (Aberratio ictus de resultado duplo ou em sentido amplo) - 0 agente atinge a vitima nao visada, mas atinge também a vitima originalmente pretendida. Nesse caso, responde pelos dois crimes, em CONCURSO'FORMAL. Erro sobre o crime ou resultado diverso do pretendido (aberratio delicti ou aberratio criminis) - Aqui o agente pretendia cometer um crime, mas, por Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 26 de 7 Aula 01 - Prof. acidente ou erro na execug&o, acaba cometendo outro. Aqui ha uma relagao de pessoa x coisa (ou coisa x pessoa). Pode ser de duas espécies: = Com unidade simples - O agente atinge apenas o resultado NAO PRETENDIDO. O agente responde apenas por um delito, da seguinte forma: > Pessoa visada, coisa atingida - Responde pelo dolo em relacdo a pessoa (tentativa de homicidio ou lesées corporais). > Coisa visada, pessoa atingida - Responde apenas pelo resultado ocorride em relagéo a pessoa. + Com unidade complexa - 0 agente atinge tanto 0 alvo (coisa ou pessoa) quanto a coisa (ou pessoa) ndo pretendida. Responderé por AMBOS OS CRIMES, em CONCURSO FORMAL. Erro sobre o objeto (error in objecto) - Aqui o agente incide em erro sobre a COISA visada, sobre o objeto material do delito. Prevalece que ndo ha qualquer relevancia para fins de afastamento do do dolo ou da culpa, bem como ndo se afasta a culpabilidade. CONSEQUENCIA: A doutrina majoritaria (ha divergéncia) sustenta que o agente deve responder pela conduta efetivamente praticada (independentemente da coisa visada). ERRO DETERMINADO POR TERCEIRO - No erro determinado (ou provocado) por terceiro o agente erra porque alguém o induz a isso. Sé responde pelo delito aquele que provoca o erro (modalidade de autoria mediata). ERRO DE PROIBICAO - Quando o agente age acreditando que sua conduta nao é ilicita, comete ERRO DE PROIBICAO (art. 21 do CP). O erro de proibicg&o pode ser: * Escusavel - Qualquer pessoa, nas mesmas condicées, cometeria o mesmo erro. Afasta a culpabilidade (agente fica isento de pena). = Inescusavel - O erro nao é téo perdodvel, pois era possivel, mediante algum esforco, entender que se tratava de conduta penalmente ilicita. Nao afasta a culpabilidade. Hd diminuiggo de pena de um sexto a um terco. BSE Erro de proibicao indireto - ocorre quando o agente atua acreditando que existe uma causa de justificagdo que o ampare. Diferenca entre erro de proibigdo indireto e erro de tipo permissivo: = Erro de tipo permissivo - O agente atua acreditando que, no caso concreto, esto presentes os requisitos faticos que caracterizam a causa de justificacao e, portanto, sua conduta seria justa. Erro de proibic&o indireto - O agente atua acreditando que existe, EM ABSTRATO, alguma descriminante (causa de justificacéo) que autorize sua conduta. Trata-se de erro sobre a existéncia e/ou limites de uma Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 27 de7t causa de justificagdo em abstrato. Erro, portanto, sobre o ordenamento juridico (erro normativo). Bons estudos! Prof. Renan Araujo SNS CY.) 01. (VUNESP - 2015 - MPE/SP - ANALISTA DE PROMOTORIA) Assinale a alternativa correta a respeito da imputabilidade penal. (A) Comprovada a doenga mental ou 0 desenvolvimento mental incompleto ou retardado, o agente sera considerado inimputavel para os efeitos legais. (B) Aos inimputaveis e aos semi-imputaveis, comprovada essa condigéo por pericia médica, sera substituida a pena por medida de seguranca consistente em internag&o em hospital de custédia e tratamento psiquidtrico. (C) A imputabilidade é um dos elementos da culpabilidade, ao lado da potencial consciéncia sobre a ilicitude do fato e a exigibilidade de conduta diversa. (D) A imputabilidade, de acordo com 0 Cédigo Penal, pode se dar por doenga mental, imaturidade natural ou embriaguez do agente. (E) A emogio e a paixdo, além de nao afastarem a imputabilidade penal do agente, podem ser consideradas como circunstancias agravantes no momento da fixacao da pena. 02. (VUNESP - 2015 - PC/CE - ESCRIVAO) No tocante as disposigées do Cédigo Penal relativas a culpabilidade e imputabilidade, é correto afirmar que (A) a pena pode ser reduzida de um a dois tergos se 0 agente, por doenca mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado era, ao tempo da ac&o ou da omissao, inteiramente incapaz de entender o carater ilicito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. (B) a embriaguez culposa pelo dlcool ou substdncia de efeitos andlogos exclui a imputabilidade penal. (C) se 0 fato é cometido sob coagao irresistivel ou em estrita obediéncia a ordem, manifestamente ilegal, de superior hierdrquico, s6 é punivel o autor da coacéo ou da ordem. (D) a pena pode ser reduzida de um a dois tercos se o agente, em virtude de perturbacéo de satide mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado, néo era inteiramente capaz de entender 0 carater ilicito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. (E) a embriaguez voluntaria pelo élcool ou substancia de efeitos andlogos exclui a imputabilidade penal. Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 28 de 71 03. (VUNESP - 2015 - PC/CE - INSPETOR) No tocante as disposiges previstas no Cédigo Penal relativas a culpabilidade, é correto afirmar que (A) se 0 fato é cometido sob coagao irresistivel ou em estrita obediéncia a ordem, ndo manifestamente ilegal, de superior hierarquico, s6 € punivel o autor da coacdo ou da ordem. (B) se 0 fato é cometido sob coagao irresistivel ou em estrita obediéncia a ordem, no manifestamente ilegal, de superior hierérquico, 6 punivel o autor da coacao ou da ordem tendo 0 autor do fato a pena diminuida de um a dois tercos (C) © fato cometido sob coagao irresistivel ou em estrita obediéncia a ordem, nao manifestamente ilegal, de superior hierdrquico, néo excluiu a culpabilidade do autor do fato. (D) se 0 fato é cometido sob coagao irresistivel ou em estrita obediéncia a ordem, mesmo que manifestamente ilegal, de superior hierarquico, s6 é punivel o autor da coacao ou da ordem. (E) seo fato é cometido sob coagao irresistivel ou em estrita obediéncia a ordem, mesmo que manifestamente ilegal, de superior hierdrquico, é punivel o autor da coac&o ou da ordem tendo o autor do fato a pena diminuida de um a dois tergos. 04. (VUNESP - 2015 - PC/CE - INSPETOR) Nos termos do Cédigo Penal, a imputabilidade penal é excluida pela (A) emogao. (B) doenga mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, que torna 0 autor, ao tempo da aco ou da omissao, inteiramente incapaz de entender © carater ilicito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. (C) embriaguez, proveniente de caso fortuito ou forga maior, que privou o autor, ao tempo da acéo ou da omissao, da plena capacidade de entender o cardter ilicito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. (D) embriaguez completa e culposa que torna o autor, ao tempo da acdo ou da omissdo, inteiramente incapaz de entender o cardter ilicito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. (E) paixao. 05. (VUNESP - 2014 - PC-SP - DELEGADO DE POLiCIA) A tese supralegal de inexigibilidade de conduta diversa, se acolhida judicialmente, importa em exclusdo a) da imputabilidade. b) da pena. c) de punibilidade. d) do crime. Prof. Renan Araujo 29de71 : eoria L Aula 01 - Prof. e) de culpabilidade. 06. (VUNESP - 2014 - DPE-MS - DEFENSOR PUBLICO) Agente imputavel e menor de 21 anos a época do fato criminoso ocorrido em 10 de junho de 2006. Foi denunciado como incurso no art. 157, caput, do CP. A dentincia foi recebida em 29 de junho de 2006 e até 01 de julho de 2014 nao havia sido prolatada sentenca. Diante disso, pode-se afirmar que a) ocorreu a pretens&o punitiva estatal, considerado o maximo da pena abstratamente cominada a infracao. b) ocorreré a prescrigfo da pretensdio punitiva estatal somente depois de decorridos seis anos da data supra mencionada (01.07.2014). c) ocorreré a prescrigfo da pretensdo punitiva estatal somente depois de decorridos quatro anos da data supra mencionada (01.07.2014). d) antes da prolaggo da sentenca condenatéria no se pode falar em ocorréncia da pretenso punitiva estatal. 07. (VUNESP - 2014 - TJ-SP - JUIZ) Para 0 Cédigo Penal (art. 20, § 1.9), quando a descriminante putativa disser respeito aos pressupostos faticos da excludente, estamos diante de: a) Excludente de antijuridicidade. b) Erro de tipo. c) Erro de proibicao. d) Excludente de culpabilidade. 08. (VUNESP - 2015 - PC-CE - DELEGADO DE POLicIA) Considere que determinado sujeito, portador de desenvolvimento mental incompleto, ao tempo da aco tinha plena capacidade de entender o carater ilicito do fato, mas era inteiramente incapaz de determinar-se de acordo com esse entendimento - o que fora clinicamente atestado nos autos em pericia oficial. Em consonéncia com o texto legal do art. 26 do CP, ao proferir sentenga deve o juiz reconhecer sua a) inimputabilidade. b) imputabilidade. c) semi-imputabilidade, absolvendo-Ihe e aplicando-Ihe medida de seguranca. d) semi-imputabilidade, condenando-Ihe e aplicando-Ihe pena diminuida. e) semi-imputabilidade, condenando-Ihe e aplicando-Ihe medida de seguranga. 09. (VUNESP - 2013 - TJ-SP - ADVOGADO) Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 30 de 71 Aula 01 - Prof. (O gerente de uma determinada agéncia bancéria, apés longa sesso de tortura psicolégica infligida a ele pelos bandidos, fornece a chave para abertura do cofre da agéncia bancéria. Sua conduta encontra guarida na excludente de; a) ilicitude denominada legitima defesa. b) ilicitude denominada obediéncia hierarquica. ¢) culpabilidade denominada actio /ibera in causa. d) ilicitude denominada coagfo fisica irresistivel. e) culpabilidade denominada coag&o moral irresistivel. 10. (VUNESP - 2013 - PC-SP - PAPILOSCOPISTA POLICIAL) Imagine que Joao confunda seu aparelho de telefone celular com o de seu colega Pedro e, descuidadamente, leve para sua casa 0 aparelho de Pedro. Ao perceber © equivoco, Jodo imediatamente comunica-se com Pedro e informa o ocorrido. No dia seguinte, Joo devolve o aparelho ao colega sem qualquer dano. Analisando a hipétese narrada, é possivel afirmar que Jodo a) cometeu crime de furto, mas nao sera punido em vista do instituto da desisténcia voluntéria. b) nao cometeu crime algum. c) cometeu crime de apropriag&o indébita, mas néo ser punido em vista do instituto da desisténcia voluntdria. d) cometeu crime de furto, mas nao seré punido em vista do instituto do arrependimento eficaz. e) cometeu crime de apropriag&o indébita, mas n&o sera punide em vista do instituto do arrependimento eficaz. 11. (VUNESP - 2009 - TJ-SP - JUIZ) Com relagao a coag&o moral irresistivel, é correto afirmar que a) exclui a culpabilidade. b) exclui a tipicidade. c) exclui a antijuridicidade. d) 0 coato age sem vontade. 12. (VUNESP - 2009 - TJ-SP - JUIZ) © pai que, tendo o filho sequestrado e ameagado de morte, é coagido por sequestradores armados e forcado a dirigir-se a certa agéncia bancéria para efetuar um roubo a fim de obter a quantia necessdria para o pagamento do resgate e livrar o filho do carcere privado em que se encontra pode, em tese, lograr a absolvicéo com base na alegagao de a) inexigibilidade de conduta diversa. b) legitima defesa. Prof. Renan Araujo Bide 74 c) exercicio regular de direito. d) estrito cumprimento de dever legal. 13. (VUNESP - 2008 - DPE-MS - DEFENSOR PUBLICO) "A" foi condenado por crime de roubo. Todavia, apés a prolacéo da sentenca, veio aos autos a prova de que "A" é menor de 18 anos de idade. Nesse caso, a) "A" deve ser absolvido por nao constituir o fato infrac&o penal. b) "A" deve ser absolvido por ser inimputavel. c) deve ser anulada ab initio a aco penal, em razéo da inimputabilidade do autor do fato. d) "A" deve ter declarada extinta a punibilidade. 14. (FCC - 2015 - TCM-GO - PROCURADOR) A respeito das causas excludentes da culpabilidade, é correto afirmar que a) 0 desconhecimento da lei nos crimes culposos isenta o agente de pena. b) 0 erro invencivel sobre a ilicitude do fato no isenta o réu de pena. c) na coacio moral irresistivel o coator responde por dolo e o coacto por culpa. d) as descriminantes putativas excluem a culpabilidade. e) na obediéncia hierdrquica € dispensdvel a existéncia de relacéo de direito pliblico entre superior e subordinado. 15. (FCC — 2015 - TRE-RR - ANALISTA JUDICIARIO) Paulo é estudante de uma determinada faculdade do Estado de Roraima, cursando o primeiro semestre. No inicio deste ano de 2015 Paulo é submetido a um trote académico violento e, amarrado, é obrigado a consumir a forca bebida alcodlica e substancia entorpecente. Apés 0 trote, Paulo, completamente embriagado e incapacitado de entender o cardter ilicito do fato ou de determinar- se de acordo com esse entendimento por conta desta embriaguez e do uso de droga, desloca-se até uma Delegacia de Policia da cidade de Boa Vista, onde tramita um inquérito contra ele por crime de les&o corporal dolosa decorrente de uma briga em uma casa noturna, e oferece R$ 10.000,00 em dinheiro ao Delegado de Policia para que este nao dé prosseguimento as investigacées. Paulo acaba preso em flagrante pela Autoridade Policial. No caso hipotético exposto, Paulo a) praticou crime de corrupcéo ativa e terd a pena reduzida de um a dois tercos no caso de condenagio. b) € isento de pena pelo crime cometido nas dependéncias da Delegacia de Policia. c) praticou crime de corrupsfo ativa e nao terd a pena reduzida no caso de condenacao pela embriaguez. Prof. Renan Araujo concursos.com.br 32de74 Aula 01 - Prof. d) praticou crime de concussdo e nao tera a pena reduzida no caso de condenagéo. €) praticou crime de concusséio e teré a pena reduzida de um a dois tercos no caso de condenacao. 16. (FCC - 2015 - DPE-MA - DEFENSOR PUBLICO) Se 0 agente oferece propina a um empregado de uma sociedade de economia mista, supondo ser funcionério de empresa privada com interesse exclusivamente particular, incide em a) erro sobre a pessoa. b) descriminante putativa. c) erro de tipo. d) erro sobre a ilicitude do fato inevitavel. e) erro sobre a ilicitude do fato evitavel. 17. (FCC - 2015 - TCE-CE - PROCURADOR DE CONTAS) A diferenga entre erro sobre elementos do tipo e erro sobre a ilicitude do fato reside na circunstancia de que a) 0 erro de tipo exclui a culpabilidade, o de fato a imputabilidade. b) 0 erro de tipo exclui o dolo, o de fato a culpabilidade. c) 0 erro de tipo exclui a reprovabilidade da conduta, o de fato o elemento do injusto. d) 0 erro de tipo exclui 0 dolo, o de fato a invencibilidade do erro. e) a discriminante putativa € o que distingue o erro de tipo do erro de fato. 18. (FCC - 2015 - TJ-PE - JUIZ SUBSTITUTO) Em matéria de erro, correto afirmar que a) 0 erro sobre a ilicitude do fato exclui a culpabilidade, por ndo exigibilidade de conduta diversa b) 0 erro sobre elemento constitutivo do tipo penal nao exclui a possibilidade de punigdo por crime culposo. c) 0 erro sobre a ilicitude do fato, se evitavel, isenta de pena. d) 0 erro sobre elemento constitutive do tipo penal exclui a culpabilidade. €) 0 erro quanto & pessoa contra a qual o crime € praticado nao isenta de pena, considerando-se as condigées ou qualidades da vitima, e ndo as da pessoa contra quem o agente queria praticar o crime. 19. (FCC - 2015 - TJ-SE - JUIZ) A, cidadao americano, vem para o Brasil em férias, trazendo alguns cigarros de maconha. Esté ciente que mesmo em seu pais 0 consumo da substancia nao é Prof. Renan Araujo concursos.com.br 33de74 amplamente permitido, mas, como possui cancer em fase avangada, possui receita médica emitida por especialista americano para utilizar substancias que possuam THC. Ao passar pelo controle policial do aeroporto, é detido pelo crime de trafico de drogas. Nesta situacao, é possivel alegar que A encontrava-se em situagao de erro de: a) tipo. b) tipo permissivo. c) proibigao direto. d) proibic&o indireto. e) tipo indireto. 20. (FCC - 2015 - TRT9 - TECNICO JUDICIARIO) Maria, a fim de cuidar do machucado de seu filho que acabou de cair da bicicleta, aplica sobre o ferimento da crianga acido corrosive, pensando tratar-se de uma pomada cicatrizante, vindo a agravar o ferimento. A situacdo descrita retrata hipétese tratada no Cédigo Penal como: a) erro de proibicao. b) erro na execucéo. c) estado de necessidade. d) exercicio regular de direito. e) erro de tipo. 21. (FCC - 2015 - TRT9 - TECNICO JUDICIARIO) S&o causas de inimputabilidade previstas no Cédigo Penal, além de doenca mental e desenvolvimento mental incompleto ou retardado: a) emogéo € paixéo; embriaguez completa, decorrente de caso fortuito ou forca maior; idade inferior a 18 anos. b) idade inferior a 16 anos; embriaguez voluntéria; coacéo irresistivel. c) idade inferior a 18 anos; embriaguez completa, decorrente de caso fortuito ou forga maior. d) idade inferior a 21 anos; embriaguez completa, decorrente de caso fortuito ou forca maior; legitima defesa. e) emogéio e paixdo; idade inferior a 18 anos; embriaguez preordenada. 22. (FCC - 2015 - TCE-AM - AUDITOR) 0 erro sobre a pessoa contra a qual o crime é praticado a) no isenta de pena o agente. b) exclui o dolo. c) exclui o dolo, mas prevalece a culpa. d) nao isenta de pena o agente, porém deve sempre ser considerado na sentenga Prof. Renan Araujo 34de 74 eoria | Aula 01 - Prof. ) € um crime impossivel 23. (FCC - 2015 - TJ-AL - JUIZ SUBSTITUTO) O erro inescusével sobre a) a ilicitude do fato constitui causa de diminuig&o da pena. b) elementos do tipo permite a punigao a titulo de culpa, se acidental. c) elementos do tipo isenta de pena. d) elementos do tipo exclui o dolo e a culpa, se essencial. e) a ilicitude do fato exclui a antijuridicidade da conduta. 24. (FCC - 2015 - TRE-AP - ANALISTA JUDICIARIO) Maria é aprovada no vestibular para uma determinada Universidade Federal. No dia da matricula, Maria, caloura, 6 recebida pelos alunos veteranos da universidade e submetida a um trote académico violento. Além de outras coisas que foi obrigada a fazer, Maria foi amarrada em uma cadeira de bar e obrigada a ingerir bebida alcodlica até ficar completamente embriagada e sem qualquer possibilidade de entender o cardter ilicito de um fato ou de determinar-se de acordo com este entendimento. Maria é liberada do trote e sai do bar, dirigindo- se até 0 seu veiculo que estava estacionado em via publica, sem conseguir movimenté-lo. Abordada por policiais, desacatou-os. Neste caso, no que concerne ao crime de desacato, (A) teré a pena reduzida de um a dois tercos. (B) estard isenta de pena. (C) teré a pena reduzida de metade. (D) teré a pena reduzida em 1/6. (E) teré a pena aumentada de 1/3. 25. (FCC - 2014 - TRF4 - OFICIAL DE JUSTICA) No direito brasileiro legislado, desde que subtraia por completo o entendimento da ilicitude ou a determinag&o por ela, a embriaguez teré, genericamente, 0 condo de excluir total ou parcialmente a imputabilidade penal quando for (A) ndo preordenada. (8) oriunda de culpa consciente. (C) oriunda de culpa inconsciente. (D) oriunda de caso fortuito. (E) n&o premeditada. 26. (FCC - 2014 - TJ-CE - JUIZ) Na coag&o moral irresistivel, hé exclusdo da a) antijuridicidade. Prof. Renan Araujo concursos.com.br 35 de 71 Aula 01 Prof. b) culpabilidade, por inimputabilidade. c) culpabilidade, por nao exigibilidade de conduta diversa. d) tipicidade. e) culpabilidade, por impossibilidade de conhecimento da ilicitude. 27. (FCC - 2014 - CAMARA MUNICIPAL-SP - PROCURADOR LEGISLATIVO) Ha uma critica doutrinaria bastante conhecida e frequente ao fundamento teérico da punig&o, no direito brasileiro, dos crimes cometidos em estado de embriaguez. Pode-se sintetizd-la afirmando que essa punic&o, ao fundar-se na teoria a) da equivaléncia dos antecedentes causais, simplesmente equaliza as diversas modalidades de embriaguez, néo permitindo uma justa diferenciac&o de seus variados graus de reprovabilidade. b) objetiva pura alem&, no considera as diversas situagées subjetivas desencadeantes da embriaguez, e, por consequéncia, nao propicia a devida diferenciag3o entre seus variados graus de reprovabilidade. c) da actio libera in causa, no é facilmente extensivel aos casos de embriaguez n&o preordenada ou mesmo meramente culposa, propiciando-se, eventualmente, situagdes de responsabilizacao penal estritamente objetiva. d) puramente normativa da culpabilidade (Welzel), esvazia o juizo da consciéncia da ilicitude que, de efetivo e concreto, se torna puramente exigivel e potencial, respondendo ‘0 agente iindistintamente pelo crime, ainda que compreensivelmente nao tivesse condigdes ou razdes reais para nao se embriagar nas circunstancias em que o fato se deu. e) monista temperada, acaba comportando situagdes graves de impunidade, notadamente nos crimes cometidos com culpa consciente e limitrofes ao dolo eventual. 28. (FCC - 2013 - TJ-PE - TITULAR NOTARIAL) A inimputabilidade por peculiaridade mental ou etaria exclui da conduta a a) tipicidade. b) tipicidade e a antijuridicidade, respectivamente. c) antijuridicidade. d) antijuridicidade e a culpabilidade, respectivamente. e) culpabilidade. 29. (FCC - 2012 - TRF5 - ANALISTA JUDICIARIO) Em matéria penal, a embriaguez incompleta, resultante de caso fortuito ou de forca maior, a) n&o suprime a imputabilidade penal, mas diminui a capacidade de entendimento gerando uma causa geral de diminuigao de pena. Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 36 de 71 b) no exclui, nem diminui, a imputabilidade penal, ndo operando qualquer efeito na aplicagao da pena. c) € hipétese de elisio da imputabilidade penal porque afeta a capacidade de compreensao, tornando 0 agente isento de pena. d) no exclui, nem diminui, a imputabilidade penal, servindo como circunstancia agravante. ) embora n&o suprima a imputabilidade penal, é censurdvel, e serve como circunstancia agravante. 30. (FCC - 2011 - TCE-SP - PROCURADOR) Constitui causa de exclusao da culpabilidade A) a embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou forca maior, em virtude da impossibilidade de o agente conhecer a ilicitude do fato. B) 0 erro sobre a ilicitude do fato, em decorréncia da nao imputabilidade do agente. C) a doenca mental ou o desenvolvimento mental incompleto ou retardado, em fungéo de no se poder exigir conduta diversa do agente. D) a menoridade, em virtude da impossibilidade de o agente conhecer a ilicitude do fato. E) a coacéio moral irresistivel, em funcéio de néo se poder exigir conduta diversa do agente. 31. (FCC - 2008 - TCE/AL - PROCURADOR) O erro sobre a ilicitude do fato A) exclui o dolo, mas permite a puni¢&o por crime culposo, se previsto em lei. B) reflete na culpabilidade, sempre isentando de pena. C) exclui o dolo e a culpa. D) reflete na culpabilidade, de modo a exclui-la ou atenué-la E) extingue a punibilidade 32. (FCC - 2008 - TCE/AL - PROCURADOR) A coacao moral irresistivel e a obediéncia hierarquica sao causas de exclusdo da A) culpabilidade. B) antijuridicidade. ©) ilicitude. D) tipicidade. E) punibilidade. 33. (FCC - 2010 - MPE-SE - ANALISTA - DIREITO) Prof. Renan Araujo concursos.com.br 37 de74 Desenvolvimento mental incompleto ou retardado, embriaguez decorrente de caso fortuito e menoridade constituem, dentre outras, excludentes de A) tipicidade B) ilicitude C) punibilidade D) antijuridicidade E) culpabilidade 34. (FCC - 2011 - TER/AP - ANALISTA JUDICIARIO - AREA JUDICIARIA) Exclui a imputabilidade penal, nos termos preconizados pelo Cédigo Penal, A) a embriaguez voluntéria pelo alcool ou substancia de efeitos andlogos. B) a emogao e a paixdo. C) a embriaguez culposa pelo alcool ou substancia de efeitos andlogos. D) se o agente, em virtude de perturbagdo de satide mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado, nao era inteiramente capaz de entender o caréter ilicito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. E) a embriaguez completa proveniente de caso fortuito ou forca maior, se o agente era, ao tempo da aco ou da omisséo, inteiramente incapaz de entender © carter ilicito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. 35. (FCC - 2011 - TRT 1°RG - TECNICO JUDICIARIO - SEGURANCA) 0 erro inevitdvel sobre a ilicitude do fato A) isenta o réu de pena. B) nao isenta o réu de pena, mas implica na redugao de um sexto a um tergo. C) no isenta o réu de pena, mas constitui circunstancia atenuante. D) no isenta o réu de pena, nem possibilita a atenuacéo da pena. E) exclui a il 36. (FCC - 2011 - TRT - 18 REGIAO (RJ) - TECNICO JUDICIARIO - SEGURANGA) O erro inevitdvel sobre a ilicitude do fato A) isenta o réu de pena. B) nao isenta o réu de pena, mas implica na reducéio de um sexto a um terco. C) no isenta o réu de pena, mas constitui circunstancia atenuante. D) no isenta o réu de pena, nem possibilita a atenuacao da pena. E) exclui a ilicitude do fato. Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 38 de 71 Aula 01 - Prof. 37. (FCC - 2010 - TRE-AL - ANALISTA JUDICIARIO - AREA ADMINISTRATIVA) A dispara seu revélver e mata B, acreditando tratar-se de um animal. A respeito dessa hipstese é correto afirmar que se trata de A) fato tipico, pois o dolo abrangeu todos os elementos objetivos do tipo. B) erro de proibicdio, que exclui a culpabilidade. C) erro de proibicéo, que gera apenas a diminuicéo da pena, posto que inescusavel. D) erro de tipo, que exclui o dolo e a culpa, se escusavel. E) erro quanto a existéncia de excludente de ilicitude (descriminante putativa). 38. (FCC - 2007 - TRE-MS - ANALISTA JUDICIARIO - AREA ADMINISTRATIVA) Considere os exemplos abaixo: I. Casar-se com pessoa cujo cénjuge foi declarado morto para os efeitos civis, mas estava vivo. IL. Aplicar no ferimento do filho acido corrosivo, supondo que esta utilizado uma pomada. IIL. Matar pessoa gravemente enferma, a seu pedido, para livré-la de mal incurdvel, supondo que a eutandsia é permitida. IV. Ingerir a gestante substancia abortiva, supondo que estava tomando um calmante. Ha erro de tipo nas situagdes indicadas APENAS em A)I, We Ill. B) le Ill. OL Mew. D) Ile Ill. E) Ie lv. 39. (FCC - 2009 - TJ/PA - OFICIAL DE JUSTICA) 0 erro de proibig&o quando escusdvel exclui a A) imputabilidade. B) culpabilidade. C) punibilidade. D) antijuridicidade. E) conduta. 40. (FCC - 2012 - DPE-SP - DEFENSOR PUBLICO) Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 39 de7t Aula 01 — Prof. Em Direito Penal, o erro a) de tipo, se for invencivel, exclui a tipicidade dolosa e a culposa. b) que recai sobre a existéncia de situacéio de fato que justificaria a agéo, tornando-a legitima, € tratado pelo Cédigo Penal como ‘erro de proibicao, excluindo-se, pois, a tipicidade da conduta. c) de tipo exclui o dolo e a culpa grave, mas nao a culpa leve. d) de proibic&o é irrelevante para o Direito Penal, pois, nos termos do caput do art. 21 do Cédigo Penal, "o desconhecimento da lei é inescusdvel”. e) de proibigéo exclui a consciéncia da ilicitude, que, desde 0 advento da teoria finalista, integra o dolo e a culpa. 41. (FCC - 2006 - BCB - PROCURADOR) O erro sobre a ilicitude do fato a) reflete na culpabilidade, de modo a excluir a pena ou diminu-la. b) exclui o dolo e a culpa. c) reflete na culpabilidade, sempre isentando de pena. d) extingue a punibilidade. e) exclui o dolo, mas permite a pungdo por crime culposo, se previsto em lei. 42. (FCC - 2006 ~ BCB - PROCURADOR) Excluem a ilicitude e a imputabilidade, respectivamente, a) a obediéncia hierérquica e a embriaguez acidental completa. b) a coag&o moral irresistivel e a doenga mental. c) a desisténcia voluntaria e o desenvolvimento mental incompleto. d) 0 exercicio regular de direito e a menoridade. 43. (FCC - 2007 - ISS/SP - AUDITOR-FISCAL TRIBUTARIO MUNICIPAL) ‘S&o pressupostos da culpabilidade a) a falta de cuidado, a previsibilidade do resultado e a exigibilidade de conduta diversa. b) a imputabilidade, a possibilidade de conhecimento da ilicitude e a falta de cuidado. c) a previsibilidade do resultado, a imputabilidade e a falta de cuidado. d) a possibilidade de conhecer a ilicitude, a exigibilidade de conduta diversa e a falta de cuidado. e) a imputabilidade, a possibilidade de conhecer a ilicitude e a exigibilidade de conduta diversa. Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 40 de 71 eoria | Aula 01 - Prof. 44, (FCC - 2007 - ISS/SP - AUDITOR-FISCAL TRIBUTARIO MUNICIPAL) A doenga mental, a perturbagéo de satide mental e o desenvolvimento mental incompleto ou retardado a) refletem na culpabilidade, de modo a exclui-la ou a atenud-la. b) excluem a ilicitude da conduta. c) isentam sempre de pena. d) extinguem a punibilidade. e) excluem a tipicidade. 45. (FCC - 2008 ~ PGE/SP - PROCURADOR) Exclui a culpabilidade, em decorréncia da néo-imputabilidade, a) a emosao. b) a embriaguez ndo-acidental. c) a coagéo moral irresistivel. d) a menoridade. e) 0 erro sobre a ilicitude do fato. 46. (FCC - 2007 - MPU - ANALISTA) Considere: I, Estado de necessidade. II. Estrito cumprimento de dever legal. IIL. Obediéncia hierarquica. IV. Exercicio regular de um direito. V. Legitima defesa putativa. S&o excludentes da culpabilidade SOMENTE 0 que se considera em a)lev. b) Ile III. c) Mev. d) 1, Helv. e) Il, Ile Iv. 47. (FCC - 2013 - T-PE - JUIZ) A coago moral irresistivel e a obediéncia hierérquica excluem a a) tipicidade e a culpabilidade, respectivamente. b) tipicidade. c) culpabilidade. Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br aide 7i Aula 01 ~ Prof. d) culpabilidade e a tipicidade, respectivamente. e) punibilidade e a ilicitude, respectivamente. 7_EXERCICIOS COMENTADOS 01. (VUNESP - 2015 - MPE/SP - ANALISTA DE PROMOTORIA) Assinale a alternativa correta a respeito da imputabilidade penal. (A) Comprovada a doencga mental ou o desenvolvimento mental incompleto ou retardado, o agente sera considerado inimputavel para os efeitos legais. (B) Aos inimputaveis e aos semi jputaveis, comprovada essa condicéo por pericia médica, seré substituida a pena por medida de seguranca consistente em internagéo em hospital de custédia e tratamento psiq 0. (C) A imputabilidade € um dos potencial consciéncia sobre a conduta diversa. ‘mentos da culpabilidade, ao lado da ude do fato e a exigibilidade de idade, de acordo com o Cédigo Penal, pode se dar por aturidade natural ou embriaguez do agente. (E) A emogio e a paixdo, além de nao afastarem a imputabilidade penal do agente, podem ser consideradas como circunstancias agravantes no momento da fixacdo da pena. COMENTARIOS: A) ERRADA: Seré necessério comprovar, ainda, que em razéo destes fatos ele era, ao tempo da aco ou da omissao, inteiramente incapaz de entender o caréter ilicito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento, nos termos do art. 26 do CP. B) ERRADA: Os semi-imputaveis ndo recebem medida de seguranca, mas pena, que pode ser reduzida de um a dois tercos, nos termos do art. 26, § Unico do CP. C) CORRETA: Item correto, pois estes so os trés elementos da culpabilidade, segundo a teoria limitada da culpabilidade, adotada pelo CP. D) ERRADA: Item errado, pois a inimputabilidade, segundo o CP, pode se dar por doenga mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, por menoridade ou por embriaguez acidental, decorrente de caso fortuito ou forca maior. E) ERRADA: Item errado, pois a emoc&o pode, eventualmente, configurar ATENUANTE genérica, e néo agravante, nos termos do art. 61, III, c, do CP. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA C. 02. (VUNESP - 2015 - PC/CE - ESCRIVAO) Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 42de71 imputabilidade, é correto afirmar que (A) a pena pode ser reduzida de um a dois tercos se 0 agente, por doencga mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado era, ao tempo da acdo ou da omissio, inteiramente incapaz de entender o carater ilicito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. (B) a embriaguez culposa pelo alcool ou substancia de efeitos analogos exclui a imputabilidade penal. (C) se o fato é cometido sob coacio irresistivel ou em estrita obediéncia 4 ordem, manifestamente ilegal, de superior hierarquico, sé é punivel o autor da coagao ou da ordem. (D) a pena pode ser reduzida de um a dois tercos se 0 agente, em virtude de perturbagdo de satide mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado, nao era inteiramente capaz de entender o carater ilicito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. (E) a embriaguez voluntaria pelo dlcool ou substancia de efeitos analogos exclui a imputabilidade penal. COMENTARIOS: A) ERRADA: Item errado, pois 0 agente, neste caso, sera inimputavel, nos termos do art. 26 do CP. B) ERRADA: A embriaguez culposa nao exclui a imputabilidade penal. C) ERRADA: Item errado, pois se a ordem é manifestamente ilegal aquele que cumpre a ordem também responde pelo delito, nado havendo exclusdo de sua culpabilidade D) CORRETA: Item correto, pois esta é a exata previsdo contida no art. 26, § nico do CP: Art. 26 (...) Parégrafo Unico - A pena pode ser reduzida de um a dois tercos, se o agente, em Virtude de perturbagao de satide mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado nao era inteiramente capaz de entender o carater ilicito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.(Redacao dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) E) ERRADA: A embriaguez voluntaria ou culposa nao exclui a imputabilidade penal, nos termos do art. 28, II do CP. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA D. 03. (VUNESP - 2015 - PC/CE - INSPETOR) No tocante as disposigdes previstas no Cédigo Penal relativas a culpabilidade, é correto afirmar que (A) se 0 fato é cometido sob coacao irresistivel ou em estrita obediéncia A ordem, ndo manifestamente ilegal, de superior hierarquico, sé é punivel o autor da coagao ou da ordem. Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 43 de 71 (B) se 0 fato é cometido sob coacao irresistivel ou em estrita obediéncia & ordem, nao manifestamente ilegal, de superior hierarquico, € punivel o autor da coagdo ou da ordem tendo o autor do fato a pena diminuida de um a dois tercos. (C) 0 fato cometido sob coacio irresistivel ou em es' obediéncia a ordem, nao manifestamente ilegal, de superior hierarquico, nado excluiu a culpabilidade do autor do fato. (D) se 0 fato é cometido sob coacao irresistivel ou em estrita obe: a ordem, mesmo que manifestamente ilegal, de superior hierarquico, s6 € punivel o autor da coacdo ou da ordem. (E) se 0 fato é cometido sob coacdo irresistivel ou em estrita obediéncia a ordem, mesmo que manifestamente ilegal, de superior hierarquico, é punivel o autor da coacdo ou da ordem tendo o autor do fato a pena diminuida de um a dois tercos. COMENTARIOS: A) CORRETA: Item correto, pois esta é a previso contida no art. 22 do CP. B) ERRADA: O executor do ato, neste caso, nao pratica crime, diante da excluséo da culpabilidade. C) ERRADA: Item errado, pelos fundamentos jé expostos. D) ERRADA: Item errado, pois se a ordem é manifestamente ilegal, o executor da ordem também responde pelo delito. E) ERRADA: Item errado, pois se a ordem é manifestamente ilegal, 0 executor da ordem também responde pelo delito, sem redugao de pena. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA A. 04. (VUNESP - 2015 - PC/CE - INSPETOR) Nos termos do Cédigo Penal, a imputabilidade penal é excluida pela (A) emocio. (B) doenca mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, que torna o autor, ao tempo da aco ou da omissao, inteiramente incapaz de entender o carater ilicito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. (C) embriaguez, proveniente de caso fortuito ou forga maior, que privou © autor, ao tempo da aco ou da omissdéo, da plena capacidade de entender o carter ilicito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. (D) embriaguez completa e culposa que torna o autor, ao tempo da agéo ou da omissao, inteiramente incapaz de entender o carater ilicito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. (E) paixdo. Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 44de71 RIOS: Dentre as alternativas apresentadas apenas a letra B corresponde a uma causa de exclusdo da culpabilidade, nos termos do art. 26 do cP: Art, 26 - Eisento de pena o agente que, por doenca mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, a0 tempo da ago ou da omissao, inteiramente incapaz de entender 0 carater ilicito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. (Redacao dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) A letra C esta errada porque ndo basta que a embriaguez acidental prive o agente da plena capacidade. E necessario que ele fique INTEIRAMENTE INCAPAZ de entender o carater ilicito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA B. 05. (VUNESP - 2014 - PC-SP - DELEGADO DE POL{cIA) A tese supralegal de inexigibilidade de conduta diversa, se acolhida judicialmente, importa em exclusdo a) da imputabilidade. b) da pena. c) de puni d) do crime. e) de culpabilidade. COMENTARIOS: 0 reconhecimento da inexigibilidade de conduta diversa implica a excluséo da culpabilidade, eis que um dos elementos da culpabilidade € a EXIGIBILIDADE de conduta diversa. PORTANTO, A ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA E. lade. 06. (VUNESP - 2014 - DPE-MS - DEFENSOR PUBLICO) Agente imputavel e menor de 21 anos 4 época do fato criminoso ocorrido em 10 de junho de 2006. Foi denunciado como incurso no art. 157, caput, do CP. A dentncia foi recebida em 29 de junho de 2006 e até 01 de julho de 2014 nao havia sido prolatada sentenga. Diante disso, pode-se afirmar que a) ocorreu a pretensdo punitiva estatal, considerado o maximo da pena abstratamente cominada 4 infracao. b) ocorrera a prescricdo da pretensdo punitiva estatal somente depois de decorridos seis anos da data supra mencionada (01.07.2014). c) ocorrera a prescricéo da pretensdo punitiva estatal somente depois de decorridos quatro anos da data supra mencionada (01.07.2014). d) antes da prolacdo da sentenca condenatéria nao se pode falar em ocorréncia da pretensdo punitiva estatal. COMENTARIOS: No caso, o delito previsto é 0 de roubo, cuja pena maxima prevista é de 10 anos de reclusio. Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 45 de 71 Aula 01 - Prof. ‘Assim, em tese, o crime prescreveria em 16 anos, nos termos do art. 109, II do cP. Contudo, o agente era menor de 21 anos na data do fato, logo, esse prazo cai pela metade (08 anos), nos termos do art. 115 do CP. O recebimento da denuincia interrompeu o curso do prazo de prescric&o (art. 117, Ido CP), que voltou a correr do zero, a partir daquela data. A data atual (segundo a questio) para fins de calculo da prescrigio é dia 01.07.2014. Vemos que entre a ultima interrupgao da prescricio e a data atual ja transcorreram mais de 08 anos, motivo pelo qual operou-se a prescricao. p.s.: a alternativa A contém um erro de digitacao. Faltou simplesmente a palavra “prescrig&o”, 0 que torna o item sem sentido. Contudo, foi mero esquecimento da Banca. Para quem fez a prova, possuem razéio em recorrer. Para nés, vamos simplesmente “fingir” que a palavra “prescrigdo” foi colocada la, antes de “pretensdo punitiva”. Desta forma n&o perdemos a questao. PORTANTO, A ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA A. 07. (VUNESP - 2014 - TJ-SP - JUIZ) Para o Cédigo Penal (art. 20, § 1.°), quando a descriminante putativa disser respeito aos pressupostos faticos da excludente, estamos diante de: a) Excludente de antijuridicidade. b) Erro de tipo. c) Erro de proibicdo. d) Excludente de culpabilidade. COMENTARIOS: De acordo com a teoria da culpabilidade adotada pelo CP (teoria limitada), as descriminantes putativas relativas a erro sobre os pressupostos faticos da ilicitude sero consideradas como erro de tipo: Erro sobre elementos do tipo(Redacao dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui 0 dolo, mas permite a punicéo por crime culposo, se previsto em lei. (Redaco dada pela Lei n° 7.209, de 11.7,1984) Descriminantes putativas(Incluido pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) § 19 - E isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunstancias, supée situacdo de fato que, se existisse, tornaria a aco legitima. Nao ha isencdo de pena quando 0 erro deriva de culpa e o fato é punivel como crime culposo.(Redacao dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA B. 08. (VUNESP - 2015 - PC-CE - DELEGADO DE POL{CIA) Considere que determinado sujeito, portador de desenvolvimento mental incompleto, ao tempo da acao tinha plena capacidade de entender o carter ilicito do fato, mas era inteiramente incapaz de determinar-se de acordo com esse entendimento - o que fora clinicamente atestado nos Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 46 de 71 Aula 01 - Prof. autos em pericia offi . Em consonéncia com o texto legal do art. 26 do CP, ao proferir sentenca deve o juiz reconhecer sua lade. idade, absolvendo-lhe e a| indo-Ihe medida de seguranca. d) semi-imputabilidade, condenando-lhe e aplicando-Ihe pena diminufda. e) semi-imputabilidade, condenando-Ihe e aplicando-Ihe medida de seguranga. COMENTARIOS: Como 0 agente era, ao tempo da ac&o ou da omissao, INTEIRAMENTE INCAPAZ de determinar-se de acordo com 0 Direito, deverd ser reconhecida sua INIMPUTABILIDADE, por forca do art. 26 do CP: Inimputaveis Art. 26 - E isento de pena o agente que, por doenca mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ago ou da omissao, inteiramente incapaz de entender 0 caréter ilicito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. (Redacao dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) Veja que o art. 26 exige que o agente seja inteiramente incapaz de entender o carater ilicito do fato OU (alternativo, portanto) de determinar-se conforme este entendimento, que é 0 caso da questo. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA A. 09. (VUNESP - 2013 - TJ-SP - ADVOGADO O gerente de uma determinada agéncia bancaria, apés longa sessao de tortura psicolégica infligida a ele pelos bandidos, fornece a chave para abertura do cofre da agéncia bancaria. Sua conduta encontra guarida na excludente de; a) ilicitude denominada legitima defesa. b) ilicitude denominada obediéncia hierarquica. c) culpabilidade denominada actio libera in causa. ) ilicitude denominada coacao fisica irresistivel. e) culpabilidade denominada coacao moral irresistivel. COMENTARIOS: 0 gerente, neste caso, agiu sob coagéo moral irresistivel, de maneira que sua conduta esté amparada por uma causa de excluséo da culpabilidade. Vejamos: Coagao irresistivel e obediéncia hierérquica (Redacéo dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984, Art, 22 - Se o fato é cometido sob coacéo irresistivel ou em estrita obediéncia a ordem, nao manifestamente ilegal, de superior hierérquico, s6 é punivel 0 autor da coaco ou da ordem.(Redacao dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984, Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA £ A LETRA E. Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 47 de71 Aula 01 - Prof. 10. (VUNESP - 2013 - PC-SP - PAPILOSCOPISTA POLICIAL) Imagine que Jodo confunda seu aparelho de telefone celular com o de seu colega Pedro e, descuidadamente, leve para sua casa 0 aparelho de Pedro. Ao perceber o equivoco, Jodo imediatamente comunica-se com Pedro e informa o ocorrido. No dia seguinte, Jodo devolve o aparelho ao colega sem qualquer dano. Analisando a hipétese narrada, é possivel afirmar que Jodo a) cometeu crime de furto, mas nao sera punido em vista do instituto da desisténcia voluntaria. b) nao cometeu crime algum. ¢) cometeu crime de apropriac&o indébita, mas ndo seré punido em vista do instituto da desisténcia voluntaria. d) cometeu crime de furto, mas n&o sera punido em vista do instituto do arrependimento eficaz. ) cometeu crime de apropriacdo indébita, mas nao sera punido em vista do instituto do arrependimento eficaz. COMENTARIOS: No caso em tela Jodo nao praticou qualquer crime, pois apesar de ter subtraido para si o aparelho de outra pessoa, agiu em erro sobre um dos elementos constitutivos do tipo penal (neste caso, 0 tipo seria o art. 155 do CP, tendo Jodo incidido em erro sobre o elemento “coisa alheia”, j4 que acreditou que a coisa era sua, e nao alheia). Neste caso, Jodo ndo pratica crime, pois fica afastada a tipicidade da conduta: Erro sobre elementos do tipo(Redacdo dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984, Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a puni¢ao por crime culposo, se previsto em lei. (Redacéo dada pela Lei n° 7.209, de 1 1984, Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA B. 11, (VUNESP - 2009 - TJ-SP - JUIZ) Com relacao a coacdo moral irresistivel, é correto afirmar que a) exclui a culpabilidade. c) exclui a antijuri d) 0 coato age sem vontade. COMENTARIOS: A coacdo moral irresistivel 6 uma causa de exclusdo da culpabilidade, pois o agente que recebe a coag3o age em razao de uma vontade viciada, decorrente da coacéo, de forma que se reconhece, no caso, a inexigibilidade de conduta diversa (néo se pode exigir que pratique outra conduta). Neste caso, responde apenas o autor da coago. Vejamos: Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 48 de 71 Coacao irresistivel e obediéncia hierdrquica (Redacao dada pela Lei n° 7.209, 11.7.1984) Art, 22 - Se 0 fato é cometido sob coacdo irresistivel ou em estrita obediéncia a ordem, nao manifestamente ilegal, de superior hierérquico, 56 é punivel o autor da coacgo ou da ordem. (Redacao dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA A. 12. (VUNESP - 2009 - TJ-SP - JUIZ) O pai que, tendo o filho sequestrado e at icado de morte, é coagido por sequestradores armados e forcado a dirigir-se a certa agéncia bancaria Para efetuar um roubo a fim de obter a quantia necessdria para o Ppagamento do resgate e livrar o filho do carcere privado em que se encontra pode, em tese, lograr a absolvicéo com base na alegacao de a) inexi idade de conduta diversa. b) legitima defesa. c) exercicio regular de direito. d) estrito cumprimento de dever legal. COMENTARIOS: Neste caso temos um exemplo classico de coag&o moral irresistivel. A coacéo moral irresistivel é uma causa de exclusao da culpabilidade, pois o agente que recebe a coacéio age em raz&o de uma vontade viciada, decorrente da coacao, de forma que se reconhece, no caso, a inexigibilidade de conduta diversa (no se pode exigir que pratique outra conduta). Neste caso, responde apenas 0 autor da coacao. Vejamos: Coacdo irresistivel e obediéncia hierérquica (Redacdo dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) Art. 22 - Se o fato é cometido sob coacdo irresistivel ou em estrita obediéncia a ordem, no manifestamente ilegal, de superior hierarquico, 56 é punivel o autor da coag3o ou da ordem. (Redagio dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA E A LETR A. 13. (VUNESP - 2008 — DPE-MS - DEFENSOR PUBLICO) "A" foi condenado por crime de roubo. Todavia, apés a prolagdo da sentenca, veio aos autos a prova de que "A" é menor de 18 anos de idade. Nesse caso, a) "A" deve ser absolvido por nao constituir o fato infracdo penal. b) "A" deve ser absolvido por ser inimputavel. c) deve ser anulada ab initio a acao penal, em razdo da inimputabilidade do autor do fato. d) "A" deve ter declarada extinta a punibilidade. COMENTARIOS: No caso em tela, a aco penal deve ser anulada desde o inicio por ilegitimidade passiva, j4 que o réu ndo poderia figurar nesta condig&o (de Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 49 de 71 réu), pois os menores de 18 anos (na data do fato) so absolutamente inimputaveis, respondendo perante o ECA apenas. Vejamos: ‘Menores de dezoito anos Art. 27 - Os menores de 18 (dezoito) anos séo penalmente inimputaveis, ficando sujeitos as normas estabelecidas na legislac80 especial. (Redac3o dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA C. 14, (FCC - 2015 - TCM-GO —- PROCURADOR) A respeito das causas excludentes da culpabilidade, é correto afirmar que a) o desconhecimento da lei nos crimes culposos isenta o agente de pena. b) o erro invencivel sobre a ilicitude do fato nao isenta o réu de pena. c) na coacéo moral irresistivel o coator responde por dolo € o coacto por culpa. d) as descriminantes putativas excluem a culpabilidade. e) na obediéncia hierarquica é dispensavel a existéncia de relagdo de direito publico entre superior e subordinado. COMENTARIOS: a) ERRADA: Item errado, pois 0 desconhecimento da lei é inescusavel. Em havendo erro de proibi¢&o ESCUSAVEL 0 agente ficard isento de pena, nos termos do art. 21 do CP. b) ERRADA: Item errado, pois em havendo erro de proibiggo ESCUSAVEL (invencivel) o agente ficaré isento de pena, nos termos do art. 21 do CP. c) ERRADA: Item errado, pois na coag&o moral irresistivel sé responde o coator, nos termos do art. 22 do CP. d) CORRETA: As descriminantes putativas podem ser de fato ou de direito, ou seja, podem estar relacionadas aos pressupostos objetivos de uma causa de justificaco (erro de fato) ou sobre a existéncia e limites da propria causa de justificacdo (erro de direito). Pela teoria limitada da culpabilidade, adotada pelo CP, as primeiras recebem tratamento similar ao destinado ao erro de tipo, e as segundas recebem 0 mesmo tratamento destinado ao erro de proibic&o. Isso néo significa, contudo, que as descriminantes putativas por erro de fato sejam SINONIMO de erro de tipo. Nao se trata de erro de tipo, pois o agente no comete qualquer equivoco quando aos elementos que integram o tipo. Trata-se de erro quando a existéncia fatica de uma excludente de ilicitude, mas que por questées de politica criminal recebe tratamento similar ao destinado ao erro de tipo (o agente fica isento de pena se o erro € escusdvel ou responde na modalidade culposa, se prevista em lei, caso 0 erro seja inescusavel). e) ERRADA: Item errado, pois tal relagao é indispensavel para a configuragao da obediéncia hierarquica. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA D. Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 50 de 71 15. (FCC - 2015 - TRE-I RRe ANALISTA JUDICIARIO Paulo é estudante de uma acter faculdade do Estado de Roraima, inicio deste ano de 2015 Paulo é ‘ violento €, amarrado, € obrigado a consumir a forca bebida alcodlica e substancia entorpecente. Apés o trote, Paulo, completamente embriagado e incapacitado de entender o carater ilicito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento por conta desta embriaguez e do uso de droga, desloca-se até uma Delegacia de Policia da cidade de Boa Vista, onde tramita um inquérito contra ele por crime de lesdo corporal dolosa decorrente de uma briga em uma casa noturna, e oferece R$ 10.000,00 em dinheiro ao Delegado de Policia para que este nao dé prosseguimento as investigagées. Paulo acaba preso em flagrante pela Autoridade Policial. No caso hipotético exposto, Paulo a) praticou crime de corrupcao ativa e tera a pena reduzida de um a dois tercos no caso de condenacao. b) é isento de pena pelo crime cometido nas dependéncias da Delegacia de Policia. c) praticou crime de corrupgio ativa e néo tera a pena reduzida no caso de condenagao pela embriaguez. d) praticou crime de concussdo e n4o tera a pena reduzida no caso de condenacio. e) praticou crime de concusséo e tera a pena reduzida de um a dois tercos no caso de condenacao. COMENTARIOS: Paulo praticou a conduta tipica prevista no art. 333 do CP, ou seja, em tese teria praticado o delito de corrupgao ativa. Contudo, a questdo deixa claro que ele se encontrava inteiramente incapaz de entender o cardter ilicito do fato ou de determinar-se de acordo com este entendimento, situac&o decorrente de embriaguez ocasionada por FORCA MAIOR. Assim, Paulo é inimputdvel e, segundo o CP, isento de pena (afasta a culpabilidade), nos termos do art. 28, §1° do CP. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA B. 16, (FCC - 2015 - DPE-MA - DEFENSOR PUBLICO) Se 0 agente oferece propina a um empregado de uma sociedade de economia mista, supondo ser funcionario de empresa privada com interesse exclusivamente particular, incide em a) erro sobre a pessoa. b) descriminante putativa. c) erro de tipo. d) erro sobrea ude do fato inevitavel. e) erro sobre a ilicitude do fato evitavel. Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Side 7t ‘eoria Aula 01 ~ Prof. COMENTARIOS: Se o agente ignora a condicao de funcionario publico do agente, pode-se afirmar que ocorreu, no caso em tela, ERRO DE TIPO (erro sobre um dos elementos que compéem 0 tipo penal), previsto no art. 20 do CP. Portanto, a ALTERNATIAVA CORRETA £ A LETRA C. 17. (FCC - 2015 - TCE-CE - PROCURADOR DE CONTAS) A diferenca entre erro sobre elementos do tipo e erro sobre a ilicitude do fato reside na circunstancia de que a) 0 erro de tipo exclui a culpabilidade, o de fato a imputabilidade. b) o erro de tipo exclui 0 dolo, o de fato a culpabilidade. ¢) oerro de tipo exclui a reprovabilidade da conduta, o de fato o elemento do injusto. d) o erro de tipo exclui 0 dolo, o de fato a invencibilidade do erro. e) a discriminante putativa é 0 que distingue o erro de tipo do erro de fato. COMENTARIOS: 0 erro de tipo escusavel exclui 0 dolo, afastando-se, portanto, © fato tipico (j4 que o dolo é elemento da conduta, que é elemento do fato tipico), nos termos do art. 20 do CP. Em se tratando de erro inescusavel se admite a punicdo a titulo de culpa, se houver previséio legal. Em relacaio ao erro sobre a ilicitude do fato, ou erro de proibicéio, caso escusdvel (desculpavel), exclui a culpabilidade do agente. Se inescusdvel, diminui a pena imposta, nos termos do art. 21 do CP. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA B. 18, (FCC - 2015 - TJ-PE - JUIZ SUBSTITUTO) Em matéria de erro, correto afirmar que a) 0 erro sobre a ilicitude do fato exclui a culpabilidade, por nado exigibilidade de conduta diversa b) © erro sobre elemento constitutive do tipo penal nado exclui a possibilidade de punicdo por crime culposo. c) o erro sobre a ilicitude do fato, se evitavel, isenta de pena. d) o erro sobre elemento constitutivo do tipo penal exclui a culpabilidade. ) © erro quanto a pessoa contra a qual o crime é praticado n&o isenta de pena, considerando-se as condicées ou qualidades da vitima, e néo as da pessoa contra quem o agente queria praticar o crime. COMENTARIOS: 0 erro de tipo (erro sobre elemento constitutivo do tipo penal) exclui o dolo, mas permite a punigdo a titulo culposo, caso se trate de erro indesculpavel e o tipo penal admita punic&o na forma culposa, nos termos do art 20 do CP. 0 erro sobre a ilicitude do fato (erro de proibigio) isenta de pena (exclui a culpabilidade pela auséncia de potencial consciéncia da ilicitude, se desculpavel. Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 52de7t Aula 01 - Prof. Em se tratando de erro indesculpavel, o agente nao fica isento de pena, mas tera a pena diminujda, nos termos do art. 21 do CP. Por fim, em caso de erro sobre a pessoa o agente NAO fica isento de pena. Todavia devem ser consideradas as condicées pessoais da vitima visada, nao da vitima atingida, nos termos do art. 20, §3° do CP. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA B. 19. (FCC - 2015 - TJ-SE - JUIZ) A, cidadéo americano, vem para o Brasil em férias, trazendo alguns cigarros de maconha. Est4 ciente que mesmo em seu pais o consumo da substancia néo € amplamente permitido, mas, como possui cancer em fase avancada, possui receita médica emitida por especialista americano para utilizar substancias que possuam THC. Ao passar pelo controle policial do aeroporto, é detido pelo crime de trafico de drogas. Nesta situacdo, é possivel alegar que A encontrava-se em situagao de erro de: a) tipo. b) tipo permissivo. ©) proibigdo direto. d) proibicdo indireto. €) tipo indireto. COMENTARIOS: Neste caso o agente incorreu em erro sobre a existéncia ou limites de uma causa de justificagéio. Trata-se, portanto, de erro NORMATIVO, erro sobre a existéncia (em abstrato) de uma norma permissiva (que existe em seu pais de origem). Trata-se, portanto, de erro de proibig3o indireto. N3o se trata de erro de proibig&io direto porque o agente conhece a norma que criminaliza a conduta, mas acredita que ha outra norma excepcionando o carter criminoso. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA D. 20. (FCC - 2015 - TRT9 - TECNICO JUDICIARIO) Maria, a fim de cuidar do machucado de seu filho que acabou de cair da bicicleta, aplica sobre o ferimento da crianga Acido corrosivo, pensando tratar-se de uma pomada cicatrizante, vindo a agravar o ferimento. A situacao descrita retrata hipé6tese tratada no Cédigo Penal como: a) erro de proibicao. b) erro na execugao. c) estado de necessidade. d) exercicio regular de direito. e) erro de tipo. COMENTARIOS: Neste caso, Maria incidiu em erro de tipo, pois incorreu em erro sobre as circunstancias faticas, de maneira que acabou por causar lesdes corporais em seu filho sem que tivesse o dolo de provocar tal resultado. Caso se Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 53 de 71 A Aula 01 - Prof. verifique que se tratou de erro indesculpavel, podera responder por lesdo corporal na forma culposa, nos termos do art. 20 do CP. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA E. 21. (FCC - 2015 - TRT9 - TECNICO JUDICIARIO) S4o causas de inimputabilidade previstas no Cédigo Penal, além de doenca mental e desenvolvimento mental incompleto ou retardado: a) emocio e paixdo; embriaguez completa, decorrente de caso fortuito ou forca maior; idade inferior a 18 anos. b) idade inferior a 16 anos; embriaguez voluntaria; coacao irresistivel. ¢) idade inferior a 18 anos; embriaguez completa, decorrente de caso fortuito ou forga maior. d) idade inferior a 21 anos; embriaguez completa, decorrente de caso fortuito ou forga maior; legitima defesa. e) emogio e paixdo; idade inferior a 18 anos; embriaguez preordenada. COMENTARIOS: Dentre as alternativas apresentadas, apenas a letra C traz hipoteses de inimputabilidade previstas no CP, pois a idade inferior a 18 anos é causa de inimputabilidade, bem como 0 é a embriaguez completa, decorrente de caso fortuito ou forca maior, nos termos do art. 27 e 28, §1° do CP. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA C. 22. (FCC - 2015 - TCE-AM - AUDITOR) O erro sobre a pessoa contra a qual o crime é praticado a) nao isenta de pena o agente. b) exclui o dolo. cc) exclui o dolo, mas prevalece a culpa. d) nao isenta de pena o agente, porém deve sempre ser considerado na sentenga. e) é um crime impossivel COMENTARIOS: 0 erro sobre a pessoa no isenta o agente de pena. Neste caso, porém, devem ser consideradas as condigées pessoais da pessoa visada, e nao as da pessoa efetivamente atingida, nos termos do art. 20, §3° do CP. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA A. 23. (FCC - 2015 - TJ-AL - JUIZ SUBSTITUTO) O erro inescusavel sobre a) a ilicitude do fato constitui causa de diminuigdo da pena. b) elementos do tipo permite a punicdo a titulo de culpa, se acidental. c) elementos do isenta de pena. d) elementos do tipo exclui o dolo e a culpa, se essencial. Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 54 de 71 e)a cidade da conduta. COMENTARIOS: 0 erro inescusavel (indesculpavel) sobre a ilicitude do fato NAO isenta o agente de pena, mas € causa de diminuig&o de pena, nos termos do art. 21 do CP, O erro inescusével sobre elemento constitutivo do tipo penal afasta o dolo, mas permite a punicao a titulo culposo, nos casos de erro essencial (desde que haja previsdio de punicdo a titulo de culpa em relaco ao tipo penal). Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA A. 24. (FCC - 2015 - TRE-AP - ANALISTA JUDICIARIO) Maria é aprovada no vestibular para uma determinada Universidade Federal. No dia da matricula, Maria, caloura, é recebida pelos alunos veteranos da universidade e submetida a um trote académico violento. Além de outras coisas que foi obrigada a fazer, Maria foi amarrada em uma cadeira de bar e obrigada a ingerir bebida alcodlica até ficar completamente embriagada e sem qualquer possibilidade de entender o carater ilicito de um fato ou de determinar-se de acordo com este entendimento. Maria é liberada do trote e sai do bar, dirigindo-se até o seu veiculo que estava estacionado em via ptiblica, sem conseguir movimenté-lo. Abordada por policiais, desacatou-os. Neste caso, no que concerne ao crime de desacato, (A) tera a pena reduzida de um a dois tercos. (B) estara isenta de pena. (C) tera a pena reduzida de metade. (D) tera a pena reduzida em 1/6. (E) tera a pena aumentada de 1/3. COMENTARIOS: No caso em tela Maria estaré isenta de pena, pois é considerada inimputavel neste caso. A embriaguez completa, desde que proveniente de caso fortuito ou forca maior (como foi o caso), exclui a imputabilidade penal, nos termos do art. 28, §1° do CP, desde que o agente seja, ao tempo da acgao ou da omissao, inteiramente incapaz de entender o carater ilicito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA B. 25. (FCC - 2014 - TRF4 - OFICIAL DE JUSTICA) No direito brasileiro legislado, desde que subtraia por completo o entendimento da ilicitude ou a determinag&o por ela, a embriaguez tera, genericamente, o condéo de excluir total ou parcialmente a imputabilidade penal quando for (A) ndo preordenada. (B) oriunda de culpa consciente. (C) oriunda de culpa inconsciente. Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 55 de 71 (D) oriunda de caso fortuito. (E) nao premeditada. COMENTARIOS: A embriaguez somente pode excluir total ou parcialmente a imputabilidade penal quando for oriunda de caso fortuito ou forga maior, nos termos do art. 28, §§1° e 2° do CP: Art. 28 - N&o excluem a imputabilidade penal: (Redacéo dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) () § 1° - Fisento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou forca maior, era, ao tempo da acao ou da omissao, inteiramente incapaz de entender 0 cardter ilicito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.(Redacao dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) § 20 - A pena pode ser reduzida de um a dois tercos, se 0 agente, por embriaguez, proveniente de caso fortuito ou forca maior, no possuia, ao tempo da aco ou da omisso, a plena capacidade de entender o carater ilicito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.(Redacao dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) PORTANTO, A ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA D. 26. (FCC - 2014 - TJ-CE - JUIZ) Na coacao moral irresistivel, ha exclusaéo da a) antijuridicidade. b) culpabilidade, por inimputabilidade. c) culpabilidade, por nao exigibilidade de conduta diversa. d) tipicidade. ) culpabilidade, por impossibilidade de conhecimento da COMENTARIOS: A coacéo MORAL irresistivel exclui_ a culpabilidade, por inexigibilidade de conduta diversa. Vejamos 0 art. 22 do CP: Coagao irresistivel e obediéncia hierdrquica (Redaco dada pela Lei n° 7.209, de 11,7.1984) Art. 22 - Se 0 fato é cometido sob coacéo irresistivel ou em estrita obediéncia a ordem, no manifestamente ilegal, de superior hierdrquico, sé é punivel o autor da coa¢so ou da ordem. (Redago dada pela Lei n® 7.209, de 11.7.1984) Embora o artigo fale apenas em coagao irresistivel, somente a coagéo MORAL irresistivel exclui a culpabilidade. A coac&o FISICA irresistivel exclui o fato tipico, pois nao hé um dos elementos, que é a conduta, por auséncia de vontade. PORTANTO, A ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA C. 27. (FCC - 2014 - CAMARA MUNICIPAL-SP - PROCURADOR LEGISLATIVO) Ha uma critica doutrindria bastante conhecida e frequente ao fundamento teérico da punicio, no direito bra: ‘0, dos crimes cometidos em estado de embriaguez. Pode-se sintetiza-la afirmando que essa punicdo, ao fundar-se na teoria 56 de 71 Prof, Renan Araujo Aula 01 - Prof. a) da ‘equivaléncia dos antecedentes causais, simplesmente equaliza as diversas modalidades de embriaguez, nao permitindo uma justa diferenciag&o de seus variados graus de reprovabilidade. b) objetiva pura alem&, nao considera as diversas situacées subjetivas desencadeantes da embriaguez, e, por consequéncia, nao pro} devida diferenciag3o entre seus variados graus de reprovabilidade. c) da actio libera in causa, nao é facilmente extensivel aos casos de embriaguez nao preordenada ou mesmo meramente culposa, ‘iando-se, eventualmente, situacées de responsabilizacéo penal estritamente objetiva. d) puramente normativa da culpabilidade (Welzel), esvazia 0 juizo da consciéncia da ilicitude que, de efetivo e concreto, se torna puramente exigivel e potencial, respondendo o agente indistintamente pelo crime, ainda que compreensivelmente nao tivesse condicées ou razées reais Para ngo se embriagar nas circunstancias em que o fato se deu. e) monista temperada, acaba comportando situagées graves de impunidade, notadamente nos crimes cometidos com culpa consciente e limitrofes ao dolo eventual. COMENTARIOS: 0 item correto é 0 da letra C. Isso porque o Brasil adotou a teoria da actio libera in causa, segundo a qual o agente deve ser punido pelo crime praticado em estado de embriaguez se ele se colocou livremente nessa situacao (ainda que culposamente ou sem intencéio de praticar crimes). Tal teoria prega que embora nao haja imputabilidade no momento do crime, existia livre consciéncia no momento da embriaguez, ou seja, a ac&o era consciente “na causa” (a embriaguez). PORTANTO, A ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA C. (FCC - 2013 - TJ-PE - TITULAR NOTARIAL) A inimputabilidade por peculiaridade mental ou etaria exclui da conduta b) tipicidade e a antijuridicidade, respectivamente. c) antijuridicidade. jade e a culpabilidade, respectivamente. lade. COMENTARIOS: A inimputabilidade por doenca mental ou em razio da idade gera excluséo da culpabilidade, por ser a inimputabilidade um elemento da culpabilidade que, por sua vez, é 0 terceiro elemento na divisdo analitica do crime. PORTANTO, A ALTERNATIVA CORRETA E£ A LETRA E. 29. (FCC - 2012 - TRF5 - ANALISTA JUDICIARIO) Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 57 de7t Aula 01 - Prof. Em matéria penal, a embriaguez incompleta, resultante de caso fortuito ou de forca maior, a) néo suprime a imputabilidade penal, mas diminui a capacidade de entendimento gerando uma causa geral de diminuicdo de pena. b) no exclui, nem diminui, a imputabilidade penal, néo operando qualquer efeito na aplicagao da pena. c) € hipétese de elisio da imputabilidade penal porque afeta a capacidade de compreensdo, tornando o agente isento de pena. d) nao exclui, nem diminui, a imputabilidade penal, servindo como circunstancia agravante. e) embora ndo suprima a imputabilidade penal, é censuravel, e serve como circunstancia agravante. COMENTARIOS: Tal embriaguez NAO exclui a imputabilidade penal, pois nao é completa. Contudo, é causa de diminuicéo de pena. Vejamos: Art, 28 (...) § 20 - A pena pode ser reduzida de um a dois tersos, se 0 agente, por embriaguez, Proveniente de caso fortuito ou forca maior, no possuia, a0 tempo da ago ou da omissSo, a plena capacidade de entender o carter ilicito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.(Redacao dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) PORTANTO, A ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA A. 30. (FCC - 2011 - TCE-SP - PROCURADOR) Consti causa de exclusdo da culpabilidade A) a embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou forga maior, em virtude da impossibilidade de o agente conhecer a itude do fato. B) o erro sobre a ilicitude do fato, em decorréncia da nao imputabilidade do agente. C) a doenca mental ou o desenvolvimento mental incompleto ou retardado, em fungdo de néo se poder exigir conduta diversa do agente. D) a menoridade, em virtude da impossibilidade de o agente conhecer a ilicitude do fato. E) a coacao moral irresistivel, em funcdo de nao se poder exigir conduta diversa do agente. COMENTARIOS: A) ERRADA: Como vimos no art. 28, § 1° do CP a embriaguez fortuita completa sé exclui a culpabilidade quando o agente for inteiramente incapaz de compreender o caréter ilicito da conduta ou de determinar-se conforme este entendimento, consequéncia esta que é possivel, mas nao inerente 4 embriaguez completa. B) ERRADA: Pois nem sempre o erro sobre a ilicitude exclui a culpabilidade. Esse erro devera ser escusdvel. Mais, ainda que exclua a culpabilidade, nao seré por falta de imputabilidade, mas por auséncia de potencial consciéncia da ilicitude, CUIDADO! Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 58 de 71 C) ERRADA: A simples presenca da doenga nao exclui a culpabilidade. Como vimos, 0 Brasil adotou o critério biopsicolégico, sendo necessario que, além da doenga, fique provado que o agente nao era capaz de entender o cardter ilicito da conduta. D) ERRADA: A menoridade, de fato, exclui a culpabilidade, mas no pela auséncia de potencial consciéncia da ilicitude, como diz a questéo, mas por auséncia de imputabilidade, num critério meramente biolégico. E) CORRETA: A coag& moral irresistivel exclui a culpabilidade, pois, nas circunstancias, n&o se podia exigir do agente que se comportasse conforme o Direito. PORTANTO, A ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA E. 31. (FCC - 2008 - TCE/AL - PROCURADOR) O erro sobre a ilicitude do fato A) exclui o dolo, mas permite a punicdo por crime culposo, se previsto em lei. B) reflete na culpabilidade, sempre isentando de pena. C) exclui o dolo e a culpa. D) reflete na culpabilidade, de modo a exclui-la ou atenud-la. E) extingue a punibilidade COMENTARIOS: A) ERRADO: 0 erro que exclui 0 dolo é 0 erro de tipo, e permite a punicéio por crime culposo se se tratar de erro inescusével. B) ERRADO: Embora reflita na culpabilidade, nem sempre isenta de pena, apenas quando se tratar de erro de proibigéo escusavel, ou seja, 0 agente nao tinha condigdes de entender o carater ilicito de sua conduta. C) ERRADO: 0 erro sobre a ilicitude age na culpabilidade, logo, n&o tem a ver com dolo e culpa, que so elementos da conduta e, portanto, do fato tipico. D) CORRETA: 0 erro de proibic&o reflete na culpabilidade, e a exclui quando for erro escusdvel. Quando for erro inescusdvel, porém, atenua a culpabilidade do agente e, por conseqiiéncia, a pena aplicavel. E) ERRADA: A exting&o da punibilidade pressupée a sua existéncia. Desta forma, a alternativa esta errada. PORTANTO, A ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA D. 32. (FCC - 2008 - TCE/AL - PROCURADOR) A coacdo moral irresistivel e a obediéncia hierarquica séo causas de exclusao da A) culpabilidade. B) antijuridicidade. C) ilicitude. Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 59 de 71 eoria | Aula 01 - Prof. E) punibilidade. COMENTARIOS: A) CORRETA: Trata-se de culpabilidade, que € a inexig esta correta. B) ERRADA: Como vimos, as causas que excluem a ilicitude so: a) estado de necessidade; b) legitima defesa; c) exercicio regular de um direito; d) estrito cumprimento do dever legal. C) ERRADA: A ilicitude é sinénimo de antijuridicidade, portanto, esta incorreta, nos termos do comentario a alternativa B. D) ERRADA: A exigibilidade de conduta diversa é um dos elementos da culpabilidade, nao da tipicidade, motivo pelo qual a questao esta incorreta, jé que a tipicidade é meramente o juizo de subsuncao entre o fato cometido e a hipstese legal incriminadora, que faz surgir a presung&o de ilicitude. E) ERRADA: Ocorrendo uma dessas circunstancias, a culpabilidade resta afastada, de forma que o crime nao existe (pois a culpabilidade é um de seus elementos). Assim, ndo surge o poder de punir do Estado (punibilidade). PORTANTO, A ALTERNATIVA CORRETA £ A LETRA A. as em que no hé um dos elementos da idade de conduta diversa. Assim, a alternativa 33. (FCC - 2010 - MPE-SE - ANALISTA - DIREITO) Desenvolvimento mental incompleto ou retardado, embriaguez decorrente de caso fortuito e menoridade constituem, dentre outras, excludentes de C) punibilidade D) antijuridicidade E) culpabilidade COMENTARIOS: A) ERRADA: Constituem hipdteses de exclusdo da culpabilidade, em razéo da auséncia de imputabilidade do agente, nos termos dos arts. 26, 27 € 28 do CP. B) ERRADA: Constituem hipsteses de exclusdo da culpabilidade, em razéio da auséncia de imputabilidade do agente, nos termos dos arts. 26, 27 € 28 do CP. C) ERRADA: Constituem hipéteses de exclusdo da culpabilidade, em razéo da auséncia de imputabilidade do agente, nos termos dos arts. 26, 27 e 28 do CP. D) ERRADA: Constituem hipéteses de exclusdo da culpabilidade, em razéio da auséncia de imputabilidade do agente, nos termos dos arts. 26, 27 e 28 do CP. E) CORRETA: Conforme estudamos, se 0 agente se encontrar em uma dessas condigées, restaré excluida a sua culpabilidade, posto que a lei considera que, Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 60 de 71 ‘ Aula 01 - Prof. nestas hipoteses, o agente no podia entender o carater ilicito de sua conduta e se comportar conforme o Direito. PORTANTO, A ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA E. 34, (FCC - 2011 - TER/AP - ANALISTA JUDICIARIO - AREA JUDICIARIA) Exclui a imputabilidade penal, nos termos preconizados pelo Cédigo Penal, A) a embriaguez voluntaria pelo alcool ou substancia de efeitos analogos. B) a emocéo e a paixéo. C) a embriaguez culposa pelo dlcool ou substancia de efeitos andlogos. D) se o agente, em virtude de perturbacdo de saiide mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado, nao era inteiramente capaz de entender o carter ilicito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. E) a embriaguez completa proveniente de caso fortuito ou forga maior, se 0 agente era, ao tempo da acdo ou da omiss4o, inteiramente incapaz de entender o carater ilicito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. COMENTARIOS: A) ERRADA: A embriaguez voluntaria n&o exclui a culpabilidade, em nenhuma hipotese, nos termos do art. 28, II do CP. B) ERRADA: Nos termos do art. 28, I do CP, a emogao e a paixdo também nao excluem a culpabilidade. C) ERRADA: A embriaguez culposa, tal qual a voluntéria, n&o exclui a culpabilidade do agente, nos termos do art. 28, II do CP. D) ERRADA: Se ele nao era inteiramente incapaz de entender o caréter ilicito do fato, sera considerado semi-imputavel, mas devera ser condenado e sua pena ser diminuida, em razéo da menor culpabilidade em relagéo aos demais. E) CORRETA: Nos termos do art. 28, § 1° do CP, se o agente estava involuntariamente embriagado, de maneira completa, de forma que no tinha condigdes de entender o carater ilicito do fato e se comportar conforme o Direito, estard excluida sua culpabilidade. PORTANTO, A ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA E. 35. (FCC - 2011 - TRT 1°RG - TECNICO JUDICIARIO - SEGURANGA) O erro inevitavel sobre a ilicitude do fato A) isenta 0 réu de pena. B) nao isenta o réu de pena, mas implica na redugdo de um sexto a um tergo. C) néo isenta o réu de pena, mas constitui circunstancia atenuante. Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 61 de7t D) néo isenta o réu de pena, nem po: ita a atenuacdo da pena. E) exclui a ilicitude do fato. COMENTARIOS: A) CORRETA: O erro de proibicdo inevitavel (escusavel) exclui a culpabilidade, pois 0 agente, naquelas circunsténcias, nao tinha condigdes de conhecer o carater ilicito da conduta. B) ERRADA: Essa diminuig&io de pena se aplica ao etro de proibigdo evitdvel (ou inescusével), no qual o agente, mediante algum esforco, poderia conhecer o carater ilicito da conduta. C) ERRADA: Como dito acima, presente o erro de proibic&o escusdvel, o réu estard isento de pena, por ser excluida a culpabilidade. D) ERRADA: Pois, 0 erro de proibigdo inevitavel (escusavel) exclui a culpabilidade, pois o agente, naquelas circunstancias, nao tinha condigées de conhecer o carater ilicito da conduta. E) ERRADA: A ilicitude do fato nada tem a ver com as verificagdes acerca da culpabilidade do agente, diante de determinado erro sobre a licitude ou ndo do fato. A ilicitude esta ligada ao fato criminoso, enquanto o erro de proibicao se refere a potencial consciéncia da ilicitude, que elemento da culpabilidade. PORTANTO, A ALTERNATIVA CORRETA £ A LETRA A. 36, (FCC - 2011 - TRT - 19 REGIAO (RJ) - TECNICO JUDICIARIO - SEGURANCA) O erro inevitavel sobre a A) isenta o réu de pena. B) n4o isenta o réu de pena, mas implica na reducdo de um sexto a um tergo. C) nao isenta o réu de pena, mas constitui circunstancia atenuante. D) n&o isenta o réu de pena, nem possibilita a atenuacao da pena. E) exclui a ilicitude do fato. COMENTARIOS: 0 erro sobre a ilicitude do fato, ou erro de proibigao, é 0 fenémeno no qual o agente pratica a conduta supondo tratar-se de conduta penalmente admitida, quando, na verdade, a conduta é penalmente tipica O art. 21 do CP estabelece que, se esse erro for inevitavel (ou seja, se mesmo mediante um esforco intelectual razoavel, nao fosse realmente possivel saber que era ilicita a conduta), o agente estaré isento de pena: Art, 21 - O desconhecimento da lei é inescusavel. O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitdvel, isenta de pena; se evitavel, poderd diminui-la de um sexto a um terco. (Redac&o dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) PORTANTO, A ALTERNATIVA CORRETA E£ A LETRA A. itude do fato Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 62de7t Aula 01 - Prof. 37. (FCC - 2010 - TRE-AL - ANALISTA JUDICIARIO - AREA ADMINISTRATIVA) A dispara seu revélver e mata B, acreditando tratar-se de um animal. A respeito dessa hipétese é correto afirmar que se trata de A) fato tipico, pois o dolo abrangeu todos os elementos objetivos do tipo. B) erro de proibicao, que exclui a culpabilidade. C) erro de proibi¢ao, que gera apenas a diminuigaéo da pena, posto que inescusavel. D) erro de tipo, que exclui o dolo e a culpa, se escusavel. E) erro quanto a existéncia de excludente de ilicitude (descriminante putativa). COMENTARIOS: Na hipdtese, nao se trata de erro de proibic&o, pois o agente nao cometeu erro quanto a licitude ou ilicitude da conduta (art. 21 do CP), mas cometeu um erro sobre uma circunstancia fatica. Também nao ha que se falar em fato tipico, eis que o agente incidiu em erro sobre elemento constitutivo do tipo penal do art. 121 (“alguém” = pessoa humana). N&o hé, ainda, hipstese de descriminante putativa, pois o agente n&o imaginou estar diante de uma situacdo que lhe permitisse agir em legitima defesa, estado de necessidade ou qualquer outra excludente de ilicitude (pelo menos a questo nao disse isso). Assim, trata-se, como jé disse, de erro sobre elemento constitutive do tipo penal, ‘ou ERRO DE TIPO, que se for inevitavel (ou escusavel) exclui o dolo e a culpa. PORTANTO, A ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA D. 38. (FCC - 2007 - TRE-MS - ANALISTA JUDICIARIO - AREA ADMINISTRATIVA) Considere os exemplos abaixo: I, Casar-se com pessoa cujo cénjuge foi declarado morto para os efeitos civis, mas estava vivo. ERRADA: Nesse caso no ha erro de tipo, mas fato atipico, pois se o cénjuge foi declarado morto para efeitos civis, o casamento anterior ndo mais existia, de forma que nao ha que se falar em crime de bigamia, art. 235 do CP: Art. 235 - Contrair alguém, sendo casado, novo casamento: Pena - recluséo, de dois a seis anos. § 1° - Aquele que, nao sendo casado, contrai casamento com pessoa casada, conhecendo essa circunstancia, ¢ punido com reclusdo ou detencdo, de um a trés anos. § 20 - Anulado por qualquer motivo 0 primeiro casamento, ou 0 outro por motivo que nao a bigamia, considera-se inexistente o crime. Assim, ndo houve pratica da conduta prevista no tipo penal mediante incursdo em erro sobre circunstancia fatica. Simplesmente no foi praticada a conduta prevista no tipo penal. Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 63 de7t II. Aplicar no ferimento do filho Acido corrosivo, supondo que esta utilizado uma pomada. CORRETA: Aqui, de fato, hé a pratica da conduta descrita no art. 129 do CP (lesdes corporais). No entanto, essa conduta é praticada mediante erro sobre circunstancia fética (o agente imagina que o acido é uma pomada). Portanto, é hipdtese de erro de tipo. III. Matar pessoa gravemente enferma, a seu pedido, para livra-la de mal incuravel, supondo que a_ eutanasia ¢€ _permitida. ERRADA: Aqui temos um caso de erro de proibicao, pois o erro do agente reside ngo na circunstdncia fatica, que é perfeitamente delimitada, mas nas consequéncias penais, pois o agente imagina que sua conduta é permitida pela lei penal, quando nao o é. IV. Ingerir a gestante subst4ncia abortiva, supondo que estava tomando um calmante. CORRETA: Nesse caso, embora o agente pratique a conduta descrita no art. 124 do CP, o faz por estar representando erroneamente uma situacao fatica (acreditar que esté tomando calmante, quando, na verdade, esta ingerindo substéncia abortiva): Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem Iho provoque: Pena - detencao, de um a trés anos. Havendo, pois, erro fatico quanto a elemento constitutivo do tipo penal, estamos diante de erro de tipo. Ha erro de tipo nas situacées indicadas APENAS em A) I, Ie III. B) Te III. C) I, lev. D) Ile III. E) Helv. PORTANTO, A ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA E. 39. (FCC - 2009 - TJ/PA - OFICIAL DE JUSTICGA) O erro de proibicao quando escusavel exclui a A) imputabilidade. B) culpabilidade. C) punibilidade. D) antijuridicidade. E) conduta. COMENTARIOS: 0 erro sobre a ilicitude do fato, ou erro de proibic&o, 6 0 fenémeno no qual o agente pratica a conduta supondo tratar-se de conduta penalmente admitida, quando, na verdade, a conduta é penalmente tipica. Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 64 de 71 Aula 01 - Prof. Oart. 21 do CP estabelece que, se esse erro for inevitavel, ou escusavel (ou seja, se mesmo mediante um esforco intelectual razodvel, nao fosse realmente possivel saber que era ilicita a conduta), o agente estard isento de pena: Art, 21 - O desconhecimento da lei inescusdvel. 0 erro sobre a ilicitude do fato, se inevitavel, isenta de pena; se evitavel, poderd diminui-la de um sexto a um terco, (Redaco dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) Afastando-se, desta forma, a potencial consciéncia da ilicitude, estara ausente um dos elementos da culpabilidade, restando esta afastada. PORTANTO, A ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA B. 40. (FCC - 2012 - DPE-SP - DEFENSOR PUBLICO) Em Direito Penal, o erro a) de tipo, se for invencivel, exclui a tipicidade dolosa e a culposa. b) que recai sobre a existéncia de situagdo de fato que justificaria a acdo, tornando-a legitima, é tratado pelo Cédigo Penal como erro de proibicao, excluindo-se, pois, a tipicidade da conduta. c) de tipo exclui o dolo e a culpa grave, mas néo a culpa leve. d) de proibico é irrelevante para o Direito Penal, pois, nos termos do caput do art. 21 do Codigo Penal, "o desconhecimento da lei é inescusavel". e) de proibicdo exclui a consciéncia da itude, que, desde o advento da teoria finalista, integra o dolo e a culpa. COMENTARIOS: A) CORRETA: Esta é a previsdo do art. 20 do CP: Erro sobre elementos do tipo(Redacao dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a punicao por crime culposo, se previsto em lei. (Redac&o dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) Descriminantes putativas(Incluido pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) § 1° - E isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunstancias, supée situacdo de fato que, se existisse, tornaria a agdo legitima, Nao ha isencdo de pena quando 0 erro deriva de culpa e o fato & punivel como crime culposo.(Redagao dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) B) ERRADA: Esse erro pode ser tratado como erro de tipo, néo como erro de proibic30; C) ERRADA: Nao ha diferenciag’o entre culpa grave e leve, tampouco para fins de caracterizagéio do erro de tipo; D) ERRADA: 0 erro de proibicéio é RELEVANTE e, caso escusdvel, ISENTA DE PENA; Caso inescusavel, gera reducao de pena, nos termos do art. 21 do CP; E) ERRADA: De fato, 0 erro de proibig&o exclui a potencial consciéncia da ilicitude (se escusdvel), mas esse é um elemento da CULPABILIDADE, no estando dentro do dolo ou da culpa, que séo elementos do FATO TIPICO. Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 65 de 71 PORTANTO, A ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA A. 41. (FCC - 2006 - BCB - PROCURADOR) O erro sobre a ilicitude do fato a) reflete na culpabilidade, de modo a excluir a pena ou diminui-la. b) exclui o dolo e a culpa. c) reflete na culpabilidade, sempre isentando de pena. d) extingue a punilidade. ) exclui o dolo, mas permite a pung&o por crime culposo, se previsto em lei. COMENTARIOS: O erro sobre a ilicitude do fato, ou ERRO DE PROIBIGAO, se caracteriza como a auséncia de conhecimento acerca da proibic&o do conduta que se realiza, afetando diretamente a anélise da culpabilidade do agente. Pode ser um erro desculpavel ou indesculpavel, com consequéncias diversas Se escusavel o erro (desculpavel) 0 agente fica isento de pena. Se inescusdvel (indesculpavel), o agente ter a pena reduzida de um sexto a um terco. Nos termos do art. 21 do CP: Art, 21 - O desconhecimento da lei é inescusdvel. O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitdvel, isenta de pena; se evitdvel, poderé diminui-la de um sexto a um terco. (Redacao dada pela Lei n° 7.209, de 11.7,1984) Parégrafo Unico - Considera-se evitdvel 0 erro se 0 agente atua ou se omite sem a consciéncia da ilicitude do fato, quando Ihe era possivel, nas circunsténcias, ter ou atingir essa consciéncia. (Redacao dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) Portanto, vemos que 0 erro sobre a ilicitude do fato pode isentar de pena ou diminuir a pena do agente, a depender do tipo de erro ASSIM, A ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA A. 42. (FCC - 2006 - BCB - PROCURADOR) Excluem a ilicitude e a imputabilidade, respectivamente, a) a obediéncia hierarquica e a embriaguez acidental completa. b) a coagao moral irresistivel e a doenca mental. c) a desisténcia voluntaria e o desenvolvimento mental incompleto. d) o exercicio regular de direito e a menoridade. COMENTARIOS: As causas de exclusdo da ilicitude esto previstas no art. 23 do CP. Vejamos: Art, 23 - Néo ha crime quando 0 agente pratica o fato: (Redacéo dada pela Lei n° 7.209, de 11.7,1984) I- em estado de necessidade; (Incluido pela Lei n® 7.209, de 11.7.1984) II - em legitima defesa;(Incluido pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) Prof. Renan Araujo 66 de 71 IIT - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercicio regular de direito.(Incluido pela Lei n® 7.209, de 11.7.1984) J as causas legais de exclusdo da culpabilidade esto previstas no art. 22 do CP, que determina a exclus&o da culpabilidade do agente que pratica o fato sob coacao moral irresistivel ou em cumprimento a ordem nao manifestamente ilegal de superior hierarquico. Vejamos: Art, 22 - Se o fato é cometido sob coacao irresistivel ou em estrita obediéncia a ordem, nao manifestamente ilegal, de superior hierarquico, sé é punivel o autor da coacdo ou da ordem.(Redacao dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) No entanto, a menoridade também € considerada causa de excluséo da culpabilidade, pois gera a inimputabilidade do agente. Vejamos: Art, 27 - Os menores de 18 (dezoito) anos séo penalmente inimputéveis, ficando sujeitos as normas estabelecidas na legislacao especial. (Redacao dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) Assim, a afirmativa que traz respectivamente uma causa de exclusio da ilicitude e uma causa de exclusdo da imputabilidade ¢ a letra D. ASSIM, A ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA D. 43. (FCC - 2007 - ISS/SP - AUDITOR-FISCAL TRIBUTARIO MUNICIPAL) So pressupostos da culpabilidade a) a falta de cuidado, a previsibilidade do resultado e a exigibilidade de conduta diversa. b) a imputabilidade, a possibilidade de conhecimento da ilicitude e a falta de cuidado. c) a previsibilidade do resultado, a imputabilidade e a falta de cuidado. d) a possibilidade de conhecer a ilicitude, a exigibilidade de conduta diversa e a falta de cuidado. e) a imputabilidade, a possibilidade de conhecer a ilicitude e a i idade de conduta diversa. COMENTARIOS: A culpabilidade é um juizo acerca das condigdes pessoais do agente, de forma a aferir se a este pode ser imputado 0 fato tipico e ilicito. A Doutrina moderna elenca trés elementos para a culpabilidade: Imputabilidade - O agente deve ser penalmente imputavel (Maior de 18 anos e mentalmente sao); Potencial consciéncia da ilicitude - Deve ser analisado se aquela pessoa, naquelas circunstancias, tinha condigdes de entender que sua conduta era contrdria ao Direito; Exigibilidade de conduta diversa - Devem ser analisadas as circunstancias pessoais e faticas para se saber se a pessoa que praticou 0 fato tipico e ilicito se encontrava em condigdes de agir de outra maneira ou se no era possivel exigir desta pessoa que agisse conforme o Direito. ASSIM, A ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA E. Prof. Renan Araujo 67 de 74 eoria | Aula 01 - Prof. 44, (FCC - 2007 - ISS/SP - AUDITOR-FISCAL TRIBUTARIO MUNICIPAL) A doenca mental, a perturbagao de satide mental e o desenvolvimento mental incompleto ou retardado a) refletem na culpabilidade, de modo a exclui-la ou a atenua-la. b) excluem a ilicitude da conduta. c) isentam sempre de pena. d) extinguem a punibilidade. e) excluem a tipicidade. COMENTARIOS: Todos estes fatores (doenca mental, perturbaco mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado) interferem diretamente na culpabilidade do agente, e podem levar a inimputabilidade (excluindo a culpabilidade) ou a semi-imputabilidade (atenuando a pena). Vejamos: Inimputaveis Art. 26 - E isento de pena o agente que, por doenca mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, a0 tempo da ago ou da omissao, inteiramente incapaz de entender 0 caréter ilicito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. (Redacéo dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) Reducao de pena Parégrafo Unico - A pena pode ser reduzida de um a dois tercos, se o agente, em virtude de perturbagao de satide mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado nao era inteiramente capaz de entender 0 cardter ilicito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.(Redaco dada pela Lei n° 7.209, de 11,7.1984) ASSIM, A ALTERNATIVA CORRETA E£ A LETRA A. 45. (FCC - 2008 ~ PGE/SP - PROCURADOR) Exclui a culpabilidade, em decorréncia da nao-imputabi a) a emogao. b) a embriaguez nao-acidental. ¢) a coagdo moral irresistivel. d) a menoridade. €) 0 erro sobre a ilicitude do fato. COMENTARIOS: A culpabilidade é 0 Juizo de reprovabilidade acerca do fato praticado pelo agente. Temos como elemento da culpabilidade: IMPUTABILIDADE; POTENCIAL CONSCIENCIA DA ILICITUDE; EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA. Dentre as afirmativas a disposicéio, a Unica que contempla uma causa que exclui a IMPUTABILIDADE ¢ a letra D, que trata da menoridade. Vejamos: Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 68 de 71 Art. 27 - Os menores de 18 (dezoito) anos sao penalmente inimputavels, ficando sujeitos as normas estabelecidas na legislacao especial. (Redacao dada pela Lei n® 7.209, de 11.7.1984) Embora a coac&o moral irresistivel exclua a culpabilidade, nos termos do art. 22 do CP, nao o faz sobre a imputabilidade, mas sobre a exigibilidade de conduta diversa. 0 erro sobre a ilicitude do fato também PODE excluir a culpabilidade, mas néo age sobre a imputabilidade, mas sobre a potencial consciéncia da ilicitude, nos termos do art. 21 do CP. ASSIM, A ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA D. 46. (FCC —- 2007 - MPU - ANALISTA) Considere: I, Estado de necessidade. II. Estrito cumprimento de dever legal. III. Obediéncia hierarquica. IV. Exercicio regular de um direito. V. Legitima defesa putativa. S&o excludentes da culpabilidade SOMENTE 0 que se considera em a)lIev. b) We Ill. c)IIlev. d)I,IWelv. e) II, Ile Iv. COMENTARIOS: As causas excludentes de culpabilidade estao previstas no art. 22 do CP. Vejamos: Coacao irresistivel e obediéncia hierdrquica (Redaco dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) Art, 22 - Se o fato cometido sob coacdo irresistivel ou em estrita obediéncia a ordem, nao manifestamente ilegal, de superior hierérquico, s6 € punivel o autor da coacao ou da ordem. (Redagéo dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) No entanto, a legitima defesa putativa também é considerada causa de exclusdo de culpabilidade (embora parte da Doutrina entenda que se trate de exclusdo da ilicitude). A legitima defesa putativa é a conduta na qual o agente pratica o ato acreditando que esta acobertado por uma situaciio de legitima defesa, quando, na verdade, nao esta. Vejamos o que diz o art. 20, §1° do CP: ) § 1° - E isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunstancias, supée situacdo de fato que, se existisse, tornaria a acao legitima, Nao ha isencdo de ena quando 0 erro deriva de culpa e o fato é punivel como crime culposo.(Redacao dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) ASSIM, A ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA C. Prof. Renan Araujo 69de71 Aula 01 - Prof. 47. (FCC - 2013 - TJ-PE - JUIZ) A coagao moral irresistivel e a obediéncia hierarquica excluem a jade e a culpabilidade, respectivamente. dade, respectivamente. itude, respectivamente. COMENTARIOS: Tanto a coacdo MORAL irresistivel quanto a obediéncia hierérquica excluem a culpabilidade, conforme prevé o art. 22 do CP: Art. 22 - Se o fato é cometido sob cacao irresistivel ou em estrita obediéncia a ordem, nao manifestamente ilegal, de superior hierarquico, $0 é punivel o autor da coaco ou da ordem, (Redacao dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) PORTANTO, A ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA C. 8 GABARIT' PF hcabarito 1. ALTERNATIVAC 2. ALTERNATIVAD 3. ALTERNATIVAA 4. ALTERNATIVAB 5. ALTERNATIVAE 6. ALTERNATIVAA 7. ALTERNATIVAB 8. ALTERNATIVAA 9. ALTERNATIVAE 10. ALTERNATIVA B 11. ALTERNATIVA A 12. ALTERNATIVA A 13. ALTERNATIVA C 14. ALTERNATIVA D 15. ALTERNATIVA B 16. ALTERNATIVA C 17. ALTERNATIVA B Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 70 de 71 18. 19. 20. 21. 22. 23. 24, 25. 26. 27. 28. 29. 30. 31. 32. 33. 34. 35. 36. 37. 38. 39. 40. 41. 42. 43. 44. 45. 46. 47. Aula 01 - Prof. ALTERNATIVA B ALTERNATIVA D ALTERNATIVA E ALTERNATIVA C ALTERNATIVA A ALTERNATIVA A ALTERNATIVA B ALTERNATIVA D ALTERNATIVA C ALTERNATIVA C ALTERNATIVA E ALTERNATIVA A ALTERNATIVA E ALTERNATIVA D ALTERNATIVA A ALTERNATIVA E ALTERNATIVA E ALTERNATIVA A ALTERNATIVA A ALTERNATIVA D ALTERNATIVA E ALTERNATIVA B ALTERNATIVAA ALTERNATIVA A ALTERNATIVA D ALTERNATIVA E ALTERNATIVA A ALTERNATIVA D ALTERNATIVA C ALTERNATIVA C Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Tide 74

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