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1 OS CONCEITOS DO CALCULO INTEGRAL Neste capitulo so expostas a definigo de integral e algumas das suas propriedades funda- mentais. Para compreender a definigio, é necessario ter conhecimento do conceito de fungao; algumas das segdes.seguintes so pois dedicadas a uma exposigio deste conceito e de outr nogdes com ele relacionadas. 1.1 As ideias fandamentais da geometria cartesiana Como foi referido anteriormente, uma das aplicacdes do integral é o cilculo de areas. Geralmente, nao tem significado falar de area em si mesma, bem.pelo contrario fala-se de area de alguma coisa 0 que quer dizer que nds temos certos objetos (regides poligonais, regides circulares, segmentos parabdlicos, ctc.), cujas ércas dcscjamus meuir. Se preten demos chegar a um conhecimento da area que nos possa habilitar a tratar com diferentes espe de objetos, devemos primeiramente encontrar uma maneira efetiva de descrigio desses objectos. © método mais simples de 0 conseguir, consiste em desenhar as figuras, como foi feito na Grécia antiga. Uma via muito mais profunda foi sugerida por René Descartes (1596-1650), a0 introduzir em 1637 as bases de Geometria Analitica (também conhecida por Geometria car- tesiana). A ideia fundamental de Descartes consistia em representar pontos geométricos por mimeros. © método, para pontos do plano, consiste no seguinte: Escolhem-se duas retas de referencia perpendiculares (chamadas eixos coordenados), uma horizontal (chamada o eixo dos xx) e a outra vertical (chamada o eixo dos yy). O seu ponto de intersecgao, representado por 0, diz-se a origem. Sobre o eixo OX, e direita de 0, escolhe-se um ponto de modo que a sua distancia a 0 represente a unidade de comprimento. As distincias ver- ticais, correspondentes ao eixo OY, medem-se com a mesma unidade de comprimento. Ento, a cada ponto do plano (algumas vezes chamado plano XOY)é atribuido um par de mimeros, ditas as suas coordenadas, as quais nos dizem como localizar 0 ponto e representam as distincias do 60 Célculo ponto aos eixos. Na figura 1.1, apresentam-se alguns exemplos. O ponto com coordenadas (3,2) esta trés unidades para a direita do eixo OY e duas unidades acima do eixo OX. O mimero 3 chama-se a coordenada x ¢ 0 niimero 2 a coordenada y. Pontos a esquerda do eixo OY tém a coordenada x negativa, 0¢ cituados abaixo do eixo OX tém a coordenada y negativa. A coorde nada x de um ponto chama-se também a sua abcissa e a coordenada y a sua ordenada. Quando escrevemos um par de niimeros, tais como (a,b), para representar um ponto, con- vencionamos que a abcissa, ou a coordenada x, se escreve em primeiro lugar. Por este motivo, 0 par (a, b) é muitas vezes designado por par ordenado. E evidente que dois pares ordenados (a, b) ¢ (c,d) representam 0 mesmo ponto se € $6 se tivermos a = ce b = d. Pontos (a, b) com 4@ © b positivos dizem-se situados no primeiro quadrante; sea <0 y b > Oestio no segundo quadrante; se a <0 ¢ b <0 esto no terceiro quadrante, ¢ finalmente, se a > Oe b < Oestio no quarto quadrante, Na fig. |.1 representa-se um ponto de cada quadrante. processo para pontos no espago é semelhante. Tomam-se trés eixos, dois a dois perpendi cculares € que se intersetem num ponto 0 (a origem). Estas retas definem trés planos, dois a doi perpendiculares, e cada ponto do espaco pode ser completamente determinado por trés niimeros que, com os sinais adequados, definem as distancias aos planos referidos. A Goemetria car- tesiana tridimensional ser apresentada, com mais pormenor, mais tarde; de momento fixamos nossa atengaio na Geometria analitica plana. ‘Uma figura Gcométrica, por exemplo uma curva plana, é um conjunto de pontos aatisfazcndo uma ou mais condigdes especiais. Traduzindo estas condigdes por expresses contendo as coor- denadas x e y, obtemos uma ou mais 4.2) Paty) ail ee Fig. 1.1 Fig. 1.2. A circunferéncia re- presentada pela equagio car- tesiana 2 + =P. cixo OX Os conceitos do célculo integral 61 equagées que caraterizam a figura em questio. Por exemplo, consideremos uma circunfe- réncia de raio r com 0 centro na origem, como se indica na fig. 1.2. Seja Pum ponto arbitrario da circunferéncia e suponhamos que P tem coordenadas (x, y). Entio OP é a hipotenusa dum tridngulo retingulo cujos catetos tém comprimentos |x| ¢ |y| ¢ por conseguinte, em virtude do teorema de Pitégoras: wy Esta equagiio, a equapdo cartesiana da circunferéncia, é satisfeita por todos os pontos (+, ») da circunferéncia ¢ apenas esses, de modo que a equaco carateriza completamente esta curva. Este exemplo pe em evidéncia o modo como a geometria analitica ¢ usada para reduzir propo- sigdes geométricas relativas a pontos, a proposigdes analiticas com miimeros reais. Durante os seus respetivos desenvolvimentos histéricos, o calculo ea geometria anali estiveram intimamente ligados. Novas descobertas em um dos assuntos deram lugar a progres- 808 no outro. © tratamento em conjunto do calculo e da geometria analitica neste livro é semelhante ao_respetivo desenvolvimento histérico. Contudo, onosso propésito fundamental é desenvolver os conceitos do calculo, pelo que os conceitos de geometria analitica requeridos a esta finalidade serio expostos quando for necessario. De momento, apenas um reduzido niimero de conceitos elementares de Geometria analitica plana sio necessirios a compreensao dos rudi- mentos do Calculo. Um estudo mais aprofundado de geometria analitica sé é necessirio para estender 0 alcance e aplicagdes do calculo eesse estudo sera feito nos iltimos capitulos, usandoo Calculo vetorial. Até la, tudo o que necesita conhecer-se da Geometria analitica so rudimen- tos sobre o tragado de graficos de fungdes. 1.2 Fungées. Ideias gerais ¢ exemplos ‘So diversos os campos de atividade humana a apresentar relagdes que existem entre uma colegio de ums objetos eoutra colegio de outros objetos. Grificos, mapas, curvas, tabelas, formulas, sondagens Gallup sio familiares a toda a pessoa que leia os jornais. Estes sio simples esquemas usados para descrever relagGes especiais, numa forma quantitativa. Os matematicos consideram certos tipos destas relagSes como funpdes. Nesta Seco apresentamos ideias gerais do conceito de fungio. Uma definigao rigorosa de fungio sera dada na segio 1.3. ExeMplo |. A forga F necessaria para esticar uma mola de ago de uma distancia x, além do seu comprimento normal, ¢ proporcional ax, istoé, F= cx com cum niimero independente dex, chamado a constante da mola, Esta formula, descoberta por Robert Hooke em meados do sé- culo xvut, é a chamada lei de Hooke e diz-se exprimir a forga como uma fungao do desloc: mento. EXEMPLO 2. O volume de um cubo é uma fung&io do comprimento da sua aresta. Se a aresta tiver comprimento x, 0 volume V é dado pela formula V = x°. 62 Calculo ExeMpLo 3. Um mimero primo é qualquer inteiro n >1 que nio pode ser expresso na forma n = ab, com a ¢ b inteiros ¢ positivos, ambos menores do que n. Os primeiros nimeros primos sio: 2, 3, 5, 7, 11, 13, 17, 19. Dado um niimero real x > 0, é possivel contar quantos sio os niimeros primos menores do que x. Este nimero diz-se ser uma fungio de x, muito embora ndo se conhega uma formula algébrica simples para o determinar (sem necessidade de os contar) quando x é conhecido. A palavra“fungio” foi introduzida na Matematica por Leibniz, que usou o termo, inicial- mente, para designar certo tipo de formulas matematicas. Mais tarde compreendeu-se que a ideia de fungio de Leibniz tinha um aleance muito restrito ¢ o significado da palavra correspondeu, desde entdo, a muitas fases de generalizacdo. Hoje 0 significado de fungaio é essencialmente este: Dados dois conjuntos, digamos X e ¥, uma funcdo é uma correspon- déncia que associa a cuda elemento de X um e um sé elemento de ¥. O conjunto X é 0 do- minio da fungao. Os elementos de Y associados com os elementos de X formam um con- junto dito 0 contradominio da funcdo. (Este pode ser todo 0 conjunto Y, mas tal nao é necessirio.) Letras dos alfabetos latino e grego siio muitas veres usadas para representar funges. Em par- ticular usam-sc muito frequentemente com casa finalidade as letras fig,h,F, Gil ¢7.Sefé uma dada fungaoe x um elemento do seu dominio, anotagio f(x) utiliza-se para designar 0 elemento do contradominio que esta associado a x pela fungo/'e chama-se valor da funedo fem x ou a imagem de x por f. O simbolo ffx) lé-se “f de x”. ‘A nogo de fungo pode ilustrar-se esquematicamente de muitas maneiras. Por exemplo, na fig. 1.3(a) 0s conjuntos X e ¥ sio conjuntos de pontos e com uma seta indica-se como se emparelha um ponto arbitrario x de X com o ponto imagem f(x) de Y. Outro esquema é apre- sentado na fig. 1.3(b), onde a fungao f'se imagina ser semelhante a uma maquina, na qual ‘05 elementos do conjunto X se transformam para produzir elementos do conjunto ¥. Quan- do um elemento x é transformado pela maquina, o elemento produzido € /(x). 1 Oo) o @ Fig. 1.3 — Representago esquematica do conceito de fungao. Os conceitos do célculo integral 63 Embora 0 conceito de fungao néo ponha qualquer restrigo na natureza dos elementos do dominio X e contradominio ¥, no caleulo elementar estamos principalmente interessados em fungées cujos dominio ¢ contradominio sdo conjuntos de nimeros reais. Tais fungdes dizem-se fungées de varidvel real ou mais abreviadamente fungées reais e podem ser representadas, geo- ‘metricamente, mediante um grafico na plano XOY. Representa-se 0 dominio X no eixo OX e, a partir de cada x € X, representa-se 0 ponto (x,y), onde y = f(x). O lugar geométrico dos pon- tos (x, y) define 0 grafico da fungio. Consideremos ainda mais alguns exemplos de fungSes reais. ExemPto 4, A funpdo identidade. Suponhamos que (x) = x para todo o valor real dex. Esta fungio é, muitas vezes, chamada funpdo identidade. O seu dominio é o eixo real, isto é, 0 con- junto de todos os mimeros reais. Para cada ponto (x,y), do grafico de/,éx=y. O grifico é uma eta que faz angulos iguais com os eixos coordenados (Ver fig. 1.4). O contradominio de fé o conjunto de todos os nimeros reais. ExeMpto 5. A funedo valor absoluto. Consideremos a fungao que faz corresponder a cada niimero real x, 0 mimero nao negativo|x/. Uma parte da sua representago grafica ¢ dada na fig. 1.5. Designando esta fungio por 9, tem-se ox) =|x| para todo o real x. Por exemplo P(x) = |x) fis) =x x ‘ x Fig. 1.4 — Grifico da fungao identi- Fig. 1.5 — Fungo valor absoluto dade (x) = x ox) =|x1 (0) = 0, 9(2)=2, o(-3) = 3. Com esta notacdo podem apresentar-se algumas proprie- dades dos valores absolutos (a) (4) = 90). @ gle] = ox). (b) (x4) = x*. © o@) = Vx. (©) ox + y) < ox) + Hy) (desigualdade triangular). 64 Calculo Exempto 6.4 fungao niimero primo. Para todo x > 0, represente n(x) 0 niimero de nime- ros primos menores ou iguais a x. O dominio de x & 0 conjunto dos niimeros reais positivos. © seu contradominio & 0 conjunto dos inteiros no negativos {0, 1, 2, 3, 7, .. Na fig. 1.6 apresenta-se uma parte do grafico de x. ¥ 6 — 5 _— - jaja! n| af 7 it ilfe 720 3 — 2, 27] soo 2 — 3] 6|ls | 40320 1 oe 4 | 24][ 9 | 362 880 5 aennener = 5 [120 ][io [3 628 800 Cogs sty no oB Fig. 1.6 — A fungao niimero primo. ig. 1.7 — A fungio fatorial. (Nos eixos OX e OY sio usadas escalas diferentes). Quando x aumenta, a fungdo r(x) perma- nece constante até que x seja igual a um niimero primo, ponto em que o valor da fungo apre- senta um salto igual unidade. Quer dizer que o grafico de x consiste de segmentos de reta paralelos a OX. Este é um exemplo de uma classe de fungdes chamadas funedes em escada: desempenham um importante papel na teoria do integral. ExemPLo 7. A fungdo fatorial. Para cada inteiro n define-se fn) por n! = 1-2-3. Neste exemplo, o dominio de f' 0 conjunto dos inteiros positivos. Os valores da fungio cres- cem tio rapidamente que ¢ preferivel apresentar a fungao na forma tabulada em vez da repre- sentagio grifica. A fig. 1.7 € uma tabua apresentando os pares (n, n!) para n = 1, 2,3, un 10. Chama-se @ atengao do Icitor para dois aspectos caracteristicos comuns acs cxemplos apresentados atras. (1) Para cada x do dominio X existe uma e uma sé imagem y que forma um par com aguele valor particular de x. (2) Cada fungio gera um conjunto de pares (x, y), onde x & 0 elemento genérico do dominio X e y & 0 tinico elemento de Y que corresponde a x. Em muitos dos exemplos referidos, apresentaram-se os pares (x, y) geometricamente como pontos de um grafico. No exemplo 7 apresentaram-se como entradas numa tabela. Em qual- quer dos casos conhecer a fungao é conhecer, duma maneira ou de outra, todas os pares (:, y) que ela gera. Esta observacao simples é a origem da definigio formal do conceito de fungiio que se expée na Seco seguinte. Os conceitos do célculo integral 65 1.3 FungGes. Definigio formal como um conjunto de pares ordenados Na discussio informal da seco anterior, uma fungo foi apresentada como uma corres- pondéncia que associa a cada elemento dum conjunto X um eum s6 elemento dum con- junto Y. As palavras “correspondéncia” ¢ “associé podem nao assumir o mesmo signit cado para toda a gente, razio pela qual devemos reformular a ideia dum modo diferente, baseando-a no conceito de conjunto. Em primeiro lugar necessitamos da nogio de par orde- nado de dois elementos. Na definicdo de igualdade de conjuntos nao se faz referéncia a ordem pela qual aparecem 0s elementos. Assim, os conjuntos {2, 5} ¢{5, 2} sio iguais porque contém exactamente os mesmos elementos. Algumas vezes, porém, a ordem é importante. Por exemplo, na Geome- tria analitica plana, as coordenadas (x, y) dum ponto representam um par ordenado de nime- ros. O ponto com coordenadas (2, 5) ndo € 0 mesmo que © ponto com coordenadas (5, 2), muito embora os conjuntos {2, 5} ¢ (5, 2] sejam iguais. Do mesmo modo, se temos um par ordenado de objectos a ¢ b (nio necessiriamente distintos) e desejamos designar um dos objetos, seja a, como o primeiro elemento € 0 outro, b, como 0 segundo, encerramo-los num paréntesis (a, 5) € consideramos que formam um par ordenado. Dizemos que dois pares ordenados (a, b) e (c, d) sio iguais se ¢ s6 se os seus primeiros elementos sao iguais e se sio também iguais os segundos elementos. Quer isto dizer que temos (a,b)=(.d) seesose a=c © b=d. Podemos agora estabelecer a definigaio de fungio. DEFINIGAO DE FUNGAO. Uma fungdo f é um conjunto de pares ordenados (x, »), nenhum dos quais tem 0 mesmo primeiro elemento que outro. Se f'é uma fungdo, 0 conjunto de todos os elementos x que aparecem como primeiros ele- mentos dos pares (x, y) de f‘chama-se o dominio de f. 0 conjunto dos segundos elementos y € © contradomunio de f, ou 0 conjunto de valores de f Intuitivamente, uma fungo pode imaginar-se como uma tabela formada por duas colunas. Cada entrada na tabela é um par ordenado (x, »); a coluna dos x é o dominio de/, ¢ a coluna dos y, 0 contradaminio. Se duas entradas («.) € (x. 2) aparecerem na tabela com o mesmo valor de x, entdo para a tabela representar uma fungao é necessirio que y = z. Por outras palavras, uma funcdo ndo pode tomar dois valores distintos num dado ponto x. Portanto, para cada x do dominio de f existe um é s6 um y tal que (x, y) ¢ /: Uma vez que este y esta univo- camente determinado desde que se conhega x, podemos introduzir para ele um simbolo espe- cial. E costume escrever y= fo ‘em vez de (x, y) € f para indicar que o par (x, y) pertence ao conjunto f. 66 Calculo Outra alternativa a descrigdo da fungao f especificando explicitamente os pares que con- tém, ¢ que é usualmente preferivel, consiste em descrever 0 dominio de fe para cada x do dominio indicar como se obtém o valor de fungio ffx). Em relacio com isto, temos o seguinte teorema cuja demonstracio é deixada ao leitor como exercicio. TeoREMA 1.1. Duas fungoes f € g sdo iguais se e 56 se (a) fe g tém 0 mesmo dominio e (6) fx) = g(x) para todo 0 x do dominio de f. E importante ter presente que os objetos x ¢ f(x) que aparecem nos pares ordenados (x, FG0) de uma fungao nao so necessiriamente nimeros. mas sim objetos de natureza qual- ‘quer. Em certas ocasides faremos uso deste grau de generalidade, mas para a maior parte dos problemas ficaremos confinados a fungées reais, isto é, fungdes cujo dominio ¢ contradomi- nios so subconjuntos da reta real. Algumas das fungdes que aparecem no Calculo so definidas em alguns exemplos que se seguem. 1.4, Mais exemplos de funges reais 1, Fungdes constantes. Uma fungao em que 0 contradominio consiste dum iinico nimero diz-se uma fungio constante. Na fig. 1.8 apresenta-se um exemplo em que (x) = 3 para todo o x real. A representagao grafica é uma reta paralela a OX, intersetando 0 cixo OY no ponto (0,3). fax) = 2x -1 fix) =x Fig. 1.8 — Fungo constante Fig. 1.9 — Fungio linear Fig. 1.10 — Fungao quadré fe) =3 B(x) = 2x — 1 Sa) = 2. Fungées lineares. Uma fungao g definida, para todo o real x, por uma formula da forma Os conceitos do céiculo integral 67 g(x) =ax+b diz-se fungio linear porque o seu grifico é uma reta. O niimero b é a ordenada na ori- gem; é a coordenada y do ponto (0, 6) em que a reta intersecta o eixo OY. O numero a € 0 declive da recta. Um exemplo, g(x) = x, esta representado na fig. 1.4. Outro exem- plo, g(x) = 2x — 1, esti representado na fig. 1.9. 3. Fungdo poténcia. Para um determinado inteiro positivo n, seja f a fungéo definida por f(x) =x" para todo o real x. Quando n= 1, é a fungao identidade referida na fig. 1. Para n=2 0 grafico é uma parabola, parte do qual esta desenhado na fig. 1.10. Para n= 3 0 grafico é uma curva cibica e tem a forma apresentada na fig. 1.11 (pg. 68). Fungées polinomiais. Uma fungao polinomial P é definida, para todo o valor real de x, por uma relagio da forma Sext P(x) = ey eax toe Os niimeros Cy, C1, = Cx S80 05 coeficientes do polindmio eo inteiro nio negativo n é 0 seu grau (se ¢,, # 0). As fungdes deste tipo incluem as fungdes constantes e as poténcias com casos particulares. Os polinémios de graus 2 ¢ 3 denominam-se polinémios quadré- ticos ¢ cuibicos respetivamente. A fig. 1.12 representa uma parte do grifico duma fungio polinomial P do 4° grau, definida por Pix ; xto2e, 5. A circunferéncia. Voltemos & equagio cartesiana da circunferéncia x? + y? = Pe resolvamo-la relativamente a y. Existem duas solugdes dadas por yevP=8 oe (Lembramos que se a > 0, 0 simbolo V/a representa a raiz quadrada positiva de a. A raiz quadrada negativa é— Va). Houve uma época em que os matematicos y cra uma fungav bivaleme de x definida por y Px. Pow nao se admite a “bivaléncia” como propriedade de fungdes. A defini que a cada x do dominio, corresponda um ¢ um s6 valor de y do contradominio. Geo- metricamente isto significa que retas paralelas a OY, que intersectam 0 grafico, 0 fazem num tinico ponto. Por conseguinte para tornar o exemplo anterior compativel com a teoria, dizemos que as duas solugdes para y definem duas fungdes, fe g, sendo fa=VFoe 6 gx) —-VP Oe para todo o x satisfazendo a —r r, no existe nenhum valor real para y e tal que | x? + y= re dizemos que as fungdes fe g ndo esido definidas para tal valor dex. Uma | vex que (x) é a raiz quadrada positiva de r? — x2, 0 grafico de /@ a semi-circunferéncia superior representada na fig. 1.13. Os valores da fungilo g sio < 0 ¢ por isso 0 grifico | de géasemi-circunferéncia inferior representada na mesma figura. 6. Somas, produtos e cocientes de fungées. Sejam fe g duas fungées reais que tém o mesmo dominio D. A partir de f'e g podemos construir novas fungées por adi¢ao, multiplicagao ou divisiio dos seus valores. A fungdo u definida por | ux) =f(x) + g(x) se xED | diz-se soma de fe g e representa-se por f+ g. De modo anilogo, 0 produto v=f-g eo cociente w = fig sio definidos pelas formulas Hx) =f) se XE D, w= (xigtx) se xED © g(x) #0. P(x) = txt = 2x Pix) = Fig. 1.11 A fungio ciibica Fig. 1.12 A fungi polinomial Fig. 1.13. Graficos das fungdes P= de 4° grau fe) = (Pax Po apo gx) = oP — Com © conjunto de exercicios que a seguir se apresentam pretende-se que 0 leitor se familiarize com o uso da notagdo utilizada paraas fungdes. 1.5 Exercicios 1. Seja fix)=x+1, para todo o x real. Calcular: (2), fl-2), f2), f(l/2), U2), Sla + b), fla) + fib). fia) f(b). Os conceitos do célculo integral 69 2, Sejam f(x) = 1 + x e g(x) = 1 — x, para todo o real x. Calcular: f(2) + ¢(2) 2) ~ (2) f2)g(2), N2V/g2), (1g), V2], Aa + g(—a), KYg(—-0. 3. Seja (x) = |x — 3| + |x — 1] para todo o x real. Calcular: @(0), 9(1), 9(2), (3), @(—1), 9(—2). Determinar os valores de 1 para os quais o(t + 2) = @(i). 4, Seia (x) = x? para todo o real x. Provar cada uma das seguintes igualdades. Em cada ‘caso determinar 0 conjunto dos reais x, y, 1, etc. para os quais a formula correspondente é valid @ f(-2) =f. @) £2) = 40). (©) JQ) =f) = = NG +9. © SH) =SO® © f& +h —f@) =2xh +h (O VI@ =lal. 5. Seja g(x) = V4—x* para|x|< 2. Provar cada uma das igualdades seguintes e indicar para que valores Ue a,» 9 © 4 sau clas valida. @) g(-x) = g(x). (@) ga -2) = Vaa a, (©) gy) =2V © (3) =}vie-& 1) va 1 _2-¢) © s(;) -a- © a7. 6. Seja fdefinida do modo seguinte: f(x) = 1 para 0 £ x $1; fx) = 2 paral 2. (a) Tragar 0 grafico de f- (b) Seja g(x) = f(2x). Definit 0 dominio de g e tragar 0 respetivo grafico. (©) Seja h(x) = f(x — 2). Definir 0 dominio de h ¢ tragar 0 seu grifico. (@) Seja k(x) = (2x) + f(x—2). Definir 0 dominio de k e tragar o seu grafico. 7. Os graficos das duas fungdes polinomiais g(x) = x e f(x) = x intersetam-se em trés pontos. Tracar partes suficientes dos respectivos grificos para mostrar como se intersec- tam. 8. Os grificos de duas fungdes quadraticas f(x) = x? — 2e g(x) = 2x? + 4x + 1 interse- tam-se em dois pontos. Tracar as partes dos dois grificos entre os pontos de intersecao. 9. Este exercicio desenvolve algumas propriedades fundamentais dos polinémios. Seja SG) = E}_g¢,x* um polinémio de graun. Provar: (a) Sen > 1 © 0) ~ 0, lx) — x g(x) sendo g(x) um polindmio de grax n — 1. (b) Para cada real a, a fungao p definida por p(x) = f(x + a) é um polindmio de grau n. (©) Se n> 1 ef(@) =0 para um certo valor real a, entio f(x) = (x — a) h(x), sendo h(x) um polindmio de grau n — 1. [Sugestdo: Considere-se p(x) = (x + a). (A) Se f(x) = 0 para n + 1 valores reais e distintos de x todos os coeficientes q siio nulos ¢ f(x) = 0 para todo o real x. (©) Seja g(x) = Eft b,x* um polinémio de grau m,m > n. Se g(x) = f(x) param + 1 valores reais ¢ distintos de x, entdo m —n, by = ¢, para todos os valores de k, ¢ f(x) = = g(x) para todo o real x. 70 Célculo 10. Em cada caso, determinar todos os polinémios p de grau $2 que satisfazem as con- digdes dadas. (a) p(0) = pl) = pQ) = (© pO) = pt) (b) p00) = pt) = 1,p@2) =2. (A) pl0) = pl) 11. Em cada caso, determinar todos os polinémios p de grau < 2 que verificam as con- digdes dadas, para todo o x real. (@) px) =p =x). © pQx) = 2p(x). (©) ps) =p +3). @) px) = px +3). 12. Demonstrar que as expressdes seguintes so polinémios, escrevendo-se na forma Ef" ga,x* para um valor de m conveniente. Em cada exemplo n é um inteiro e positivo. 1a (a) (1 +x)". (b) x#l © Tha +x). 1.6 O conceit de rea como uma fungio de conjunto Quando um matemitico tenta desenvolver uma teoria geral que abarque muitos conceitos diferentes, tenta isolar propriedades comuns que paregam ser fundamentais para cada uma das aplicages particulares que tem em mente. Utiliza entao essas propriedades como pedras fundamentais da sua teoria. Euclides serviu-se deste proceso, ao desenvolver a geometria ele- mentar como um sistema dedutivo baseado num conjunto de axiomas. Nés utilizamos 0 ‘mesmo proceso no tratamento axiomitico do sistema dos nimeros reais ¢ vamos usi-lo, uma vez mais, na nossa discussio do conceito de area. Quando atribuimos uma area a uma regido plana, asociamos um nimero a um conjunto S do plano. De um ponto de vista puramente matemiatico, isto significa que temos uma fungao @ (a fungao area) que atribui um nimero real a(S) (a area de S) a cada conjunto S de uma certa colecgo de conjuntos dada. Uma fungio deste tipo, cujo dominio é uma colecgio de conjuntos e cujos valores sio mimeros reais, chama-se fundo de conjunto. O problema fun- damental € 0 seguinte: Dado um conjunto plano S, que area a(S) devamos atribuir a S? © nosso método para abordar este problema consiste em partir com um certo mimero de propriedades que se admite serem atributos da area, ¢ tomé-las como axiomas para a area. ‘Qualquer fungio de conjunto que satisfaga a estes axiomas designar-se-a por fungao area. E necessario provar que existe realmente uma fungi area, para estarmos certos de que néo estamos a discutir uma teoria vazia. Nao o faremos aqui: Em vez disso admitimos a existén- cia duma fungdo area e deduzimos novas propriedades a partir dos axiomas. Uma cons- truco elementar duma fungio area encontra-se nos Capitulos 14 e 22 de Edwin E. Moise, Elementary Geometry From an Advanced Standpoint, Addison-Wesley Pub. Co., 1963. Antes de estabelecermos 0s axiomas para a area, facamos algumas observagées acerca da colegio de conjuntos no plano aos quais pode ser atribuida uma area. Estes conjuntos chamar-se-4o mensurdveis; a colegio de todos os conjuntos mensuraveis representa-se por .M Os axiomas contém suficiente informacao acerca dos conjuntos de ., de modo a permitirem-nos demonstrar que todas as figuras geométricas que aparecem nas aplicagoes Os conceitos do célculo integral 7 usuais do céleulo estiio em M € que as respetivas areas podem ser calculadas por inte- gragao. Um dos axiomas (axioma 5) estabelece que todo o retangulo é mensurdvel ¢ que a sua rea é 0 produto dos comprimentos dos lados. O termo “retdngulo”, quando usado aqui, significa qualquer coujunto congruente (+) a um conjunto da forma {y)|O0 0 € s(x) = ¢ para todo o x do intervalo fechado [a, 6], 0 conjunto de ordenadas de s é um rectingulo de base b — a e altura c; 0 inte- gral de s € c(b — a), a area desse retangulo. Mudando os valores de s em um ou ambos os extremos @ e b do intervalo, o conjunto de ordenadas varia, mas nio altera o integral de s ou 80 Célculo 1 area do respectivo conjunto de ordenadas. Por exemplo, os dois conjuntos de ordenadas da fig. 1.22 tém areas iguais. Fig. 1.22. Mudangs nos valores da funcio Fig. 1.23. O conjunto de ordenadas nos dois extremos nio alteram a drea do duma fungio em escada. conjunto de ordenadas. 0 conjunto de ordenadas de qualquer fungio em escada nio negativas é formado por um ndmero finito de retangulos, um por cada intervalo em que a fungdv € constante; ao conjunto de ordenadas podem também pertencer ou faltar certos segmentos verticais, dependendo do modo como s esta definida nos pontos de subdivisio. O integral de s é igual a soma das areas de cada um dos retangulos, independentemente dos valores de s nos pontos de divisio. Esta afirmagio é coerente com o fato de os segmentos verticais terem area nula e nao darem qualquer contribuigao para a area do conjunto de ordenadas. Na fig. 1.23, a fungao em escada s toma os valores constantes 2, 1 ¢ 9/4 nos intervalos abertos (1, 2), (2, 5 )e (5, 6), res- pectivamente. © seu integral é igual a ffsede=2-Q- N41 G- DHL G-HaR. Deve observar-se que a formula (1.3) para o integral é independente da escolha da particio P, contanto que 5 seja constante nos subintervalos abertos de P. Por exemplo, se substitui- ‘mos P por uma parti¢ao mais fina P’, introduzindo um novo ponto de divisdo f, com x, < 1 < < X;, ento 0 primeiro termo do segundo membro de (1.3) sera substituido pelos dois termos 21.(€ x) © 54.4, , © 08 reatantes termos nao se alteram. Uma vez que Si (= Xe) + 51° — = 5, — 0) © valor da soma completa mantém-se. Podemos passar de Pa qualquer outra partigd0 mais fina P’, inserindo novos pontos de divisio, um de cada vez. Em cada fase, a soma em (1.3) permanece inalterada, ¢ portanto o integral é 0 mesmo para todos os refinamentos de P. 1.13 Propriedades do integral duma fungao em escada Nesta secdo apresentamos um certo niimero de propriedades fundamentais do integral Os conceitos do célculo integral a1 duma fungdo em escada. Muitas destas propriedades parecem evidentes quando se faz a sua interpretagdo geométrica e algumas delas podem mesmo parecer trivias. Todas elas sio va das para integrais de fungdes mais gerais e sera uma questio simples a sua demonstragio naquela hipdtese de generalidade, uma vez estabelecidas para as fungdes em escada. As pro- priedades so apresentadas na forma de teoremas e de cada uma faz-se a respetiva interpre- tagio geométrica, para fungdes em escada nao negativas, em termos de areas. As demons- tragdes analiticas dos teoremas sero feitas na Segio 1.15. a > a b a 6 Fig. 1.24 — A propriedade aditiva do integral. A primeira propriedade estabelece que 0 integral da soma de duas fungdes em escada é igual & soma dos integrals dessus fungoes. Designa-se por propriedade uiiviva © etd e- presentada na fig. 1.24. TEOREMA 1.2 — PROPRIEDADE ADITIVA. ff (960) + )] dx = [° s(x) dx + f * x) dx. A propriedade seguinte, representada na fig. 1.25, denomina-se propriedade homogénea ¢ estabelece que, multiplicando os valores da fungdo por uma constante c, o integral vern multiplicado por c Fig. 1.25 — A propriedade homogénea do integral para c 82 Célculo TEOREMA 1.3 — PROPRIEDADE HOMOGENEA. Para todo 0 mimero real c, tem-se fests) dx = ¢ [? 9) dx Estes dois teoremas podem combinar-se numa iinica formula, conhecida por propriedade de linearidade. TEOREMA 1.4 — PROPRIEDADE DE LINEARIDADE. Para todo o par de mimeros reais ce Cy tem-se f Leas(x) + ext) dx = cy f s(x) dx + ¢ | (x) dx. A proposiclo seguinte é um teorema de comparagdo, 0 qual estabelece que se uma fungio em escada toma, em todo 0 intervalo a, bl, valores superiores aos de outra fun- lo, o seu integral estendido ao mesmo intervalo é também maior. ‘TeOREMA 1. 5 — TEOREMA DE COMPARAGAO. Se s(x) < (x) para todo 0 x de |a, b), entdo [sco dx < [ta de. A interpretag’io geométrica deste teorema indica que, se um conjunto de ordenadas esti con- tido noutro, a area da regio menor nao pode exceder a da regiio maior. AS propriedades apresentadas até agora referem-se todas elas a fungdes em escada defini- das num intervalo comum. O integral goza de outras propriedades importantes que relacio- nam integrais definidos em intervalos distintos. Entre elas temos as seguintes: TEOREMA 1.6 — ADITIVIDADE COM RESPEITO AO INTERVALO DE INTEGRAGAO. [isadrt PP sedx= fide se acecb. Este teorema exprime a propriedade aditiva da dea, apresentada na fig, 1.26. Se o conjunto de ordenadas se decompde em dois, a soma das dreas das duas partes é igual area total. Outro teorema exprime a invaridnea relativa a uma translapGo. Se o conjunto de ordena- das de uma fungio em escada é “deslocado” de c, 0 conjunto de ordenadas resultante é 0 de outra fungao em escada t, relacionada com s pela equagiio i(x) = s(x — c). Se s é definida em (a, 6], entio 1 & definida em [a + ¢, b + cl ¢ os respetivos conjuntos de ordenadas, sendo ccongruentes, tém areas iguais. Esta propriedade ¢ expressa analiticamente do modo seguinte: Os conceitos do célculo integral 83 Fig. 1.26 — Aditividade com respeito a0 intervalo de integragio. incia do integral sob tx) =sx-c). TEOREMA 1.7 — INVARIANCIA SOB TRANSLAGAO, fi sy dx = [se — dx para cada real ¢. A interpretagao geométrica é dada na fig. 1.27 para c > 0. Quando ¢ < 00 conjunto de orde- nadas & “deslocado” para a esquerda. ‘A propriedade homogénea (Teorema 1.3) indica como varia um integral quando se efetua uma mudanga de escads no eixo OY. O teorema que se segue refere-se a uma mudanga de escada na diregio OX multiplicando cada abcissa x por um fator k > 0, 0 novo grifico iv cm covada (, Ucfinida nv intervalo [Au, Ab], ¢ relacionada com s por meio da «)=5() se ka 0. ee 84 Célculo Até agora, quando utilizamos 0 simbolo {, subentendeu-se que o limite inferior a era me- nor que o limite superior 6. E, contudo, conveniente generalizar um pouco mais as ideias € considerar integrais com o limite inferior maior que o limite superior. Tal é possivel definindo fpseax=-ficpde se ac. (14) Igualmente se define [* sx dx =0, © que é sugerido por (1.4), fazendo a = b. Estas convenges permitem-nos concluir que 0 teo- rema 1.6 é valido no somente quando c esta entre ae 6, mas também para qualquer permu- taco dos pontos a, 6, c. O teorema 1.6 traduz-se muitas vezes, pela formula i s(x) dx + if s(x) dx + ft x)dx = 0. Analogamente, podemos estender 0 campo de validade do teorema 1.8 ao caso em que @ constante k seia negativa. Em particular, quando k = —1, 0 teorema 1.8 ¢ a igualdade (1.4) dao-nos * s(—x) dx . s(x) dx 1x) = (=x) Fig. 1.29 — Propriedade dé reflexio do integral. Designamos esta por propriedude de reflesdy do invegrul, uma vee que v grifieo da funcio 1 dado por #(x) = s{-x) obtém-se do de s por reflexdo relativamente a OY. A fig. 1.29 representa um exemplo. Os conceitos do céiculo integral 85 1.14 Outras notagdes para os integrais A letra x que aparece no simbolo {? s(x)dx nao desempenha nenhum papel fundamental na definigao do integral. Qualquer outra letra servira do mesmo modo. As letras f, u, v, z Sio frequentemente utilizadas com a mesma finalidade, pelo que em vez de {? s(x)dx, podemos escrever {°s(1)dt, {° s(u)du, etc. sendo considerados todos como notagdes diferentes duma ‘mesma coisa. Os simbolos x, f, u, etc., que se utilizam desta maneira dizem-se “variiveis, mudas”. So anilogas aos indices mudos usados na notagéo do somatério. Ha uma tendéncia entre alguns autores de livros de Calculo para omitirem simultanea- ‘mente a variavel muda ¢ 0 simbolo de escreverem simplesmente {? s para o integral. Uma baa raza para usar este cimbalo abreviado & que ele st to fartemente que a integral depende unicamente da funpdo s ¢ do intervalo (a, 6]. Além disso, certas formulas aparecem mais simplificadas nesta notago. Por exemplo, a propriedade aditiva vem ° (s +) = s+ +J2t Por outro lado resulta, todavia, mais complicado escrever algumas formulas, tais como as dos teoremas 1.7 € 1.8, na notacdo abreviada, Mais importantes que estes fatos sio, sem diivida, as vantagens praticas que a notacio original de Leibriz apresenta, como veremos mais adiante.O simbolo dx, que nos parece quase supérfluo nesta altura, apresen- tar-se-4 como um instrumento extremamente iitil na pritica de calculo de integrais. LIS Exercicios 1. Calcular 0 valor de cada um dos seguintes integrais, podendo fazer-se uso dos teoremas da Secdo 1.13, sempre que isso seja conveniente. A notaglo [x] representa o maior inteiro < x. @ f° bide. @ f° rede. () fb + Hae. © [*,Pxlax. © [Gitte +idde © [* ade. 2. Dar um exemplo dum fungao em escada s, definida no intervalo fechado [0, 5], aqual tem as seguintes propriedades: [3s(x)dx = 5, [is(x)dx = 2. 3. Mostrar que f® [x] dx + [2 [-x] dx=a—b. 4, (a) Se né um inteiro positivo, provar que Jf [4] dt = noe, (b) Se f(x) = [F [4] dt para.x 2 0, tracar o grafico defrelativo ao intervalo [0,4]. 5. (a) Provar que {3 (1) dt=5—/2-/3._ (&) Calcular {il} de 6. (a) Se mé um inteiro positivo, provar que [F [1]? de = n(n — 1)(2n ~ 1)/6. (@) Se f(x) = JF (A? drpara x > 0, tragar o grificn defrelativo ao intervalo (0, 31. (©) Determinar todos os valores de x > 0 para os quais (* [4]? dt = 2(x— 1). 86 Céalculo 7. (a) Caleular {8 (v/a) ar. (b) Se né um inteiro positivo, provar que {j" (V/1l dr = n(n — 1X4n + 1/6. 8. Mostrar que a propriedade de translag3o (teorema 1.7) pode ser expressa na forma equivalente be a [et seode = Pipe + ode. 9. Mostrar que a seguinte propriedade é equivalente ao teorema 1.8: 7m . [Breads = kf" flex) de. 10. Dado 0 inteiro positivo p, define-se a fungaio em escada s no intervalo 0, p] como segue: s(x) =(-I)'n se x esta no intervalo n $x 0. Seja P = (xy, X15 « Xq! uma partigao do intervalo (a, 6], tal que s seja constante nos subintervalos abertos de P. Suponhamos que s(x) = s; 8¢ x;_, (5, = x0) = kf 50) de. 13, Demonstrar 0 teorema 1.2 (propriedade aditiva). (Sugestdo: Aplicar a propriedade aditiva para somas: That, +6.) = Thaa + Dea be] 14, Demonstrar 0 teorema 1.4 (Sugestdo: Aplicar a propriedade aditiva e a propriedade homogénea.) 15, Demonstrar teorema 1.5 [Sugestdo: Aplicar a propriedade correspondente para somas Ef_, a, Otal que —M Sf)

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