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149 Favorecei-oslogo™,e alegrai-os Coma presenga eleda humanidade; Derrigorosasleis desalivai-os*, Que assise bre o caminhoa santidade, Osmais esprimentados* levantai-os™, Se, com aesperiéncia, em bondade Pera vosso conselho, pois quesebem, (© come, o quando, onde as cousas cabem. 150 ‘Todos favorecei em seus oficios, Segundo tem das vidas otalento™: ‘Tenham Religiosos, exercicios ‘De rogarem, por vosso regimento™, Com ejuns, disciplina, pelos vicios Comuns* toda ambigio terZo por vento*, Que™o bom Religioso verdadeiro Gléria vando pretendenem dinheiro. FT poranto to ¢, em consequenss das qualidaes apresentados 151 (Os Cavaleiros# tende em muita estima, ois com seu sangue intrépido cfervente Estendem nao somentea Lei de cima™, ‘Mas inda®? vosso Império preeminente®. Pois aqueles quea tao remoto clima™* ‘Vos vao servir, com passo diligente™, ‘Dous inimigos vencem: uns, 08 vivos, E (oqueé mais) os trabalhos excessivos, 152 Fazei, Serhor, que nunca os admirados Alemies, Galos, italos e Ingleses, Possam dizer que séo pera mandados, Mais que pera mandar, os Portugueses™. ‘Tomai conselho sé d'esprimentados™ Que viram**largos anos, largos meses, Que, posto que em cientes** muito cabe, ‘Mais em particular experto sabe. rteriormante:® alvisos:# com ms experiencia, aeeereat am lagor de elev ra governaglo; de acordo com seu talento; ® ezarem pare que 2 govern do eit tease alos pcados dos homens; # no serdo ambiioss, nao darto mpotanci &iquezs: ™ porque; # aabres guerelros, aaa iran catia a fe catdlca ® também, ® grandoso; regiesdstanes: ches de corager W.3-4 que 05 Partuguoes nunca deberm de ser independentes, que rua sjam mandades, mas mandem sempre de pessoas COM Fruita experncla da vide: tveram a experiénca a vida; ™ ssbios cu sl dria deriva cos ives, nao da experiencia da vie 258 153 DeFormiso’,fildsofo elegante, Vercis como Annibal escamecia, Quando das artes bélicas, diante Dele, com larga vor tratava e lia A disciplina militar prestante ‘Nao seaprende, Senhor, na fantasia, Sonhando, imaginando ou estudando, Sentio vendo, tratando epelejando, 154 Mas cu que falo, humilde, baxo e rudo, De-vés nao conhecido nem sonhado? Daboca dos pequenos* sei, contudo, Que o louvor sai as vezes acabado, ‘Nem me faltana vida honesto estudo, Com longa esperiencia misturado, ‘Nem engenho, que aqui vereis presente, Cousas que juntas se acham raramente® 155 era servit-vos, brago as armas feito; Pera cantar-vos, mente as Musas dada; Some falece*serat*ws acelto*, De** quem virtude** deve ser prezada, Se me isto* o Géu concede, ¢ 0 vossoppeito Dinaempresa tomar de ser cantada®, ‘Como apressaga mente vaticina Olhandoa vossainclinaco diving®, 156 Ou fazendo que, mais quea de Medusa, Avista vossa tema o monte Atlante®, Ouzompendo nos campos de Ampelusa ‘Osmuros de Marrocos e Trudante®. ‘A minha jéestimada eleda Musa Fico que em todo omundo devés cante*, Desorte que Alexandra ems se veja, Semi dita de Aquiles ter envga®, ‘© ww 1-4 estes versos exempiicam o caso de Formiso que presumia saber da arte da guerra perante Anibal, um dos ‘maiores generis d2 Antigudade: Anal ria-sa do que Forma pratenda saber, pos verfcava que nada do cue ele cia se bhaseava na experiencia vvde da guera; Formigo queria dar ictes a quem sabia, pela pritica endo pala wartasiay,v. 6, ‘uite mais do que ele; Camies esbe a sua crigem social. 0 pove; de pessoes do povo: ww 58: Camas epresenta véras qualidades suas: o conhecimanto baseado ns livras. 0 eestudon, © conhecmento fecltado pela wexperéncion da vide.a cengenho» ist & « capecidade postica, «aqui ~ em Os Lusiados - eoncretizad,** so me falta: © por conhecida, “por M4 canecidade engenhass que te permits construir Os Lusiadas: ser recanhecido pelo rei @w.5-8 ore! decide lempreender facanhas dignas de serem epicamente cantsdss; ®! wy 7-B. como se avinha que suceders, dada a intongae 0 rei "Atta flooupetriicado ao ver a Medusa, ser hariante: © sentido destes dos primaros vers & qus @ Norte 60 Africa, isto €, 05 Mouros, quem ainda mas ptrficados ao verem D, Sebastiza do que ficou Aas ae vera edu; Monte Atlante fea em Merraces; # Armpelusae Trudante sso terras de Marcos; por estes versase pelos ds itis da estore nteror se verica que a intenga9 de atacar Marracos ora de conhecimento geralno reinaco de C. Sebastilo: a tentatia evar pouno eerois ao desasire de Alcdcer Qui; * Camées oferece-se para canter eplcamente os futures fetos Ge 1, Sebati * Alexandre Magno foi maior general da Antiuidace di lamentar nao ter um Homero que ihe cantasce os feitos como Aauites tevetnha inveja de Aquiles por iss; Camoes prometa, ura, [Fed] que cantord epeamerte 0 fetes de D. Sebastzo. a as est. 145.6 146 est, 146 (5 a8) est, 149.2 153 est. 1542156 (a4) 2148 | Educacdo literéria CA ed 1. Explicita as caracteristicas da «patrian apresentadas nas estancias 145 @ 146, 2. Tem em atenodo a estancia 147, 2.1 identifica 0 recurso expressivo presente no conjunto dos w 3-8. 2.2 Justifica a sua utlizagao, 3,0 Pasta dé vérios conselhas ao jover rei D. Sebastiao faz reflexées vérias, de natureza erica, desde @ estdncia 149 até & 153. identifica as esténcias e 0s versos nos quais incita 0 reia respeitar, a econselhar-se com aqueles que conhecem a vide pela expe- ribncia: 'b, aponta para a necessidace de o rel estimar os que lutam para aumentar 0 seu império ea fé criti ce. chama a atengéio para o estatuto dos frades: dever remeter-se & orago endo entrar pelo caminho da ambiao; d. alerta o rei para a necessidade de leis justas e humanas; €. reflete sobre o valor da experiéncie, nomeadamente nos assuntos militares. Atenta no conjunto das trés estancias finais. 4.1 Indica os varios argumentos apresentados pelo Poeta para ousar aconsethar 0 Rei 5. Explicita 0 projeto apresentade pelo Poeta no final de Os Lusiodass. 5.1 Refere, justificando, em que outras partes do poema, uma delas relacionada com D, Sebastiso, se podem detetar ideias idénticas 2 estas. CE Fungées sintaticas 1. Kdentifica as fungGes sintaticas das palavras ou expressdes sequintes: a, «Musa», est. 145, v.15 f, «0s Portugueses», est. 152, v. 4; b. «vos», est. 148, v1 4g. «filésofo eleganter, est, 153, v1 . «de vos», est. 148, v. 5: hi. «vos», est, 155, v. 1 di. «0, est. 150, v. 8 «vos», est. 155, v. 2 1. ede cima», est. 151, v. 3; J. «me», est. 155, v 3. Processos fonolégicos de inser¢o, supressao e alteracao 2. Indica os processas fonoldgicos presentes na evolucao das seguintes palavras: a. Facu > fogo, est. 147, v. 4; bb semiore- > senhor, est. 152, v. 1 2.1 Indica as palavras provenientes por via erudita dos étimos latinos apresentacos nas alineas anteriores. 2.2 Estabelece ums relago de sentido entre as palavras divergentes sénior e senhor. PME) 220 cartes, 0s tanindas 262 As reflexées finais do Poeta Teco AA biogratia do Poeta esté amassada no assunto do poema, dé vida e sangue a factos, descrigdes e consideracdes que a uma primeira leitura parecem nada ter de subjetiva e de autobiogréfico, [sso implica a irrupgdo da subjetividade em momentos como este, o que alids se inscreve 5 numa continuidade relativamente as invocagies &s Musas. Aa Longo de vérias invocagées, Camies vai tragande as vicissitudes do canto, a sua histéria, desde o comego entusidstico até 20 final pesado de desalento e de decegao: «N6 mais, Musa, nd mais. (.) E,no fim, o poema vai de novo fixar-se no seu autor: «Mas eu que falo, humilde, baxo e rudo, 30 De vés no conhecido nem sonhado? Ds boca dos pequenas sei, cantudo, Que 0 louvor sai as vezes acabado. Tem me falta na vida honesto estudo, Com longa experiencia misturado, 15 Nem engenho, que aqui vereis presente, Cousas que juntas se acham raramente» (%,154) Esta imagem, importa sublinhar, ilustra 0 modelo de perfeigdo que a obra engendrau: 0 her6i completo, a unio da valentia e da cultura, de acordo com 9 tépico das «armas e das 20 (etras».Cambes, que censurava os compatriotas pela falta de culture (V, 92-100), apresenta- ~se agora como exemplo vivo da unio dos dois tipas de valores: bravura, coragem, sacrificio: e-cultura, inspiragao, génio.(..) ~ Opoema conelui chamando a atengao para o valor da sua obra e para a seu prépria valor. Mari atin Leal de Mtoe, A posi plea de Cams Tpicos pr lotr de Gx Lutes Agusta Maite de capo / FAC. 1983 pp 1:62 Texto Lago @ seguir, porém, numa rutura subita do canto gpico, a estncia 145 introduz a voz dolorida do narrador que confessa 0 seu desnimo, 0 seu cansago e a sua amargura «Né mais, Musa, nd mais, que a Lira tenho / destemperada e a voz enrouquecida». A patria, atolada na ambigdo, e numa rude, sombria e deprimente tristeza, no sabia ouvir o canto heroico erquido em seu lowvor. Esta estancia melancélica e desesperangada, tao amilide citada, tem desviado a atengio dos comentaristas relativamente & esténcia 146, na qual o poeta se interraga sobre este pen- dor fatalista da gente portuguesa, ao qual contrapée um sentimento de jubiloso orgulho e de alegria vital um sentimento capaz de manter erguido 0 nimo do povo portugués, perante as 20 provagdes da Histéria. Vr Agi e Sta, «Comes eD,Sebasio in Vcr Aglare Siva (Coed, sono de Ls de Cartes, Lisbos Camano 2001 pp. 13235, CantoX Texto 0 Canto X nao foge & norma estabelecida, € mesmo o Canto em que mais longo se esten- de o excurso pelas doze oitavas finals. A primeira, dirigid & Musa, é 0 que se paderia chamar uma desinvecagéa, pois que, 20 invés de chamé-La em seu avail, o Poeta diz-the: “No'mais, - Musa, no!mais" (145), no momento climatica de desalento e desiluséo, Nas seguintes, é a0 reique se dirige, concitando-o a olhar: «Dlhai que sois (e vede as outras gentes) / Senhor 56 de vassalos excelentes» (X, 146); «Olhai que ledos vo, por vérias vias, (.)/ Dando 0s corpos a fornes e vigias, (..)/A perigos incégnitos do mundo, / A naufrgios, a pexes, a0 profundol> (K, 147), Esses vassalos estio, «Por vos servi, a tudo aparethadosm (X, 148). O aconselha- mento prossegue com imperativos: «favorece’», renetido (K, 149 e 160); «tende em muita 10 estima». (X, 151) (Cheenoe Bertin, os ees 0 Poeta Os Lsiods». Esato caToaros ‘Rae dane Etc Nove Frontera, 2000, 6.4, Texto 4 © poeta encerra a sus abra, condenando o abandono a que em Portugal se votam as letras e exortando D. Sebastido a continuar a série de vitéries portuguesas em Marrocas. . mais uma vez, o lamento sentido de um poeta que se sente injustigado por ver que esta a Cantar a gente surda e endurecida, insensivel & arte e mergulhada nao no amor a Pétria, 5 mas sim No gosto da cabiga e na rudeza / de uma austera, apagada vil tristezo. Neste desencanto, ha ainda uma centelha de esperanga, quando, a0 cirigir-se ao rei D, Sebastidi, Senha sé de vossalas excelentes, capazes de tudo enirentar e suportar, o poeta ‘oexorta a fazer renascer a gléria portuguesa, através e uma série de invetivas: favorecer to- dos os stibditos de acordo cam a sua aptidao, aliviar 0 pais de leis rigorosas, valorizar 0 saber 1 dos experientes, ter aprego pelos guerreiros que dilatam a fé e o império, ‘nis aos Zlda Braga Lipo 0s Laas Vis Nava de Fara, Eto Cento Atta, 2016118 ED 1. Tem em atengaa 0 texto 1 1L1 Explica porque & que Cemdes pode ser classificado pela autora como um «herdi completo», 2. Tem em atengioo texto 2. 2.1 Explica, justficadamente, se 0 autor tem ou nao raza0 em qualificar @ «voz «do nnarrador como «dolorida» 3. Tem em atengaa 0 texto 3. 3.1 Explica por que motivo a autora pade dizer que «O Canto X nao foge & norma esta- beelacidan, | L ‘Tem em atengao 0 texto 4, 4.1 Explicita a mensagem de esperanga com a qual Camides termina o seu poema. Luis de Camées, Os Lusiadas I ee O portugués: génese, variacao e mudanca Texto Portugués classico (séculos XVI-XVII) 0 proceso de enriquecimento do vocabulério tomnou-se particularmente intenso no sécu- lo XVI, com 9 Renascimento humanista eos estudos latinos. Olatinismo passa a ser frequents e consiste por vezes na adogo «de uma ortografa etimolégica para tornar a forma escrita das palavras mais préxima do latim (ex: doctor por doutor|»* Um nimero importante de palavras eruditas, ou de formas alatinadas, introduziram-se, assim, neste séoulo e, desde entdo,integram 0 vocabulério da lingua, camo as adjetivos cam superlativos em -érrimo e limo ou adjetivos que terminam em -fero, Em Os Lusiadas, obra maior do nosso classicismo quinhentista, so frequentes palavras como estelifera, aspiérrinna ‘ou misérrimo, bem como construgdes sintéticas préximas da frase latina Por outro lado, com os Descobrimentos, entram no portugués diversas palavras exéticas vvindas da Africa e da Asia, e depois do Brasil, algumes das quais passerdo, por seu intermédio, @ outras linguas europeias. «Houve, ento, uma nova injegéo de pelavras érabes, vindas da Aitica do Norte, da Arica do Leste ou do oceano Indico (ex: céfila, almadta, mougdo-mon- ¢Go}.»* Da Asia (Malasia, China, indie) provém palavras como champane, jangada, junco pagode, Quanto as formas de tretemento, comega a usar-se vossa mercé em situacbes de tratamento respeitoso, Daf resultard a forma vocé que, a par da simplificagao fonética, perde 0 valor seméntico-pragmatico inical (cf. Teyssier, 1982; 72) No sécule XVII, dito de influéncia francesa, define-se como norma ou tingua-padrao a for- ma de falar da Estremadura, Isso defends, por exemplo, Luts Anténio Verney, que escreve «Em matéria de proniincia, sempre se devem preferir os que sam mais cultas e falam bem na Estramadura, que todos os das outras Provincias juntasm*, Intensificam-se os estudos sobre ® lingua portuguesa e a sua ortografia com a publicagao de varias obras, entre as quais se destaca 0 Verdadeiro Método de Estudar, de Lufs Anténio Verney. O vocabulério enriquece-se com empréstimos do francés, anesar do movimento purista do neoclassicismo que domina e segunda metade do séoul. No‘fim do periodo correspondente ao portugués classico, na auséncia de estruturas procli- sedoras, acentua-se a preferéncia pela énclise*, isto &, pela colocagao dos pronames pessoais tones depois do verbo (a0 contrério do Brasil, cue conserva a préclise - calacagtio do prono- ‘me pessoal atono antes do verbo). Na verdade, no «inicio do partugués cldssico, a préclise era geral em toda 0 tipo de oracdes, mas viria a perder @ sua grande importancia na decurso do mesmo perfado» (Castro, 2011: 197) No plano fonético-fenolégico, consuma-se no século XVIII uma mudanga importante: de- saparece a africada pré-palatal /t{/, representada pelo digrafo (exemplo: [t/Juva), «de Uso geral na Lingua medieval e renascentistan, que «deixa de se distinguir da fricativa palatal surda /f/, fearesentada pelo grafema » (exemplo: [f]arope)* “Tesos elaborates cm base nas obras Hist do Ling Portgusen de Paul Tye ntact tna do Portage sea Casta 6 Osean siren Hetero Portas Ge Eeperenga Care. Texto? O portugués contemporaneo (séculos XIX-XXI) Para a morfologia, @ sintaxe e 0 vooabulrio o fim do século XVIll eo inicio do século XIX parecem ter sido ‘uma época de transig&o entre o portugués classico e o que se pode chamar o portugués moderno e contem- pordneo, Vejamos alguns exemplos: o emprego do artigo com o possessiva é cada vez mais usado (a meu livro fem vez de meu livro; sifunciona camo substituto de formulas de tratamento da terceira pessoa (isto é paras); ‘a colocagéo da pronome étona é fixada ce maneira mais rgida (Jodo sentou-se, quando, num enunciedo desse tipo, a Lingua classica empregava igualmente vodo se sentou). Mas foi sobretudo na morfologia e na sintaxe dos verbos que a lingua contemporénea evoluiu, princinalmente na sue forma falada, A segunda pessoa do plural (..} cai em desuso; o emprego da meséclise no futuro e condicional fica reservada a certos registos da lingua escrite; 0 préprio futuro |.) € cada vez menos empregado no sentido temporal: o condicional conhece restrigdes de empregos endlogos; 0 mais-que-perfeito simples (contaro,tivera] canfina-se na lingua escrita, @ somente com o seu sentido temporal. Em compensacao, 0 perfeito, o imperfeito e 0 futuro do conjuntive per- ranecem to atuals quanto em portugues cléssico, e as regras da concordéncia dos tempos so respeitadas, mesmo na conversa familiar. O vocabulério do portugués enriqueceu-se, coma a de todas as Linguas europeias, com um nimero considerdvel de termos que designam conceltos e objetos relativos & chilizagéo cientifica e técnica, Foi-se, por vezes, buscar no léxico existente a palavra propria para denotar o objeto novo (ex: cam ‘boio), mas, na maior parte dos casos, recorreu-se, como nas outras Linguas romnénicas ~ € sobre o seu modelo =, as raizes greco-latinas; ex: automével, autocarro, televiséo. A Lingua continua, assim, a criar termos eruditos como sempre fez, desde as suas origens, Resulta dai um considervel numero de formas divergentes derivadas dda mesma raiz, portadoras de sentidos préximas ou, ao contrério, muito diferentes; ex: artigo (forma sernie- rucita), ortioulo (forma erudita, artetho (forma do patriménio herecitério), limo, legftimo e Lindo, ou ainda as variantes malha-mancho-mécula-mégoa. As formas erucitas néo raro suplantaram as formas populares que 23s precetleram, de maneira que 0 portugues latiniza mais hoje do que a fazia outrore: assim fremoso foi subst- tuldo por formoso; esorito ou esp(elrito, por espiito, os ordinais do tipa onzeno, dozen, trezeno cedem lugar a décimo primeiro au undécimo, ete; os supertativos em -issimo penetraram na lingua falada, etc. Os empréstimos as linguas europelas foram e continuam a ser numerosos. Sao principalmente de crigem francesa: ex: chefe, boné, blusa, muge, blindar, camuflagem, vitrina, chique. (..] Mas outras linguas também contribufram com seu contingente vocabuter.£ 0 caso do italiano (orpeje, piano, sonato) e, sobretudo, do inglés, cua influéncia se tomou particularmente forte depois da ultima guerra aut Tyler Hirao Lingus Portugese Lsbo, Sé. Costa Etre 1982 pp. 3-7 Jecica 0s principais processos de enriquecimento vocabular ocorridos no século XVI re duas alteragBes morfoldgicas e sintéticas que ocorreram no portugués entre o5 0s XVIlle XK Iormative dos processos que permitiram 0 enriquasimento linguistico do portugués contempo- Simo é oempréstima Pan 8 De entre os referidos no texto, indica alguns vocabulos que tenham resultado de oe emoréstimo. O wiereeses Com o recurso 20 dicionério, indica outros, provenientes do inglés, associados 8 de~ Somorsertes spe de neva cethvasetcrodgeas dos souls 230 ede 205 SEM: de Comnses, Os Lusindas Geografia do portugués no mundo Toto Portugués europeu portugues europeu é falaco em todo 0 terrtério de Portugal continental ¢ regides auténomas da Madeira © Acores. A lingua é ainda falada, na sequéncia da emi- grace, por contingentes populacionais significativas no Luxemburgo e em Andorra e em diversos paises europeus onde existem numerosas comunidades luséfonas, como lem Franga, Alemenha, Suiga e Inglaterra. Em Espanha, 0 portugues ¢ ainda falado em Olivenga, onde, no entanto, co espanhol se sobrepée. Fora da Europa, a variante eu- ropeia do portugues possui igualmente numerosos fatan- tes, nomeadamente no Canadé, nos Estados Unidos, na Venezuela e na Africa do Sul. provenientes em geral da ‘emigragio dos Agores e da Madeira, Averiedade do portugués europeu possul tragas foné- ticos préprios que a distinguem de outras variedades néo europeies, como 2 reducao de intensidade e fechamento das vogals das slabas dtonas e a tendéncia para o ensur- decimento ou supressao de vogais étonas finais, Também ros planos lexical e sintético, 0 portugués eurapeu se di tingue das outras variedades. ‘Apesar de ser uma lingua muito homnagénea em todo ‘ territério nacional, o portugués europeu apresenta algu- ma variagao (por exemplo, fonética) consoante as resides do pats [Fig. 1), Assim, 0 territério continental pode dividir-se em dia~ letos setentrionais e dialetos centra-mericionais, cujas caracteristicas gerais a seguir se incicam. {Fig 2] datetos aortuguoses segundo Luls Fpe Lindley Cintra InGromiten do Portugus Catareorinea Caso Cunha Linley Cea, 1 ed, Liston Edges ea Sd Casta 1995, pp. 1-15, Sibilante apical (conhecida como «reversa ou beiré») Dialetos Trova do vpelo b. (Ex:: voto [oloto) setentrionals —_Pronéincia do como [tf] Conservaglo dos ditongos e O ditongo pronuncia-se como {o] (Ex: outro / [otro} O ditongo pronuncia-se como fe] (Ex: Leite / fete) Estas diferengas tendem, no entanto, a esbater-se por force da influéncia da escalariza~ (940 e dos meias de camuunicagao sacial, que atuam como fatores de normatizagao linguistice. 268 Teco Portugués nao europeu Variedade brasi ‘A variedade brasileira, ou «portugues do Brasil, ¢ falada em todo o imenso territério bra- sileiro, onde também se regista alquma variagao cialetal. No entanto, a variago mais expres- siva é socioletal, determinada pelas diferengas sociais e culturais entre os brasileiros. Assim, ede acordo com Ivo Castro, a variedade linguistica brasileira nao se apresenta como uma dver- sidade de dialetos, mas como uma separacao entre variantes mais cultas e o «falar errado»® ‘A variedade brasileira apresenta numerosas diferencas relativamiente ao portugués eu- ropeu. No caso do [éxico, elas resultam em grande medida dos contactos do portugués com, \inguas indigenas, er particular o tupi, e com algumnas linguas africanas (umbundo, kimbundo ¢ loruba} © com Linguas (europelas) de comunidades de imigrantes. Par autro lado, algumas, especificidades do portugués do Brasil resultardo da conservagéo de caracteristicas do por- tugués cléssico. Naturalmente, a seperaco politica de Portugal e a lenta escolarizacao do territério propiciardo 0 acentuar das diferencas. No quatiro seguinte, organizarr-se algumas das principais diferengas entre as dues varie~ dades. Vogais étonas Palatalizagtio de Fonética-_consoantes -fonotogia* Acconsoante /l/ em, final de palavra Brasileirisemos (palavras que no integram a norma do portugues europeu} Léxico _Palavras diferentes ppara os mesmos significados Diferentes significados para as ‘mesmas palavras, Colocagao dos ppronomes dtonos Sintaxe e morfologia Complexes verbais, ‘com valor durativo Cen Nao elevagao das vageis atonas, Ex: plo}rtal: ofajrtada Ocorre a palatalizagao de tf e // antes de [i ie ia [tie]; aia — [fie] corre a semivocalizagao de /\/ em final de palavra x. animal - animalw] Guri(crianga) Capim (erva) Senzala (habitago para escravos) Caguta filho mais novo) Carona Onibus Trem Terno Agougue Cancer Banheiro (casa de banho) Raparige (prostitute) Colocam-se habitualmente antes do verbo (préelise) Ex: Eu te viontem no cinema. Predominam as canstrugdes com geri, Ex: Estou lendo um liv. "Tye Baste introcueto Histria do Portugues ego. Lisboa, EcigDes Colibri, 201, p28, + Eduardo Buzgalo Paiva Raposo et ali (Org), Gramétice do portugués, vol | Liss, FundagSo Calouste Gulbenkian 2013, p. 148-183. fe Elevacéo das vogais atonas, Ex plulrtal: clelrtada No ocorre a palatalizagao de /t/ e fd antes de [i Ex to: dia Nao acarre a semivacalizagio de IV em final de palewra. Ex: animal. Boleia ‘Autocarro Comboio Fato Talho Canero Banheiro (o vigia das praias) Rapariga (mulher joven] Colacam-se habitualmente depois do verbo (Enelise Ex: Eu vite ontem no cinema Predaminam as construgses com + infinitivo. Ex: Estou a ler um tivro 27 Luis de Camées, Os Lusiadas Variedades africanas [Fig 2] Mara dos Palses Aficanas de Lingua Oficial Portuguese (PALOP) (0 portugués falado nos paises africanos de expresso portuguesa assenta na variedade europeia, No entanto, apreserta um léxico com numerosas palavras provenientes de lin- {quas indigenas e marcas fonoldgicas e gramaticais préprias. ‘Ao contrério de Portugal e do Brasil, nestes paises 0 portugues néo é uma lingua nacio- ral, mas apenas oficial. Grande parte da sua populacao no a tem como linaue meterna, utilizando-a sobretudo em situagtes formais, na escola, nas repartigées puiblicas e nou- tros servigos (bancos, seguros, correios, etc), No entanto, nas grandes cidades de Angola Mogambique, o portugués tem vindo a expandir-se como lingua de comunicacéa e, nesse contexto, novas geragdes de angolanos e mogambicenos passam a adquirilo como lingua materna, Na Guiné-Bissau, em Cabo Verde e em S. Tomé e Principe, além do portugues e, no caso da Guiné ¢ S. Tomé e Principe, de linguas africanas, existem crioulos que registam grande vitalidade. 0 portugués detém ainda o estatuto de Lingua cooficial no territério chinés de Macau (Asia), em Timor Leste (Oceania) e, mais recentemente, na Guiné Equatorial (Africa). 1L. Tendo em conta 0 1° pardgrafo do texto 1, «Portugués europeu», da pagina 266, indica a raz principal por que o portugués europeu é falado em diversos cantinentes, 2. Indica dois tragos fonéticos que oponham a portugués europeu a variedade brasileira, 3. Indica os motivos que, no texto 2 «Portugués nao europeum, pagina 267, explicam diferen- (a Levicais que a variedade do portugués do Brasil apresenta relativamente ao portugués europeu, Crioulos de base portuguesa Os crioulas so linguas naturais, de formacao répida, criadas pela necessidade de expresso e comunicagao plena entre indi- viduos inseridas em comunidades multilingues relativamente es- tavels. (..) Os crioulos cujo léxico 6, na sua maioria, de origem portugue- sa denominam-se de base portuguesa. No entanto, co ponta de vista gramatical, os criculos so linguas ciferenciadas e auténo- mas. (..) Em Africa formaram-se os erioulos da Alta Guiné (em Cabo Verde, Guiné-Bissau e Casamansa) @ as do Golfo da Guiné (em S. Tomé, Principe e Ano Bom). Classificam-se como indo-portugueses os crioulos da India @ 05 crioulos do Sri Lanka, antigo Ceiléo. Quanto Goa (na India), & discutivel se al se teré formado um crioulo de base portuguesa. AA pressao muito forte do portugués, lingua oficial e de instrucao, teria impedido a formago de um erioulo nessa antiga possessao portuguesa. Na Asia, surgiram ainda crioulos de base portuguesa na Malé- sia e em algumas ithas da Indonésia conhecidos sob a designagao de malaio-portugueses. Qs crioulos sino-portugueses so 0s de Macau ¢ Hong Kona. Na América, encantramos ainda um crioulo que se poderé con- siderar de base ibérica (0 paplamento de Curagau, Aruba e Bonai- +e, nas Antithas) e um outro erioulo no Suriname, o saramacano, que sendo de base inglesa, manifesta no seu léxico uma forte in- fluéncia portuguese. Dale Paria n tpoucnstuts ears hip pegraalroesdbasenor mL (exo acento consutado em 26082018) 4, Atendendo ao texto, indica se as afirmagées séo verdadeiras (Vou falsas (F). Corrige as falsas. ‘®. Os criulos so linguas que se formam erm comunida- des muttilingues para facilitar a comunicagéo. Os crioulos de base portuguesa séo linguas que se for- mam a partir de uma base fonética € de estruturas sin- téticas do portugues. cc. E certo que também em Goa se constituiu um crioulo. d. Existem trés grupos de crioulos de base portuguesa na Asia - 0 indo-portugués, 0 mateioportugués e o sino- ~portugués. (Fig. 3) Could Ate Gund cabo vere, 2Casarosa Seoge. 3. Guré Bsa. Croulos do eae da ouine G= 4 (ig. 4) Sng bn boats cu ho {tant comnar elon ha ‘ain com ccoumonut Cae ern, Se Sniove ox ross mae portoqeses $2 und mow fate Sram 208 stn 38 vibe ea Pores aor 38 Tres taco Sn enc Arum ier ‘raulos sno porigueree sBvowieng Henseas Reta IFig. 51 commen ee re Pabaretbacs td 269 270 Luis de Camées, Os Lusiadas Teste de avaliacao de conhecimentos GRUPO! A 8 0 texto seguinte, constituido por quatro estncias de Os Lusiadas. Em caso de necessidade, consulta as natas apresentads. 95 Déaterrs Lusitana Cipises, Césates, Alerandros, edé Augustos’; ‘Mas nio lhe dé, contudo, aqueles dées Caja falta os fazchuros ¢ robustos* Octavio, entre as maiores opressdes*, Compunha versos doutos e venustos* (Nao diré Fulvia, certo, que é mentira, Quandoa deixava Anténio por Glaphyra) 96 97 ‘Vai César® sojiugando toda Franga Enfim, nao houve forte Capitao Easarmasnio Iheimpedem a ciéncia; Que nao fosse também doutoe ciente, Mas, nia mo a penae noutraalanga, Da Lacia, Grega ou Bérbara nacio, Igualava de Cicero’ acloquéncia, Seniio da Portuguesa tio-somente™. ‘Oquede Cipitio se sabe ealcanga Sem vergonha onto digo, quea recto Enas comédias grande experiéncia’, Dealgum nao ser por versos excelente" Lia Aletandroa Homero de maneira Ent se verprezadoo versoerima®, ‘Que sempre se Ihe sabe Acabeceira’, Porque quemnio sabe erte, nao na estimal, 98 Porisso, endo por falta de natura’, ‘Neo hé também Virgflios nem Homeros*% ‘Nem haverd, seeste costume dura, Pios Enetas nem Aquiles feros™, ‘Mas opior de tudo équea ventura ‘Tic asperos os fez.e tao austeros, ‘Tic rudos e de ingento tio remisso™, Que a muitos he dé pouco ou nada disso™. usd Came, Oe esis, 5-8, eg, Porte Por Ears 1667, sgn creanead per Ereruel Pau Ramos y-2 Portugal é ftom guorreiros, como os quatra da Artigudaderaferidos: *contuco feltam aos guereis portu- ueses determinados dons. Os versos sequntesexplistam de que dans se trots: # mesmo preocupad com graves pro blemas de governagio;*versos de grande qualidade; * alia poderS testernurner que Otévo escrevia verses de qualidade pals, tenca sida anardanada palo mca, Antonio, que 8 tcoou per Glsfra. Otévio enviathe belos versos de consola * general romano que, tendo Conquista @ Glia escreveu uma ara sobre conquista; *orande cradorrornano;* Cio, rende general romano, ter esorito comin; * Alexandre Magne, c mac geneva da Antiguidade, iaos poemes homéricos frequenternente; nas quatro vers rca, critice-se aincultura eignordncia dos guereios portugueses,conrariamente fos querreras (agentes) rans (eL.éla>,gregos [wGregar) ou outros (sBéroara): ™ de algum dos querreres portu- ‘queces nao te sido cantado em verso épiox "a poesia nto ser aprecad, acarinhada; * este verso uma critica direta & igneranca des fdalgos portugueses: na pader amar que desconhecer; * por causa da ignoranea dos Portugueses: "Boh grandes poetes que celebrem grandes querer; #e, no os vende, no haverd hors célobres:™ sso de poues inteigénca:# w. 5-0 pir de tudo é que ninguém se importa comisso ‘Apresenta, de forma clara e hem estruturada, as tuas respostas aos itens que se seguem. 1. Atenta na est8ncia 95. 1:1 Justifica a utilizagdo da conjungdo que inicia ov. 3, expicitando a sua fungo, tendo em consideragéo 0 sentido geral da esténcia. 2. Explicita a fungdo da esténcia 96 no conjunto em que se integra ‘3. Na estancia 97, o Poeta confessa-se possuiddo de um determinado sentimento. 3.1 Indica-o, 3.2 Justifica-o. 4, Atenta na estancia 98. 44 Comprova que a andfora esté ao servigo de determinada critica aos Portugueses. 5: Indica, justificando, a qual dos planos de Os Lusfadios pertencem estas quatro estancias, Daf serem mais de 8% d’ Os Lusfadas constituidos por excursos ~ refle- oes, exoriagBes, queixas.(..) Séo eles explicita ou implicitamente ex- ppressos pelo Poeta ...), porsua vozoupela voz interposta deum dos seus personagens, Caber Ihe-é niciar econcluir opoema, fechar todos os dez cantos, retornar quatro vezes ® invacacaio &(s) Musa(s) etecer comenté- riosde varia ordem. Cherie Berard «Os euros do Peete 10s Luss» n Estos Carers, co Jeno, Era Nova Froera, 20000, 3. Comenta, fazendo apelo & tua experiéncia de leitura de Os Lusfadas, as polavras de Cleonice Berardinelli Deves referir pelo menos um exemplo significativo de «reflexes, «exortagbes», «quel- xas» ou «comentérios». © teu texto deve ter no minimo 120 e no méximo 150 palavras. PEE) Luis de Camies, Os Lusiadas 22 1 gestinado desde sempre * scontecimentahistérieo Unio, entracranario 2 detrontando-o sem desistir “ desejada GRUPO II L@0 texto sequinte. Em caso de necessidade, consulta o vocabulério apresentada a seguir a0 texto, Os portugueses: pioneiros da globaliza¢cao Pela sua posigéo, passagem obrigatéria na rota marftima entre o Me- diterraneo, largamente percorrido desde a Antiguidade, e as costas oci- dentais da Europa, Portugal vé, desde cedo, os seus portos servirem de escala a barcos de outros reinos; est, por assim dizer, «predestinadost a enyolver-se, de forma pioneita, na expansto maritima que transformouas relagdes entre os povos, fazende deslocarhomens dos velhos para os no- vos mundos, deixando os seus meios «naturais» para se instalarem, com as suas culturas ¢ tradigdes, animais e plantas, em ambientes desconhe- cidos, contribuindo para uma nova organizacdo mundial do espaco, para uma primeira «globalizagdo>. ‘Aexpanstio maritima portuguesa, possivel pelo progresso cientificoe aperfeigoamento de técnicas de navegacéo, representa um facto histérico singular’, para os comegos do século XV, quando o nosso mundo de rela- «fo naval estava confinado apenas is «finisterras» ocidentais europeias ¢ ao histérico Mediterréneo; este ligava diretamente as terras do Sull da Eu- ropa iis doNorte de Africa, ¢ era através dele e das terras que paraorienteo continuam, que se estabeleciam contactos complexos e Indiretos com os apreciados produtos do fndico. Sendo assim, nao foi a chegada de produ- tos exéticos & Europa que constituitio facto hist6rico singular dos portu- gueses de entio, mas omodo como passoua fazer se: utilizando o Atlén- tico como via de comunicacao, afrontando-o tenazmente®, prosseguindo cada vezmais além, entrando no [ndico, para alcangar a almejada* india,e ultapassando-2, sempre em busca de mais, melhores emais baratas espe- ciarias; ao longo das viagens procuravam cristianizar as gentes de outras religides, ou pagis, que iam encontrando. Sea Expanséo seinicia em ais coma conquista de Ceuta, cidade-porto do Norte de Africa, aonde as caravanas aflufam do Sul ¢ do Leste, carre- gadas de especiarias,finos recidos, ouro e objetos raros para os olhos dos Portugueses, é na exploragao davia atl€ntica, logo seguir, que mais se in- -veste; devagar, mas persistentemente, vai-se

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