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John D, Barrow 100 COISAS ESSENCIAIS QUE NAO SABIA QUE NAO SABIA Perceba o Mundo Através da Matematica Trl: 100 Goisasesenaias que nao sibis que nso sibs Titulo origina 100 Fasensial Things You Didn' Know Yet Didst Kaow Avcor: JohiD. Barrow Traduca: Rera Figueiredo Revishe: ‘Ana Fede Cope Emuidios Horizonte ages at sys © Peer Vacaveh/Foralla a © Livros Horizonte, 2011 {9 John D. Barsow 2008 Primera ego publicada no Reino Unido por The Bodley Head ISBN 978-972-24-1754-9 Paginagaor Eidos Horizonce Impress Guide Abit de 2013 Dap Leg n= 356281/13 ’ (Eura editho mague' grafes de Nove Acorde Orvugrtfi da Lingua’ Porwajyes Reservados todos os direstos de puslicagsa oral ou parcial para aingua portuguesa por LIVROS HORIZONTE, LDA. Rua das Chagas, 17-1." De? 1200-106 LISBOA. Ema geralplivroshorizoncept ‘wwelivroshorsoate pt INDICE Preficio... Poste do més... 2.| Uma nogao de equilfbrio .. 3 | Macacadas . 4 | Dia da Independencia . 5 | Raguebie relatividade ..awessenssenaniessnsenesvs 6 | Numa roda-viva ... 7 | Uma nogio de proporga 8 | Por que é que a ourra fila avanga sempre mais depressa? .. 9 | Dois é bom, trés é de mais ... 10 | O mundo é mesmo pequeno 11 | Estabelecer pontes ..., 12 | Nas cartas ... 13 | Da numeragao romana ao criquete ..... 14 | Relagoes mw 15 | As certezas das corridas 16 | Saltos em altura .... 17 | Superficialidade ... 18 | IVA até a eternidade 19 | Viver numa simulacio .. 20 | Emergéncia enemies 21 | Como empurrar um carro... 22 | Feedback positivo ... 23 | O passo do bébedo 24 | O fingimento au. 32 34 37 39 42 46 49 52 54 57 60 S228 72 74 25 | A falha das médias 26 | © origami do universo .. 27 | Problemas ficeis e dificeis 28 | Isto é um recorde? 29 | “Lotaria faga-voc’-mesmo' 30 | Nao actedito! srrrssereemeen 31 | Fogot... 32 | O problema da secretaria 33 | Divorcio amigivel: a solucéo vantajosa para ambas as partes ..... 34 | Feliz aniversirio ... 35 | A inclinagao dos moinhos de vento 36 | Prestidigicagao verbal 37 | Investimentos financeitos com viajantes no temo .. 38 | Um pensamento pelos seus tostes sau 39 | Decomposigio da lei das médias .... 40 | Quanto tempo é provavel que as coisas sobrevivam? 41 | O presidente que preferia o triangulo ao pentigono 42.| Cédigos secretos no seu bolso 43 | Tenho uma péssima meméria para nomes .. 44 | O cilculo prolongaa vida 45 | Barer asas 46 | O seu numero foi escolhido 47 | Duplique o seu dinheiro ... 48 | Reflexos de rostos 49 | O matemético mais infame .. 50 | Montanhas-russas e saidas das auroestradas ... 51 | Uma explosio por medida sun 52 | Caminhe, nao corra ... 53 | Ler pensamentos ... 54 | O planeta dos enganadores. 55 | Como ganhar a lotatia snnnsmnununsnenanene 56 | Um jogo de futebol bizarro . 57 | Um problema de arcos 58 | Contar por oitos.... 59 | Uma maioria representativa.... 7 79 81 84 87 89 on 93 96 99 102 105 107 0 113 115 118 121 125 127 129 132 134 135 138 141 145 148 150 152 154 157 159 161 163 60 | © campeonato de duas cabecas 165 61 | Criar algo a partir do nada... 167 62 | Como manipular uma elei¢ao ...., 169 63 | O balango do péndullo sess 172 64 | Uma bicicleta com rodas quadrada: 174 65 | De quantos guardas precisa uma galeria de arcs 176 66 | ... Entao e uma prisao? .... 180 67 | Um truque de snooker ... 182 68 | Irmios e irmis.. 185 69 | Jogar limpo com uma moeda viciada .. 188 70 | As maravilhas da tautologia a... 190 71 | Raquetadas ... 192 72 | Fazer as malas ... 195 73 | Fazer novamente as malas 197 7A | Tigre agachado susseussmenes 202 75 | As manchas do fuse ots 204 76 | A loucura das multidées .. 206 77 | O homem dos diamantes 209 78 | As trés leis da robética 213 79 | Romper com as conveng6es ... 216 80 | Google nas caraibas: o poder da matriz ... 219 81 | Aversao a perda 82 | Na ponta do lépi 83 | Teste de resisténcia do esparguete.. 84 | O Gherkin 85 | Calcular 0 indice dep pregos . 86 | A omnisciéncia pode ser uma desvantagem .. 227 87 | Por que é que as pessoas nao sao mais espertas ... 88 | O homem do metro. 238 89 | Nao ha ntimeros desinteressantes .. 90 | IncOgnit0 .orrrmsnssoe 91 | © paradoxo da patinagem no gelo ... 92| A regra de dois .. 247 93 | Segregagao ¢“micromotivos’ 249 94 | Nao seguir a corrente .. 251 95 | A légica de Venn... 253 96 | Alguns beneficios da irracionalidade .. 255 97 | Formulas estranhas .. 260 98 | Caos... 263 99 | Todos a bordo .. 265 100 | A aldeia global... 268 Notas .. 269 Continue a estudar aritmética com o meu pai, passando orgulhosamenre das fragdes aos decimais. Acabei por chegar a um ponto em que um deter- minado ntimero de vacas comia uma certa quantidade de erva e em que tanques se enchiam de 4gua num determinado ntimero de horas, Parecia- -me absolutamente cativante. Agatha Christie Para David ¢ Emma PREFACIO ste é um livro composto por fragmentos dispersos — pequenas histérias acerca de aplicagoes invulgares da marematica a vida quotidiana e de outras coisas nao muito diferentes. Sao cem 4 escolha, nao obedecem a nenhuma ordem em particular, nao tém interesses ocultos nem um fio conduror invisivel. Por vezes o leitor encontrars apenas palavras, mas havera outras em que também encontrara niime- ros e, muito ocasionalmente, algumas notas que lhe apresentarao as formulas por tras das aparéncias. A matematica é interessante e importanre porque pode ensinar-lhe coisas acerca do mundo que nao podem ser aprendidas por outro meio, No que diz respeito as pro- fundezas da fisica fundamental ou a dimensao do uniyerso astron6- mico, j4 nos habituamos a esperar a presenca da matemiarica, No entanto, espero que com este livro descubra como ideias simples podem dar-lhe uma nova perspetiva de coisas que de outra forma lhe pareceriam aborrecidamente familiares ou que passariam simples: mente despercebidas. Muitos dos exemplos contidos nas paginas que se seguem foranvins- pirados pelo Millenium Mathematics Project , que dirijo em Cambridge desde 1999. Quando cumprido, o desafio de mostrar que a matematica tem algo a ensinar-nos acerca de tudo no mundo que nos rodeia pode desempenhar um papel importante na motivagao e informagao das pessoas, jovens e velhas, e ensind-las a apreciar e a entender o papel fundamental da matematica na nossa compreensao do mundo, Gostaria de agradecer a Steve Brams, Marianne Freiberger, Jenny Gage, John Haigh, Jorg Hensgen, Helen Joyce, Tom Kérner, Imre Leader, * wo vimrap.mathsorg Th 100 COLSAS ESSENCIAIS QUE NAO SABIA QUE NAO SABIA Drummond Mois, Robert Osserman, Jenny Piggott, David Spiegelhalrer, Will Sulkin, Rachel Thomas, John W. Webb, Mare West e Robin Wilson pelo seu encorajamento e por outras contri- pelas titeis trocas de ideias, buigées praticas para a compilacao final de coisas essenciais que 0 leitor tem agora a sua frente, Finalmente, quero agradecer a Elizabeth, David, Roger ¢ Louise pelo seu maravilhoso e desconcertante interesse por este livro. Muiros destes meus familiares explicam-me agora por que motivo os postes elétrici sao compostos por triangulos e por que € que os equilibristas transpor- tam uma vara comprida nas maos. Em breve, também o leitor saber 1S a resposta, Jobr D. Barrow Agosta de 2008, Cambridge 1 | POSTE DO MES Tal como Moisés a dividir as aguas, o.cabo de alta rensio 4Y¥G8 da National Grid Company guia os postes seus companbeicos através desta zona tesiden- cial de Oxfordshire am diresio \"terra prometida" da Central Eléivica de Dideor Pylon of the Month de dezembro de 1999 H: alguns websites fascinantes por ai, mas nenhum € tao encantador quanto o emblematico Pylon of the Month, que em tempos se dedicou a divulgar imagens dos postes elétricos mais belos ¢ sedurores do mundo, Os que poderd ver no website indicado abaixo ficam na Escd- cia. Infelizmente, o Pylon of the Month parece ter-se tornado um website fantasma, mas ainda podemos aprender alguma coisa com ele, j4 que, para um matemartico, cada poste conta uma histéria. Sao tao imponentes ¢ a sua presenga é de tal forma ubiqua que, 4 semelhanga da gravidade, quase passam despercebidos, Da préxima vez que viajar de comboio, observe arentamente os postes elétricos enquanto passam a grande velocidade pelas janelas do comboio. Cada um deles é composto por urna rede de barras metilicas que usa uma forma poligonal tinica erecorrente. Essa forma é 0 tridngulo, Dentro deles estao encaixados triingulos grandes e outros mais peque- nos, Até mesmo os que parecem quadrados e retangulos sao apenas pares de triangulos. O motivo pelo qual tém esta configuragao faz parte de uma interessanre historia matematica que comegou no inicio do século x1x, com o trabalho do matematico francés Augustin-Louis Cauchy. De rodas as formas poligonais que poderiamos criar unindo barras metalicas, o tridngulo é especial. E a tinica forma que é rigida. Se colocat- * Iurpi//wwwalrookitagain.co.uk/coppermine/thambnailsphpZalbuni=34 10 JOO-COISAS ESSENCIAIS QUE NAO SABIA QUE NAO SANIA mos articulagSes nos cantos de outro poligono, podemos gradualmente mudar a sua forma, originando uma nova sem que o metal se curve. Uma forma quadrada ou retangular proporciona-nos um exemplo simples: vemos que pode ser deformada de modo a criar um paralelogramo sem dobrar o metal. Esta consideracao & importante se quisermos manter a estabilidade estrutural face aos ventos e 4s mudangas de temperatura, E por isso que os postes elétricos parecem sempre grandes rotens ao deus de todos os triingulos. Se avancarmos para as formas tridimensionais, a situagao ¢ bastante diferente; Cauchy mostrou que todos os poliedros convexos (ou seja, aqueles que tém todas as faces voltadas para fora) com faces tigidas e com os cantos articulados sao rigidos. E, de facto, o mesmo é verdade em relacio aos poliedros convexos em esjpacos com quatro ou mais dimensées. Entao e os poliedros nao-convexos, que podem ter algumas faces apontadas para dentro? Parecem ter mais probabilidades de se abaterem sobre si mesmos, Esta questao permaneceu em aberto aré 1978, quando Robert Connely encontrou um exemplo com faces nao-conyexas e que nao era tigido, e depois demonstrou que em todos os casos as mudan- gas de flexibilidade possiveis mantinham 0 volume total do poliedro igual. Conrudo, os exemplos de poliedros nao-convexos existentes, ou que possam vir a ser encontrados no futuro, parecem nao ter qualquer interesse pratico imediato para os engenhieiros estruturais, uma vez que sao especiais na medida em que exigern uma construcao perfeita- mente exata, como equilibrar uma agulha sobre a sua ponta. Qualquer desvio a este cendrio cria um exemplo rigida. E por isso que os mate- miaticos dizem que “quase todos’ os poliedres sao rigidos. Tudo isto PosTEpoMés 17 leva a crer que a estabilidade estrutural é facil de alcangar. Ainda assim, os postes elétricos cedem e caem. De certeza que consegue perceber porqué. 2 | UMA NOGAO DE EQUILIBRIO Apesar da minha educacdo privilegiada, sou muito equilibrade, Tenbo parses iguais de ressentimenca e de sentimento deinlerioridade. Russell Crowe, in Uma Mente Brilbante fee do que faga na vida, haverd alturas em que sentird que esta caminhar na corda bamba entre 0 sucesso ¢ 0 fracasso, a ten- tar equilibrar varias coisas ou evitat que uma determinada atividade ocupe todos os seus minutos de tempo livre. Mas e no caso das pessoas que cami- nham realmente na corda bamba? No outro dia, vi num filme antigo uma imagem que nos é muito familiar: um funambulo louco desafiava a morte, atravessando uma corda bamba sobre uma ravina e um rio rurbulento. Bastava-lhe dar um passo em falso para se tornar mais uma vitima da lei da gravidade de Newton. Todos nds jé tentamos equilibrar-nos em cima de degraus ou de tabuas de madeira, e a experiéncia ensinou-nos que hi algumas coisas que podem ajudar-nos a manter-nos direitos e equilibrados: nao nos inclinarmos para fora do centro, mantermos 0 corpo direito e » nosso centro de gravidade baixo, Todas essas coisas que se ensinam na escola de artes circenses, Mas aqueles funambulos parecem levar sempre uma vara muito comprida nas mios, As vezes a vara até se curva por causa do peso, ¢ outras vezes chega mesmo a ter pesados baldes presos a cada uma das extremidades, Por que acha que os funambulos fazem isso? O conceito-chave que é necessaria compreender e que explica a utili- za¢io dessa vara comprida por parte dos funambulos é a inércia. Quanto maior for a inércia, mas lentamente se deslocaré quando uma forga for aplicada, Nao tem nada que ver com o centro de gravidade. Quanto mais longe do cencro estiver distribuida a massa, mais elevada sera a inéreia UMA NOGAO DE EQUILINKIO 49 do corpo e mais dificil sera mové-lo. Tomemos como exemplo duas esfe- vas de materiais diferentes que tém o mesmo diametro ea mesma massa, uma sdélida e uma oca. Verificamos que é a estera aca, com a massa mais distante, distribuida pela sua superficie, que desce mais lentamente uma superficie inclinada, Da mesma forma, transportar uma vara comprida aumenta a inércia do funambulo, afastando a massa da linha central do corpo —a inércia é igual 4 massa multiplicada pela distancia ao quadrado. Consequentemente, quaisquer pequenas oscilacdes da posigao de equilibria acontecem mais devagar. O periodo de oscilagao é mais longo eo funim- bulo tem mais tempo para reagir As oscilagdes ¢ para recuperar o equilibrio. Faga a experiéncia e-veja como é mais facil equilibrar uma yara de um metro na ponta de um dedo, do que uma com apenas dez centimerros. 3 | MACACADAS Tenho um corretor horto grafico Que veio com o meu computador Marca clara mente para revi sio Os erros que nao com sigo ver Eusei-o nesve poema E estou certo que gostaram de saber Que nao rem um dinico error Foio que disse o meu correror Barri Haymes imagem lendaria de um exeércita de macacos a digirar letras ao acaso ea acabar por produzir as obras compleras de Shakespeare parece ter emergido gradualmente ao longo de muito tempo. N'As Viagens de Gulliver, livro escrito em 1726, Jonathan Swift fala-nos do mitico professor da Grande Academia de Lagado que tenta criar um catélogo completo de todo o conhecimento cientifico fazendo os seus alunos produzirem con- tinuamente sequéncias aleatérias de letras por meio de um dispositivo mecanico de impressaa. A primeira mAquina de escrever mecdnica tinha sido patenteada em 1714. Depois de varios matemiaticos franceses dos séculos xvi ex1x terem usado o exemplo de uma grande obra composta por uma torrente aleatéria de letras originadas por um dispositive de impressao como ilustrativa de ama improbabilidade extrema, surgiu o exemplo dos macacos, em 1909, quando o matematico francés Emile Borel sugeriu que um grupo de macacos a digitar letras aleatoriamente acabaria por produzir todos os livros contidos na Bibliothéque Nationale. Arthur Eddington usou esta analogia no seu famoso livro The Nature of the Physical World, em 1928, anglicizando a biblioteca em questao:"Se eu MACACADAS—z1 deixar que os meus dedos divaguem indolentemente pelas teclas de uma maquina de escrever, pode dar-se 0 caso dea sequéncia por mim originada constituir uma frase inteligivel. Se um exército de macacos dedilhasse alearoriamente varias maquinas de escrever, poderia acabar por escrever todos os livros contidos no Museu Britanico.’ Este exemplo rao repetido ao longo dos ternpos acabou por optar pelas Obras Completas de Shakespeare como principal candidato a recriagao aleatéria. Curiosamente, houve um website que simulou a escrita aleardria e continua numa maquina de escrever e depois confrontou os resultados com as Obras Completas de Shakespeare para identificar as correspondén- cias. A simulagao das ages dos macacos cornecou no dia | de julho de 2003 com cem macacos ¢ a populagao de macacos foi sendo duplicada de poucos em poucos dias aré recentemente, Durante esse tempo, pro- duziram mais de 10* paginas, cada uma das quais com 2000 caracteres, Foi mantido um regisco continuo das sequéncias didrias e globais avé que © projeto de simulagao dos macacos de Shakespeare parou de fazer atualizagdes em 2007. Os registos diarios sd razoavelmente estaveis, com cada sequéncia a rondar os 18 ow 19 caracteres, e registando uma tendéncia constanre para aumentar. Por exemplo, uma das sequéncias de 18 caracte- res que os macacos geraram esta contida no seguinte fragmento: oy Theseus, Now faite UWFllaN WSK 2d6L wh... Os primeiros 18 caracteres correspondem a parte de um excerto de Sonho de uma noite de verdo onde se lé: cass. Now faire Hippolita, our nuptiall boure... Durante algum tempo, as sequéncias obtidas tiveram 21 caracteres de comprimento, originando: ++ KING. Let fame, that wt A”yh!” VYONOvwsFOsbhzkLH... que tem correspondéncia com 21 caracteres da pega Penas de amor per didas: KING. Let fame, thar all hunt after i their lives, Live registred upon out brazen tombs, ‘And then grace us in the disgrace of death; ... 22 100. COISAS ESSENCIAIS QUE NAO SABIA QUE NAO SAMA Em dezembro de 2004, o registo aleangou uma correspondéncia de 23 caracteres com: Poet. Good day Sir FhIOiX5aJOM.MLGrUGSeX4e HQbkaQ... que tinha correspondéncia com parte da peca Timao de Atenas: Poet. Good day Sir Pain, I am glad yare well oer. I haye noe seene you long, how goes the World? Pain, Ie weares sit, as it growes... Em janeiro de 2005, apés o equivalente a2 737 850 milhdes de milhoes de milhdes de milhées de milhdes de milhées de milhoes de anos de escrita aleatéria por parte dos macacos, a registo alcangou uma correspondéncia de 24 caracteres, com: RUMOR. Open your ears; 9+°5j5&7OWTY Z00d'B-nEok-yiSqjl-. que corresponde a 24 letras de Henrique 1V Parte 2: RUMOUR, Open your ears; for which of you will scop The vent of hearing when loud Rumour speaks? Como vé, é tudo uma questao de tempo! 4 | DIA DA INDEPENDENCIA Li que existe uma probabilidade-de em 1000 de uma pessox encear num avid em que existe uma bomba, Assim sendo, comecei a levar uma bomba sempre que andava de avior calculei que as probabilidades de haver duis pessuas com bombas num aviio seriam asttonémicas, Anonime comemoragao do Dia da Independéncia (4 de julho) de 1977 ¢ uma dara da qual me lembro bem, Para além de ter sido um dos dias mais quentes que houve em Inglaterra em muitos anos, foi o dia da detesa da minha tese em Oxford, A independeéncia, ainda que de um tipo ligei- ramente diferente, revelou-se extremamente importante, porque a primeira pergunta que os examinadores me fizeram nao tinha nada que ver com cosmologia, que era o rema da minha tese. Em vez disso, foi acerca de estatistica. Um dos examinadores tinha encontrado 32 erros tipograficos na tese (naquela aleura nao havia processadores de texto e aos corretores ortograficos). O outro examinador tinha encontrado 23. A pergunta era: quantos mais haveria que nao tinham sido encontrados por nenhum deles? Ao fim de algum tempo a analisar varias folhas de papel, concluiu-se que 16 dos erros tinham sido encontrados por ambos os examinadores. E surpreendente que esta informagao nos permita responder a pergunta desde que se parta da suposigao de que os dois examinadores trabalham separadamente, de modo a que a probabilidade de um deles encontrar um erro nao seja afetada pelo facto de o outro encontrar um erro ou nao. Suponhamos que os dois examinadores encontraram A e B erros res- petivamente, e que ambos encontraram C erros em comum, Agora supo- nhamos que o primeiro examinador tem 4 probabilidades de decetar um erro ao passo que o outro tem b probabilidades de encontrar um erro. Se o ntimero toral de erros tipograficos na tese for T, entao A =aT e B= bT. 24-100 COISAS ESSENCIALS QUE NAO SANNA QUE NAO SADIA Mas se os dois examinadores estiverem a rever a tese independentemente, também conhecemos outro facto chave, o de que C = abT, Assim, AB = abT? = CT e, consequentemente, 0 mimero total de erros é T =AB/C, independentemente dos valores dea e b. Uma vez que o ntimero total de erros enconttados pelos examinadores (notando que nao devemos contar duas vezes os C erros que ambos encontraram) é A + B — C,o que significa que 0 némero total de erros que eles nao detetaram & apenas T—-(A+B-C) que por sua vez é (A —C)(B—C)/C. Por outras palavras, €0 produto do ntimero que cada um deles encontrou © que o outro nao encontrou, dividido pelo niimero de erros que ambos encontraram, Faz sentido. Se ambos tivessem encontrado muitos erros, mas nao tivessem encontrado erros em comum, nio seriam muito bons revisores ¢ era prova- vel que houvesse muitos mais erros que nao tivessem sido encontrados por nenhum dos dois. Na minha tese, tinhamos A = 32, B = 23 e C = 16, por isso, espera-se que o ntimero de erros nao detetados seja (16 x 7)/16 = 7. Este tipo de argumenros pode ser usado em muicas situagdes. Supa- nhamos que diferentes prospetores procuram independentemente lengdis de petrdleo: quantos poderao ficar por encontrar? Ou se um grupo de ecologistas quiser saber quantas espécies de mamiferos ou de aves podem existir numa regido florestal com varios observadores a fazerem um censo com uma duragio de 24 horas. Um tipo semelhante de problema surgiu na andlise literaria. Em 1976, dois estatisticos usaram a mesma abordagem para calcular a extensao do léxico de William Shakespeare, investigando o ntimero de palavras dife- rentes que usava nas suas obras e tendo em conta diversos usos. Shakes- peare escreveu aproximadamente um roral de 900 000 palavras, Destas, 31 534 sao diferentes entre si ¢ 14376 surgem apenas uma vez. Hi 4343 palayras que surgem apenas duas yezes e 2292 surgem apenas trés yezes. Previa-se que Shakespeare conhecia pelo menos 35 000 vocdbulos que nao foram usados nas suas obras, Isto significa que ele teria provavelmente um léxico de cerca de 66 500 vocabulos. Surpreendentemente, é mais on menos 0 mesmo nimero de vocabulos que o leitvor domina. 5 | RAGUEBI E RELATIVIDADE O rdguebi é um jogo que nda me posse ergulhar de conhecer ao pormenar, se € que me entendem. Consigo compreender os principios gerais, claro, Quero dizer, sei que o objective geral élevar a bola para ooutro lada do campa e depositi- cla para 1é da linha na outra ponta do campo € que, para cumprit este objerive, ambas as equipas rém permissao para imprimir uma cerca violéncia 20s seus atos ¢ fazer coisas aos seus semelhantes que, noutro desportn, resultaria em catorze dias de suspensio e uma forte ceprimenda do Sebitro. B.G. Wodehouse, Very Good, Jeeves relatividade do movimento nao tem de ser um problema apenas para Binstein, Quem é que nunca passou pelaexperiéncia de estar sentado numa carruagem de comboio parada na estagao ¢ ter subitamente a sen- sagdo de estar em movimento, apenas para reconhecer que foi o comboio na linha paralela que ayangou, sem que 0 comboio onde se encontrava se tivesse movido? Eis outro exemplo: ha cinco anos, passei duas semanas a visicar a uni- versidade de New Wales em Sidney, numaalrura em que a Taga do Mundo de Raguebi estava a dominar as noticias e o interesse do ptiblico. Depois de ver varios jogos na televisdo, reparei num inreressante problema de relatividade que passou despercebido as celebridades no estiidio. Um passe para diante ¢ relativo a qué? As regras séo claras: um passe para diante (também referido como en avant) ocorre quando a bola é atirada na dire- g40 da linha de golo oposta. Mas quando os jogadores estao em movimento, a situagao torna-se mais dificil de avaliar para um observador, devido 4 relatividade do movimento. Imagine que dois jogadores atacantes estao a correr (pela pagina acima) em linhas retas paralelas separadas por uma distancia de 5 metros a uma velocidade de 8 metros por segundo em direcao a linha do adyersirio, Um dos jogadores, o “recetor’, esta 1 metro atrds do outro, o “passador’, 29° 100 COISAS BSSENCIAIS QUE NAG SABIA QUI-NAO SAITA Posigao firsal do passador ee Posi¢ao final = do recetor 3.2m Posicio ~ Posigao inicial do recetor que tem a bola. O passador atira a bola a uma velocidade de 10 metros por segundo na diregao do recetor. A velocidade da bola em relagao ao chao é,na realidade, de V(10? + 8) = 12,8 metros por segundo e demora 0,4 segundos a percorrer os 5 metros que separam os jogadores. Durante este intervalo, o recetor correu uma distancia superior a 8 x 0,4 = 3,2 metros, Quando o passe foi langado, ele estaya 1 metro atras do passador, mas quando apanha a bola esta 2,2 metros a frente dele do ponto de vista de um juiz de linha que esteja ao nivel do passe original, O juiz acredita que houve um passe para diante e faz sinal com a bandeira. No enranto, © drbitro esta a corter ao longo da jogada e nao vé a bola a avancar, por isso deixa 0 jogo continuar. 6 | NUMA RODA-VIVA O meu coragao é como uma roda, Paul McCartney," Let Me Roll Ie” C= fim de semana, notei que os jornais estavam a falar de propostas para introduzir um limire de velocidade mais restritivo de vinte milhas por hora nas Areas residenciais no Reino Unido e para usar cama- ras com radar para auxiliar na aplicacao desse limite, quando fosse possi- vel, Esquecendo as questées relativas 4 seguranga no transito, ha alguns aspetos do movimento rotacional que sugerem que as camaras com radar podem acabar por apanhar uma grande quantidade de ciclistas perplexos, aparentemente a exceder o limite de velocidade por farores bastante signi- ficativos. Como é que isto é possivel? Suponhamos que uma bicicleta esta.a deslocar-se a uma velocidade V em direcao a um detetor de velocidade, Isto significa que tanto eixo da roda como 0 corpo do ciclista estao a deslocar-se-a uma velocidade V em relagao ao chao. Mas observemos com mais atengao 0 que esta acontecer em pontos diferentes da roda em movimento rorarivo..Se a roda nao der- rapar, a velocidade da extremidade da roda que esta em contacto com © chao deverd ser zero. Se a roda tiver um raio Re estiver a girar com uma velocidade angular constante de Q voltas por segundo, a velocidade do ponto de contacto rambém pode ser descrita como V — RQ. Este valor tem de ser igual a zero, pelo que V = R21. A velocidade de deslocagao do centro da roda é V, mas a velocidade de deslocagao da parte superior da roda é a soma de V e da velocidade rotacional, que é igual a V + RO, sendo, portanto, igual a 2V. Se uma camara determinar a velocidade de uma bicicleta a aproximar-se ou a afastar-se medindo a velocidade da parte superior da roda, registard uma velocidade correspondente ao dobro da 28 TOO COISAS ESSENCTAIS QUE NAO SABIA QUE NAO SABIA velocidade a que o ciclista esta a deslocar-se, Este problema pode ser inte- ressante para os meus sabios colegas, mas recomendo que usem um bom par de guarda-lamas. 7 | UMA NOGAO DE PROPORCAO S6 pode encontrar a verdade através da légica quem jé tiver encontrado a verdade sem ela, GK, Chesterton A que uma pessoa cresce, fica mais forte. Vemos todo 0 tipo de exemplos de aumento da fora correspondente ao aumento de tamanho no mundo que nos rodeia, A forga superior dos lutadores de boxe, praticantes de luta livre ¢ halterofilistas mais pesados ¢ verificavel pela necessidade de escalonar as competi¢des de acordo com o peso dos participantes, Mas a que velocidade aumenta a forca em relagao ao aumento de peso ou de tamanha? Consegue acompanhar o ritmo do crescimento? A final de contas, um gatinho bebé consegue manrera cauda erguida na vertical, ao passo que a sua mae, muito maior, nao consegue — a cauda curva-se sob o seu prdprio peso, Exemplos simples podem ser muito esclarecedores. Pegue num gressino comprido e parta-o ao meio. Agora faca 0 mesmo com outro muito mais comprido. Se o agarrar sempre 4 mesma distancia do ponto de quebra, descobrira que nao é mais dificil partir o gressino comprido do que o curto, Uma breve reflexio ajuda-nos a perceber 0 motivo, © gressino parte-se numa sec¢ao transversal ao longo do seu compri- mento. E ali que se da toda a agao: uma pequena linha de ligagdes mole- culares do gressino quebra-se e ele parte-se. O resto do gressino é irrelevante. Mesmo que tivesse 100 metros de comprimento, nao teria mais dificuldade em partir aquela fina seccao de ligacdes num ponta ao longo do seu comprimento, A forga do gressino é determinada pelo numero de ligagées moleculares que tém de ser quebradas na secgao transversal, Quanto maior for essa area, mais ligagdes terao de ser que- 30-100 COISAS ESSENCIAIS QUE NAO SABIA QUE NAG HABIA bradas e mais forte sera o gressino. Assim, a forga é proporcional a seccio transversal que, por sua vez, é proporcional a uma determinada medida do seu diametro ao quadrado. Coisas quotidianas como gressinos e halterofilistas tém uma densidade constante que é simplesmente determinada pela densidade média dos Atomos que os compdem. Mas a densidade é proporcional a massa dividida pelo volume, que éa massa diyidida pelo tamanho do cubo. Aqui na super- ficie da Terra, a massa € proporcional ao peso e, por isso, observamos a mesma “lei” da proporcionalidade que se aplica aos objetos relativamente esféricos: (Forga) = (pesa)? Esta simples regra permire-nos compreender todo 0 tipo de coisas. A relacao entre forga e peso diminui 4 medida que For¢a/Peso ~ (peso) 1/(ramanho). Portanto, 4 medida que uma pessoa cresce, a sua forga nao acompanha o aumento de peso. Mesmo que rodas as dimensdes se expandissem uniformemente em tamanho, acabaria por ficar com um peso demasiado grande para ser suportada pelos seus ossos e pattir-se-ia. E por isso que existe um tamanho maximo para estruturas terrestres compostas por atomos e moléculas, sejam elas dinossauros, arvores ou edificios. Se aumentarmos as dimensdes destas em forma e tamanho, acabario por ficar tao grandes que o peso quebrard as ligagées moleculares na base e abaterao sob o seu proprio peso. Comegaimos por mencionar alguns desportos em que a vantagem em termos de tamanho e peso é tao significativa que os atletas sao divididos em categorias de acordo com o seu peso, A nossa “lei” diz que devemos esperar uma correlacao em linha reta quando calculamos o cubo do peso levantado em relagao ao quadrado do peso dos halterofilistas, E isto que acontece quando se traga esse grifico para os recordes mundiais masculi- nos em fungao das categorias de peso: UMA NOGAO DEPROPORGAD —3L Forga versus peso Rie ad AB 14.000 000 eee ae 10 000 000 terepettheney 20014, 7 "8 1998 8.000 000 > te 2002,7 Boevski 2000 6 000 000 + Mutlu 2000 4.000 000 2000 4000 6000 8000 10000 =12 000 Quadvado do peso (kg?) do halterofilista 16 000 000 Cubo do peso (kg’) levantado A correspondéncia é quase exata! As vezes amatemiatica pode simplificar anossa vida, O halterofilista no ponto mais elevado da linha tragada segundo esta “lei” ¢ o halterofilista que consegue levantar 0 maior peso por quilo, ao passo que o halterofilista mais pesado, o que levanta o maior peso global, éna verdade relativamente o mais fraco se tivermos em conta quanto pesa. 8 | POR QUE E QUE A OUTRA FILA AVANGA SEMPRE MAIS DEPRESSA? A relva do jatdim do vizinho & sempre mais verde, O sol brilha sempre mais do outro lado, Canrado por Petula Clark A deve ter reparado que sempre que entra numa fila no aeroporto ou.nos correios, as outras filas parecem estar a avancar mais depressa, Quando 0 cransito est4 parado na autoestrada, as outras faixas avancam sempre mais depressa do que a sua, Mesmo que troque de fila, a sua continua.a sera mais lenta. Esta sicuagao ¢ frequencemente referida como" Leide Sod” ¢ parece ser uma manifestagao de um principio profundamente antagonico no centro da realidade. Ou talvez seja apenas uma manifestacao da paranoia humana ou um regista seletivo de evidéncias. Ficamos impressionados com as coincidéncias sem pararmos para refletir sobre situagdes muito mais numerosas em que a coincidéncia nao se deu e que nés simplesmente nao registamos essa informacao, De facto, a razio pela qual parece estar tantas vezes na fila mais lenta pode nao ser uma ilusao, E uma consequén- cia do facto de estar habitualmence na fila mais lenta. A razao é simples, Em média, as filas e faixas mais lentas sao as que tém mais pessoas ¢ veiculos, Consequentemente, ¢ mais provavel que esteja numa destas e nao numa das filas ou faixas mais ripidas que tém menos pessoas. A condi¢ao"em média” é muito importante neste contexto, Cada fila em particular cerd caracteristicas distintas — pessoas que se esquecem da carteira, que cém um carro que nao anda a mais de 50 quilémetros por hora, etc. O leitor nao estara invariavelmente na fila mais lenta, mas POR QUE € QUE A OUTRA FILA AVANGA SEMPREMAIS DEPKESSA? |) em média, tendo em conta todas as filas em que se coloca, ¢ mais prova- vel que tenha estado nas filas com mais pessoas. Este tipo de autosselecao ¢ uma inclinagao que pode ter consequéncias significativas para a ciéncia e para a analise de dados, especialmente se nao for rida em conta. Suponhamos que quer determinar se as pessoas que vao regularmente a igreja sao mais saudaveis do que as que nao o fazem, Bum erro que deve evitar. As pessoas menos saudiveis estao impossibiliradas de ir a igreja, portanto, se se limitar a contar as pessoas na igreja ea obser var o seu estado de satide obtera um resultado falso. Da mesma forma, se considerarmos o Universo, podemos ter em mente um'principio’ inspirado por Copétnico, que nos diz que nao devemos pensar que a nossa localiza- 40 no Universo é especial. Contudo, embora nao devamos esperar que a nossa localizacao seja especial em todos os sentidos, seria um erro muito grave considerar que ela nao é especial em nenbum sentido. S6 pode surgir vida em locais onde existam circunstancias especiais: é mais provavel que possa ser encontrada vida onde existam estrelas e planetas. Estas estrucu- ras formam-se em locais especiais, onde a abundancia de poeicas interes- telares é superior & média. Desta forma, quando estudamos ciéncias ou quando nos confrontamos com dados, o que ¢ mais importante averiguar relativamente aos dados é se esta presente alguma inclinagao que nos leve a tirar preferencialmente uma conclusao e nao outra do conjunto de evi- déncias disponivel. 9 | DOIS E BOM, TRES E DE MAIS Tudo o que sobe, desce. Anénimo uas pessoas que se dao muito bem podem ver a sua relagao a ser destabilizada pela chegada de uma terceira pessoa ao grupo. Este facto é ainda mais aparente quando a gravidade é a forga de atra¢ao envol- vida. Newton ensinou-nos que duas massas podem permanecer numa 6rbita estavel em torno do centro da sua massa sob as suas forgas gravita- cionais mutuas — como acontece com a Terra ea Lua, Mas se um cerceiro corpo com uma massa semelhante for introduzido no sistema, de um modo geral acontece uma mudanga muito dramatica. Um dos corpos é expulso do sistema pelas forsas gravitacionais, ao passo que os dois corpos restan- tes so atraidos para uma érbira mais estavel e ficam mais fortemente ligados, Este processo “fisga" simples é a fonte de uma propriedade contrain- tuitiva da teoria da gravidade de Newton, descoberta por Jeff Xiaem 1992. Em primeiro lugar, consideremos quatro particulas de massa igual M e disponhamo-las em dois pares a orbitar em dois planos paralelos e com diregoes rotacionais opostas, para nao haver rota¢ao global do sistema. Agora, introduzamos uma quinta particula muito mais leve, m, que oscila para tras e para a frente na perpendicular em relagao aos centros da massa dos dois pares. O grupo de cinco particulas iré expandir-se para um tama- nho infinico num periodo de tempo finito! Como é que isto acontece? A pequena pacticula oscilante corre de um par para o outro e ao alcangar o outro par, cria um pequeno problema com crés corpos e é repelida. O par recua para conservar o impulso. Em seguida, a particula mais leve desloca-se para junto do outro par erepete-se o mesmo cenario. Isto aconrece repetidamente, infinitamente, e acelera canto os dois

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