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ay (BIBLIOTECA) S P Eel 3 A IDENTIDADE (EM CRISE) DO PSICOLOG. SGV Nelson Coelho Junior” Este artigo & jonalmente polmico. Discutir aid ¢ do psicologo pode ‘oar como provocagao depois de pelo menos duas décadas téo dade & a 0 foco das criticas contompordneas a. um ja as diferengas va icio de sua Strauss em 1974, m exemplo de distorgai 12. por exemplo) © de (acoby. 1975), qui métodos que garantissem a adaptagdo ow re-adaptagdo forgada dos Mesmo nogdes que eseapavam das definigoes mais ~ identidade. como a nogio de representagdo social (Mosci (Derrida, 1967; ica do social ‘essas nogécs, assim como a defesa constante das nogées de di jender apresentar em profundidade uma analise da opos que procuro colocar em discussio neste art a exploragio icos — embora caricatos — de psi tre identidade ¢ diferenga c com isso proc ligdes para uma reflexio nio dogmitica sobre 0 que cot 1a identidade permanentemente em crise do psicdlogo. 10 existe um consenso sobre qual é 0 objeto de estudo da a dificuldade de ma descoberta nova, ie a formagdo do psicélogo © as demandas dispersdo de campos c atuagd pelo psicélogo atualmente, mas apenas caraeterizar aquelas que considero as 303 nna cultura. Menos icdlogo-téenico” seja a de no jiona os métodos que stig aqueles que podemos chamar de do gabinete © procura se 3s, ma: io informal © muitas vezes distorcida do sea de um fugaz \s de impacto. sobre *.embora reconhega 10 € possivel iguatar di formadores de grupos acri 08 de psicélogos éncia desses pdlos do “técnico” ¢ do “guru sm dia. de forma bem marcada. dois outros polos no estranhos aos pri \cam 0 campo de atuagio dos psicdlogos. 3; profissionais da psicologia estejam Refiro-me. de um lado, ao evidente avango na crenga de que a modema neurofarmacologia e a psiquiatria organicista possam resolver todos 08 & que envolvem o “psi no poder tmilagroso das praticas is de cura va ou de S. portanto. de um lado, certo grupo de “psicdl ndo como solugio definitiva o uso de antidepressivos © to-ajuda ‘campo especifico das priticas psicolégicas, mas nem por isso deinam de questionar diretamente a razo de ser das tradicionats tcorias psicolégicas, ef. portanto, uma maior reflexio por parte dos centros de formagao ¢ orgdos de representagao de classe dos psicélogos. tanto no caso dos novos medicamentos como no caso dos maior psicélogos a parte dos psicolégico. que se questione a has gerais esta situago. © proble la sem recorrer a modclos idealizados ¢ prescritivos de seguir é como enti ‘personagens! como 0 xannd. fosse bem definida, a mesma para todos. Mas qual sera 0 grande medo do confronto com a mult logia, com 0 fato de a psicologia ser muitas © possi Made de “categoria de psieslogos? Talvez.o medo mais Obvio seja 0 de que a excessiva frazmentagdo eve a dissolugdo de um “ci serve como referéncia para uso rio do que somos ¢ do que fazcmos. Mesmo que eu discorde e al cavergonhe daquilo que programas vespertinos da ne do profissional, em a de pertencer a algo. reconhecer grau de ento categoria psicélogo ndo faz com que me ial ao meu wo reconhega que podem existir diferentes niveis de idemtificag3o com o termo psiedlogo que aparece escrito na, la, Mas a palavra psicélogo ali escrita também se refere a mim. © em algum indo a algo a que outros também perten ipo de argumentagdo em defesa da necessidade psicologica da lade Palos opostos do expereo das idoologias pol em algum grau, Xo de uma continuidade das semelhangas ¢ dissemelhancas. das igualdadcs ¢ diferengas no tempo, que caracterizam a oposi¢ao de um sujeito a outro. de um grupo a outro. Com isso ndo quero dizer que um sujcito ou rminado grupo seja uma unidade fechada into. instintivo © de ligdo do que cada um acha que ¢ Para o caso particular em discussio neste artigo, vale refletir sobre 0 uso ier EE eet zado em defesa da 0s psicdlogos. Concordo Sob o signo da a parti do. qual podemos derivar que uma das piores idade da psicologia © da mas do ponto de vista psicopatolégico este Poder-se-ia argumentar que, neste caso, seria 1 a nogdo de singularidade do que a de identidade. Por razdes que ficardo claras a seguir. prefiro manter, no entanto, a nogio de identidade. Mas quero deixar bem mareado que estabelecer como constituinte c. a coesivo do ponto de vista da nder nogdes de esséncia ¢ imutabilidade do ser, negando todo ¢ qualquer acothimento da diferenga ¢ das alteridades “intomas” ¢ “externas”. Estas questdes serdo aprofundadas na ultima am como em nossa existéncia, passa inevi ‘com a alteridade. jo as minhas colocagbe: relagdo aos “tipos” que denominci de “téenicos” © “gurus de mo achando que é parte fundamental da atuago do psicdlogo com ele faz e atta com refagdo ao conbeci de uma verdadeira psicologia ou de uma jcélgo. Neste sentido restrito, associado nogo de de identidade que precisa ser questionado. O ie a partir do texto mais claborado de isc do ego". vem processos de identificagdo, que nos obrigam a colocar sobre outras bases a 994). 0 emprego da nogo de identidade esta em dircta teoria que. a partir da afirmagdo do inconsciente. esfacela a idgia de unidade do psiquismo. Com relagio ao problema colocado neste artigo sobre a validade de se jogo c a unidade da psicologia penso. portanto. los e de se resumir a forma de . 1992), ensio per 10. Em outro texto (Coelho J a nogo de dialética que Merleau-Ponty: propoe icdlogos apenas exigem que nos defrontemos m: xt da crise de identidade da psicologia icidade de campos de atuago © com a mas de atuagao? Como lidar io ou ingénuo, defendendo te de oposigdes como identidade jos pélos nem de buscar uma si ia de colocar agora em hraja nada de io que possa set tomada como uma nova Jo de uma tensdo e. por isso. aqui mica’ afirmativa. Nao se deve lamentar imnd-la. Crise so surge como 1c a nogdo de uma unidade pe |. como proposto das colocagtcs do nso produtiva. Penso que os processos criativos ¢ criticos $6 sao possiveis por meio do permanente confronto com a tensdo que existe entre os polos da identidade ¢ da diferenga, da idade © da unidade, Na i TT ido de forma dircta qual lucionado consideragdes nao espero ter respo! idade do psicdlogo contemporanco. ico com 0 qui ssim, ter cor wuido para recolocar 0 da discussio das diferengas. Id enga, Identidade a 10 constantemente no fio da navalha. Uma id nsar em uma tarefa insana, sem jcionais, entediantes. ‘a postura eritica, Notas 1 cexpressio cultura” corre 0 escolhits tcoricas ow cpistemolégicas. Por rves de ordem metodoldgica. seria lecer uma distingdo mais evidente entre as formas de ‘¢ popular da insergdo do psicélogo na 18 isso ultrapassa Referéncias hibliogrificas F sobre Identidade (1983). In “Peusando a profissio de psicélogo, jo. PUC-SP. sertagdo de Mest CIAMPA, A, C. (1987) A estéria de Severino ¢ a hi COELHO JUNIOR. N. ¢ CARMO. P. S. (1992) Aerleaw- 1a. So Paulo, Escuta, corpo DELEUZE. G.( ifférence et répétition. Patis, PUF. DERRIDA. J re et la difference. Paris. Seuil ERIKSON. E. derisis. New York, W, W. Norton FIGUEIREDO, L. C. (1993) “Sob 0 signo da maltipficidade”, In Cadernos de Sub- rando as Psicologias. Potrépolis/Si0 Paulo. Vo- *Massenpsychologic und. Ich-Analysc’ Studenausgabe, GOFFMAN. E, (1963) ‘on the managemen New 313 Jersey. Prenti GUATTARI. F. © ROLNIK. S. (1986) After ws do dese Potrapalis. Vores 975) Soe Boston, Beacon Press. ; ee ‘OS ANEIS INSANOS DA ESPERA LEVI-STRAUSS. (org.) (1981) Lai Barcelona, Petre! Andréa Franga* MERLEAU-PONTY, M, (1964) Le vis »sible, Paris, Gallimard MOSCOVICL S. (1961) La psvchanalyse Son image et so public, Paris. PU. Sto Paulo, le Brasil, As identificagdes na busca da identidade Mesa Selimovk 1993), do macedénio Mileho Manchevski. ¢ dividido om trés partes. A primeira, “Palavras” conta a histéria 7 de um jovem monge, Kiril, que fez voto de siléncio ¢ vive num monastério isolado nas montanhas da Macedénia, Sua rotina & rompida com a invasio do seu dormitério. as escondidas, por Zamira, garota mugulmana perseguida acusada de ter assassinado um pastor da aldeia. Kiril a esconde ¢, em fungo disso, serd obrigado a abandonar o monastério. Foge com Zamira durante a noite © diz que partiro para Londres (“Tenho um tio que mora li, um fotégrafo de sucrra famoso” A segunda parte, “Rostos”, conta a histéria de uma editora de agéncia de fotografia, Anne, em Londres. Anne recebe a noticia que esta gravida do ex- marido, a0 mesmo tempo que é com Aleksandar, fotégrafo de guerra, que se relaciona no momento. Aleksandar acaba de retomar de uma viagem a trabalho onde afirma que viu muito sangue, morte, dor. Dentro de um taxi, diz para Anne que esta cansado, que fez merda, que envelheceu, que matou. vador. Azerbaijéo, Angola, Bel-fast. Que merda... A paz no é regra, é exce- micagdo ¢ Cultura pela Escola de C¢ ‘i | branco e vermetho M4

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