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CaPiTULO IT A QUESTAO DA LINGUAGEM Mas quem devera ser o mestre? O escritor ou 0 leitor? Denis Diderot, Jacques, 0 Katalista’ Uma caracteristica importante: a frase curta que na ocasido eu inscrevo sobre 0 ready-made Esta frase, em vez de descrever 0 objeto como faria um titulo, destina-se a arrebatar o espirito do espectador para outras regides mais verbais. Algumas vezes, eu acrescentei um detalhe grafico de apresentacao: dei a isso, para satisfazer minha tendéncia as aliteragdes, o nome de "ready-made aidé" Marcel Duchamp- Duchamp alu Signe” A psicanlise no é mais que um exercicio de linguagem. Michel Arrive” Resisténcia a Informagio: a significdncia contraposta a representagio A. articulagio de linguagem pressupde interpretacdo, n§o necessariamente comunicagao. Ao resistir a uma possivel tradutibilidade, a um possivel englobamento (a uma 2bordagem gestaltica dela mesma), a uma possivel dissecag3o em que tudo que a constitui, possa ser desvelado e tornado passivel de organizagao (de controle) pelo discurso consciente, 2 obra se oferece a seus "olhadores" — ao fruidor, e também ao artista que a produziu e a vé ‘a separada dele (como um corpo estranho/intimo), como portadora de mensagens Emprevistas, nos quais o estatuto de significante se sobrepde aos possiveis significados sepreendidos dela — para que dela constituam-se possiveis versdes * Cradugdo feita por mim) “Michel Arrivé, Linguagem e psicandlise, linguistica e inconsciente, p. 23 46 Se por um lado se esta & mercé de um desdobramento ad infinitum, o qual ineorre no .0 de se distanciar de tal modo do objeto a ponto de ele nao poder mais ser reconhecido, co qual discurso, antes tributrio da obra, passe a se referir a si mesmo (0 que ¢ uma critica recorrente ao pensamento desconstrutivista); por outro lado parece estar aio frescor da obra, 0 cue determina a possibilidade de ela nao envelhecer, nio morrer manter o seu lugar independentemente do contexto de sua criagdo (embora va sempre se refirir a ele). Nessa lisha, © que garante a perenidade da obra esta naquilo que sesiste a abordagem denotativa. Naquilo que é mobilidade. Coloca-se aqui a questio referente & produgio de imagens como fato de linguagem, & dug&io de imagens como textos’. A questdo da intertextualidade? — a coexisténcia de muitas "vozes" em uma enunciagao, que respondem umas as outras, polemizam, conferem aos textos um carater polifonico e polissémico, caracteristico da escritura poética Discurso poético, por sua vez, é aquele que instala internamente, (...) 0 didlogo intertextual, a complexidade e as contradigdes dos conflitos sociais . Observe-se que se considera poético qualquer discurso — poesia, pintura, danga e outros — que apresente as caracteristicas polifénicas mencionadas® Ha que se registrar que o texto é aqui tratado cm conformidade com um conceito alargado: texto como rodutividade. "Por oposigio a seu uso comunicativo ¢ representativo — portanto re-produtivo — da linguagem" "partir dos estudo dos membros da revista Ze? Quel ~ R. Barthes, J. Derrida, Ph. Sollers, Julia Kristeva), Oswald Ducrot ¢ Tzvetan Todorov, Diciondrio enciclopédico das ciéncias da linguagem, p. 317. Nessa perspectiva, a *nocio de texto permite abandonar a improdutiva pesquisa das especificidades das ares, na Sedida em que cada texto ndo ¢ interpretével como cntidade estanque, ¢ sim como entidade que pede Sontinuamente outros textos, outtas experiéncias do autor ¢ do leitor, independentemente do suporte material Som o qual eles so realizados" Omar Calabrese, A linguagem da arte, p.160. Calabrese indica trés ebordagens Eferemtes das artes visuais como texto: a) a teoria do texto incluiria os textos ndo verbais (como em Kristeva ¢ Greimas); b) a teoria do texto literdirio poderia ser aplicada a textos no verbais (como em Eco) ; ¢) a teoria do texto literdrio compreenderia "subteorias" ou "teorias focais" no campo das artes visuais (como em Damisch). Ibidem, p. 161. F'todo texto & absorgdo ¢ transformagdo de uma muliplicidade de outros textos. — atravessado pelo suplemento sem reserva € pela oposigo denominada INTERTEXTUALIDADE. " Oswald Ducrot e Tzvetan Todorov. widem, p. 319 . O conceito de intertextuatidade liga-se aos de diatogismo ¢ de polifonia, propostos por M. Bakhtin, para quem o texto € " tecido polifonicamente por fios dialogicos de vozes que polemizam entre si, se completam ¢ respondem umas as outras. Afirma-se o primado do intertextual sobre o textual”, a intertextualidade @ immerna’ ao texto, Diana Luz Barros. Dialogismo, polifonia e intertextualidade: em torno de Baktin, pp. 4-7 “Ibid. p. 6 47 Esse texto, que é produtividade em contraposigao a reprodugio da realidade, segundo Julia Kristeva, vai abrir um desvio entre a lingua de uso cotidiano — destinada & compreenséo ¢ a representagdo, 4 expressio de uma subjetividade (individual ou coletiva) e "0 volume subjacente das priiticas significantes (...) onde as significagdes germinam 'de dentro da lingua em sua propria materialidade""* e cuja estrutura é completamente estranha a pratica cotidiana de comunicagio, A isso ela chama "trabalhar a lingua", no sentido de explorar as formas constitutivas delas e nomeia esse processo SIGNIFICANCIA — termo que vai dizer da dindmica e do sentido que nfo pode ser reduzido a linguagem por ser anterior a ela, trabalho de diferenciagdo, de confrontagdo "que deposita sobre a linha do sujeito falante uma cadeia significante comunicativa e gramaticalmente estruturada" > Claro esta que a mudanga no sufixo (de significagdo para significdncia) desloca o sentido para uma abertura, para algo que se constroi em ato. Trata-se de recuperar, por um lado, o sentido etimoldgico grego de Semeion, como trago, marca, e, por outro de resguardar o sentido psicanalitico da linguagem como pulsional, dinamica em sua constituigio de significados. A linguagem, portanto, néo estd separada do corpo; ela "pode, ao contrario, tocar a cada instante a came — para o bem € para o mal".° Assim, linguagem € entendida em seu sentido de materialidade que precede as significages que se constituem a partir dela Roland Barthes indaga: "O que é significdncia? E o sentido na medida em que é produzido sensualmente".’ Segundo os dois autores, significancia € 0 lugar da fruigao. Kristeva ressalta o carter intermediario da linguagem na teoria freudiana. Ela estaria entio localizada como uma jungdo entre o quantitative (referente ao corpo, a energia neuronal) € o psiquico ( a representago): “ Oswald Ducrot ¢ Tzvetan Todorov , ibid., p. 318 dem, idem * Estas idgias so expostas por Kristeva em uma conferéncia sobre psicandlise e fé proferida em uma escola religiosa Julia Kristeva, No principio era o amor, pp. 9-16 Roland Barthes. O prazer do texto, p. 79 “Trata-se das "associagdes verbais" ({Representacdo da coisa /Representagio da palavra] + [R coisa/R. Palavia] + etc.) que permitem o pensamento investir certos vestigios mnésicos, garantir a atengio e tomar possivel o conhecimento: a meio caminho entre o pensamento © @ tnergia, a linguagem autoriza o pensamento a alcangar ¢ estabilizar a energia, ela permite que 2 atengao se fixe e que o pensamento se desenvolva; em suma, é uma caixa de equilfbrio entre ‘0 sensorial e/ou o quantitativo (0 energético, 0 pulsional) ¢ a abstracao - Essa dupla natureza (fisica ¢ psiquica) colocaria, entao, os processos de pensamento 20 mesmo plano dos processos perceptivos. Nao poderia ser essa uma definicdo do papel da arte? HA, na aproximagio entre a abordagem psicanalitica da linguagem — como articulagao significante (como instancia na qual o sujeito é inserido) — ¢ a abordagem da lingiistica (de Saussure a Jakobson e, em especial, a permeada pelo dialogismo bakhtiniano”), uma indicacdo para se pensar a arte como resisténcia a comunicagao, Sob talperspectiva, 0 proprio estudo semidtico da imagem em arte, vai se caracterizar pelo deslocamento de seu estatuto de ciéncia da significagdo, cuja matriz € 0 SIGNO, para 0 estatuto de priitica significame." Pratica essa que carrega um carater dialético, uma logica da comradigio, que 0 discurso poético sustenta como fundamento, e possibilita 0 estabelecimento de sentido ao que Ihe ¢ heterogéneo. E esta heterogeneidade esta no que ¢ aparentemente préximo: de um lado proprio corpo, a morte, o ineonsciente, ¢ de outro, “a Historia (tal como € governada pela luta de classes)". Dialética que propoe "a producao de © Julia Kristeva, Sentido e contar-censo da revolta, p. 66 “ Ferdinand de Saussure, considerado 0 fundador da Linguistica contemporanea, com 0 sc. Curso de Lingiistica Geral: Roman Jakobson, lingista russo, pertencente ao Circulo de Praga, cujo trabalho vai considerar as tnooées freudianas de condensagdo ¢ de deslocamento, na constitaigao da Tinguagem, € que vai influenciar Lacan tem sua conceituagdo de sujeico: M. Bakhtin, também russo, que a partis do estudo dos contos populares cunha © termo dialogismo para definir o texto onde ¢ possivel detectar muitas vozes, em contraposigo ao texto ‘monolégico, ou seja texto de uma $6 voz, onde a decodificagdo é plenamente possivel. Este ¢ um conceito que rita a linguagem como ato politico, ¢ o falante como detentor de diferentes percentuais de controle sobre © idscarso ¢ a leitura. Assim, quanto mais dialégica a fala, mais resistente ela seré a um controle (socialmente exabelecida), E nesse campo que a arte se insere como linguagem. Bakhtin dizia que a vida da palavra ¢ @ fussagem dela de tim interlocutor para outro, de um contexto a outro, Cada discurso traz em si sua propria Beomoria discursiva. A palavra ento, jamais esqueceria seu trajeto, carregaria, a0 ser falada, a sua asvendéncia. {0 discurso dialégico € o que deixa ver essa memoria, muitas vezes contradit6ria. © ‘so propor a semandlise como uma semidtica distinta, Kristeva vai dizer de uma "reflexdo sobre o significante «que se produz em texto", Julia Kristeva, Recherches pour une sémanalise, p. 12 49 sentido enquanto se liberta da (e na) matéria"''. Proposta no Ambito da produgao contemporanea de arte, impossivel de ser abarcada pelos antigos referenciais, essa pritica de leitura vai permear boa parte da teoria que tem por objeto 2 historia da arte. O olhar langado do lugar de reconhecimento da linguagem como pritica significante vai buscar em toda obra 0 que nela resiste 4 decodificagio. Imagens organizadas, seqlienciadas (por quem as cria ou por quem as aborda) que se constituem em narrativas abertas. Imagens isoladas que buscam seu sentido em referéncias fora delas, mas incorporadas a sua estrutura pela memoria compartilhada entre os agentes — autor/fruidor. Textos que se inscrevem como imagem, ou que a recortam, delineiam, reformatam. Instrugdes que se agregam a obra como poética e como “modos de usar”. Enigmas a espera do contato decifrador... ou inventor de nova légica. Esse ¢ 0 panorama ao gual se inserem as obras de arte contempordneas, aparentemente muito proximo ao dos diversos meios de produgio e comunicagao de conhecimento. E onde estaria entio a delimitagao dos campos especificos de insergao na realidade? Em uma palestra para estudantes de cinema, em 1987, Gilles Deleuze definiu a arte como resisténcia a sociedade de controle em contraposigio @ comunicagdo/informago como “sistema controlado das palavras de ordem que tém curso numa dada sociedad” ..A obra de arte no é um instrumento de comunicagao. A obra de arte nfo tem nada a ver com comunicagio. A obra de arte ndo contém estritamente, a minima informagio. Em compensago, existe uma afinidade fundamental entre a obra de arte e 0 ato de resisténcia. Isto sim. Ela tem algo a ver com a informagio a titulo de ato de resisténcia, (...) André Malraux desenyolve um belo conceito filosdfico: ele diz uma coisa bem simples sobre arte, ele diz que ela & a unica coisa que resiste 4 morte (...). Poderiamos entio dizer, de forma tosca, do ponto de vista que nos interessa, que a arte é aquilo que resiste, mesmo que nao seja a tinica coisa que resiste. (..) O ato de resisténcia resiste a morte, seja sob a forma de obra de arte, seja sob a forma de luta entre os homens(...) Nao existe obra de arte que nao faga apelo a um povo que ainda nao existe.'? " Oswald Ducrot e Tzvetan Todorov, op. cit., pp. 323,324. > Gilles Deleuze/ 27/06/99 - palestra proferida para estudantes de cinema, em Paris, em 1987, cedida pela publicagio Trafic ao caderno Mais! da Fotha de S. Paulo, detentora dos direitos do texto. Nesse texto, Deleuze se ‘utiliza dos conceitos de Michel Foucault de “sociedade disciplinar” com seus meios e enclausuramento: prisdes, excolas, hospitais, estabelecendo sua diferenciagdo em relago ao que ele classifica como “sociedade de controle” (termo cunhado por William Burroughs), na qual efetivamente vivemos, "Nesta no hd necessidade de O que parece estar dito ai € que, estando no ambito da linguagem, a arte se diferencia pelo que subverte da comunicagdo: nfo indica caminhos, nao fornece dados, néo contém uma estrutura temporalmente circunscrita, nao esta sujeita aos determinantes da condigéo do Eumano. Da ordem do simbélico, apropria-se do que necessita da vida real, mas resiste a sua esséncia: a finitude. Subverte a logica Propée o estranhamento no universo conhecido. Essa parece ser a linha de pensamento adotada por Roland Barthes ao contrapor fguragdo a representacao. Ao definir “o leitor do texto... no momento em que se entrega ao razer"'* como aquele que abole toda a estrutura social de controle ¢ assume a contradigao & ® “ogismo como inerentes 4 abordagem da realidade (e por isso ele seria a abjegio da ssuciedade, ou seja o sem lugar, 0 no classificavel) 0 critico francés localiza 0 ato de gesiscéncia na leitura fruidora. Esta ¢ entdo a grande subversio que inverte o mito biblico de Bisbe! A confusio das linguas é polifonia. De castigo, passa a dadiva. O autor achara seu Mette. Sobre o lugar da representagio, Barthes prop3e uma possivel topografia que embora memeta ao texto, € perfeitamente extensiva a produgao de imagens: "O texto de prazer nao é faccosamente o que relata os prazeres, o texto de frui¢&o nao é nunca o que conta uma fruigao. ‘O rrazer da representagdo nao esta ligado ao seu objeto.""* E, ao estabelecer uma distingao entre figuragdo e representagao, atribui a primeira a sensualidade da aparigao, na qual o proprio autor nao € narrador distanciado, mas esté tomado ite desejo pelos seus personagens: "...0 proprio texto, estrutura diagramatica, ¢ nao imitativa, enciausuramento, pois 0 controle penetra os espacos domiciliares, através dos meios de circulagio da urfecmagdo, um controle no é uma disciplina. Com uma estrada no se enclausura uma pessoa, mas ao fiizer estradas, multiplicam-se os meios de controle. Nao digo que este seja 0 unico objetivo das estradas, mas as igesscas podem trafegar até o infinito e ‘livremente’, sem a minima clausura, ¢ serem perfeitamente controladas. Esse ¢ 0 nosso futuro, Suponhamos que a informagdo seja isso, o sistema controlado das palavras de ordem que ser: curso numa dada sociedade”. E a isso que a arte resist. © Roland Barthes, op. cit, p.8. Mais a frente em seu texto, ele dina: "O texto que o senhor escreve tem que me tur prova de que ele me deseja. Esta prova existe: ¢ a escritura A escritura é isto: a ciéncia das fruigdes da linzuagem, seu kama-sutra (desta ciéncia, s6 ha um tratado: a propria escritura) Ibid,, p. 11 “Tid. p72 51 pode desvelar-se sob a forma de corpo, clivado em objetos fetiches, em lugares eréticos."!° A segunda, a qual chama também de figuragdo embaracada, por ser movimentada por sentidos que nao puramente os do desejo, seria um "espago de Alibis (legibilidade, verossimilhanga, realidade ...".), da ordem da interpretago, constituir-se-ia em um espago de onde nada “saltaria (do quadro, do livro, da tela)". O olhar se poria de fora. Esse mesmo enfoque é usado no texto barthiano sobre a fotografia,"® no desenvolvimento de duas nogdes de abordagem da imagem fotografica: 0 punctum e 0 studium, Este ultimo contraposto ao primeiro por seu carater aplicativo (em termos de conhecimento), seu carater de referéncia cultura (o que possibilita a leitura). Ja 0 puncrum, esse esta no ambito da experiéncia inelutavel, do que punge, fra, fere, abre uma fenda na superficie da leitura sem que se possa esperar um recobrimento dela pela articulagdo de uma versio. Nao se pode esquecer de que aqui se trata de gozo (fowissance) que engloba também 0 desprazer como constitutive de si. ‘A metafora que permeia estes textos ¢ a da ruptura, do atravessamento, com a radicalidade da experiéncia erética ¢ toda a amplitude subversiva (em relagio ao controle, & consciéncia, a cultura) que ela comporta, E 0 gozo no estaria localizado nem na cultura nem na sua destrui¢do, mas em um espago intersticial (de fenda)entre as duas. E esse lugar "entre", nem uma coisa nem outra, que se torna erético. E o reconhecimento desse lugar que torna a abjegdo passivel de leitura estética. Talvez nessa ldgica, o artista contempordneo recuse o cardter representativo em sua obra, reivindicando-Ihe um estatuto de aparéncia. Ou de resisténcia. Mas 0 que parece estar aqui posto é a evidéncia de as duas ordens serem concomitantes. Uma coisa nao existe divorciada da outra. A obra que se constitui como processo de significdncia — em Ibid, p.72 * Roland Barthes, 4 c@mara clara contraposigio a representagiio — provoca o fruidor no sentido de nomeé-la, A mesma obra que arrebata e provoca estranhamento, reivindica leitura, acomodaslo, versio. Seja a do artista, a do tedrico, seja a do fruidor, ela se estabelece como grade!” que vem mediar a abordagem desse "corpo, clivado em objetos fetiches, em lugares erdticos".'" O que faz a diferenga — seu cardter subversive — € 0 deslocamento do discurso interpretativo e, também, seu cariter polissémico. A representagio, nesse caso, ¢ sempre contingente, Ai talver resida a qualidade da arte como ato politico. Na resisténcia & decodificagéo... © na persistencia do carater pulsional da linguagem, Constituicio, interacio/contaminagio e percepcao das imagens 4 metaéfora do ver como ler: 0 sentido constituido a partir das imagens [As duas portas 1 Disse a disercta Penélope: Forasteiro! Hi sonhos inescrutaveis e de linguagem obscura, ¢ néo te realiza tudo quanto eles anunciam aos homens. Ha duas portas para os Teves sonhos: Uma construida de chifre; outra de marfim. Os que vém através do brunido marfim nos enganam, teuzendo-nos palavras sem finalidade; as que saem pelo polido chifte anunciam, ao mortal que 08 v6, coisas que realmente vio acontecer, Odisséia, XIX w das quais se diz que uma é 0 chifre ¢ através dela se da saida ‘Gémeas sao as portas do sonho, sere stadenas sombras, 2 outta, reluzente, primorosamente lavrada em branco marfim, é aguela pela qual as almas enviam a Terra os falsos sonhos, Eneida, VI" Camo Rosalind Krauss, a toma, a partir da aproximagdo de sua utlizaglo na fenomenclogia © no Tien gle se insttal como instrumento de mediacio. possibilitando a letura do iio-codificado, O racer do texto. p27 eqn Jorge Luis Borges. 0 livro dos sonhos, p45

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