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Edigao 2009 Ete rs) LETRA Peta eer HOSPITAL DAS CLINJOAS - UFAG INTRODUGAO As dificuldades de leiturae escnta em crancas eadolescentes despertam grande interesse de diversos profissionais por ser uma quaixa froqiionte no ambito escolar. As estatisticas governamentals demonstram um quadro preocupante em termos de desempenho em leitura e escrita no Ensino Fundamental. Os dados das pesquisas do Sistema Nacional de Avaliagao da Educag4o Basica (Saeb, 2001)" apantam que 59% dos alunas brasileiras chegam a 4 série do ensino fundamental sem terem desenvolvido competéncias e habilidades elementares de leitura. Os resultados dos testes aplicados na8* série, ‘em Lingua Portuguese, revelam um quadro de defasagem na construgao dessas hhabilidades. Mais recentemante, dados divulgados pelo Instituto Nacional de Educagao e Pesquisa *** revelaram que 69% dos alunos do ensino basico, no pais, apresentam rendimento considerado critico ou muito critico e que a taxa de distorp2o série-idade atinge 39% do total de alunos avaliados, Diante desta realidade educacional, a escola @ um campo de atuagao para os profissionais que preccupam com este processo educacianal. O professor deve ser sempre o foco de todas as ages, pois é ele que eslé en contato diario coma crianca: @ 0 primeiro a verificar suasnecessidades escolares. Assim &imporiante instrumentalizar o professor para que ele possa verificar sinais precoces de dificuldades de leitura e escrita e, assim, realizar encaminhamentos para intervengio caso necesséirio. Essa cartilha, criada para informar os protessores, tem como objetivo apresentar conhacimentos sobreo desenvolvimento da aprendizagem daleiturae escrita, bem como de algumas ateragoes durante este periodo. © conhecimento do professor permite que 0 mesmo desenvolva acées que contribuam para que o ambiente escolar seja fonte de aprendizado efetivo e consiga superar as ‘expectativas relacionadas aodesempenho escolar. Ue, O DESENVOLVIMENTO DA LEITURA LZ - Aleitura é uma atividade mental complexa que exige 0 uso de diferentes recursos cognitves. De mancira bastante resumida, sao essenciais para a alividade de leitura dois processos fundamentals: a decodificagao (associagao letra-som] ea compreensiio. © reconhecimento competerte de palavras escritas, ou Seja, o acesso a ‘sua prontincia e significado, pode ser obtido por meio de dois procassos ou rotas (modelo de dupla rota) um processo indireto, envolvendo.a meciagao foncldgica (que se dé por meio da rota fonoldgica), e um direto, que é a leitura pela rota lexical (MORTON, 1969, 1979; ELLIS, YOUNG, 1988; COLTHEART, RASTLE, PERRY, LANGDON, ZIEGLER, 2001). De acordo com esse modelo de dupla rota, a leitura pola rota fonolé; depende da utilizacao do conhecimento de regras de conversao entre graferna (latra) e fonema (som) para a construpao da proniincia de uma palavra. Ja a lejtura via rota lexical ¢ dependente do conhecimento prévio (ou reconhecimento) de uma palavra que jé foi memorizada no sistema de reconhecimento visual de palavras e & também dependente da recuperacao do significado e proniincia dessa palavra via acasso direto ao léxico. Adepender da filcsofia pedagégica pela qual a crienga fei alfabetizada, e/a inicialmente terd mais faciidade em utilizar uma rota especitica. Assim, se aifabetizada polo método fénico, por exemplo, a crianga aprender a ler inicaimente via rota fonoiogica; ja se aprendeu a ler pelo metodo global, ela tenderda er, inicialmente, pelarotalexical. Este modelo de dupla rota é muito importante, pois a definigao dos tipos de dislexia é feita considerando-se os danos a esse modelo de leitura, conforme explicagdesno item 2. E oportuno pontuar que nenhum dos autores relacionados a essas teorias fez referéncia a idade exata para cada uma dessas fases. Cada crianga, a seu tempo e de acordo com as estimulagdes que omeio ira he proporcionar, terd oSeU interesse desportado para as letras © os sons que as representam. Ha acordo na literatura de que, a partir dos 6-7 anos de idade, muitas habilidades necessérias para a aquisicao da leitura ¢ da escrita encontram-se bem desenvolvidas e é Iniciada a instrugao formal, 0 que pode ocorrer por filosofias pedagogicas Nem heh Mean Ty diversas quo, indepandentomente de qual for a escolhida (métodos sintéticos, analiticos, ecléticos), incitara a crianga 2 passar pelos processos descritos, de formas diferentes, mas chegando-se a um mesmo panto: proficiéncia na leitura. ‘Apés o reconhecimento visual das palavras durante a atividade de leltura, © leitor atribui um significado a cada elemento do texto. Ao compreender cada sentenga do discurso, 0 leitor iré relacioné-las as outras sentengas e iré integraro conteiido lido aos conhecimentes que jé tem internalizado, assimilando, dessa maneire, 0 texto. Devemos atentar para o fato de que, nos estigios iniciais de leitura, a crianga demanda muito tempo e recursos cognitives na tentativa de docodificar 0 que esta lendo, ¢ muitas vezes a compreensao pode néo sor plenamente alcangada nestas fases iniciais. Deve-se ficar atento ao nivel de leitura daquela crianca especificamente antes de se cobrar uma tarefa de ‘compreensgo, para a qual ela pode ainda nao estar preparada. E importante ressaltar que cada incividuo é Unico, tem suas habilidades, ‘seus potenciais, suas limitagées e uma “bagagem" diferenciada, um conhecimento de mundo que é s6 seu. Cada leitura de cada crianca traz consigo todo um processo de construgéio pessoal, permeada de interferéncias educacionais, culturais, emocionais, entre outras varias. Conforme jd apontado anteriormente, a loitura 6 uma atividade mental do grande complexidade, nao emergindo naturalmente como a fala. Podem ser ‘bsarvadas dificuldades em qualquer crianca durante o periado de alfabetizacAo. (Cabe ao professor identificar quals sao as diffculdades inerentes ao processo, que sero superadas naturalmente, distinguido daquelas cificuldaces relacionadas aos problemas de aprendizagem intrinsecos a prépria crianga, e que ira requerer uma ajuda especializada. = OS PROBLEMAS DE APRENDIZAGEM De uma mane'ra geral, todas as criangas, mediante instrugao adequada, passam tranquilamente por estes processos de construgao de leitura, No entanto, uma parcela da populacao nao consegue acompantar as seus pares, 0 que @ claramente evidenciado desde a época da alfabatizagao e ira desencadear sérias dificuldades académicasfuturas. Os problemas de aprendizagem, embora comumente tratados como um problema geral, podem gparecer sob diversas formas, e se caracterizar em diferentes manitestagdes, acarretando sempre um prejuizo escolar. Estima-se que cerca de 40% da populagao apresenta elguma dificuldade no processo de aprendizagem. Deste universo, estima-se que entre 3 e 5% tenham uma altera¢ao do ordem biolégica que realmente dificuta 0 process de aprendizagom (CIASCA, 2003). Dentie estes disturbios de ordem biologica estda DISLEXIA. E importante diferenciar, desta forma, quais s&0 os transtomos de aprendizegem que realmente sdo de ordem bioldgica (aisturbios de aprendizagem, disttirbios especificos de leitura (ou lexia), disgrafias, disortografias, ciscalculis) dos desvios que podem ocorrer a partir de causas externas a crianca. Existe uma grande confusio na utilzagao destes termos na literatura. No sentido de prover uma visao mais clara acerca da terminologia utiizada, nos concentraremos inicialmente na distinggo entre distirbios de aprendizagem e Aficuidades escolares. Nas dificuldades escolares estao relacionadas quesioes externas ao individuo, como métodos de ensino, quesides sociais o psicolégicas, Contetidos pedagogicos, ou seja, situagdes gerals relacionadas ao processo de ensino-aprendizagem que independem da capacidadeda crianca. JAnos quadros de transtomos de aprendizagem especificos (como os casos de distirbio de aprendizagem e dislexia), existe uma disfuncao neurolégica como causa das difculdades na leitura e escrita. Nestes quadros, mesmo a crianga que recebe uma instrugao educacional adequada, em ambientes favoraveis, ndo consequira, sem ajuda especializade, aprender aler oua escrever de forma eficaz. Tanto nos casos de dislexia quanto de distirbio de aprendzagem, a definicao inclul duas pressuposicdes fundamentais: integridade eral (auséncia de dificuldades aucitivas, visuais, motores, cognitivas @ psicoligicas) e uma deficiéncia de aprendizagem da leitura e/ cu escrita, em que as criangas apresentam um rendimento da leitura substenciaimente inferior ao esperado para a idade OS PROBLEMAS DE APRENDIZAGEM crono\égica, ainteligéncia medida ea oscolaridade do individuc (DSM-IV, 2002). Toma-se necessario ainda o estabelecimento da distingao entre os termos distirbio de aprendizagem e disiexia. O distirbio de aprendizagem 6 uma expresso genérica que se refere a um grupo helerogéneo de alterages manifestadas por dificuldades significativas na aquisicao e no uso da auci¢4o, da fela, da leitura, da escrita, do raciocinio ou das habilidades matematicas (CAPELLINI, 2001). Ja 8 dislexia (distirbio especifico de leitura), de acordo Capellini; Ciasca (1999), @ uma expressao que se refere a defasagem entre o desempenho ‘esparado de uma crianga nas habilidades de leitura e ascrita a partir de seu nivel intelectual e@ 0 desempenho efetivamente observado. O processo de desenvolvimento @ aprendizagem aparace comprometide somente em fase escolar. Ja no distrbio de aprendizagem, 0 processo de desenvolvimento aprendizagem da crianca esté comprometido desde os primeiros anos de vida. Enquanto as criangas disiéxicas apresentam alteragdes mais diretamente relacionadas ao processamento da linquagem escrita, nos distirbios de aprendizagem, as dificuldades se estendem também ao procossamento da linguagem oral (nas habilidades de expressao e recepeao), atencao e percepeao, além de habilidades pragméticas © matomaticas, o que torna este quadro um pouca mais complicado. Por outro lado, 0 quadro de dislexia presenta dificuldades mais concentradas nas habilidades de leitura e escrita. Tomando-se por base o modelo de leitura de dupla rota (explicado na sesso 1), podemos entender a dislexia ‘como.um frecassona aquisigéo da linguagem escrita que afeta uma das rotas (ou ambas) de acesso a leitura, ocasionando subfipos diferentes de dislexi dependerda rota afetada. Na dislexie fonolégica (ou distonética), mais comum, ha um ano na rota fonolégisa, 0 que causa transtorno na associagao orafema- fonema, com dificuldade na leitura de palavras pouco familiares (BODER, 1973; TEMPLE; MARSHAL, 1983; SEYMOUR; MACGREGOR, 1984). Na dislexia visual (ou diseidética), hd um dano na rota lexical, e 0 transtorno é no processamento visual das palavras (COLTHEART, 1982; SHALLICE; WARRINGTON, 1980). Na dislexia mista (BODER, 1973; ELLIS, 1995), os leitores apreseniam alteragdes dos dois tipos (fonolégicae visual). m FATORES PREDITORES DE TRANSTORNOS DE APRENDIZAGEM E consenso que a aprendizagem se da mediante um procasso de modificagSes que acontecom no sistema nervoso central (SNC), © deponde de fatores geneticos (herdados) e ambientais (experiéncias vividas). Isto tora cada individuo um ser Unico, portador de pontos fortes @ pontos fracos e com potencialidades diferentes. ‘Sabe-se que a aprencizagem escolar nada mais 6 que um continuum do ato de aprander © necesita do desenvolvimento de algumas habilidades que so processam por meio da aquisigao de fungdes perceptivas, motoras e cognitivas secundarias amaturagao cerabral que ccorre desde nascimento até a vida adulta. As habilidades escolares necessitam ser ensinadas e conseqiientemente, aprendidas. Nos dia de hoje as criancas s4o admitidas mais cedo no ambiente escolar, sendo importante alentar desde cedo para sinais precoces de dificuldades em aprender. So a partir de 6-7 anos que a crianga apresenta sinais mais evidentes de Transtorno de Aprendizagem. Em vérios estudos ha evidéncias que em idades mais precoces jd é possivel identificarsinais proditores de Transtornos de Aprendizagem (TA), 0 que permitiria abordagom terapéutica mais precoce emelnores resultados. Sinais Precoces de TA especifico de Leitura (Dislexia) a. Atraso da linguagem oral ‘Aes 5 anos a crianga jé devera ter dominio da lingua materna . Dificuldade em formar frases (gramatica) ©. Dificuldade de nomeacdo de objetos e reconto. de histérias d, Vocabulario restrito e. Dificuldade de entender ordens FATORES PREDITORES DE TRANSTORNOS DE APRENDIZAGEM 1. Imaturidade fonologica (correspondéncia letras- sons) 4g. Dificuidade om realizar rimas apés 4 anos ‘os 4 anos a crianca 6 jaz de realizar rimas Gertos grupos de criancas apresentam maior risco de apresentar Transtornos de aprendizagem: certas doengas neurolégicas (epilapsia, neurofibromatose, sindromes neurolégicas variadas, entre outras), infecgdo por AIDS (sindtome da Imunodeficiéncia Adcuirida), anemia falciforme, diabetes ‘melitus insulino-dependente, antecedente de insullos neurolégicos (meningite, traumatismo craniano grave) e antecedente de prematuridade, baixo peso ao imento (menor que 2500gr) ¢ expcsigéio ao alcool (e fumo) na gestagao DIAGNOSTICO E ENCAMINHAMENTO Os Transtornos de Aprendizagem envolvem fatores fisiolégicos, nouralégices @ cognitivos, portanto exige o trabalho de uma equipo multicisciplinar especializada. A equipe multidisciplinar deve contarcom: '* Médico (pediatra, neurologista ou psiquiatra) — descartar outras causas de déficit na aprendizagem e auxilio no entendimento neurocientiico e diagnéstico dos Distirbios/Transtomos de aprendizagem; + Neuropsicélogo — fundamental no conhecimento do potencial de cada crianca. Através de testes padronizados e individualizados, qualifica e quantifica o nivel de inteligéncia e fungSes executivas (atengéio, meméria, planejamento, organizagao, habilidade visomotora, ets) Deve ser aplicado por profissional capacitado a lidar com criangas ("um cérebro emdesonvolvimento”); + Fonoaudisiogo — fundamental na avalagao da linguagem oral € na leitura @ escrta, E capaz de avaliar os processos de leitura (decacificagao Compreensdo) e ragar um plano terapeutice adequado; '* Pedagogo — tambémfundamental na avaliacao acadmica da crianga. Esta equipe conjuntamente com a escola ¢ os responséveisifemiliares poderdo realizar uma avaliacao mais completa @ conseqientemente um diagnésticoe tratamentoadequado. seguir descreveremos os passos necessarios para melhor diagnostico do quacrode Transtornos de Aprendizagem, 08 DIAGNOSTICO E ENCAMINHAMENTO 4) Avaliagao médica (especialista em aprendizagem), neuropsico\dgica, psicopedagogica, fonoautliologica (entre outros) de acordo com as necessidades individuaisde cadacrianca. 5) Integragao dos dados buscando um diagnéstico preciso e a partir de tal o tratamento nacessario, tomas encontrados nos Transtornos de 41. Principais sinais e Aprondizagom 0 Disle» Leitura e escrita, multas vezes, incompreensiveis. Escrita emespolhoapés 6-7anos. Confusées de let'as diferentes orientagGes ou pequenas diferengasna gratia (plq-b/d-cle—uiv-i]—nlu) ‘ou sons semelhantes (bip-dit) Naointerpretagao dalettura. Inversbes de silabas ou palavras. par/pra-latalalta ‘Substituigdes de palavras /estrutura semelhante. contribuiu/construlu ‘Supressao ou adicaode letras ou desilabas. gainha/galinha-ponte/pote Repetigaode silabas ou palavras. Fragmentacdoincorreta. voubrincaramanha/vou brinearamanha Confuséio em relagées temporo-espaciais, esquema corporal e lateralidade (nao reconhece direito e esquerdo). Dificuldade de realizar rimas apés4 anos. Dificuldade om aprenderletra-com. Dificuldade em provas de consciéncia fonolégica e imaturidade fonclogica. Antecedente familiar de Transtomo Déficit de Atencdo/Hiperatividade e/ou Transtomo de aprendizagem. Preemie nar WEE UL E comum associacao de Transtomo especifico de leltura (Dislexia) com outros, transtornos de aprendizagem como disgrafia e discalculia. A disortografia Geralmente esta associeda a disexia. Sequem alguns sincis da asorafe € discalculia: Tracadode letra ilegivel. Dificuldade paraescrever. Mistura de letras (malusculasiminiscules, formalcursiva). Traadode letra incompleto. Dificuldade visomotora (cépie)e visoespaciel.. feet Errona escritados nimeros (em espetho). Dificuldads emsomas simples. Dificuldade emsomas simples. Dificuldade com sinais operacionais. Dificuldade paraler nimercs commultdigitos. Memoria restrita para fatos numéricos basicos. Dificuldade em montara conta e ordenacao e espacamento dosniimeros. ‘A observagao acurada dos professores 6 de grande auxilio aos Protissionais envolvidos em todo o processo diagndstico, para tanto ha nacessidade que ele fique atento as atividades da crianga, sem apreocupagao de rotulos oudiagnésticos. A reunific de todos estes dados e da observacio das profissionais envolvidos ir possibiltar um diagnéstico preciso, estebelecimento de conduta terapéutica ¢ um encaminhamento eficaz. E importante salientar que nao existe um exame complementar (estudos de neuroimagem, exames laboratoriais entre outros) que determine o diagndstico do Transtornode Aprendizagom. O diagnéstico é CLINICO, basoado na jungao do DIAGNOSTICO E ENCAMINHAMENT( informagées de todos profissionais envolvides. A maioria dos exames realizados (neuroimagem funcional) e vinculados em midia sao estudos/pesquisas cientificas naa disponiveis & populagao geral. “Deve ser sempre observado que as diferencas sdo pessoais, 0 diagnéstico é clinico, o entendimento 6 cientifico e 0 tratamento é educacional” (Rotts, 2006). E importante ressaltar que a cislexia ¢ uma condigéo neurobiolégica, e que, embora nao haja cura do ponto de vista biol6cico, existem meios de se chegar a um nivel funcional de leitura, adequado para exercicio de ‘qualquer atividade profissional e cultural. Estudos com imagens neurofuncionais tém revelado plasticidade corebral associada a programas ofotivos de intervengao (Shaywitz, 2006). Estes programas se desenvolvem a médio e longo prazo, e contam com a ajuda de uma equipe muttidisciplinar, em parceria com a familia @ a escola. Ainda nao existem evidéncias cientifices cortoborando a eficécia de instrumentos auxilares para alletura ou escrita de efeito imediato, Os de 2 anos, com posterior processos terapéulicos tém duragdo médi acompanhamentosistematico. 4.2. Como encaminhar a crianga que apresenta os sintomas de Transtornos de Aprendizagem? (© professor deve estar atento as caractoristicas citadas acima. A partir da deteczao destas caracteristicas 0 professor junto com a orientadora pedagogica da escola deve procurar e orientar afamili Enecessdrio em primeiio lugar sensibikzar‘a famila para‘as anculdades apresentadas pela crianca, mostrando que é necessério a busca de profissionais especializados para ajudar a crianca. O diagnéstico correto & essencial na escolha do tratamento adequado e efetivo. Em muitos casos é necessario a avaliago e 0 acompanhamento por uma equipe multidisciplinar, o que pode, em alguns casos, causar certo desconforto e custos para a familia e a crianga; mas soguraments traz benoficios @ curto © longo prazo para 0 process do aprendizagem e qualidade de vida desta crianga. E também fundamental reforcar a necassidade do apcio farriliar como candigo para o plena desenvolvimento desta crianga Deve-se deixar claro também que o trabalho de alfabetizagao ndo sé envolvea escola como também a familia e os profissionais necessarios a perfeita ‘evolugdo dacrianca comou sem dificuldades naescola. m COMO O PROFESSOR PODE AJUDAR NO TRATAMENTO DA DISLEXIA Lista de observacées no final da pré-escola para determinar se crianga esta apta paraadquirir aleitura: 1. Saber que as letras representam sons e as palavras se dividem (segmentacao). 2. Nomear letras do alfabeto (malisculas € mindscules) eescrevé-es. 3.Aprender correspondéncialetra-som. 4. Decodificar palavras simples e reconhecer algumas palavras a primera vista. 5, Saber convengéies da escrita — ler da esquerda para direita e de cima para baixo. 6. Vocabulario em desenvolvimento. 7. Procurar e tentar ler. Estimular, motivar a crianga ao desafio de ler é fundamental. Dicas ao professor: (Capellini, 2008) = O professor deve ter um conhecimento cientifico sobre o problema para melhor entender asdificuldades do mesmo. = Colocar a crianga com dificuldade sentada préximo a mesa de trabalho do professor para que assim vocé possa prastar mais ajuda quando necessario = Certificar-se de que oaluno compreendeu o material escrito recebido; = Oferacerinstrupées tanto oralmente quanto por escrito, se nacessario; = Reformular questées de provas ou testes em uma linguagem mais simples se necessaria: -Incentivaro aluno na leiturae a participardasaules; = Sublinhar ou destacer a parte do texto mais imporiante para sua compreensao. Ensinar a realizar resumos, sinteses que ajudem na aquisigso do conteuido da materia; COMO O PROFESSOR PODE AJUDAR NO TRATAMENTO DA DISLEXIA = Cortigir todos os orros ortograficos de sua prova escrita, explicando onde esta o erro, Nao solicite que faga novamente por estar mal feito. Valorzar 0 conteudo ea formaescrita dos seus trabalhos; -Permitiro uso de dicionario para corregao de seus erros ortograficos; - Nao apressar para terminar as tarefas. As atividades de leituras orais e escritas ‘serdoexecutades de formalentficada devido a sua dificuldade; - Permitir 0 uso de fichas ou esbocos preparados para pré- reviséio do material do toxto; ra, organizacao e = Valorizar 0 seu esforgo, suas qualdades © pontos fortes. € fundamental buscarmos elevara auto-estima destas criancas; No Contato com a Familia enos Deveres de Casa: = Sempre que necessario mantenha contato com a familia. Desta forma vocé podera utlizaras informacées no auxiioa seu aluno; - Procure envolver 0s pais de forma a incentiva-los a uma maior participagao nas aiividades escolarese oxtraclasse de seufilho; - Valorizem nestas ocasides as habilidades da crianga e evitando a énfase ‘somente nas dificuldades; = Dé aos pais informagbes sobre a melhor maneira de ajudar o (a) filho (a) nos deverasde casa: ~Tente tranqulliza-ios quanto ao rendimento escolar do (a) flho (a), e mostre quea ‘ago conjuntaseré amelhor forma de ajuda-o. COMO SABER MAIS SOBRE DISLEXIA Existe no mercado material variado e de qualidades diversas sobre disloxia. E prociso quo. professor soja coutoloco na onto de suas informagSes. & preciso buscar fontes confiaveis e seguras com base neurccientitica. Na intamet, uma dica é sempre procurar informagSes am sites ou artigos de profissionais especialistas renomadosna area, Buscar sites ou paginas que representem uma associagao, como: Associagao Brasileira de Dislexia—ABD (www.dislexia.org.br) Associagao Nacional de Dislexia—AND (www.andislexia.org.br). = FONTE: 1, BASTOS, José Aloxandre. 0 cérebro @ a matemitica.Edicho do autor, 2007 2.BODER, E. Developmental Dyslexia: « iagncatis approach based on thvoe atypical reading ‘spelling palerrs, Developmental Medicine and Chi Neurology, 21, p. 504-514, 1975. 3. GAPELLINI, S.A. Ellezcla do programa de remesiacao Tonoicgica am escolares com alstibo ‘especiico de lita distitbio de eprendizagom. 2001. Tese (Dovtoraco em Ciéncias Médicas, {rea de Cibncias Biomécicas) - Faculdade de Cércias Médicas da Universitade Estadual de Campinas, Campinas, 2001 4. CIASCA, 8. M, Distirbios de aprendizagom: proposta de avatagaointedicipinar. So Paulo: ‘Casa do Psicélogo, 2023. ‘5. COLTHEART, M. 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