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Parece um fato por si s, visto em toda a Escritura, essa queda de Deus pelos infantes. Sem dar
maiores explicaes, o livro sagrado est salpicado de comparaes envolvendo crianas. Est
recheado de linguagem infantil, no sentido de que chama a ateno do leitor e da leitora para o
mundo da criana que, diga-se categoricamente, serve aos propsitos divinos na comunicao de
sua vontade.
A queda de Deus pelos pequeninos e seu mundo o leva a experimentar essa condio e esse
universo. E ele o vivencia em toda a sua plenitude: imerso no lquido amnitico, umbilicalmente
ligado sua me, protegido no ventre. Experimenta as agruras do parto, o calor do colo, a delcia da
amamentao, o choro, a clica, o riso. Os primeiros passos, o balbuciar dos sons e palavras
iniciais. Deus experimenta a infncia na sua inteireza.
Tem essa predileo de Deus pelas crianas um carter proftico? Prefere elas pois se sabe criana
em qualquer momento da histria?
Por causa da inocncia delas? Seria pela sinceridade? Pureza? Docilidade? Obedincia?
Fragilidade? Vulnerabilidade? Dependncia?
Dentre todas as caractersticas de uma criana, qual ou quais delas pode ou podem ser consideradas
motivo para essa preferncia que Deus insiste em afirmar que tem pelos pequenos?
Ou no seria Deus motivado por qualquer uma delas, apenas pela sua graa ou deciso de sua
vontade? Ou a graa ou a vontade de Deus no tem outra motivao, externa no caso, a no ser
aquela interna que ns chamamos de amor? Uma e outra, em todo caso, no ofusca o fato de Deus
ter como preferidas as crianas.