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Resenha do artigo de Rubem Alves para a Folha de So Paulo

A arte de ver

Em, A arte de Ver, o autor faz uma analise sobre a diferena entre o enxergar
displicente e o ver como arte. O ponto de partida surge diante de uma experincia vivida
dentro de um consultrio, na qual uma cliente passa a olhar com mais detalhes uma prtica
cotidiana que, num primeiro momento parecia banal, mas que ganhou novas cores quando
foi percebida com cuidado.
Para apresentar sua tese, Rubem Alves evoca alguns pensadores no intuito de
fundamentar seu argumento a respeito do "olhos de poeta" como ele vai chamar o enxergar
para alm do que os olhos veem. Segundo ele, enxergar como arte ver a partir de uma
perspectiva otimista, um olhar zeloso que alcana um prisma cheio de beleza, cheio de
detalhes que enriquece o objeto observado.
O texto faz uma provocao sobre o modo como temos enxergado a vida. Estamos
to cheios de afazeres, de urgncias que no nos damos conta dos encantos que nos
cercam. Temos um olhar to viciado que se quer percebemos as pessoas a nossa volta,
no enxergamos os pormenores, no vemos as outras possibilidades. O cotidiano e a
rotina tem colocado nossos olhos no automtico, no permitindo eles enxergarem os
contornos.
Quando pensamos na educao, tais provocaes do autor soam como um alerta na
prtica educacional. O professor e a professora podem perder grandes oportunidades se
seus olhos no estiverem sensveis. Sobre isso, Rubem Alves chega a afirmar:
"Por isso, porque eu acho que a primeira funo da educao ensinar a
ver, eu gostaria de sugerir que se criasse um novo tipo de professor, um
professor que nada teria a ensinar, mas que se dedicaria a apontar os
assombros que crescem nos desvos da banalidade cotidiana."

Isso mostra que o processo de ensino aprendizagem precisa ir alm do contedo,


necessrio gerar olhos atentos, pessoas capazes de enxergar a beleza da vida, de tornar
visvel o imperceptvel. Dessa maneira, necessrio tambm professores que promovam o
senso crtico, que promovam espaos para a criatividade e "olhos de poeta".

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