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fy] Estrategia CONCURSOS Aula 02 Economia do Setor Publico e da Regulacao p/ TCU-2015 - Auditoria Governamental Professores: Heber Carvalho, Jetro Coutinho Est égi ia Economia do Setor Publico eda Regulacdo p/ TCU CoOncuRsOS feoria e exercicios comentados Profs. Heber Carvalho e Jetro Coutinho ~ Aula 02 AULA 02: Estruturas de Mercado, parte III SUMARIO RESUMIDO PAGINA T. Custos de produgdo 01 2. Hipétese de maximizagao de lucros 40 3. Concorréncia Perfeita 45 4, Resum&o da Aula 73 5. Questes apresentadas na aula 77 6. Gabarito 85 Ola caros(as) amigos(as), Na aula de hoje, veremos os custos de producdo e o mercado de concorréncia perfeita. Ou seja, entraremos “pra valer” no estudo das estruturas de mercado, uma vez que nossos “alicerces” microeconémicos ja estaréo formados (demanda, oferta, elasticidades, produco, custos). A aula ficou um pouco grande, uma vez que estamos procurando colocar desde j4 0 maximo de contetido do curso para vocés. Assim, vocés j4 podem ir aprofundando os estudos. E ai, todos prontos? Entdo, aos estudos! 1. CUSTOS DE PRODUGAO © primeiro item da aula que nés veremos é a importantissima diferenciagéo que existe no enfoque que é dado pelos economistas em relagdo ao conceito de custo. Para eles, 0 custo é algo visto de uma forma um pouco diferente daquela vista pelos contadores e pela maioria de nds. 1.1. CUSTOS ECONOMICOS X CUSTOS CONTABEIS Em primeiro lugar, devemos definir 0 que s&o custos. Tanto para a economia quanto para a contabilidade, os custos se referem aos precos ou remuneragées dos fatores de produgéo (capital e mdo-de-obra, principalmente). No entanto, ha uma diferenga entre 0 conceito econémico de custo € 0 conceito contébil usual. © custo contabil leva em conta o pagamento ou a utilizacao dos fatores de produgdo. O custo econémico leva em conta © melhor ganho que se poderia obter empregando-se esse fator em outra atividade que nao a produgao da firma. Assim, podemos estatuir que o custo econémico leva em conta o custo de dportunidade do fator de producao. Profs Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 1de 85 Es' égi ia Economia do Setor Publico eda Regulacdo p/ TCU CoOncuRsOS feoria e exercicios comentados Profs. Heber Carvalho e Jetro Coutinho ~ Aula 02 O custo econémico leva em conta o Gusto ‘tome nota! eloportunidade do fator de producao. Deixe-nos explicar melhor. Suponha uma empresa que utiliza instalagdes préprias. Ou seja, ela ndo necesita pagar aluguel. No conceito contabil, nao havera custo, pois a empresa ndo desembolsa nenhum valor, nem adquire obrigagées a respeito de aluguéis. No conceito econémico, entretanto, a andlise é diferente. Para um economista, esta empresa poderia ter recebido um aluguel por este espaco caso decidisse nao utilizé-lo como parte de suas instalagées. Esse aluguel no recebido corresponde aos custos de oportunidade de utilizag&o do espago, devendo ser incluido como parte dos custos econémicos das atividades da empresa. Imagine agora uma loja de roupas em que a prépria dona resolve trabalhar de vendedora e gerente ao mesmo tempo. Neste caso, também no temos nenhum custo contabil envolvide na transagao. No entanto, 0 negécio incorre em um custo de oportunidade, pois sua proprietaria poderia ter recebido um salario trabalhando como vendedora e gerente em outro lugar. Esse custo de oportunidade € considerado um custo econémico, mas nao um custo contabil. O termo custo de oportunidade frequentemente é definido como sendo “o que se deixa de ganhar" se utilizasse o fator de producdo da melhor maneira alternativa possivel. Por esse motivo, os custos de oportunidade também s&o chamados de custos alternativos ou custos implicitos. A nomenclatura “implicitos” deve-se a particularidade de tais custos (de oportunidade) n&o envolverem desembolso monetério. Essa caracteristica faz com que os custos de oportunidade sejam, na maioria das vezes, estimados de forma um tanto quanto subjetiva. Por exemplo, suponha que vocé tenha decidido pedir demissdo do emprego para estudar para concurso durante 12 horas por dia, afinal, vocé quer ser aprovado o mais breve possivel. Qual seria o custo de oportunidade ou custo implicito/alternativo desta decisio? O custo de oportunidade seria o que vocé deixou de ganhar caso estivesse trabalhando. Veja que, do ponto de vista contabil, a decisio nao representa custo, pois, nos meses que estiver estudando, vocé nao pagaré para estudar. Mas a decisdéo representa um alto custo de oportunidade. Como existe essa diferenciag&o entre custos contébeis e econémicos, logicamente, também existe a diferenciac&o entre lucro econémico € lucro contabil. Neste, utilizamos os custos explicitos (aqueles que significam desembolso). Naquele, utilizamos n&o sé os custos Profs Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 2de8s Est tési ia Economia do Setor Publico eda Regulacdo p/ TCU CoOncuRsOS feoria e exercicios comentados Profs. Heber Carvalho e Jetro Coutinho — Aula 02 explicitos mas também os custos implicitos, de forma a obtermos 0 custo de oportunidade total (custos explicitos + custos implicitos), que € mais abrangente que o custo contabil. Assim, Lucro contabil = receita total - custos explicitos totais Lucro econémico = receita total - custo de oportunidade total ou receita total - (custos explicitos + implicitos) Lucro econémico © lucro econémico é geralmente mais baixo (nunca mais elevado) do que os lucros contabeis, porque 0 lucro econémico resulta, como ja dissemos, da diferenga entre a receita total e os custos de oportunidade totais, que incluem os custos explicitos e implicitos, ao passo que o lucro contabil resulta da diferenca entre a receita total e os custos explicitos, somente. Logo, € possivel para a firma ter lucro contabil positivo e lucro econémico zero. Nés dizemos, em economia, que se uma firma realiza lucro econémico zero, ela ent&o esté tendo lucro normal. Lucro normal = lucro econémico zero Curvas perigosas Sabemos que esta afirmagéo é um tanto estranha. Vamos explicar melhor isto. Lucro normal é a quantia minima de lucro necesséria para manter os recursos empregados e a firma funcionando. Para esclarecermos a questao, vamos apresentar um exemplo em que a empresa obtém lucro econémico igual a zero. Suponha que esta empresa 6 dona das instalagdes, do capital de giro e 0 seu dono trabalha como administrador/gerente. Logo, haveré custos de oportunidade (custos implicitos) referentes a0 aluguel, juros e salarios que se deixam de ganhar: Tabela 01: Ttem Lucro contabil Lucro econémico Receita total 100 100 Custos explicitos 70 70 Custos implicitos = 30 - Salarios = 10 = Juros = 10 ~ Aluguel : 10 Lucro 30 oO Constatamos entéio que a empresa obteve lucro econémico zero, mas obteve lucro contabil positive (30). Um lucro econémico igual a zero (lucro normal) significa que a empresa obteve receita suficiente para Profs Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 3de 85 5 Agi Economia do Setor Puiblico e da Regulacdo p/ TCU Estrategia eoree exerconcomenad Profs. Heber Carvalho e Jetro Coutinho ~ Aula 02 cobrir os custos de oportunidade totais (explicitos + implicitos). Isto (lucro econémico zero) é condigéo suficiente para que o empresério permanega no negécio, uma vez que consegue exatamente remunerar todos os fatores de produgao. Se a receita total for maior que o custo de oportunidade total (custos implicitos + explicitos), entéo o /ucro econémico sera positivo e a firma tera lucros extraordinérios (ou lucro econémico puro, ou lucro econémico positivo). Se o custo de oportunidade total é maior que a receita total, haverd lucro econémico negativo ou prejuizo econémico. 1.2. CUSTOS IRREVERSIVEIS, IRRECUPERAVEIS OU AFUNDADOS (SUNK COSTS) Custo irreversivel é um custo que foi feito e que no podera ser recuperado ou revertide. Como n&o podem ser recuperados, os custos irreversiveis ndo deveriam ter nenhuma influéncia sobre as decisées da empresa (na andlise econémica, a viséo dos economistas, ao contrario da viséo dos contadores, é voltada para o futuro. Como o custo irreversivel jé foi realizado e nao pode mais ser recuperado, ent&o, ndo deve possuir qualquer influéncia sobre as decisées). Suponha uma firma que gastou com a compra de um equipamento bem especifico e que sé tem utilidade no processo produtivo desta firma. Assim, tal equipamento nao poderé ser convertido para outro uso nem poderé ser revendido no futuro. O gasto com este equipamento caracteriza-se como custo irreversivel. Como ele nao tem uso alternativo, seu custo de oportunidade é zero. Em virtude de possuir custo de oportunidade zero, o gasto com tal equipamento nem deve ser incluido como parte dos custos da empresa. A deciséo de adquiri-lo pode ter sido boa ou no. Como sabemos, a andlise econémica é voltada para o futuro. Entéo, como o custo de oportunidade 6 zero, tal gasto ndo deve influenciar as decisdes da empresa. Se © equipamento pudesse ser utilizado de outra maneira ou revendido para outra empresa, ai sim, a maquina teria um custo de oportunidade (um custo econémico). Esse custo de oportunidade seria representado pelo que custo de emprega-la em vez de vendé-la ou aluga- la para outra firma. Suponha que vocé pretende se matricular em um curso para concursos no estilo “pacotéio”, com aulas todos os dias inclusive aos sdbados e domingos, no valor de R$ 3000. Para garantir a matricula, 0 dono do curso disse que vocé deveria pagar R$ 500 a vista e que tal valor no seria reembolsado em caso de desisténcia. Vocé acreditou no dono do Profs Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br aides fa Estratégia Economia do Setor Puiblico e da Regulacdo p/ TCU concuRS OS Teoria e exercicios comentados Profs. Heber Carvalho e Jetro Coutinho ~ Aula 02 curso e pagou os R$ 500, de tal forma que a despesa total com o curso serd de R$ 3500. Entretanto, vocé descobriu que existe outro curso, com as mesmas caracteristicas e qualidade, que esta custando R$ 3100, portanto, R$ 400 mais barato. Qual dos dois cursos vocé deveria fazer? A resposta é: 0 primeiro. O valor que vocé pagou e no sera devolvido (R$ 500) representa um custo irreversivel e ndo deve influenciar a sua deciséio. Para vocé, 0 custo econémico do primeiro curso serd R$ 3000, enquanto 0 segundo curso possui custo econémico de R$ 3100. Se o segundo curso custasse R$ 2900, vocé deveria adquiri-lo, mesmo sabendo que desperdicou R$ 500. HORA DE i 1 TatiCal \etamos como isso é cobrado em prova: O Ministério da Justica (MJ) tem um montante fixo para gastar na aquisigao de dois bens: mesas e computadores. Ainda, o MJ planeja ocupar um prédio de sua propriedade, atualmente alugado para profissionais liberais. 01. (CESPE/Unb - Economista - Minist aluguel representa um custo de oportu prédio. da Justica - 2013) - 0 jade da ocupacéo do COMENTARIOS: Mesmo o prédio sendo de propriedade do Ministério da Justiga, a sua ocupagao sera considerada um custo econémico. Em linguagem econémica, dizemos que seu aluguel representa um custo de oportunidade. Isto é, 0 fato de o MJ utilizar suas proprias instalagdes faz com que ele perca a possibilidade de auferir dinheiro com o aluguel do prédio, caso o mesmo fosse alugado a terceiros. Este aluguel que deixa de ser recebido representa o custo de oportunidade de ocupagao do prédio. GABARITO: CERTO. 02. (CESPE/Unb - Analista Administrativo - ANAC - 2012) - Suponha que um profissional recém-formado em economia pretenda pedir demisséo da firma em que trabalha para atuar como auténomo em um escritério de consultoria, e, para isso, calcule os custos que envolverdo o funcionamento do escritério e os custos de deixar de receber o saldrio do emprego atual. Nessa situagdo, as despesas efetuadas com sua formacao, como livros e mensalidade escolar, devem ser ponderadas, pois representam custos de oportunidade. Profs Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 5de8s Est ra égi ia Economia do Setor Police eda Regulacdo p/ TCU CPneuR sos reoria e exercicios comentados Profs. Heber Carvalho e Jetro Coutinho ~ Aula 02 COMENTARIOS: Nesta situagéio, os custos de oportunidade serdo representados pelo saldrio que ele vai deixar de receber, no caso de pedir demissao. GABARITO: ERRADO 03. (CESPE/Unb - Economista - TJ/AL - 2012) - Se cada hora didria de estudo aumenta em trés pontos a nota de um individuo em uma prova de matematica, entéo o custo de oportunidade de ndo estudar e jogar videogame por uma hora diaria é igual a 0,3 ponto a mais na prova de matematica. COMENTARIOS: Questo muito mais de Matematica do que de Economia. O custo de oportunidade de jogar videogame, deixando de estudar, é de 3 pontos a mais na prova. GABARITO: ERRADO 04. (CESPE/Unb - Economista - TJ/AL - 2012) - O custo de oportunidade de estar no Brasil em determinado instante equivale ao custo de oportunidade de nado estar em qualquer outro lugar nesse mesmo instante. COMENTARIOS: Exatamente isso. Descricio correta da ideia do custo de oportunidade. GABARITO: CERTO 05. (CESPE/Unb - Economista - TJ/AL - 2012) - Se, para participar de um curso no exterior por certo periodo, € necessario pagar R$ 140 mil e abrir mao de um emprego no Brasil com ganhos de R$ 280 mil pelo mesmo perfodo, entdo o custo de oportunidade de desistir do curso e aceitar esse emprego é igual a R$ 2 mil. COMENTARIOS: © custo de oportunidade de desistir do curso sdo os ganhos que vocé deixa de ganhar com tudo aquilo que o curso poderia Ihe proporcionar. No caso desta questo, n&o é possivel mensurar esses ganhos. GABARITO: ERRADO 06. (CESPE/Unb - Economista - TJ/AL - 2012) - Se o custo de um médico corresponde a cinco vezes o custo de um enfermeiro, ent&éo o custo de oportunidade de dois enfermeiros é igual ao de Profs Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 6de8s Estr: égi ia Economia do Setor Police eda Regulacdo p/ TCU CPneuR sos reoria e exercicios comentados Profs. Heber Carvalho e Jetro Coutinho ~ Aula 02 um médico. COMENTARIOS: 0 custo de oportunidade de 02 enfermeiros equivale a 0,4 médicos. GABARITO: ERRADO 07. (CESPE/Unb - Analista de Controle Externo - TCE/AC - 2009) - © custo de oportunidade da decisdo de tirar férias € mais elevado para funciondrios piblicos do que para profissionais liberais bem sucedidos como alguns médicos e advogados. COMENTARIOS: O custo de oportunidade da decisdo de tirar férias é 0 que se deixou de ganhar caso decidisse ficar trabalhando nas férias (um salério extra, provavelmente). Como profissionais liberais bem sucedidos ganham mais que funciondrios publicos, para eles, o custo de oportunidade da decisao de tirar férias é maior, pois eles deixam de ganhar mais dinheiro que os funciondrios publicos (na verdade, o custo de oportunidade de tirar férias dos funcionérios ptiblicos é nulo, pois estes nao deixam de receber saldrio em virtude das férias. Que bom, nao é mesmo! @). GABARITO: ERRADO 08. (CESPE/Unb - Ciéncias Econémicas - UEPA - 2008) - 27-0 custo de oportunidade de iméveis utilizados pelos seus donos para sediar empresas de sua propriedade é nulo visto que, nesses casos, néo ha pagamentos de aluguéis que onerem os custos contabeis dessas empresas. COMENTARIOS: © custo de oportunidade de iméveis utilizados pelos seus donos é o que deixa de ser ganho caso 0 dono tivesse, por exemplo, locado seu imével a terceiros. Neste caso, 0 custo de oportunidade seria o valor do aluguel que no esta sendo ganho pelo proprietario. Assim sendo, esta incorreta a assertiva pois 0 custo de oportunidade n&o é nulo (apenas o custo contabil é nulo). GABARITO: ERRADO 09. (CESPE/Unb - Analista de Controle Externo — TCDF - 2002) - Para um estudante brasileiro, os custos de oportunidade de cursar um MBA nos Estados Unidos da América, em regime de dedicacdo exclusiva, correspondem aos gastos com tudo aquilo de que o estudante abre m&o para fazer o curso, como os salarios ndo ganhos em alguma atividade remunerada ou o ganho em capital humano que deixa de obter se participasse de outro curso. Profs Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 74285 Est égi ia Economia do Setor Publico eda Regulacdo p/ TCU CoOncuRsOS feoria e exercicios comentados Profs. Heber Carvalho e Jetro Coutinho ~ Aula 02 COMENTARIOS: © custo de oportunidade de cursar um MBA inclui tudo o que se deixa de ganhar, caso tivesse decidido nao cursa-lo, Assim, além dos préprios gastos que sero incorridos para custear 0 MBA, dentro do custo de oportunidade, hd aquilo que se deixa de ganhar caso estivesse, por exemplo, trabalhando e auferindo salérios ou fazendo outro curso e adquirindo outros conhecimentos. GABARITO: CERTO. 10. (CESPE/Unb - Técnico Cientifico - Banco da Amazénia - 2007) - O custo de oportunidade da decisao de assumir um novo emprego, cujo salario é superior aquele pago na ocupacao anterior, inclui tanto o valor da remuneracdo atual como o aumento do tempo de transporte necessario para se chegar ao novo local de trabalho. COMENTARIOS: © custo de oportunidade de se assumir um novo emprego é 0 que se deixou de ganhar caso nao tivesse tomado essa decisao. Assim, esse custo inclui 0 salério do emprego antigo, bem como todos os seus beneficios, entre os quais citamos, conforme estd na assertiva, o menor tempo de transporte que era necessdrio para se chegar ao trabalho. GABARITO: CERTO. 11. (CESPE/Unb - Area Economia e Finangas - Certificagéo BB — 2010) - Custos afundados devem ser considerados nas tomadas de decisdo. COMENTARIOS: Os custos afundados n&éo devem ser considerados nas tomadas de decis&o, pois seu custo de oportunidade é nulo, tendo em vista que os custos incorrides nao podem mais ser recuperados. GABARITO: ERRADO 12. (CESPE/Unb - Area Economia e Finangas - Certificagao BB — 2010) - Custos afundados tém custos de oportunidades muito altos. COMENTARIOS: Conforme vimos, os custos afundados possuem custos de oportunidade nulos. Sendo assim, a assertiva esta errada. GABARITO: ERRADO Profs Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br dees Est tési ia Economia do Setor Publico eda Regulacdo p/ TCU CoOncuRsOS feoria e exercicios comentados Profs. Heber Carvalho e Jetro Coutinho ~ Aula 02 1.3. CUSTOS FIXOS (CF), VARIAVEIS (CV) E CUSTO TOTAL (CT) Custo total (CT) € 0 custo de todos os fatores de producao que uma empresa usa na producSo. Alguns fatores de produc&o variam quando aumentamos ou reduzimos a produgdo; outros se mantém fixos. Os custos dos fatores fixos so custos fixos (CF), e os custos dos fatores varidveis so custos varidvels (CV). Assim, podemos dividir o custo total em duas partes: custos fixos e variaveis. CT =CF+CV Custos fixos nao variam com o nivel de producdo (exemplo: aluguel, manutencdo das instalaces, salarios da diretoria, etc). Como estes custos n&o variam com o nivel de producéo, eles devem ser pagos mesmo que nao haja producg&o. A unica maneira de a empresa eliminar totalmente os custos fixos é deixando de operar. Custos variaveis séo custos que variam quando o nivel de produgdo varia (exemplo: gasto com matéria-prima, pagamento de bénus aos funcionérios, etc). Apesar dos exemplos colocados acima, no hd uma definigSo absoluta do que é fixo e do que é varidvel. Saber quais custos s&o varidveis e quais so fixos depende do prazo com o qual estamos lidando. Em um curto espaco de tempo (01 ou 02 meses, por exemplo), a maioria dos custos é fixa. Isso ocorre porque, nesse periodo, a empresa néo tem muitas condigdes de alterar a sua estrutura de custos (em tao pouco tempo, n&o ha como reduzir os pedidos de matéria-prima, nem deixar de pagar os funcionérios, por exemplo). Por outro lado, em um longo periodo de tempo (02 ou 03 anos, por exemplo), a maioria dos custos é variavel. Em um periodo maior, a empresa tem condicdes de alterar a sua estrutura. de custos: demitir/contratar_ trabalhadores, comprar mais/menos matérias-primas, adquirir novas instalagées, etc. Entdo veja que a classificago em custo fixe ou varidvel dependera do horizonte temporal em andalise. Continuaremos falando sobre isso mais tarde, continue lendo. 1.4. CUSTO MEDIO E CUSTO MARGINAL O custo marginal € o aumento de custo (total) provocado pela producaio de uma unidade adicional de produto. Ele nos informa quanto custaré aumentar a produgéo em uma unidade. Por exemplo, suponha que uma determinada empresa tenha produgdo de 200 Profs Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 9de8s 5 Agi Economia do Setor Puiblico e da Regulacdo p/ TCU strategia eoree exerconcomenad Profs. Heber Carvalho e Jetro Coutinho ~ Aula 02 e, para aumenta-la em 01 unidade (passar para produg&o=201), seja necessdrio aumentar o custo total de 150 para 175. Neste caso, o custo marginal seré 25 (acréscimo/aumento de custo). Segue de forma algébrica o Cmg: omg = Fy Como o custo fixo n&o apresenta variagSo quando ocorrem alteragées no nivel da produg&o da empresa, 0 custo marginal também pode ser conceituado como sendo apenas o aumento no custo variavel ocasionado por uma unidade extra de produto. Podemos ento representar também desta maneira o Cmg: oma = Fy Custo médio & 0 custo total dividido pelo nivel de producaéo (pela quantidade de produtos produzidos). Em outras palavras, é 0 custo por unidade de produto, ou custo unitario. Por exemplo, suponha uma firma com produg&o de 200 e custo (total) de 150, 0 custo médio ou unitario sera 150/200=0,75. Segue de forma algébrica o CTme (vamos utilizar apenas Cme): Nés vimos que 0 custo total (CT) pode ser dividido em uma parte fixa (CF) e outra parte varidvel (CV). O custo total médio (CTme) também possuird dois componentes: 0 custo fixo médio (CFme) e 0 custo variavel médio (CVme). Assim: Cme = CFme + CVme Nota > a partir de agora, quando citarmos a palavra custo, na verdade, estamos querendo falar do custo total. Quando citamos somente a palavra custo médio, entenda também como custo total médio. 1.5. CURTO X LONGO PRAZO Agora que vimos os tipos de custos, vamos nos voltar as diferengas entre os custos no curto e no longo prazo. Nesse contexto, temos que nos ater a diferenciagdo que existe entre fatores de produgdo fixos e variaveis. Profs Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 85 5 Agi Economia do Setor Puiblico e da Regulacdo p/ TCU Estrategia eoree exerconcomenad Profs. Heber Carvalho e Jetro Coutinho ~ Aula 02 Fatores fixos séo aqueles cuja quantidade no pode ser alterada rapidamente, enquanto os fatores varidveis so aqueles cuja quantidade pode variar mais facilmente. Como ja sabemos, 0 curto prazo é 0 periodo de tempo em que determinados tipos de fatores ndo podem ser aumentados ou reduzidos, qualquer que seja o nivel de producdo. Assim, a produg&o sé podera ser aumentada ou reduzida se aumentarmos ou reduzirmos a quantidade utilizada de fatores varidveis. A rigor, a existéncia de ao menos um fator fixo j4 nos serve para configurar uma situag&o de curto prazo. O longo prazo, por outro lado, é 0 periodo de tempo em que todos os fatores sdo variaveis. Agora que jd aprendemos a diferenciar os diversos tipos de custos, nés veremos como eles se comportam. Tal comportamento ser dividido em duas partes: curto e longo prazo. Inicialmente veremos o comportamento e as curvas de custo no curto prazo. Apés isso, o mesmo seré feito & andlise de longo prazo. Nesta Ultima anélise, serao feitas algumas comparacées entre as curvas de custo de curto e longo prazo. 1.6. CUSTOS NO CURTO PRAZO Nesta anélise de curto prazo, assim como fizemos na teoria da produco, consideraremos a existéncia de dois fatores de produgao: mao- de-obra (L) e capital (K). O fator fixo (n&o varidvel) sera o capital e fator varidvel seré a m&o-de-obra. 1.6.1. Curvas de custo fixo, variavel e total Acompanhe as definicdes e as construgées das diversas curvas de custo a partir dos dados da tabela 02, que mostra o comportamento usual dos custos de producao: Tabela 02: Custo | Custo Produgéio | Cust | Custo | Custo| fixo | varidvel| Cusfo | | Custo | 10) fixo | variével| total | médio | médio | 77 (Cag) (CF) | (CV) | (CT) aa ea CT/Q | (ACT/AQ) 0 iso |_0 iso | - - : = 1 180 | 90 | 270 | 180 | 90 | 270 90 2 180 |_120 | 300 | 90 60__| 150 30 3 iso | 135 [315 [60 45 | 105 15, 4 180 | 165 | 345 | 45 | 41,25 | 86,25 30 5 1so | 225 | 405 | 36 45 81 60 6 180 | _360 | 540 | 30 60 90 135 Profs Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 11 de 85 Est tési ia Economia do Setor Publico eda Regulacdo p/ TCU CoOncuRsOS feoria e exercicios comentados Profs. Heber Carvalho e Jetro Coutinho ~ Aula 02 A figura 1 mostra como as medidas de custos fixo, varidvel e total mudam de acordo com mudangas no nivel de produgdo. O seu eixo vertical € utilizado para colocar o custo em R$, enquanto 0 eixo horizontal € utilizado para indicar a quantidade produzida. Observe que 0 custo fixo, CF, ndo varia com a produgdo, sendo representado por uma linha horizontal em R$ 180. O custo varidvel, CV, € zero quando a producéo é zero, e entdo aumenta continuamente a medida que a producdo se eleva. A curva de custo total, CT, é determinada adicionando-se verticalmente as curvas de custo fixo e de custo variavel. Pelo fato de o custo fixo ser constante, a distancia vertical entre as duas curvas é sempre de R$ 180. Fig. 4 CT=cv+0F Quantidade Qo 4 2 3 4 5 6 produzida (Q) 1.6.2. Curvas de custo fixo médio, varidvel médio e marginal Montaremos agora os mesmos gréficos (0 custo no eixo vertical e a producdo no eixo horizontal), sé que contendo as curvas de CFme, CVme e Cig; tudo a partir dos dados da tabela 01. Iniciemos ent&o pela curva de custo fixe médio. Como o custo fixo é uma constante (um valor que nao muda), 0 CFme diminui 4 medida que a produg& aumenta, significando que cada parcela de produto responde por uma parcela menor de custo fixo. Isso € mostrado graficamente na figura 02, onde temos a curva de CFme. A curva de CFme inclina-se para baixo e para a direita em toda a sua extensio (possui inclinagéo decrescente) e, & medida que a producdo aumenta, aproxima-se do eixo das quantidades sem, entretanto, tocd-lo. Profs Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 85 5 Agi Economia do Setor Puiblico e da Regulacdo p/ TCU strategia eoree exerconcomenad Profs. Heber Carvalho e Jetro Coutinho ~ Aula 02 Algebricamente, isto é bem tranquilo de entender. Se CFme=CF/Q, eo CF é constante e o Q aumenta, entdo, logicamente, quando se aumenta 0 Q, 0 valor de CFme diminuira. Por isso, a curva do custo fixo médio é decrescente em toda a sua extensao. Custo em RS 180 Fig. 2-CFme 120 Quantidade 0 4°23 4 5 6 produzida (Q) Nao confunda a curva do custo fixo médio (CFme) com a curva do custo fixo (CF). Esta é uma reta horizontal, enquanto aquela é decrescente. Conas perigosas Curva de custo varidvel médio (CVme): inicialmente, a CVme decresce e depois cresce, apresentando a forma de um “U". Observe: 120 Profs Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 85 Est tési ia Economia do Setor Publico eda Regulacdo p/ TCU CoOncuRsOS feoria e exercicios comentados Profs. Heber Carvalho e Jetro Coutinho — Aula 02 Nota > no nosso exemplo retirado da tabela 02, 0 custo varidvel médio inicialmente decresce, mas isso n&o acontecera necessariamente. Podemos ter casos em que a curva do CVme inclina-se logo de inicio para cima (nao € 0 mais comum, mas pode acontecer). Para fins de prova, se nada for dito, considere a curva do CVme em formato de “U". Curva de custo médio (Cme): 0 custo médio é a soma do custo fixo médio e do custo varidvel médio. Assim, a curva do Cme tera um “pouquinho” de cada curva do CFme e do CVme. Inicialmente, ela inclina- se para baixo em virtude da curva de custo fixo médio ser bastante decrescente para baixos niveis de produgéio. Mas, em seguida, o custo fixo médio perde importdncia e o custo varidvel médio comesa a crescer. A partir deste momento, em virtude do aumento do CVme, a curva do custo total médio torna-se ascendente. Assim, a curva do Cme apresentaré também a forma de "U” (inicialmente decrescente devido ao custo fixo médio e, em seguida, crescente devido ao custo varidvel médio). Observe: 200 100: Quantidade produzida (Q) © formato em “U" da curva de custo médio também é€ explicado pela eficiéncia com a qual os fatores fixos e varidveis s&o utilizados (a mesma explicacao vale para o formato em "U" da curva de custo variével médio). No inicio, enquanto a producao é baixa e vai aumentando, tanto a eficiéncia dos fatores fixos quanto dos fatores varidveis esta aumentando. Isto faz com que, pelo menos inicialmente, haja redugdo dos custos fixos médios e varidveis médios trazendo, em decorréncia disso, uma redugao no custo médio. Assim, inicialmente, quando a produggo é baixa, a curva de custo médio é decrescente, em virtude da alta eficiéncia dos fatores. Entretanto, em determinado instante, o aumento no custo varidvel médio comega a crescer em tal valor que supera a permanente diminuiggo no custo fixo médio. A partir deste ponto, que ocorre somente depois de a producéio atingir um determinado valor, o custo médio Profs Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 14 de 85 5 Agi Economia do Setor Puiblico e da Regulacdo p/ TCU Estrategia eoree exerconcomenad Profs. Heber Carvalho e Jetro Coutinho ~ Aula 02 comeca a crescer com o aumento da produgao. Nesta parte da curva de Cme, a inclinag&o é ascendente. Na figura 4, isso ocorre a partir do nivel de produgaio Q=4, Outro fator que explica a disposigéo da curva de custo médio (inicialmente decrescente e depois crescente, apresentando formato em “U") 6 0 comportamento da produtividade média dos fatores de producdo. Na aula 01, figura 08, nds vimos que, no curto prazo, com somente um fator varidvel, a curva de produtividade média € inicialmente crescente e depois decrescente. Mesmo sem estudar economia, ainda que inconscientemente, todos nés sabemos que a produtividade esta inversamente relacionada ao custo. Isto é, quanto maior a produtividade, menor o custo. O mesmo ocorre em relac&o a produtividade média e ao custo médio e as suas respectivas curvas. Como os dois apresentam comportamento inverso (produtividade alta = custo baixo), suas curvas teréo comportamento inverso. Observe as duas curvas: Nota > lembre que estamos trabalhando com 0 curto prazo e estamos também considerando que o fator fixo € 0 capital e o fator varidvel é a m&o-de-obra. Figura 6 fii Custo, Pme cme po A curva da produtividade média é A curva do custo médio é inicialmente crescente e depois micialmente decrescente e decrescente. depois crescente. Essa relacdo inversa entre as curvas também pode ser comprovada matematicamente, mas tal demonstragéio n&o nos cabe agora, pois fugiria da objetividade a que nos propomos. O que vocé precisa saber que 0 comportamento do PmeL e do CVme, e de suas respectivas suas curvas, € antagénico. Quanto maior a PmeL, menor 0 CVme, e vice-versa. Como a curva de custo (total) médio é em formato de "U" devido ao CVme e esta tem comportamento oposto aquele da curva da PmeL, ent&o, também é Profs Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 85 Est tési ia Economia do Setor Publico eda Regulacdo p/ TCU CoOncuRsOS feoria e exercicios comentados Profs. Heber Carvalho e Jetro Coutinho — Aula 02 correto entendermos que a curva de custo (total) médio também é o oposto da curva de PmeL. Curva de custo marginal (Cmg): regra geral, a curva de Cmg, assim como a curva do Cme, declina inicialmente, atingindo um minimo e em seguida se eleva, apresentando, portanto, o formato de “U". Veja: 100 50 Quantidade oy 2 3 4 5 6 produzida (Q) A explicagéo para esse formato em “U” também pode ser encontrado na teoria da produgao. De acordo com esta, com um Unico fator de produc&o varidvel (curto prazo), 0 produto marginal inicialmente cresce, atinge um maximo e depois, em virtude da lei dos rendimentos marginais decrescentes, declina. Quando o produto marginal ¢é ascendente, 0 custo marginal seré descendente; quando o produto marginal é descendente, o custo marginal é ascendente. Ou seja, 0 comportamento da produtividade e do custo é inverso: quando aquela cresce (& crescente), esta diminui (6 descendente), e vice-versa. © nosso raciocinio em relagdo as curvas do PmgL e do Cmg deve ser 0 mesmo adotado quando explicamos as curvas do PmeL e do Cme. Ou seja, 0 comportamento do PmgL e do Cmg, e de suas respectivas suas curvas, € antagénico. Quanto maior a PmgL, menor o Cmg, e vice-versa. Veja 0 formato antagénico das curvas: Profs Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 85 Estratégia Economia do Setor Publico eda Regulacdo p/ TCU concuRS OS feoria e exercicios comentados Profs. Heber Carvalho e Jetro Coutinho — Aula 02 Figura? Produtividade ‘marginal magne) omg Pmgl A curva da produtividade marginal & A curva do custo marginal & inicialmente crescente © depois, inicialmente decrescente e devido 4 lei dos rendimentos depois crescente. decrescentes, torna-se decrescente. 1.6.3. Relagdo entre as curvas de custo médio e marginal Na figura 8, nés temos um sistema de curvas de custo no curto prazo. Observe: 200 100 25 Profs Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br Est tési ia Economia do Setor Publico eda Regulacdo p/ TCU CoOncuRsOS feoria e exercicios comentados Profs. Heber Carvalho e Jetro Coutinho — Aula 02 Veja que, no curto prazo, com excecéo da curva do custo fixo médio, CFme (no representada no grdfico), todas as curvas “médias” e “marginais” apresentam formato de um "U”. Isto é, inicialmente, os custos médios/marginais declinam e posteriormente crescem. Agora, voltemos atencéio especial para a curva do custo marginal. Observe que ela, ndo coincidentemente, toca as curvas de custo médio e varidvel médio exatamente em seus pontos minimos. Tais intersecgées ocorrem nos pontos A e B da figura 08. Analisemos, primeiramente, a intersecgio da curva de custo marginal com o ponto de minimo da curva de custo médio. Para niveis de produg&io menores que B (a esquerda de B), 0 Cmg é menor que o Cme, uma vez que a curva de Cmg esta abaixo da curva de Cme. Nestes niveis de producg&io, 0 acréscimo de custo (Cmg) é inferior ao custo médio anterior, de forma que o incremento de custo (Cmg) fara baixar a média (Cme), fazendo com que a curva de Cme seja inclinada para baixo. Ou seja, quando CmgCme, a curva do Cme é crescente ou inclinada para cima. Esta situagdo acontece para os niveis de produgao localizados a direita do ponto B, uma vez que nesta regido a curva de Cmg esté acima da curva de Cme. Como consequéncia do exposto nos dois Uiltimos pardgrafos, nés também temos que a curva do custo marginal intercepta a curva do custo médio exatamente em seu ponto de minimo (ponto B). Ou seja, quando Cmg=Cme, entaéo, Cme é minimo. Como segunda andlise, podemos adotar as mesmas conclusdes para a curva do Cmg em relacdo a curva CVme. Assim, para niveis de produgéio & esquerda do ponto A, quando o Cmg for menor que o CVme, a curva do Cvme sera decrescente. A direita do ponto A, quando o Cmg for maior que o CVme, a curva do CVme sera ascendente. Ao mesmo tempo, a curva do Cmg intercepta a curva do CVme em seu ponto minimo, de forma que, quando Cmg=CVme, entéo, CVme é minimo. Para finalizar o tépico referente as curvas de custo no curto prazo, seguem algumas conclusdes (tente |é-las sempre visualizando principalmente na figura 08, pois a memorizag&o ocorrerd mais facilmente): Profs Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 85 Estratégia Economia do Setor Puiblico e da Regulacdo p/ TCU CONCURSOS Teoria e exercicios comentados Profs. Heber Carvalho e Jetro Coutinho — Aula 02 a) Quando CmgCme, entd&o, a curva de Cme é ascendente, c) Quando Cmg=Cme, entéo, Cme é minimo. d) Quando Cmgcvme, entéo, a curva do CVme é crescente. f) Quando Cmg=CVme, entdo, CVme é minimo. h) A curva de custo fixo médio é decrescente em toda a sua extensdo. Vejamos agora alguns comportamento dos custos 13. (CESPE/Unb - Analista Jud. - Economia - TJ/SE - 2014) No curto prazo, a lei dos retornos marginais decrescentes comeca a vigorar a partir do ponto em que o custo marginal seja igual ao custo variavel médio. COMENTARIOS: Na verdade, nao. A lei dos retornos marginais decrescentes comeca a vigorar a partir do momento em que o Custo Marginal deixa de ser decrescente e passa a ser crescente. GABARITO: ERRADO 14, (CESPE/Unb - Auditor - Economia - TCE/RO - 2013) - Empresas com rendimentos marginais decrescentes terdo os custos marginais aumentados 4 medida que o produto aumenta. COMENTARIOS: Na aula, vimos que o formato da curva de custo marginal reflete um comportamento oposto & curva do produto marginal. Isto acontece porque uma maior produtividade implica menores custos, e vice-versa. Profs Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 85 Est tési ia Economia do Setor Publico eda Regulacdo p/ TCU CoOncuRsOS feoria e exercicios comentados Profs. Heber Carvalho e Jetro Coutinho ~ Aula 02 Entao, se uma firma possui rendimentos marginais decrescentes (produto marginal decrescente), ela possuiré também custos marginais crescentes (isto é, 0s custos marginais aumentam a medida que o produto aumenta). GABARITO: CERTO 15. (CESPE/Unb - Economista - ério da Justiga - 2013) - Seja qual for o numero de servidores, a contratacdo de mais servidores sera imprescindivel para reduzir o volume de processos, pois o custo varidvel médio é decrescente. COMENTARIOS: © aumento da produg&o (e a consequente redug&o do volume de processos) somente vai acontecer se o acréscimo de servidores fizer com que a produg’o aumente. No curto prazo, isso nem sempre é 0 que acontece, pois se o produto marginal da mao de obra for negativo, por exemplo, a contratagdo de mais servidores ira reduzir a produgéio, em vez de aumenté-la. Um produto marginal negativo geralmente é verificado quando 0 numero de servidores (trabalhadores) é bastante alto. Assim, a questéo est errada pois ela diz “seja qual for o numero de servidores”. ‘Ademais, © custo varidvel médio é, em regra, crescente para a maior faixa da produc&o. Este é outro erro da questdo. GABARITO: ERRADO 16. (CESPE/Unb - Economista - Ministério das Comunicagées - 2013) - Se 0 custo marginal for igual ao custo médio, entéo o custo médio ser minimo. COMENTARIOS: A curva do custo marginal corta as curvas do custo varidvel médio e custo médio em seus pontos de minimo. Portanto, se 0 custo marginal € igual ao custo médio, este serd minimo. Se 0 custo marginal € igual ao custo varidvel médio, este também sera minimo. GABARITO: CERTO. 17. (CESPE/Unb - Economista - TJ/AL - 2012) - Na curva de custo médio, o trecho I_sera decrescente se os custos fixos Profs Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 85 Est tési ia Economia do Setor Publico eda Regulacdo p/ TCU CoOncuRsOS feoria e exercicios comentados Profs. Heber Carvalho e Jetro Coutinho ~ Aula 02 forem crescentes, COMENTARIOS: Nao existe custos fixos crescentes (os custos fixos séo constantes). ‘Ademais, a curva de custo médio apresenta seu trecho inicial decrescente porque 0 custo fixe médio e também o custo varidvel médio séo decrescentes. GABARITO: ERRADO 18. (CESPE/Unb - Economista - TJ/AL - 2012) - O custo variavel médio e o custo marginal da primeira unidade produzida séo idénticos. COMENTARIOS: Para a primeira unidade de produgdo, nés temos as seguintes igualdades: Cmg = Cme = CVme = CT = CV GABARITO: CERTO 19. (CESPE/Unb - Economista - TJ/AL - 2012) - A curva de custo médio é decrescente no seu trecho final em funcgdo do aumento dos custos variaveis médios. COMENTARIOS: A curva de custo médio é crescente no seu trecho final em fung&o do aumento dos custos varidveis médios. GABARITO: ERRADO 20. (CESPE/Unb - Economista - TJ/AL - 2012) - Se o custo marginal for crescente, sero crescentes os custos médios e os custos variaveis médios. COMENTARIOS: Na verdade, para os custos médios € os custos varidveis médios serem crescentes, é necessério, respectivamente, que o custo marginal seja superior a0 custo médio € ao custo variavel médio. Assim, n&o basta que o Cmg seja crescente para que o Cme e o CVme também sejam crescentes. E necessario que Cmg>Cme; e Cmg>CVme. GABARITO: ERRADO Profs Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 85 Est tési ia Economia do Setor Publico eda Regulacdo p/ TCU CoOncuRsOS feoria e exercicios comentados Profs. Heber Carvalho e Jetro Coutinho ~ Aula 02 21. (CESPE/Unb Banco da Amazénia 2010) A curva de custo marginal passa pelos pontos de minimo das curvas de custo variavel e de custo médio. COMENTARIOS: E exatamente 0 que podemos verificar por meio da figura 08 da aula e comentado exaustivamente no item 1.6.3. GABARITO: CERTO. 22. (CESPE/Unb - Banco da Amazénia - 2010) - A curva de custo médio alcangara seu ponto de minimo quando o custo médio se igualar ao custo marginal. COMENTARIOS: Exatamente! A curva de custo marginal corta a curva de custo médio no seu ponto minimo. GABARITO: CERTO. 23. (CESPE/Unb - Analista do MPU — 2010) - A distancia vertical entre as curvas de custo total e de custo variavel é igual ao custo fixo. COMENTARIOS: Custo total (CT) € 0 custo de todos os fatores de produg&o que uma empresa usa na producdo. Alguns fatores de producdo variam quando aumentamos ou reduzimos a producéo; outros se mantém fixos. Os custos dos fatores fixos sdo custos fixos (CF), e os custos dos fatores varidveis s&o custos variéveis (CV). Assim, podemos dividir 0 custo total em duas partes: custos fixos e varidveis. CT=CF+CV A curva de custo total, CT, é determinada adicionando-se verticalmente as curvas de custo fixo e de custo varidvel. Pelo fato de o custo fixo ser constante, a distancia vertical entre as curvas de custo total e custo varidvel serd igual ao custo fixo. Profs Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 22 de 85 Estratégia Economia do Setor Publico eda Regulacdo p/ TCU concuRS OS feoria e exercicios comentados Profs. Heber Carvalho ¢ Jetro Coutinho ~ Aula 02 custo em R$ CT=cv+cr A. distancia vertical entre as curvas de custo total © variavel 6 ov igual ao custo fixo. OF Quantidade 0 produzica (Q) GABARITO: CERTO. 24. (CESPE/Unb - Analista dos Correios - ECT - 2011) - Define-se custo marginal como o acréscimo no custo variavel necessario para produzir uma unidade a mais de produto. COMENTARIOS: Normalmente, conceitua-se 0 custo marginal como sendo o acréscimo no custo total necessdrio para produzir 01 unidade a mais de produto. No entanto, 0 custo total € dividido em custo fixo e varidvel, e 0 acréscimo de 01 unidade de produto néo faz mudar o custo fixo. Assim, todo o acréscimo que ocorre no custo total em virtude da produgdo adicional é sentida somente no custo varidvel, de tal forma que também é correto conceituarmos 0 custo marginal como sendo o acréscimo de custo varidvel necessério para produzir uma unidade a mais de produto. GABARITO: CERTO. 25. (CESPE/Unb - Técnico de Planejamento e Pesquisa - IPEA - 2008) - O custo marginal é o aumento de custo variavel em que a empresa incorre pela diminuiggo de uma unidade extra de produto, COMENTARIOS: A assertiva esta errada pelo uso da palavra “diminuicéo”, a0 passo que o correto seria “produg&o” ou “aumento”, GABARITO: ERRADO 26. (CESPE/Unb - Técnico de Planejamento e Pesquisa - IPEA — 2008) - 0 custo total médio da producéo € a soma, para cada nivel de producdo, dos custos fixos e variaveis. Profs Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 23 de 85

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