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palavras de menosprezo ao funcionario encarregado. servidor em agilizar o processo de liberagdio das carretas que transportavam ‘os contafners vazios, 4- DA DEFESA Preliminarmente, 0 acusado, airavés de seu procurador, slega 40 suspeita nfo € prova ¢ que nio existem provas suficientes que aracterizem a prética de iicitog fimcionais por parte do acusado, lembrando que presume-se # jnocéncia do mesmo até provp em contrério, Ponforme previsto na CF, artigo 5°, inciso L.VTL. No mérito, argumenta que: 1 - Quanto as irregularidades relativas ‘a conclusio da operpcio de trinsito aduaneiro de que trata os memorandos IRE/CRB/GAB/MS n?s. 002 ¢ 012, de 02 G11 de janeiro de 2001 L1 = Nao houve verificaglo dos lacres, pois n0 dia 21/12/$000 estavam na EADI/Corumba somente dois auditores o Sr. Nobohide Nakasone ¢ © Sr. Paulo Séfaio. 1.2 Naquele dia houve, pela manha, um total de 30 despachos; 13 - As carretas BXC-1292/CBS-9600.¢ BYA-2157/BPB-17p8 adentraran. ne EADE-Corumbé apés is 10:00 h e foram liberadas pelo caixa da AGESA as 11:04/h, 1.4 -A falta de fiancionérios em Corumbé é fato pablico € notérfo 15 = Nao havia condigGes umanas para um servigo perffto, sendo que 2s carretas com 08 conteiners estavam posicionadas 20 final do patio da BADI a usha distancia de 800 ma nig tendo tempo de verificar oslacres, que por sinal estavam perfeitos © ia 1.6 -Que 0 indiciado é pessoa doente, oom alto grau de Diabsfes e cardiac, com duas pontes de safena e uma mamaria; 1.7 - Queo indiciado esteve apenas uma ‘unica vez na Porta da AGESA (por volta das 11:15 ou 11:20h) e que no ha provas do interesse particular ou qualqifer beneficio pessoal do indiciado quanto @ tentativa de liberaco das carretas junto & portaria pois: 1.8 - Quando foi a portaria nio sabia 0 indiciado que havid/a documentagio de uma terceira carreta; 19 = Na visio do funcionétio, sem saber de nenhurn icregularidade, sua autoridade estava sendo questionada, raxo pela qual, foi rspido © enérgico,Jo que € diferente de grosseiro; 1.10 - Que a Comissio nao se preocupou em esclareeer sq tere & Sr, Gongalo Moreira dos Santos em mos os documentos liberados pelo AFRF Paulo Sérfio Miguel Duarte € 0 referente a teroeira carreta, LIL ~ Que liberou os caminhées sem abri-los, pois @ srigéncia era apenas fiscalizacdo documental, nfo tendo como saber se estavam Y WB, Por fim, a defesa alega o seguinte: 3 ~ Que a primeira comissio formada para trabalhar neste process deliberou em 13 de novembro de 2001, que os servidores destacados para vetificago do transito #o incorréram em faite administrativa 4 ~ Questiona o bilhete apécrifo,datado de 06/12/2001, pelo fal de ter sido apresentado no processo com atraso; 5 = Que 0 tinico fato que nao € contraditério nos autos é a nao qbservancia do indiciado, por excesso de servigo e falta de funcionarios na fiscalizagéo, dentre qutros motivos expostos, dos lacres dos caminhes. Os demais fatos sio veementzmente contesfados pois nio existem provas em Contrario e nfo houve danos ao erario, 6 - Anexa tela do SISCOMEX-Exportagao — Selego Parametrizad{ com o fim de demonstrar a quantidade de 30 (trinta) despachos no periodo matinal do dia 2] df dezembro de 2000; * 7 — Apresenta atestado médico, a pedido do indiciado, atestando|ique o mesmo inigiou uso de insulina a partir de dezembro de 2001, estando, portanto sujeito varfagdes no aivel de glicemia durante este periodo até a estabilizagio do quadro. 5- DO RELATORIO DA COMISSAO Apés apresentar as contra-razdes as alegagdes da defesa, constantfs as fls. 784 & 792, 0 trio processante decidiu, por unanimidade de seus membros, manter as imputafSes 2o mesmo elencadas no item 3.1 acima — “Transgressio ao disposto no artigo 116, incisos ff e III, da Lei 8.112/90, por no exercer com zelo e dedicagio as atribuigdes do cargo, e por rfio observar as normas legais e regulamentares” em relagdo aos fatos descritos nos itens 3.1.1 € 3.1 Entretanto, quanto ao item 3.2 - “Transgressio ao disposto no arfigo 117, inciso IX, da Lei 8.112/90, por valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outremem detrimento que tal tipificago ficou prejudicada, pois somente prevaleceria caso houvesse uma efidéncia de que 0 indiciado tivesse cigneia da tentativa de fraude ou mesmo insistisse na liberagio dys carretas apos ter sido comunicado pelo funciondrio da portaria a sua no liberago, ou mesmo qualquer indicio de favorecimento pessoal ou de terceiros. Dessa forma, a comissio acatou a tese da defifsa do beneficio da divida para o indiciado. 6- DAS PENALIDADES E cristalina a conclusdo de que o acusado agiu com falta de zelh e descumpriu normas legais © regulamentares em relagio aos fatos apurados, notadamente Jo art. 280 do Regulamento Aduaneiro e o art. 6° da IN SRF n° 13 de 31/01/1998, quanto ao [Caso “Transito ‘Aduaneiro”, ¢ os itens 27 e 33 da Portaria 89, de 09 de novembro de 2001 (f1. 662),Jguanto ao Caso “Exportagao Ficticia’”, verbis: “art 280 - Na concluséo da operagao de transito aduaneiro, a repfrticao de destino procedera ao exame dos documentos, a veriicagéo do veiculo, dap lacres ¢ Gemais elementos de seguranga e da integridade da carga, “eooy7, “art 6° © servidor da SRF em exercicio na unidade de destino do aduaneiro, apés certificar-se da integridade dos dispositivos de segur: carga @ verificar a situagdo de armazenamento desta junto ao depositério, sem} de outras medidas de controle fiscal, procederd ao encerramento da operagao ni em seguida, efetuard os registros relatives @ conclusdo do transite no|imédulo TGE.“(negrite) “27. Todos os veiculos rodovidrios com mercadorias entrar na EAD! CORUMBA para pesagem na balanga rodoviaria e registro dj do veioulo, da mercadoria e do condutor do veiculo no sistema de controle 1 permissionéria e emissao da CESV ~ Controle de Entrada e Saida de V (negrite) {5 dados jemo da iculos.” "33, Constatada a falta de qualquer documento necessario ao despa momento de sua entrega na SRF, estes serio devolvides ao exportagor para complementacdo, registrando-se o fato no Siscomer.” (negritei) © proprio acusado assume tal inobservincia de normas nos interJogatérios que prestou perante a comissdio, conforme descrito nos itens 3.1.1 ¢ 3.1.23. Também na sua defesa confirma tal transgressdo, conforme itens 4.1.12 ¢4.2.6 Em relagio ao Caso “Exportagio Ficticia”, além da desobediéncia}a norma legal acima citada, 0 acusado agiu com extrema desateng%o ao passar desapercebido pplo mesmo as seguintes informagdes constantes dos despachos de exportagio de pneus da ‘empresh Pirelli Pneus S.A: a) transito das cargas entre a saida das mercadorias do Interior de Sao Paulo qa chegada a0 Posto Fiscal Lampidio Aceso (limite de Corumba) ter sido realizado com prazos quelvariam em até 45(quarenta ¢ cinco dias) ¢ 0 deslocamento dessas mesmas cargas do Posto Fiscal mqncionado até a EADW/Corumba ter variado entre 15 (quinze) e 45 (quarenta e cinco) dias, prazos rfuito acima do razodvel, b) as notas fiscais que instruem os despachos de exportagao 202000) l4s6/7 (as fis. 486/489) e 2020004194/0 (as fis. 419/435) conterem a observagao “Mercadorif entregue em Caceres-MT”. a conduta do 10 de servigo ¢ de satide, nio exeouta, nem ro setor mais, tenhamos que jonteirigas, no os. E cabivel 0 Jo & auséncia de Ho a ocorféncia po eririo, Quanto as alegagGes apresentadas pela defesa que tentam justific acusedo devido a sua saude debilitada ¢ as més condigies de trabalho, como exc falta de pessoal, as mesmas néo devem prosperar. Em relag&o aos seus problema consta que o acusado tenha se queixado a algum superior em relagtio ao trabalho q tampouco formalizou qualquer proceso solicitando sua transferéncia para 01 compativel com suas condigdes fisicas, Quanto as condigées de trabalho, embo! reconhecer a estrutura deficiente de algumas unidades, particularmente equeles pode 0 acusado justificar seus erros ¢ sua desatengao levantando tais questionamen fato de alguns tramites aduaneiros ndo serem levados a efeito tempestivamente devi pessoal e excesso de trabalho, mas nao deve o servidor atropelar etapas, possibilita de ilicitos praticados pelos contribuintes que podem culminar num eventual prejuizo] Assim sendo, deve ser aplicada ao acusado a pena de fundamento no art. 129 da Lei n? 8.112/90, pela pratica de infragio tipificada no art}116, incisos Te TIL, do mesmo diploma legel, verbis: “Att. 116. Sdo deveres do servidor: | - exercar com zelo e dedicagaa as atribuigSes do cargo; Gd l- observar as normas legais € conan, “47 “Art. 129. A adverténcia seré aplicada por escrito, nos casos de viclagao de constante do art. 117, incisos 1 a Vill e XIX, @ de inobservancia de dever| previsto em lei, regulamentacdo ou norma intema, que no justifique imp penalidade mais grave.” Contudo, entendo, s.mj , que a penalidade relativa 20 Caso “Trang prescreveu, e, portanto, niio deve ser aplicada, fazendo constar apenas o regist assentamentos individuais do servidor, conforme determina o artigo 170 da Lei n° 8. fo Aduaneiro” do fato nos Vejamos, primeiramente, o artigo 142 da Lei n? 8.12/90, que tp prescricional da ago disciplinar, verbis: “Art. 142. A ac&o disciplinar prescrevera: |= em (cinco) anos, quanto &s infragdes puniveis com demissao, casi aposentadoria ou disponibilidade e destituigso de cargo em comissio; 90 de '1-em 2 (dois) anos, quanto a suspensdo; Hl - em 180 (cento e citenta) dias, quanto 4 adverténcia, § 190 prazo de prescrigao comega a correr da data em que 0 fato se tomou cof § 22 Os prazos de prescrigdo previstos na lei penal eplicam-se as infragdes Capituladas também coma crime. § 3° A abertura de sindic&ncia ou a instauragdo de proceso disciplinar it Proscrigo, até a decisio final proferida por autoridade competente. § 4° Interrompido 0 curso da prescrig&o, 0 prazo comegard a correr a partir f que cessar a interrupeao." fo dia em (0 acima deve se aplicando issbes. Além limitado aos 140 (ceato e conchusio do nto, conforme De acordo com a jurisprudéncia dominante, 0 paragrafo 3° do art ser aplicado de forma estanque a cada designagio de comissao processante, cumulativamente as recondugdes, que stio, na verdade, designagdes de “novas” cq disso, 0 prazo de interrupgdo da prescrigéio niio pode fluir indefinidamente, estan prtazos estabelecidos na propria Lei, resultando numa interrupgao de no méximq quarenta dias) dias, levando-se em consideragao 0 prazo de 60 (sessenta) dias par proceso, admitida prorrogago por igual periodo ¢ mais 20 (vinte) dias para julga determina os artigos 152 e 167 da Lei 8.112/90,verbis: “At. 162. © prazo para a conclusio do processo disciplinar néo exqederd 60 Gessenta) dias, contados da data de publicagdo do ato que constituir a omisszo, admitida a sua prorrogagao por igual prazo, quando as circunstancias 0 exifjrem.” “att. 167, No prazo de 20 (vinte) dias, contados do recebimento do prbcesso, a autoridade julgadora proferiré a sua deciséo.” ‘Transcrevo abaixo alguma jurisprudéncia neste ™y RELATOR: MIN. MARCO AURELIO RECORRENTE: ADVOGADOS: RECORRIDA: UNIAO FEDERAL PRESCRIGAO — PROCESSO ADMINISTRATIVO - INTERRUPCA Prevista no § 3° do artigo 142 da Lei n® 8.112, de 11 de dezembro de 1990, fessa uma vez utrapassado o periodo de 140 dias alusivo 4 conclusao do processo disciplina e & imposiga0 de pena — artigos 152 e 167 da referida lei ~ voitando a ter curso, na integrafdade, 0 prazo prescricional. Precedente: Mandado de Seguranga n° 22.728-1/PR, Pleno, Helator Ministro Moreira Alves, acérdao publicado no Didrio da Justiga de 13 de novembro de 1998. A interrupgao voto O SENHOR MINISTRO MARCO AURELIO (RELATOR) Cumpre, entéo, perquirir a melhor exegese dos dispositivos tegais cléusula reveladora da persisténcia da prescrigao “afé a dlecisao final proferid ‘competente”. A teor do disposto no artigo 152 da Lei n° 8.12/90, “o prazo paipp concluséio do proceso discipfinar nao excederé 60 dias, contades da data de publicaggo do ato quo constitulr a comisséo, admitita a sua prorrogagao por igual prazo, quando as frounstancias 0 exigirem.” Nota-se ja aqui periodo igual a 120 dias para ter-se a conctuséo do frocesso. A cle deve-se somar o prazo para a autoridade julgadora vir a proferir deciséo, ou comento, da por autoridade disciplinar e prolagao de deciséo, a alcangarem no total de 140 dias, tem-se, afastamento definitive da prescrig&o. Esse enfoque velo a prevalecer quand consignado em acérdo de favra do Ministro Moreira Alves, a uma s6 vez, que “A interpretagéo mais consentanea com o sistema dessa Lei~ que 2%, admite que a autoridade julgadora, que pode julgar fora do legal, seja responsabilizada quando der causa 4 prescri¢do de infragdes disciplinares capifuladas também ‘como crime, 0 que implica dizer que 0 prazo de prescrigéo pode correr antes fa deciséo final do processo ~ é a de que, em se tratando de inquérito, instaurado este |s prescriglio interrompida, voltando esse prazo a corer novamente por inteiro a partir do moppento em que a decisdo definitiva no se der no prazo maximo de conelustio do inquérito, qu 6 de 140 dias (artigos 152, "caput", combinado com o artigo 169, § 2°, ambos da Lei 8.11/90) (Diério da Justi¢a de 13.de novembro de 1998 - Ementério n? 1.831-01). nega ye

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