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  • O Conceito de Politico Schmitt Prefacio Habermas

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    Michel Magalhães
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    prefacio Habermas - Carl Schmitt

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    o Conceito de Politico Schmitt Prefacio Habermas

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    Apresentacao LIQUIDANDO 05 DANOS*. OS HORRORES DA AUTONOMIA $lrgen Habermas © perfil intelectual de Carl Schmitt © seu destino politico so inetigiveis em uma tradigfo por demais alemit ~ mesmo onde sua mentalidade catélca se distngue do ambiente acade- rico de cunko protestante dos mandarin alemles. Cail Schmitt era um ano mais velho do que Adolf Hitler, hhomem que se tornou seu fado. Em 1985, faleceu aos 97 anos om Plettenberg, sua cidade natal na Vestfalia. Necrolsgios inf rmados testemunharn: ainda hoje se dividem as opinides sobre Car! Schrnit, Um conceito expressionista de politico Em 1932 surgiu a célebre obra O conceito do Politico, na ‘qual Carl Schmit também discue incidentalmeate a teoria plu- Da obra original em slemfo: HABERMAS, Jargon. Eine Art Schadensbuiching Paskfute Sabskamp, 987. (NT) ralista do Estado de Harold J. Laski, O ast eonhece, evdente- mente, as correspondentesdefnigdes de Max Webet. Mas Schmit ‘fo é um cietiste social © ndo se interessa por um conceito ‘naltico de poder politico, ergunta, como um filésofotradicio- ral, pela “esséncia” do politico. Do ponto de vista arsttélieo, ‘a explicagio dada, entdo, por ee pode ser lida, evidentemente, ‘is como uma resposta 2 pergunta pela esstneia do estraéei 0.0 politica no se mostra no carte vinculativo das decisbes de uma auoridade estatal; ele e manifesta, preferencialmen- te, na auto-afirmacio, orgonizada coletivamente, de utn povo “politicamente existente” contra inimigos exteraos e interno. A imaginago de Carl Schmit é despertada pelo livo de Ernst ‘unger, “in Stahlgewitter”, sobre e primeira guerra mundil. O pow unido em ume luta de vida ou morte afirina sua parti laridade tanto contra inimigos externas quanto contra os tai ores dentro de suas préprias fileiras. O “caso de emergencia” define-se polo endmeno da demareacao da prépria identidade ‘em combate contraa diversdade de um inimigo que ameaga sue cexisténca, pela situapdo de ressténcia popular e guerra civil Em todo caso, “a eal possibilidade da morte fisia” que define ‘© caso de emergéncia politica. F um processo $6 pode ser cha- mado de politico, se, pelo menos implictamente, se refer a este caso de emergéncia: toda politica ¢ essencialmente politica ex ‘ema, Também a politica interna encontra-se entre as categories emt risco peo inimigo ameagador de existéneia, Eto, no estilo expressionist de seu temp, Cal Schmitt preparou um dratnd tico conceit do politico, &fuz do qual rudo 0 que normalmente 6 assim chamado surge como banal A Teologia Poltica de 1922 ~ na continuagéo de um livro sobre a dtadura ~ jéteve que renovar 0 conceito do poder s0- berano em seus niveis de significado eontra-revolucionétis. A critica publicada em 1923 sobre a abra Die geistergeschich: chen Grundlagen des Parlamentarismus (AS bases histérico- ideais do parlamentarismo”) retomou motives do livo sobre o Politische Romantik Romactisio politico”) e executou un impiedoso sjuste de contas com a liberalismo. A Teoria do Esta- 4o devisionista, propagada por Carl Schenitt no primero live resulta, sem rupturas, da ertica fita no segundo livro sobte o pensaniento politico de base jurdico-racional O caréter inson- vel desses dois tabalhos anteriores affora ainda com maior nitidez& luz da obra prinipal, do estado iguelmente no muito sbrangente sobre Hobbes, pois nele Carl Schmitt resume su filosofia do Estado numa obre de éxito. Aderouis, Leviat, sur {sido em 1938, publicado em plena era nazisa, também condu «4 centro politico dos pensamentos de Schmit. 0 mito de Leviata Schmitt admira Hobbes eo critica 20 mesmo tempo, Ele ce- lebra em Hobbes 0 nico teérco poltieo de eategoria que teria reconhecido no dominio soberano a substncia decisionista de politica esttal. Mas tambérn lamentao térico secular que teria reeuado diane des thimas consequéncias metafsias ¢, contra sua vontade,tornado-se umm dos ancestrais do Estado de ditto a ei positiva, 0 te6logo politico Cart Schmit a v8 confirmada sua evaia- ‘o ambivalente por meio do “sentido efracasso de un simbolo Politico”. Ele se refere figura veterotestamentiria de Leviat, 0 Bigantee diabico drayo marinho, cujo poder alo exist igual sobre e terra, O Leviatlevanta-se do mare subjuge Beemot, a fora da tera firme, Aos judeus esta luta entre monsttos sempre pareceu uma imagem temivel e odiosa da vitalidade paga, Por descontecer esta versio subversiva, Hobbes se equivocow na cscolha de seu simboto. Sua intengdo opasta sucumbin a forga peraicioss da figura mitica. A substincia do Estado moderno representada por esta imagem foi mal compreendida nos séet- Jos seguintes como uma anormalidade contra a natureza: “Este simbolo no foi adequado ao sistem de pensamento a que foi relacionado (.)- A interprotagio tradicional judaica teve um feito prejudicial sobre o Leviatd de Hobbes" Este quadro mitolégico ¢ preenchide posteriormente por Schmitt, no ambito da histria das ideas, com dus tess, Pri projetade volta Hobbes sua idéia de soberania, riramente, desenvoivids em 1922 na obra Teologia Poltica. Da mesma for- ‘ma como o Leviats sé constiui o poder que ele &, quando sub= juga Beemot,o Estado se afirma como poder soberano somente ‘20 oprimira resistencia revolucionéria.O Fstadoéa guerra civil ‘continuamente impedida. Sua dindmica constitui-se na repres- so da revolta, na sujcico continuads de um eaos, instalado na naturezs mé dos individuos. Estes insistem em sua autonomia « pereceriam no sobressalto de sua emancipago, se nfo fossem salvos pela factcidade de um poder que domine qualquer outro poder. Soberano é quem decide sobre o estado de excecdo. E, tums vez que as forgas subversivas sempre se apresentam em ‘nome da verdade eda justiga, 0 soberano que quer preveniro es- tado de excoeda hi de também resting pata sia decisto sobre 1 definig2o do que € publicamente considerado verdadeiro ou justo. Seu poder de devisto €a fonte de toda validade. O Estado ‘unicamente determina a confissio piblia de seus cidadios. "No entanto, com respeito &confissioreligiosa, Hobbes come- +e, como pensa Schmit, uma grave inconseqincia: ele diferencia “lth” de “confession” e dears a neutralidade do Estado frente & confissto dos cidados, sua fé particular. Unicamente culo pit ‘leo est subordinado ao controle esata. Nest dfereniaso pre- tensamenteinconseqdente basta Cart Schmit sun segunda tese. A ressalva do credo privado concedida por Hobbes ¢ entendida por ‘Schmitt como 6 ponto de acess para asubjtividade da conscitn-

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