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LAWRENCE E. HARRISON SS SAMUEL R. HUNTINGTON Puc SP ORIGINAL . PTA_2OQ 7 cL) —___— Cultura e Democracia of al Ok RONALD INGLEHART ghoul { ga Gg ° ail’e o i i HD Q 6 t a ‘Com base na tadigéo weberiana, Francis Fukuyama (1995), Lawrence q al Harrison (1985, 1992, 1997), ingon (1996) ¢ Robert Purnam (1993) sustencam que as tradig6es cul o notavelmente resistentes € econdmico das so os da mo- deste eapitu- Tradugdo BERILO VARGAS clerantes, confiantes e pds-modernos. + Mas a cultura requer eaminhos. O fato de que uma sociedade foi histo- sicamente protestante, ortodora, islimica ou confuciana cria zonas eul- turais com sistemas de valores atamente distintos que persistem quando LIVROS Ata 24 ta dra ade Soe RI 361288 an NEDA ees Dhsainoe-m alic b Zonas culeurais distintas existem e tém importantes conseqiéncias sociais ¢ poltcas, ajudando a determinar fenBmenos importantes, das taxas de ferti- ff EDITORA RECORD Ee CCCTCCECCECECECEE wo Culture ¢ Detenvelvimento Politico _ 135 importante para a democracia. Como veremos, as sociedades variam tremendamente na medida em que enfatizam “valores de sobrevi ou “valores de auto-expressio”. As sociedades que enfatizam estes tltimos maior probabilidade de ser democracias do que as sociedades que enfacizam 08 valores de sobrevivéncia, O desenvolvimenté econémico parece trazer uma mudanga gradual, dos valores de sobrevivéncia para os valores de auto-expressio, o que ajuda a expli- ‘car por que as sociedades m cias. Como mostratemos adi de auto-expressio ¢ a democracia ¢ ni toe, que perdu x reram por longos periodos — ¢ que esses tragos tém impo: desempenho politico ¢ econémico das sociedades: ‘Até que ponto essa suposicio é correta? inte impacto no ratura apresenta um p ‘Teéricos da modernizagao, i X Jo, argumentam que o mundo esté mudando de forma a desgastar tradicionais. O desenvolvimento econémico traz, quate invariavel- mente, 0 declinio da religito, do provincianismo e das diferengas cultu- force. Seré que andam lado a lado porque os valores de auto-expressio (que incluem confiangainterpesso tolerincia e participagao nos processos de decisio) serd que as ins | vam 4 democracia? Ou | 5 & que fazem surgictais valores? E sempre | idade, mas os indicios sugerem que é mais uma ques- | | | | Usando dados de trés ondas da Pesquisa Mundial de Valores (World Values Survey, WVS), que jd cobrem 65 sociedades, © 759% da populagio mundial, presenta prova de que ai 0 econdmico parece esta to dea cultura moldar a democracia do que 0 contririo, mages esto correras, O de- do sindrome das mudaneas previ- MODERNIZAGAO E ZONAS CULTURAIS 7 siveis, que se afestam das normas sociais absoluas ¢ se di 4 gem para valores ar cada vez mais racionais, olerantes, confiantes e pés-modernos. Mas a cultura ingr stenta undo esté dividido em oiroounove \$ upton 1224, Le) sisteata es Bene civ YA hos. O fato de que uma sociedade é historicamente protestante, ey fimica ou confuciana dé origem a zonas culeurais com valores cul- ntos, que petsistem quando isolamos 05 efeitos do desenvole vimento econdmico. Essas diferengas culturais esto estreitamente ligadas a virio fendmenos portantes, dos quais escolheremos um: elas estio fortemente liga- das ao grau de instituigées democriticas existentes em uma sociedade, medi das pelo sistema de pontos da Freedom House para avaliar erdades sas, ainda hoje poderosas, apesar das forgas de modernizagio. O idental, 0 mundo ortodoxo, © mundo islimico e as regibes confucian: ponesa, hindu, budista, africana e latino-americana constituem as grandes on, oconflito politico ocorrerd a0 longo dessas divisées cultursis, e no ao longo de fronteirasideo- logicas e econdmicas. Em uma discussio correlata, Putnam (1993) afirma que as regides da Id- lia onde as instituigBes democréticas Funcionam melhor si0 aquelas em que a cia de diferengas culturais duradouras, ainda que © desenvolvimento econémico tenha uma tendéncia a provocar mudangas 1992, 1997) argumenta que o desenvolvimento é fortemente influenciado pelos > ~~~" 779 FOVUORDEEREETS 136 A CULTURA IMPORTA VALORES TRADICIONAIS/RACIONAIS-LEGAIS E VALORES DE SOBREVIVENCIA/AUTO-EXPRESSAO: DUAS IMPORTANTES: DIMENSOES DE VARIAGAO CULTURAL ‘Comparar culturas de mancira parcimoniosa exige um grande esforgo de redugio de dados. Comparar cada uma das cito ou nove civilizagses usando uma varidvel entre as centenas de valores medidos pelas WVSs (¢ 0s milhares que podem reoricamente ser medidos), seria um processointermindvel. Mas qual- quer processo de redusio de dados significative requer uma estrucura subjacente de valores culturais rel sa que no podemos aceitar como es de 1990-91, e encontrou diferensas grandes e cocren- as. A visio de mundo de pessoas de sociedades ricas dfere sistemaricamence da de pessoas de sociedades de baixa renda, no que diz respeito 4 uma ampla série de normas e crengas politica, socials e religiosas. A andlise fatorial revelou duas dimens6es principais que deram origem a quantidades de varidveis e explicaram mais de metade das variagSes entre cul sas duas dimens6es reflecem a polarizagio nacional entre orientagdes seculares-racionais de autoridade e sobrevivéncia e valores de-auto-expressio, Elastornam possivel tragar a localizagio de cada sociedade em um mapa cultural mundial. Este artigo parte dessas descobersas, consttuindo medigSes compardveis de o cultural que podem ser usadas com as trés ondas das Pesquisas Mun- diais de Valores, fanto no nivel individual como no nacional. [sso nos per examinar mudangas dessas dimensbes no decorrer do tempo. A andlise ante (nglehart, 1997) utilizou pontos fa quisas de 1990-91. Escolhemos um subconjunco de dex varidveis que nao s6 tinham grande efeito sobre essas dimenstes, mas também tinham sido utilizae dos no mesmo formato nas ts ondas das Pesquisas Mundiais de Valores. Este subconjunto foi usado para reduzir 20 minimo problemas de perda de dados 0 fica fora da andlise) de itens estio alta- (quando filea uma vari Os pontos fatoriais criados por esse conjunto red ‘mente cortelacionados com os pontos fatoriais criados pelos 22 itens usados anteriormente (Inglehart, 1997, 384-335, 388). A dimensio tradicional/secu- SUQULUTTTTGTITTMA Ta a Cultura ¢ Desenvalvimento Politico 137 ional usada aqui extd quase perfeitamente correlac tos fatoriais da dimensio comparivel com base em onze vardveis, © mesmo se aplica a dimensio sobre ro-expressio, Estamos lidando com um sed co Meersoaspecto da fe e = uma dessas duas dimensdes <2 2 \ cultural envolvende dezenas de orientagSes e valores bésicos. A dimensio c- 4 i , ionalalaonl ee atime dead, o ent cne ial 2 i “agit” Bas guns areligizo émuito importants eassociedades nas quaisela nio émuito $4! ‘ ‘mas também explora uma ti preocupagies. ¢ > te fa familia; rade a favor da vida ma submissio social, TR paliico | “SY (os niveis de orgulho na- ‘examinadas, Isso é verdade apesar do radainente sclecionamos itens que cobrem uma amp parece ter importantes consequéncias no mundo, x objetivo, Por exemplo, as sociedades que enfatizam os valores tradicionais ttm taxas de fertlidade muito mais alts do que as sociedades que enfatizam os valores racionais-egais. VALORES DE SOBREVIVENCIA/AUTO-EXPRESSAO_ A dimensio de sobrevivéncia/auto-expressio envolve os temas que caracteri- zam a sociedade pés-industrial. Um dos principais componentes envolve a vores oerrooodessssESSEUCTTITTTTTTTTTTT 138 A CULTURA iMPORTA ica 239 Cultura ¢ Desenvs polarizagio entre valores m | | és Hi sect ye ras ¢ps-materilistas. Hé muitos indlicios 12 econdmica.efisica para a énfase crescente na auto-espressfo, no bem ‘estar subjetivo e na qualidade de vi ; | mudanga ct | | be (Inglehart, 1977, 1990, 1997). Essa ison coum em toda a soiedades indus arangadas rece surgit entre grupos de nascimentos que eresceram sob condiges nas qui Hoan ce ecclesia Rg ae fase crescente na pr jstae na nda cada vez maior da vida nos 25 anos, esses valores tornaram-se cada vez ‘cronoldgicas. Mas este €apenas um componente de uma dimensio muito mais ampla de variagio cultural. ° & As sociedades que enfatizam os valores de sobrevivéncia mostram nives re- >, elatam said telativamente fraca,si0 | smente intolerantes com gru- § 8 4° 8 ‘ go: g 8 3 5 3° expressio tendem a mostrar picferénciascontrérias em todos esses tépicos. A énfase v4 de uma sociedade nos valores de sobrevivéncia ou nos valores de auto-expressio 7 8° | iedades que enfatizam os valores de auco-expressio tém muito democracias estiveis do que as que enfatizam os valores de sobrevivencig. | Gp Sonedasten Gee wn os valour de aby. tynunde un rms awit gabe sede Amey dmc iia UM MAPA CULTURAL GLOBAL: 1995-1998 zagdo de cada uma das 65 sociedades nas duas di- 10s de examinar. O eixo verti- Examinemos agora a loca mensbes geradas pela andl cal no nosso mapa cultural global (ver Fig. 7-1) corresponde & polarizagio entre jonal e autoridade secular-racional. O eixo horizoncal repre senta a polarizasio entre valores de sobrevivéncia ¢ bem-estat. As fron it dos grupos de palses da Figura 7.1 sto tragadas usando as zonas culturais de Huntington (1993, 1996) como gui ‘Values Survey de 1990. As posghes de Colombia e dos incompletos 140 A CULTURA IMPORTA Este mapa ¢ notavelmente semelh: semnelhante so mapa gerado elas pesquisas de 1990-91 (Ingchar, 1997, 93). Encontamos dinner oon a ‘uals protestant, catlica,atino-amereana,confucana, affcana corel refletindo 0 fato de que ass a ficana e ortodexa, telavament smi: Ean pans mama incnde peas cle islamicas, tendem a cair no canto sudoeste do mapa. ‘Tiadigbes religiosas parecem ter tido impacto durydouro nos sistemas con- temporineos de valores de 65 sociedades, como afirmam Weber, Hun- ington e outros. Mas a religigo nao € 0 tinico fator que dé forma as zonas culturais, A culeura de uma sociedade reflcte toda a sua heranga histérica Um dos mais importantes acontecimentos histéricos do século XX foi a ascensio ¢ queda de um império comunista que dominou trés quartos da populasio mundial. © comunismo deixou claros vest valores daqueles que viveram sob seu domi jos no sistema de Apesar de quatro décadas de regime comunista, a antiga Alemanha Oriental continua culturalmente muito préxima do que era a Alemanha Ocidental, mas seu sistema de va- lores foi atrafdo para a zona comunista, E a China, embora seja membro da zona confuciana, também estd em uma ampla zona de influéncia comu- nista. Da mesma forma, 0 Azerbaijio, embora seja parte do aglomerado {slimico, também extd dentro de superzona comunista que o dominou por décadas. ‘A influéncia dos lagos coloniais é visivel na existéncia de uma zona cultural latino-americana adjacente a Espanha e Poctugal. Antigos lagos coloniaiscam- bém ajudam a explicar a existéncia de uma zona de fala inglesa contendo a Gri-Brecanha e as outras sociedades de lingua inglesa. Todas as sere sociedades de lingua inglesa incluidas neste estudo mostram caractersticas culeuraisrela- tivamente similares. Austria ¢ Nova Zelindia nio foram pesquisadas a 1995- 1998, mas ambas esto na zona de lingua inglesa que o autor deste capitulo encontrou nos dados de 1990-1991. Geograficamente, as duas estao do outro lado do mundo, mas culturalmente Austria e Nova Zelandia sao viainhas da Gra-Bretanha e do Canadé. impacto da colonizagio parece ser especialmente poderoso quando for- talecido por imigragio maciga proveniente da sociedade colonial. O faro de que Espanha, Itdlia, Uruguai e Argentina sto relativamente préximos uns dos ‘outros, na fronteira da Europa catdlica e da América Latina, ilustra @ afirma- Culswra ¢ Desenvolvimento Politico vi ‘gio de que, embora geograficamente afastadas, as populagies de Unaguai ¢ Argentina descendem largamente de imigrantes da Espanha e da {tdlia, Da mes (1997) descobrieam forces correla ‘es entte os valores civicos de vitios grupos éenicos nos Estados Unidos ¢ os valores predominantes em seut palses de origem — até duas ou trés geragBes depois que suas familias migraram, [ATE QUE PONTO AS ZONAS CULTURAIS SAO VERDADEIRAS? A localizagio dz cada sociedade na Figura 7.1 € objetiva, determinada por uma anzlise fatorial de dados de pesquisa ds cada pafs. As fronteirastragadas pata esss sociedades sio subjetivas, guiadas pela divisio do mundo em di- vyersas zonas culturis feita por Huntington. Até que ponto ess1s zonss si0 “reais”? As fionteiras poderiam ter sido tacadas de varias maneiras, porque ssas sociedades foram influenciadas por uma diversidade de farores. Astin, algumas fronteicas se sobtepSem a outras — por exemplo, a zona ex-comu- nista se sobrepde &s zonas culturais protestante, catélica, confuciana, orto- doxa. islamica. Da mesma forma, a Gra-Brecanha est localizada naintersegio dda zona de lingua inglesa com a Europa protestante, Empiricamente, a Gra- Bretanha esté proxima das cinco sociedades de lingua inglesa, ¢ n6s a inchul- ‘mos nessa zona, Mas, com uma ligeira modificagio, poderlamos tragar as fronteitas para incluir a Gr8-Bretanha na Europa protestante, pois la cultu- ralmente esté préxima também dessas sociedades. A realidade € complexa. A Gri-Bretanha é protestante e de lingua inglesa, ¢ sua posigio empitica refle- te 05 dois aspectos da realidade. ‘Da mesma forma, tragamos uma fronteira para as sociedades latino-ame- ricanas que, como queria Huntington, formam uma zona cultural distinta: de fato as dex mostram valores relativamence similares de uma perspectiva global, Mas apenas com pequenas mudangas poderfamos ter wagado a fronteira para ddefinir uma zona cultural hispinica incluindo Espanha e Portugal, que ‘empiricarente também estio relativamente préximos las sociedades latino- americanas, Ou poderfamos ainda ter tragado uma fronteira que inclulsse ‘América Latina, Europa catélica ¢ Filipinas ¢ Ilanda, em uma ampla zona cultural catlica romana, Todas esss zonas sio justficdveis do ponco de vista conceptual e do ponto de vista empirico. (revere e epee eee ES LE EEE EELS T TEE ee eeecas A CULTURA IMPORTA Este mapabidimensonlébucado na senchan também reflete as ivas entre ess Hane ease dimensoes,« influencias colonia sociedades em muita outras 2 influéncia do dominio histéricos diferentes pode ser resumida de forma notdvel pelas duss dimensSes culturais nas quais 0 mapa se baseia. Mas, pelo fato de esses virios fa sempre coincidirem perfeitamence, exister anomal Japio ea antiga Alemanha Oriental estio lado a lado. Is de que ambas as sociedades sio altamente seculares,relativam proporgio de oper ‘mmunista, estrutura s Sbvias. Por exemple, 0 etm mas é inadequado pelo fato de que 0 tal indus foi moldada pelo’ pro: tentou que existem importantes par ra provestante) “Apesar dessas aparentes anomalias, sociedades com uma heranga comum geralmente sio inclufdas em grupos comuns. Mas suas posi bém reflerem o nfvel de desenvolvimento econdmico, aestrutura ocupacional, a religido e outras importantes influéncias Ges neste espa- 0 bidimensional refletem uma tealidade pluridimensional. A notdvel coerén- cia que existe entee esas virias dime de uma sociedade é formada pela totalidade de sua heranga ecor rica, que por sua vez € moldada por ela. anlesgecal eldoainia.” Sieh = anes 148 A CULTURA MeontA, © in eens eae meals a co bemenncinr, 20 geure devsinio uleura ¢ Desenvelvieato redes organizacionais, maior igualdade de renda e uma diversidade de desenvolvimentos associados que mobilizam a participagio e A crescente especializacio profissional ea educagio em ‘vam a uma forga de trabalho de mentalidade independente e com habi- idades especializadas que aumentam o seu poder de negociagio com a8 mbém favorece mudangas cultura que ajudam a estabilizar a democracia. Ele tende a aumentar a eonfianga incerpessoal e a tolerincia, e leva & difusto de valores po: que atribuem alta prioridade & auto-expressio e & participagio no pro- jo, Na medida em que traz nfveis mais altos de bem- acerialiscas 60s democriticas em tempos di ye, mas é jal para as democracias. Regimes a 3s podem se manter no poder mesmo quando lhes falta 0 apoio es, tiias as democracias précisam ter 0 apoio popular para Os resultados positivos de um sistem politico podem gerar apoio popu lar para ocupantes de cargos politicos. A curto prazo, esse apoio é calculado com base em “o que vocé fez por mim ultimamente?”, Mas se os resultados apresentados por um regime sfo vistos como postivos a longo prazo, 0 regi- me pode desenvolver um “apoio difuso” ( — a pereepsio ge- netalizada de que osistera politico é inerentemente bom, totalmente & parte dde seus resultados atuais. Esse tipo de apoio pode perdurar mesmo em tem- pos de dificuldade. ‘Os dados da World Values Survey tornam poss 1a mundial. Como demonstra a Figura 7.4, a posigio de uma sociedade no {Indice de sobrevivencia/auto-expressio tem forte correlagso com seu nivel de democracia, como indicado pelos pontos das avaliagdes da Freedom House sobre direitos politicos ¢ liberdades civis entre 1972 ¢ 1998. Essa relagio ¢ poderosa. Esté claro que nfo se trata de artefato metodolégico ou simplesmente cde uma cortelagio, porque as duas varidveis sao medidas em nl -vém de fontes completamente diferentes. Praticamente todas as sociedades com alto indice de valores de sobrevivéncia/auto-expressio sio democracias esté- estar esta tese em escar & 120 ‘Sorna da pontuagdo ca Freedom Houte, 1961-1998 20 448 10 98 0 05 10 18 20 Sobrevivencia versus Auto orptess0 ico. t= 0,805 N = 63; p= 0.0000 FONTE: Pesquisas da Freedom House relstadas em edigéessucesivas de Freedom in the Work dads de World Values Surveys de 1990 ¢ 1995. veis;a bem dizer, todas as sociedades com baixos{ndices tém governos autori- pul Pron, basa egstrarmos que poderoa vinculagio mostada na Figura TTT Tree e eS SSE SSLEETTLLLI LU ldadiddll: rune roms 7A petsiste quando isolamos o PIB per ‘capita eexplicamos em detalhe as prin- cipais ° s terpretagio poderia ser a de que as iros fies de auco-enpressio estreitament as, a democracia torna as pessoas saud: confiantes, ri argumento em defesa da democracia e sugere que temos um remédio para 2 taioria dos problemas do mundo: adotem inst ea vam felizes para sempre, nfeliamente, a experiéncia dos povos da antiga Unio Sov acssa interpretasio. Desde asua cles nfo se torna antes, ou mais pés-materialistas, Em grande parce, tomaram a diregio opor- ‘8, A histéria de instabilidade consttucional da América Lat exemple, Uma interpretagio alternativa ¢ 2 de que 0 desenvolvimento econémico gradualmes dade de as tuigdes democriticas e vi- jo que os de sobrevivéncia, implicagbes 20 mesmo tempo animadoras ¢ ara a democracia parecem relativamente desfavoriveis na Arménia e na Mol ‘Avboa noticia é que a tendéncia de longo prazo dos sido em ditegio ao desenvolvimento econdmico, um processo que se acelerou ce espalliou pelo mundo nas tiltimas décadas. Além disso, o desenvolvimento econdmico tende a dar origem as condigées soc em que é cada ‘vez maior a probabilidade de a democracia surgir sobseviver. Se as perspect vas sio desanimadoras com relagio i maior parte da antiga Unio Soviética, a cevidéncia na Figura 74 sugere que um certo numero de sociedades tlvezeste- Culture ¢ Desenvolvimento Polltico 15 © Mexico, por uma ven quesua Posicko no cixo de valores ps-modéinos & comparivel, grovio modo, & da Ar 1a, da Espanhaouda ‘na zona de transicfo,entee elas Turquia, Polénia, Peru, Africa do Sul e Croicia. A.China, apesar de ficaratrés nessa dimensio, esti tendo um répido cres- cimento econémico, 0 que, como vimos, traz miudaiigas rumo aos valores de auto-expressio. A a dominante na China esta claramente empe- ‘nhada em manter o sistema de par ‘© enquanto for capaz de contco- lac as Forgas armadas deverd impor suas preferéncias, Mas oe chineses mostrasn uma predisposigdo para a democracia que é incoerente com a pontuagio mui- to baixa da China nas avaliagbes da Freedom House. A longo prazo, a modernizagio tende a sjuder a difundir as instituicoes deme: mentam que os di pazes de demoer ). Os indicios das World Values Surveys — dade- + que as para néo citas a evolugio de Japio, Coréia do Sul e Taiwan no sen — nfo eo a¢o. Sugerem, em ver di sociedades confucianas podem estar mais preparadas para a democracia do que geralmente se supde. CONCLUSAO, O desenw tomam os pbicos cada ver mais ansiosos por nao é simples nem automiti a policia podem r tende a fazer os pablicos mais confiants ¢ tolerantes ea levélos prioridade cada vez mais lta auronomia ¢& auto-expressio em todas a eferas is cada ver mais partidtios da democracia, tornando os surgem padrées cul Acdemocracia e mais capazes de alcangéla. pilblicos mais propens 2. destrwol 58: Acun A IMPORTA, Apesar de as sociedsdes rica teem mor probabilidae de ser demextétics do que as pobres a tiquera por si xénio tra automaticimente a democaca Se fosse asim, 0 Kuwait ea Libia seriam democracias modelates. Mas 0 processa de ‘modeminagio tende a tazer mudangas cultaras ue conduaem A democacia. A longo prato, a tnia forma de evtar o aumento das demandas das mass pela ddemocratinagio seria rejiar a indusialivafo, Pouas eles governantesesaiam dlispostsa iso. As sociedades que seguem a tajetsria da sociedad industrial ém idade de enfenta eescentes presses pela democratizaso. sugetem que cultura desempenha um papel muito mals vita na democracia do que a literatura da duassltimas décadss fri supor. A sfn- drome da confianga, da toleriacia, do bemestar e dos valores partcipativos usados na dimensio da sobrevivéncia/cuto-expressio parece especialmente crucial. A longo prazo, a democracia nfo ¢aleangads simplesmente com mle dangas institucionais ou manobras no alvel das eices. Sua sobrevivendia tam- tam depende dos valores e da crengas das pessoas comune. BIBLIOGRAFIA Gabriel e Sidney Verbs. 1963. A Civic Glue Pineston: Princeton University Pres. 1990, The Givie Culture Revisited. 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