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ELEIGOES SOB SUSPEITA OFUNDO CRIADO POR RICOS PARA FABRICAR CAN NA ROTA DO SUBMARINO NUCLEAR, A MARINHA COLOCA eh VT Mae aen ts aR U PU) CAPA AMARINHA MOSTRA 0 RUMO O PROGRAMA DE CONSTRUCAO DE SUBMARINOS TRANSFERE TECNOLOGIA, FORTALECE A INDUSTRIA NACIONAL E DEVERIA SER UM MODELO PARA 0 PAIS por CARLOS DRUMMOND, fotos WANEZZA SOARES /m meio a uma crise sem precedentes, politica, eco- némiea e social, um pro- gramadaMarinhamostra que as melhores solugdes so acessiveis em um pais como o Brasil. Inspiradas Jno mais puro nacionalis- Imo, nomelhorsentido,en- ‘quantoos PoderesdaRepiiblicaestocon- Iuiadosino projeto de entregar 0 capital estrangeiro os bens mais preciosos da nossaterra. Emumaanilise por orain- felizmente académica, a rota seguir nas eirounstain amesmajé pereorrida de for- ‘ma descontinua pela propria nagiionospperiodosem queen- saiot.o desenvolvimento, ins- pirowesperanga ao seu povoe respeito aos estrangeiros. Ahistériamostraque,para seguir os melhores exemplos da experiéneia internacional eer pre eio eee aeons ‘bem-sucedidae dos prépriossucessosdo pasado, seré indispensivel:1. Manter a soberania politica e territorial ea inco- lumidade dos recursos materiais, os des- ccobertos e aqueles por descobrir, em ter~ ra, no mare nas bacias hidrograticas, 2. Investirnapesquisaenodesenvolvimento nacionais.3. Protegerasconquistas: Lificas e teenolégicas da concorréncia in- ternacional. 4, Estabelecer estratégias Beery, cere emer inteligentes para transferéncia de tee- nologia. 5. Fortalecer as empresas ma- cionais. 6. Manter eaumentar o investi- ‘mento piblico, entre outros encaminha- ‘mentos. Parte por determinagiio consti- tucional, parteporcontingénciashistéri- cas.aMarinhado Brasil concretizaemal- tonivelessaspremissasno seu Programa de Desenvolvimento de Submarinos. Ba conclusio a que se chega ao conhecer 0 Prosub, uma parceria com a Franga para aconstrucao, no Pais, de quatro submarinos convencionais eum com pro- pulsdo nuclear. Ossubmarinos interessam. aospaisesporterempoderdis- suasério, istoé, esestimulam oinimigo a atacar. Dificeis de detectar quando submersos, aproximam-se despercebidlos doalvoeissoostornaespecial- mente temidos. Alem disso,a ago antissubmarino émuito ispendiosa.$6 ofato dese ter uma forca de submarinos eficiente é um fator poderoso de dissuasio, Duas vezes ppordia, noentanto,elesficam vulnerdveis, Equandotémdeemergir,ouaomenoses. tender atéasuperficieum tubo chamado snorkel para captar oxigénio. Assim fun- cionam os equipamentos convencionais, ‘com propulsao pormotorelétricoalimen- tadoa leo diesel. Neles,ooxigéniodoaré indispensivel a queima do dleo diesel, na fungio decomburente. © caso dos submarinos com propulsao nuclear, o poder do ‘equipamento aumenta subs- tancialmente, Omotorelétrieo €acionado por um reator n= clear, dispensa comburente e © submarino pode operar submerso por tempoindeterminado,limitadodresistén- iadatripulagio.Nos Estados Unidos, de- finiu-se esse tempo em seis meses, Outra vantage éa elocidade até seis vezessu- periordoconvencional.“Porpossuirem fontevirtualmenteinesgotiveldecnergia e poderem desenvolver altas velocidades portempoilimitado,cobrindo rapidamen- tedreasgeogrificasconsideniveis, ossub- ‘marinoscom propulsdo nuclear si fato- res de desbalanceamento entre forgas navaisantag6nicas”,analisimosautores do livro Marina do Brasil - Protegendo nossas riguezas, cuidando da nossa gen- te, Contar com esses equipamentos é es- sencial, portanto, i capacidade de defe- sade patrimdnios como o pré-sal. Os cosaqueestioexpostosessemananciale CF LUE CHa 1:y aeons) FORCAS NAVAIS ANTAGONICAS Os presidentes Luiz Inécio eee een Se Ca eer ee outrosrecursossoanalisadosppelolmi- rantedeesquadraBentoCostaLimaLeite de Albuquerque Junior, diretor-geral de desenvolvimento Nuclear e Teenolégico daMarinha, ementrevistannestaedi¢zo, Alémdopré-sal, ao longo dasquase 7,5 milquilémetrosdeextensfiodacostabra- sileirahdumimensopatriménioderecur- sosminerais ede biodiversidade na cha- ‘mada Amaz6nia Azul, com 4,5 milhoes de quilmetros quadrados no Oceano Atlético, o equivalente a mais da meta~ dedasuperficie do Pais, Nesses dominios foramidentificadosmaisde150minerais, comvalor econémico, inclusive ouro, dia mantee matéria-primaparaafabricagao de chips e condutores de telecomun: io. As jazidas de earvao duplicam as re- servas nacionais. A produgdo de 100 pla- taformas de petréleo correspondeamais ée90%dototal ndtional. A descobertado pré-sal catalisou investimentos também, para as primeiras concessées de explora- mineral marinha. Agrandebiodivers. dadecontémpotencialeconémicovoltado paraas éreasfarmacéuticaecosmética. A ‘Marinha monitorao1,28 milho de hec- tares dasunidades de conservagoemre- cifese manguezais, para proteger os res- pectivos ecossistemas. alto custo e o tempo neeessi- rio construgao de uma frota naval condizente com as ne- Jeessidades de defesa da JAmazénia Azul ede protegio da navegagio civil sé aumen- tamaimportinciaespecificadosubmari- no de propulsao nuclear para ® Pais, Dominara tecnologia necesséria a0 pro- jetodeconstruciodesseequipamentoéo objetivo do Programa Nuclear da Marinha, iniciado em 1979, 0 PNM visa também a “eapacitacio do pais no domi nio do ciclo do combustivel nuclear eno oats aoe ae netetintneeeer eto Piper aaifinehts ac aacd slat nica Pee eae eee. construgao de um reator nuclear respon- sével pelapropulsiodofuturo submarino nuclearbrasileiro” Segundo umacompa- ragdofeitapor varios oficiais, tal operagao equivale & situagio de uma montadora que, além de fazer o projeto de um veicu- Jo,montaaestruturaparaasuaprodugao easseguraosuprimentopegaseinsumos, e tivesse ainda de cuidar da prospecgio, exploragio erefino do petréleo para ob. tengiodo combustivel. Entreos bjetivos assumidos destaca-se, prineipalmente nestes tempos de desnacionalizagdo ace- Jeradae fragilizagdo do Pais,oseguinte:“O Programa Nuclear da Marinhafoiconce- ido cesta sendo desenvolvidosobocom- promissodeutilizarteenologiatotalmen- tenacionaleindependente”, Aconstrugao do submarino com pro- pulsdonuclearcondizcomaenvergadura eopotencialdo Pais, mostraocomparati- voPaisesSuperlativos, publicadonestare- portagem, Sétrésnagdes—Brasil, Estados Unidosemissia-,alémdefigurarementre as dez.comas maiores areas, populagdes ce economias do planeta, possuem uranio edominam todasas etapas teenoligicas para ouso pacifico da energia nuclear. 0 AMAZONIA AZUL err an ona ret era ee ee ae ete eer Yc ee Co eee Cr Natta cea tit eae Oa Paes ce eee reeeeree enone coe eres ar rec Pedro e Sao Paulo, Tay ree errno Pemere ory reaete ty eee) eee profundidades de eared Pra eeed cerry speared Serer Coors poe ets | Sea ai eee Catan) _ m Rio Grande, fora ree ee Re ae Seeee ney Petes paromeris Ce Perry Ce Re Sasomt ue : eeeeenscen area emer ees ren Eee nats cee ee ‘comparativoniio consideraaperdadepo- igo daeconomiabrasileiradesdeareces- lode 2016e2017,considerada reversivel A Marinha tem hoje cinco submari- nos convencionais com propulsio die~ sel-elétriea, 0 mais antigo delesfabrica- dona Alemanha e os demais no Pats. O avordo de transferénciade tecnologiaen- tre Brasil e Franca para a fabricagdo do submarine nuclear, além de outros qua troconvencionais,foiassinadopelospre~ sidentes Lulae NicolasSarkozyem 2009, como parte da parceria inieiada no ano anterior e integra Estratégia Nacional deDefesa.APrancafoio nico paisaacel- taratransferéncia de tecnologia espect- fica queenvolves6.as partesnao nuclea- resecompreendeaconstrugiodeumes- talairo e uma base naval em Itaguat,na Regido Metropolitanado Rio de Janeiro parceriaBrasil-Francainctut umacordopolitico, téenicoe comercial, outro de coopera ‘¢80 e um contrato prineipal assinadoentreaMarinhaeo Consércio Bafa de Sepetiba, formado pela Empresa Estatal Francesa de Projetoe Construgio Naval (DCNS), construtora Odebrecht e a Itaguai ConstrugéesNavais.A iltimaéumaso- ciedade de propésito especffico,emque © governo federal é representado pela ‘Marinha e possui uma ago simbélica (Golden share) com poder de veto sobre ceventuais decistes. Segundo 0 Ministério da Defesa, 0 Prosub, além da importancia eviden- te paraa seguranga nacional, é um dos maiores contratos internacionais j fei- tospelo Brasil eomaisamplo programa de capacitacio industrial e tecnolégica na historia da indiistria da defesa brasi- Ieira.Prevé,alémdatransferénciadetec~ nologia francesa ao Pais, a nacionaliz 0 dos produtos e sistemas adquiridos em todasas fases do programa, desde a construgio,noinicio,dafibricadeestru- turasmetilicasatéamanutengiiodosub- ‘marino com propulsio nuclear. Iniciado em 2011, o Programa de Nacionalizagao do Prosubtemcomofo- co, no caso dos submarinos convencio- nais,aindependéncia e autonomia dos processos de fabricacao pela indiistria brasileira, Engloba104subprojetosque constituem sistemas, equipamentos ou itens que integramo pacotede material, AMarinha priorizou64subprojetos,le- ‘vandoemcontaosaspectosestratégicos de contetido teenolégico a ser transfe- rido & ind\istria nacional e as barreiras teenolégicasaseremsuplantadas, entre outros pontos. Atéo més passado, foram, visitadas maisde 200 empresasbrasilei- rasconvidadasa participardo programa como fornecedoras, ‘ocasodosubmarinocompro- pulsdonuclearestao previstas aobtengdo, pela Marinha, de independéncia e autonomia para o projeto, construgdo € manytengodosubmarinoea PAISES SUPERLATIVOS Entreos dez paises com maiores dreas, populacdes ¢ economias, 6 Estados Unidos, Rrissia e Brasil possuem urdnio edominam todas as etapas tecnolégicas para uso pacifico da energia nuclear @ 10 msiores drees @ 10 maiores economias Condé rae @ 10 msiores populacses Argentina Cazaauist co cane ‘tala Fens: Mar doa coed Paquistfo Nigéria cornered NO TOPO DA COMPLEXIDADE TECNOLOGICA ‘Quantidades de homens-hora ede componentes para produzir um automével, 1a Boeing 777 e wm submarino com propulsao nuclear anno POPULAR 23 homens-hora mil componentes | 0eNG 77 ‘50 mil homens-hora 403i companentes oe Suamarwo De proPuLsKo nuCLEAR ‘8 milhdes de homens-hore {950 mil componentes Se eee et Nene fi eles eee eae ane nacionalizagdo demateriais,equipamen- tosesistemas,isemelhangadoestabeleci- doparaasquatrounidadesconvencionais. Oprocesso de transferénciacdle tecnologia “gera expressivo arrasto teenolégico no Pais’, sublinhaa Marinha, quese desdo- brananacionalizagao desistemaseequi- pamentos (no valor de, no minimo, 100 milhOes de euros), na pesquisa e desen- volvimento em parceria com universids- des, envolve indiistrias dealta tecnologia eo campo da medicina nuclear, Propicia aindaumincentivoexpressivoaosseguin- tessctores ligadosibascindustrialdede- ‘esa: eletr nics, engenharianaval, compu- tagdo Goftwares), mecinicas de preciso epesada, optr6niea, mecatrénica, eletro- mecénica, metalirgica, quimicae nucle- ar Merecemdestaqueaindaosbeneficios indiretos’ indistria naval brasileiraeao setorde plataformas de prospecedodepe- tndleo off'shore nacionais, Em Ttaguai, o complexo naval inclui ‘umaUnidadede FabricagodeEstruturas Metilicas,estaleirosdeconstrugoema- nutengao, umabase navaleum centro de instrugio eadestramento paras tripu- Jagdes dos submarinos, além deum com- plexo radiolégico. A Ufem, o prédio prin- cipaldoestaleirodeconstrugio, opatiode ‘manobra ce submarinos e alguns bergos de atracagio dos cais principal eauxiliar esto concluvdos. Aunidadedefabricagso eestaleiro de construgéo deverio gerar 18,7milempregosdiretose6,5milindire- toscomo desenvolvimento do programa Actificaglo dos prédios para ativacso de baterias doestaleirodemanutengaoepa- raabrigarossimuladoresdocentrodei trugio avanca em ritmo acelerado. Perto «de 65% dasobrasforamconcluidas.Ocle- vador comegaré a operar neste ano. NaUfem,ocapitiodemareguerra.Joio Ricardo Lessa, gerente do setor nuclear, aponta para drea frontal arredondada, acalotadevant,deumdosquatrosubma- rinos convencionais em construgl0: “As primeirascalotasforam feitasna Franga, Estafoifabricadano Brasi,comutilizagao deumaprensa nacional edemao de obra VETOS DE OUTROS PAISES EVD uns ESSN Een GEO NO PU aga a ery DO PROGRAMA local’, diz. 0 Riachuelo deverdserlangado a maremjulho,0 Humaitdiem setembro de2020, 0 Toneleroem dezembrode2021 eo Angostura, em dezembro de 2022, 0 Iancamento do primeiro submarino nu- clear esta previsto para 2029. A previsfio. inicialera2015 parao Riaehueloe 2021 pa raaconclusiodos outros trés convencio- naisedo nucleartambém, “Agora ha dinheiro, mas houve um perfodo vegetativo em que ficamos sem entre1999e2007. Antes disso, entre 1990 e 1992, e nos anos 1980, fal- tou dinheiro também, mas foram perio: dospequenos. Em 2015e2016houve no: vo corte. Dos 250 milhées de reais pre vistos, chegaram 100 milhées”, relatao contra-almirante André Luis Ferreira Marques, diretor de Desenvolvimento Nuclear da Marinha, que funciona no campus da USP € no Complexo de Aramar, em Iper6, no interior paulista: Asdiividas de muitos quantocapaci- dadecientifica, tecnoldgicaeempresarial do Pais revelam-se sem fundamento diante dos avangos do programa da ‘Marinha, mostram tantoatransferéncia de tecnologit exemplificada por Lessa quanto este relato de Ferreira Marques: “Quando estiveram aqui, em 2008, no momento em queo Prosubcomegouase Peers. reas nortee: delinear, sfranceses disseram que esté vamos no caminho certo. Areacio deles diantedoavango brasileiro foide respi to. Pereeberam que estavam diante de umaequipe eum projetodierenciadose sedispuseramacolaborat. Néspensamos que, se néo colaborassem, o tempo e 0 custo seriamoutros, masnésmesmosfa xfamos,nio haviaa menor divida quan: toaisso”. NaFranca, nos Estados Unidos enalInglaterrahouve evantagem tecno: légica de o submarino de propulsfo nu- clear derivar de um amplo programa de investimentosemarmamentos. Aqui, 0 contrério, foi preciso construir tudo a partir do zero ¢ exclusivamente para a producdo desse equipamento, A planta nuclear é, portanto, um projeto intra mente da Marinha do Brasil inclu de condensadores a geradores de vapor bombas de resfriamento, pressurizado- res, estruturas meciinieas do clemento combustivel,clementoscombustiveisde urnio eaté mesmo o vaso do reator nu. clear, alémdossensoresde luxoneutr nico e sistemas decontrole de poténcia, ee ee creer teat ae ees ened eee (Oprogramanacionalacumulaavangos, Noanopassado,oBrasil,queantess6ven- diao minério brato, comegou a exportar urdnivenriquecidoparaa Argentina,atra- vés das Industrias Nucleares Brasileiras ecom tecnologia da Marinha Brasileira, Isso s6 é possivel, explica Ferreira ‘Marques, porque se fez uma parceriaen- volvendo inovagdes entre os ministé- rios da Ciéncia e Tecnologia e da Defesa, “Essaexportagomudaopatamardo Pais, Naosomosséreservatériodeminério,te- ‘mos competéncia, inclusive, para vender CD aes 1m er RECURSOS MINERAIS aay AL YAU YA cee os combustivel nuclear noexterior.Issoéin- teressante porque dé um recado a parti- cipantes desse mercado. Oschineses, por exemplo, tem assediado virios paises da Ainérica do Sul para lhes fornecer com- bustivel nuclear. Nés dizemos: nao preci- satrazer da China, o nosso pais faz" blinhao oficial ProgramaNucleardaMarinha ‘teminvestimentosprograma- dosde2,2bilhdesdereaisen- tre este ano ¢ 2021, e com- preendo, além do desenvolvi- mentode sistemas de propul- do nuclear, um conjunto de laboratérios ‘emeiosparaarealizaglode testes nosse- tores nuclear, mecanico e quimico, entre ‘outros. Sao cerca de 2 mil engenheirose téenicos (70% civis), entre eles 266 mes- tres e 69 doutores que operam em 25 la- boratérios, na sede no campus da USP, na capital paulistaenoComplexodeAramar, cemlperd. Osparceiros sioasmaioresuni- versidadesdoPaise institutosdetecnolo- ia, entre outros, VETO IMPERIAL Em2007, 0 governo dos EUA proibin.a Toho de exportar fibra de carbono &Marinha do Brasil por considerar que seria uma “significativa contribuicito pario potencial militar de outro pats ou combinagdo de paises e prejudicial ‘aseguranga dos Estadas Unidos” Qe giesemserrm mmm < 22 cari ay Rin ae 29 ann Rookeeed 8 s¢ ‘Arotieain Cone No 2702583 at Sin te wt iio et fm mee GAN tc Dene irl his Bent ns Desai Te Depa of Comme N&O INTERESSA AOS EUA Asconexdes do Programa Nuclear da ‘Marinha como Prosub envolvem a pro- dugdo de combustivel nuclear e de sis- Em.2035, ogoverno dos Estados Unidos recusou a Mirion Technologies opedido de licenca de exportacio para aMarinha do Brasil de elementos i ‘pariasensores térmicos epenetragdes elétricas, sob a alegaciiode que temas de propulsdo. As ligacGes com 0 “seria prejudicial aos interesses externos” daquele pais Programa Nuclear Brasileiro ineluem as Indiistrias Nueleares do Brasil,no que se refere as cascatas (ultracentrifugas em série) para a separagio de isétopos, ne- ccessiria ao enriquecimento de urdnio; 0 Reator Multiprop6sito Brasileiro, para ‘enriquecimento do urdinio a 19.9% ~ uti- lizadonaprodugaode radioférmacos~ea Bletronuclear,paratestesde equipamen- tose caracterizacio de materiais. No complexo cle Aramar destacam- entre outras instalagées, a unidade de produgio de hexafluoreto de uranio, metade em funcionamento ¢ o restante ‘com previsio de término de montagem ‘emdezembro deste ano, 0 Laboratério de Geragio Nucleoelétrica (Labgene), “onde se constréi o protétipo em terra do sistemade propulsio naval nuclear. Até 2007, 0 Prosub era tocado basicamen- te pela Marinha. Quando o presiden- te Lula, no dia 18 de julho daquele ano, | Fonte varonasos CAPA Creer rer ay re pe aneereaoues Pte ere nerrnicl Coen visitou Aramar, viuo que se fazia aquie conclu que nao estvamos one dosob- Jetivos. Programou recursosesaimos de ‘uma datagiio de 70 milhdes de reais por anopara800milhies,AssimoProsubflo- resceu earrastou.o Programa Nuclearda Marinha,eestes6existe porcausadaque- le", chama atenga0 ocontra-almirante. Adiversidade produtiva ede verifica- ‘goesexigidapelo PNMgeraochamadoar- raste tecnoldgico, que consiste em bene~ ficios para empresas ea sociedad. Esses subprodutos”, digamos, incluem a reali zagio de testes de itens de seguranga pa aa Eletronuclear e o fornecimento de sistemas de separagiio isot6pica para as Indiistrias Nueleares Brasileiras. Outro. ‘exemplo ¢ a utilizagdo, na usina de Trés Gargantas, na China, de pecas usinadas no complexo metalirgico da Marinha em taguaf,apedidodeempresas brasile- ras que participaram da obra. Turbinasa vapor para cogeracao de biomassa, fa- bricadas pela Siemens de Jundiai paraa Colombia, foram testadas em Aramar, com os mesmos equipamentos usados para verificaro funcionamento daquelas prépriasparausonossubmarinos (@alter- nativa da empresa era enviéela a matriz, na Alemanha), Fidalguns meses, os enge- nheiros que projetaram instalagdes em. Aramar, que, por exigéncia da Comissio "Nacional de Energia Nuclear, so prepa- radas para terremotos, ajudaram arefa- zer 0 projeto da estacdo cientifica do go- -vernofederalno ArquipélagodeSio Pedro eSio Paulo, em Pernambuco, situado em. rea sujeitaaabalossismicos, Reator Multipropésito Brasileiro permitiré aumen- tar a capacidade de produ cdo de radiofirmacos, utiliza dos pela medicina nuclear pa radiagnéstico ou terapia, ho: je fabricados principalmente pelo Ipen- “USP, de 1957, O aparato da Marinhaem. Aramar é-utilizado também para testar sensores inerciais de plataformas de p ‘trdleo,vendidospropositalmente comde- feito pelos fabricantes para impedir des- vios de finalidade, a exemplo da sua uti- naconstrugio de misseis, explica Ferreira Marques, Sensores com defeito AMarinha quis comprar da francesa eee eect rt ee eee eceaetnren i usados nas plataformas funcionam em condiges normais, mas perdem a.con- flabilidade em situagdes climaticas ex- tremas. Técnicos da Petrobras acompa: mham as erificagbes ecorregdes desses dispositivosemAramarerecebemgaran- tiaemanual, comocostumaacontecer na aquisigjodeumequipamentonovo.*Ede- pois o pessoal acha que a gente néo pre cisadesenvolver tecnologia prépria, Tem deter, temde ter, Tecnologia prépriaein: dependéncia é 0 nosso lema’, sublinha Ferreira Marques. A frase, estampada nasparedesdo complexo, foicunhadape- JoalmiranteOthon LuizPinheirodaSilva, COS Cee eae) a asst Ct 120) Ta ale ex presidentedaEletronucleareconside- radoopaidoProgramaNuclear Brasileiro, reso na Operagio Lava Jato e condena- do43anos de reelusio, o almirante es tdemliberdadedesdeaquarta-feirall,no ‘momento em que estareportagem foien- tregue para impressio, “Tudo que tem emAramarfoirascunhadopeloalmiran- teOthon, até 1994, Einegivel eémerité- rio", diz Ferreira Marques, independéncia do Programa Nuclear da Marinha é posta’ prova com frequéncia por ve- tos do governo dos Estados Unidos. Apesar do contrato assinadoem2007coma Toho ‘Tenax, umadasmaioresfabricantesman- diaisdefibradecarbono,oDepartamento deComéreioestadunidensevetouaexpor- tagdo, com o argumento de que poderia “ser prejudicial & seguranga dos Estados Unidos”. Emeasomaisrecente,aMarinha {ezlicitacgo paraa fabricagio de umaliga especial de prata,indioecidmio,queserve paraconirolarafissonosreatoresnucle- ares.Ocontratonaochegouaserassinado, entretanto, porque a vencedora foi com- prada por uma empresa dos EUA.e 0 do- noimpediuavenda. OPNM enfrenta restrigées também em outros paises. Franca e Alemanha, além dos EUA, ndo quiseram vender um fornoparaealcinagio de ridxido de ur’- rio, destinado & produgao de concentra- dopurodeurnio. Apesar deo Brasil ser signatirio dos tratados de uso pacificode energiaatOmica, isso ndo garantiuoaces- soaoequipamentoproduzidonoexterior Arespostada Marinhaaessassituagies¢ produzir os tenscomfornecimentoblo- queado no exterior. A qualidade no é a ‘mesmano inicio, masaexperiénciaacu- ‘mulada em sucessivas substituigdes de importagGes interditadas costuma dar pons resultados. “No fim de agosto, nds fizemos cam o Ipen o primeiro combus- tivel metalico, que permite concentrar Cee eee ary [orion ree Pee eterminadse pela Lave Jato ais energia em menos volume. Nao & ‘qualquer pais que fazisso", chama aten- glo Ferreira Marques. Quanto mais 0 Brasil e suas empresas confiam e inves- tem no desenvolvimento préprio, maior orespeito no exterior e mais amplas as possibilidades de parcerias de igual pa- raigual,emambito locale com os grupos estrangeirostambém, mostraoexemplo seguir. A Marinha tentou comprar da francesa Jeumont Electricsummotorde propulsiio para o protétipo de submari- ro, mas a empresa nao quis conversa. Quando soube,entretanto,quehaviacon- versasparaencomendaroequipamentoa WEG, sua coneorrente brasileira respei- tada mundialmente, a Jeumontimedi tamente se disse interessada no negécio. mrespostaaosuposto pagamen- todepropinaamilitaresrelacio- nados ao Prosub, noticiado em 18 de abril, a Marinha reiterou ‘esta revista desconhecer qual- [querirregularidedeenvolvendoo Programa,bemeomoo“Almirante Braga’, misteriosa personagem de pura criag fiecional,ctadonas reportagens. Segundo osetordeimprensa,“oTribunal de Contas dla Unio acompanha todo o desenvolvi- mento doProsuibdesdeoseuinicio,apedi- dda Marinhado Brasil pormeiodareal- zagiodeauditorias.etodasasorientagé ddaquela Corte foramcumpridas.O plens- iodo TCUjéemitiueaprovounove acs dios, desde o inicio do Programa’. Ainda obre esse assunto, diz nota do setor de {mprense: “Em reportagem veiculada no Jornal Nocionatnomesmodiais,osexeeu- tivosdaConstrutoraNorberto Odebrecht Benedicto Jiiniore Luiz Eduardo Soares delataram um esquema de suposto des- vvio na construcio do submarino nucle- ar brasileiro para pagamento de propi- na, mas negaram a participagdo de qual- quer integrante da Marinha do Brasil. Destaca-se que areportayem citaum su- posto‘Almirante Braga, masoreferidoofi- cial fioexistenemnaativanemnareser- vada Marinha do Brasil Perealgos e contratempos & parte, 0 Prosubeo Programa Nuclear da Marinha poderiammuitobeminspirarumareto- madadodinamismoedovigor vistosem coutrosmomentosno Pais.Afrase“quem decide o destino do Brasilsio sbrasilei- 10s", pronunciada por alguns oficiais do Rio de Janeifo edeSao Paulo, parece ser, ‘a0 mesmo tempo, o principio, o guia de Aacio €0 objetivo da ago de amplo esco- poaquidocumentada.+

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