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MODOS DE PRODUCAO Em nosso estudo sobre o mundo em 1400, deixamos nosso viajante imagindrio perambular pelos povos de quatro continentes. Esbogamos os diferentes sistemas so- ciais e os variados critérios culturais com que a Europa haveria de se deparar m tarde, durante a sua expans 10. No intuito de apreender as caracteristicas estratégicas dessa variabilidade, tanto no plano analitico como no plano descritivo, vamos em- pregar o conceito marxiano de “modo de produgao”. Discutiremos em primeiro lugar as premissas do conceito e, em seguida, delinearemos os modos que nos permitirao assinalar os processos fundamentais que atuaram na interagao dos europeus com a maioria dos povos do universo. Produgdo e Labor Social ‘Ao formular 0 conceito de modo de produgao. Marx comegou por duas aborda- gens axiomaticas da condigao humana. Ambas também constituem axiomas da mo- derna antropologia. A primeira vé a evpécie Homo sapiens como parte da natureza; a segunda define Homo como uma expécie social, estando seus membros, enquanto ind Viduos, sempre ligadas a outros em relacionamentos sociais. A espécie humana € um Produto de processos naturais €, ao mesmo tempo, a especie € naturalmente social A espécie humana nao é. entretanto, meramente um produto passivo de proces- sos naturais; ao longo da evolugao, ela também adquiriu a capacidade de transformar @ natureza tendo em vista seu uso pelo homem. Se a humanidade estd para a natureza 103 A EUROPA EOS POVOS SEM HISTORIA assim como a parte esté para o todo, entio essa parte desenyolveu a capacidade qe 7 s¢ Opor ao todo que a inclui ou, como disse Marx, 0 homem “contronta o Materigy | da nawure7a como uma das forgas dela [..] Ao modificé-la, ele modifica a0 inesry, tempo stia propria natureza” (cit, em Schmidt, 1971: 77-87). Essa relagao ativa com gs espécies da natures: 40 MesmMo tempo que se enraiza em Caracteriscas Moligicgs € efetuada por meios exossomiticos de tecnologia, organizagao © 1déias. O homer enfrenta a natureza por meio daquilo que hoje denominariamos cultura O segundo axioma de Marx enfatiza a soc jabilidade da natureza humana. O ¢ humano existe em pluralidades organizadas. Além do mais, 6 modo como elas © socialmente organizadas governa o modo como clas confrontam ¢€ transtormam a natureza; es _ assim transformada, afeta por sua vey a arquitetura dos lagos sociais Nas palavras de Marx, “a relagdo restrita dos homens com a natureza determina sua mitua relagao restrita; essa mitua relagdo restrita determina a Telagao restrita dos homens com a natureza” (cit. em Colletti, 1973: 228). Existe acaso um conceito que nos permita apreender essa Complexa conexio entre uma humani de socialmente inter-relacionada ¢ a natureza? Marx encontrou esse conccito em sua concepgiio relativa ao labor. A humanidade adapta-se & nature- za.e a transforma para scu proprio uso pelo labor. Assim, “o process do labor [..] € a condi > geral para o metabolismo entre os homens € a naturesa; € a condigao da existéncia humana, condigao essa duradoura ¢ imposta pela natureza” (cit em Sch- midt, 1971; 136). O labor é sempre social, ja que € sempre mobilizado € disposte por uma pluralidade social organizada, Marx estabeleceu, portanto, uma distingao entre © labor ¢ 0 trabalho, © trabalho representa as atividades dos individuos, a 46s ou em grupo, usando energia para produsir energi . No entanto 0 labor € os processos do labor constituam para ele um fendmeno social, desempenhado por seres humanos ligados uns aos outros na sociedade. Esse conceito de labor como processo social, levado adiante por uma pli ralidade organizada, no poderia ser imaginado enquanto diferentes especies de palho ~ a agricultura, a fiagdo, o ato de orar ~ fossem consideradas qualitanivament diferentes. Apenas quando diferentes espécies de trabalho pudessem ser subordinils® ao denominador comum do dinheiro é que a “labor-em-gerat” se tornaria conceh el Marx deu crédito a Adam Smith por ter sido o primeiro a formular esse cone! notando que esse “imenso passo adiante” ocorreu precisamente quando diferent tipos de labor se tornaram intercambidveis (G ent a . 1973: 104), isto &, apos © adven! do capitalismo. A utilulade do conceito transcende, porém, suas origens bite" particulare’ a ve. e se arb Uma ver que se possa falar sobre o labor-em-geral, pade se om" visuatizar como qualquer sociedade humana organizada ativa esse proces? oO partitha seus produtos. MODOS DE PRODUGAO Entender como os seres humanos transformam a naturesa para uso proprio é alyo que nao cessa com a descriydo © andlise da interayao tecnoambiental, O trabalhador, fo produtor direto, jamais & um Robinson Crusog isola mas alyuém que mantém um relactonamento com outros, na qualidade de parente, servo, escravo ou assalariado, Do mesmo mode, os controladores de labor social nao devem ser concebides como tecnicos que conduzem as operaydes técnicas do trabalho, Fles sao designados para suas posiydes pelo sistema de dispor o labor social, 0 que os coloca no papel de pa- rente mats velho, chete, senor feudal ou capitalista. E essa concepgao de mobilizagao social, designagao € alocagao do labor que nos permite compreender como a transtor- da sociabilidade humana. magao téenwa da naturesa se conjuga com a orgamizay Marx adotou 0 termo producdo para esse complexo conjunto de relagdes mu- tuamente dependentes entre a natureza, 0 trabalho, 0 labor social € a organizagio social E nesse sentido que empregaremos o termo no presente trabalho. Como 0 uso moderno o restringe com frequéncia a tecnologia, é importante estarmoy conscientes dos antecedentes que evocaram esse termo. O conceito de produgio for empregado por Marx a fim de contrastar sua perspectiva com o conceito de Geist (“Espirito”), claborado por Hegel. Ele contém, portanto, implicagées do contronto de Marx com © sdealismo hegeliano. Para Hegel, as varias transformagdes humanas da natureza representavam sucessivas concretizagdes do Espirito ou da Mente (“modelos” € “mo- delos para"). O emprego do termo produgdo por Marx contrasta igualmente com © materialismo contemplative de Feuerbach, Este wltimo havia criticado Hegel por tratar o pensamento mais como algo transcedental do que como um atributo da es- pécie humana. No entanto, nao levou em conta nem a sociabilidade humana nem o contronty do ser humano com a natureza. Marx, ao contrario, enfatizou a atividade ada em um duplo sentido ~ ativa ao moditicar fetuam a transformayao do meio da humanidade socialmente organi. 4 naturesa, ao criar € recriar Os lagos socials que ambiente. O termo producdo exprimia para ele seu envolyimento ative com a natu- teva e a concomitante “reprodugao” dos Lagos sociais £ importante notar também que © conceito de Marx quanto a produgao incor- Pora sua insisténcia no fato de que a especie humana preduz com a mao € a cabega. km contraste com outros animais. 0s sefes humanos conceituam € planejam o pro- ess do labor, © labor pressupée, portanto, a intencionalidade €, por conseguinte, a do. Assim como 0 labor € sempre labor social, a informagao isse Marx, © pensamento nao baixa do Informagio eo signin: € 0 Siyniticado so sempre sociais. Como di alte para o mundo real: © pensamento € a lin: 1973: 225). O Jabor social, efetuado cor euagem “apenas constituem manifesta- Shes da vida real” (cit, em Colletti, a mio © a natureza; 0 emprego do labor social, por cabeya. ¢ empregado para enfirentar 898 ver, repradur os Lagos Weativos da socrabilidade humans ms Modos de Produgdo A nogao de labor social torna assim possivel conceituar 08 principais mej, pelos quais os seres humanos organizam sua produgao, Cada um desses meioy Pringi. pais constitui um modo de produgae e pelas quais 0 labor é usado para extrair energia da nature, organizagao € conhecimento, », um conjunto especifico de relagdes soviais que ocorrem historicamente por meio de instrumentos, destreza, Quais sao os modos de efetuar o labor social? O préprio Marx referiu-se a ing. meros e diferentes modos: um modo original, primitivo, comunitario, concebido a partir do modelo de comunismo primitivo elaborado por Morgan; 0 modo escravista da Antiguidade européia cléssica: um modo germanico, supostamente caracteristico dos povos germanicos em suas primeiras migragdes; um modo eslavonio, que, segun- do se diz, distinguia os antigos eslavos; um modo camponés; um modo feudal; um modo asiatico; um modo capitalista, Nem todos eles se baseiam em critérios equiva- lentes. Alguns talvez jamais tenham constituido modos primordiais por si 6s, mas foram apenas modos acessérios ou suplementares; outros representam extrapolagies de interpretagdes hist6ricas que agora se decreta terem sido err6neas. Tendo em vista os objetivos deste livro, é irrelevante saber se Marx estava cer- to ou errado, se deveria ter postulado dois, vito ou quinze modos de produ outros modos deveriam ser substituidos pelos que ele sugeriu. A utilidade do conceilo nao esta na classificagdo, mas em sua capacidade de sublinhar os relacionamentos estratégicos envolvidos na destinagao do labor social por pluralidades humanas oF ganizadas. Como queremos lidar com a difusdo do modo capitalista e seu impact? sobre as regides do mundo onde o labor soc | era alocado diferentemente, elabore remos apenas 0s modos que nos permitem mostrar esse encontro da maneira mals parcimoniosa possivel. Com esse objetivo em vista, definiremos apenas trés modo* um capitalista, um tributério e um modo ordenado segundo o parentesco. Aqui se pretende de modo algum que essa trindade esgota todas as possibilidades. Pa outros problemas © questies, talvez possa ser dtil elaborar outros modos que reco"™™ a maiores di) de: agrups fe raiores distingdes ou agrupar diferentemente as distingdes aqui estabelecida Nao existe també: alquer i a s- mbém qualquer intengao, no presente contexto, de afirmat que ® ses trés modos representam uma seqiiéncia evolucionist cioniste mos celt3> rel 5 : Embora explore! ages histrica - A ‘aS entre os modos, uma das principais argumentagoes dest ie 6 fato de a maior parte das sociedades estudia ; nse as pelos antropélogos serem © éncia da expansdo da Europa, e na Europa, € nao antigos Precipitados’ de estagios evolu! nists * O precipitado, em quimica, € . ica, € um solide ayid on ido que se formate se deposita no sia de uma sus MODUS DE PROBUGAO passados, Fasa posigio amplia as adverténcias, jf feitin por outros excritores, relati- vas dqquele comparayao, desprovida de critica, doy bandos, (bos ou chefiay desert tos pelos observadores desde O00 com ay socicdi cn exintenten antes dit expanndo europent e até mesmo antes do surpimento do Ente (Service, 1U6K. 167; Fried, 1966, 1975), Fried atiimon resolutamente que a “uibo” & Sun | Iitico secundario, aeastionade peli imtercensiio d OmMeENE sUCIOpO- suciedades ordenadas com maior complesidade, sobretudo ox Estudos” (1975: 14), Aeredito que todan as sociedades humanas de que temoy repisttos so “secundirius” © até a enn, com freqilencit, tere! dirty, quaternarias OU Centenary, A mudanga cultural ow a evolugie cultucl Ado opera em sociedades tsokidas, mas sempre em sistemas int sli as sociedades se rehtcionan de varias maneiras, dentro de “campos. sue alos nos quais ism is ainplos. Uinia das utilidades do conceito de modo de produgao esta precisamente no fato de nos permitir visualizar relucionamentos intersistemicos © int Empregaremos esse conceito piu wistémicos, revelar a maneira cumbiante pela qual wn modo, © capitalismo, interagia com outros modos para chegar a sua presente dominag Deyse proceso os iroqueses, achiintis, 0, eis ¢ chineses siio Lo participantes quan to os barbadianos, os naturais di Nova Lng Tra ¢ Os poluneses. O proceso ligava vilimas © beneticiirios, adversirios & colaboradores, Os trés modos que empregamos ndo deve ser encarados como esquemas para sociedades compartimentadas. Os dois conceitos — modo de produgio © sociedade = dizem respeito a diferentes niveis de abstragio. O neeitO de sociedade tem seu ponto de partida nas interagdes, reais ow imputadas, nire as pessoas. O conceito de modo de produgio objetiva revelar os relacionamentos politio-econémicos que fun- damentam, orientam e restringem ses relacion interagiio, Hi mentos-chave pode q una total de imteragdes em uma sociedade, podem caracterizar apenas parte dit abranger toda a sociedade ou podem transcender dete! inados sistemas de nleragao social historicamente constituides, Usade comparativame Produgao ¢ te, © Conceito de modo de Mat A ateNgAO para as principals V riagdes dos arranjos politicos-econd micos € nos permite visualizar seus efeitos. O use do conceilo nos eapacit acini de de interagio diferentemente Constituidos ~ sociedades ~ se referidos a diferentes: modos de produgio, tudo, a indagar 0 que acontece nos encontros de sister Iniciaremos nossa exposigae pelo modo capitalista, apesar de ele ter-se desen- volvido mais tarde do que os outros, ao longo do século XVIIL Foi ao anatisar esse ‘modo que Marx desenvolveu os seus conceitos gerais, © nds Compartimos sua con viegio de que uma compreensio dit mancira como este modo opera fornece a chave Para a compreensdo dos outros modos. wr A LUROPA EOS POVOS SESIISTORIA O Modo Capitalista Marx passout a mator parte de sta vidi analisande 0 modo eapitalista de pragy, go. E claro que a ar adhe por S preponderantes ndo a riqueza monetitiateve g Wu assim par entendé-lo de tal modo que pudesse ajud: um fim. De acordo com Marx. qu Ss seriam suas caracteristic: Para ele, o modo capitalista capaculade de sou a existir qui comprar a forga de trabalho, Essa ¢ 1 enquanto f idade nao é um atributy ing. rente da rigu cla se desenvolve historicamente e requer a instalacig de certos pre-requisites, A forgaa de trabalho nao & em si. uma commodity criada com © Intuito de ser posta a venda em um mercado. E um atributo dos seres humanos uma capa cidade do Homo sapiens. Enquanto ay pessoas puderem apropriat-se dos Melos de produgdo (instrumentos, recursos, terra) € usd-los para prover o seu pré. Prio sustento, sob quaisquer arranjos sociais, io existe um motivo forcoso que as leve a vender sua capacidade de trabalho a alguém. Para que a forga de trabalho seja Posta & venda, 0 aco entre produtores € os meios de produgo tem que ser rompido para sempre, Em consequéncia, os detentores da riqueza precisam ter a capacidade de adquirir os meios de produgao e, exceto em seus préprios termos, negar acesso a todos os que desejem operd-los. Por outro lado, as pessoas a quem & negado o acesso aos meios de produ do devem procurar os que agora controlam tais meios e fazer um acordo para que tenham a permissio de operd-los. Em troca, recebem salérios que Ihes permitirio pagar aquilo de que necessitam para sustentar-se. Com efeito, no modo capitalista a produgdo determina a distribuigdo. Os que detém os meios de produgio também podem deter as commodities produzidas. Os que produzem as commodities precisam comprd-las dos proprietarios dos meios de produgao. Os meios de produgao, por sua vez, circulam unicamente entre os que dis- poem de capital para adquiri-los. Os desprovidos de capital e que precisam vender sua forga de trabalho também nao possuem os meios de produgao. Portanto, a mancira pela qual o modo capitalista de produc © consigna 0 labor social a transformagao da natureza também governa 0 modo segundo o qual os recursos usados e obtidos 40 distribuidos entre os produtores e os ndo-produtores. Os recursos, incluindo a renda. nao so, como escreveu recentemente um antropdlogo de orientacdo ecoligica (Love. 1977: 32), a analogia humana do modo como os organismos biolégicos se apropriam da energia. Entre as pessoas ¢ 0s recursos se interpdem relacionamentos estratégicos que governam 0 modo de alocar o labor social a natureza. Os detentores da riqueza que agora possuem os meios de produgdo ndo teria entretanto, motives para contratar trabalhadores se produzissem apenas o suficiente para cobrir os custos de seus salirios. Durante um dia de trabalho, os trabalhadore> produzem de vedente. Tal ‘ato mais do que o custo de seus saldrios: produzem um exceden 10s MODOY DE PRODUGAO. ewweddente, sob as condigdes do modo cupitalista, pertencem ao detentor da riqueza, o capitalist, cujos metos de produgin oy trabalhadores operam, Quanto maior esse taxa do lucto obtido pelo capitalist, quando ele @ mede em com- MALE eweedtente, pricas, recursos € forga de trabalho. patagao come seu dispendio em Ais Os capitalistay podem aumentar esse exceden- Existem duas manera pe rT aos niveis mais baixos do que ar o nivel do excedente pro- te Uma delay ¢ manter oy salaries baixoy ou reduzi-lo ¢ bwologica ow soctalmente porsivel. O outro modo é ele para a mao-de-obra, € isso se faz dusuto acima e alem da quanta que tem de ser | s durante um determinado periodo de trabalho. elosamdo a produgaio dos trabathado Esse aumento de produtividade requer melhorias quanto a tecnologia € organizagao da prxtugie. T iveis, incitando os capitalistas a um acumulo cada » iMperativos resultam em pressdes imp! ver maior de capital ¢ a uma renovagio da tecnologia. Quanto maior ‘© capital sob seu controle, maior sua capacidade de elevar a produtividade tecnolégica ¢ em consegiiéneia, maior sua capacidade de acumular um excedente adicional a fim de expandir ainda mais a produgdo, bem como vender mais barato do que os concor- rentes que deixam de investir em novas tecnologias e tentam enfrentar a competigao colocando dnus ainda maiores nas costas de seus trabalhadores. © modo capitalista apresenta, assim, tés caracteristicas interligadas. Em pri- meiro lugar, os capitalistas detém o controle dos meios de produgdo. Em segundo lugar. nega-se aos trabalhadores 0 acesso independente aos meios de produgao ¢ eles precixam vender sua forga de trabalho aos capitalistas. Em terceiro lugar, a maximi- zagao do excedente produzido pelos trabalhadores com os meios de produgao detidos pelos capitalistas acarreta “um incessante actimulo, acompanhado por mudangas nos métodos de produgdo” (Sweezy, 1942: 94; Mandel, 1978: 103-107). Essas caracterfsticas, entretanto, precisam ser compreendidas nao apenas sin- cronicamente, mas historicamente, como facetas em desenvolvimento de um modo que teve origens determinadas & que se desenvolve ao longo do tempo. A questo é fundamental. A riqueza, nas maos dos que a detém, nao é capital até que ela controle os meios de produgdo, compre a forga de trabalho e a ponha para funcionar, expan- dindo continuamente os excedentes ao intensificar a produtividade por meio de uma curva sempre crescente de recursos tecnolégicos. Tendo em vista essa finalidade, 0 invadir © processo produtivo e alterar capitalismo precisa apoderar-se da produgao. incessantemente as proprias condigdes da produgio. Enquanto a riqueza permanecer como algo externo ao processo de produgio, simplesmente explorando superficial- Mente os produtos dos produtores bisicos € lucrando ao vendé-los, essa riqueza ndo € capital. Pode ser riqueza obtida ¢ agambarcada por suseranos ou mercadores, mas ainda nao ingressou naquilo que Marx denominou “a via realmente revolucionaria” s meios de produgio (Cap. Ill, 1967: 334). formagao dos propri de apropriagdo e trans 109

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