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GRAMÁTICA NORMATIVA DA LÍNGUA PORTUGUESA 51

Na produção do /r/, há uma vibração simples e frouxa da língua, cuja


ponta toca levemente nos alvéolos; na do /rr/, são múltiplas e mais in-
tensas essas vibrações, junto ao véu palatino.
O primeiro, ALVEOLAR, aparece em posição intervocálica (era, caro, fero);
o segundo, VELAR, é o que figura nas demais posições (reza, sorte, guelra,
mar) e, vindo entre vogais, se escreve com a letra “r” dobrada (carro, ferro).

c e d) Apreciemos, agora, os dois outros critérios (ação das cordas


vocais e ressonância):

Surâas e sonoras

Examinemos as consoantes /p/ e /b/. Possuem elas, como vimos, dois


caracteres comuns: ambas são oclusivas e bilabiais. Todavia, são fonemas
diferentes, capazes de distinguir palavras como, por exemplo— pato e bato.
O mesmo acontece, outrossim, com /k/ e /g/ — ambas oclusivas e ve-
lares, porém fonemas distintos, segundo se reconhece por diferençarem
palavras como, por exemplo — cato e gato.
A razão é porque a primeira de cada par se produz sem vibrações das
cordas vocais (consoantes surdas)-, ao passo que a segunda vem acompa-
nhada de vibrações das cordas vocais (consoantes sonoras).

Nasais

Estendamos a observação a estas três consoantes: /p/, /b/, /mj.


Já sabemos que o/p/eo /b/ apresentam dois caracteres comuns (ambos
são oclusivos e bilabiais) e se distinguem por ser surdo um, e sonoro outro.
Porém o /b/ e o /m/reúnem não apenas dois, mas três traços comuns:
são igualmente oclusivos, bilabiais e sonoros.
Que os distinguirá, então?
A diferença entre eles d ecorre de que o ImJ, além de oclusivo, bilabial
e son oro , é, ainda, NASAL, isto é, em sua produ ção, a corren te de ar res-
soa, em parte, na cavidade nasal.
Há, em português, três consoantes nasais: /m/, /n/, /nh/.

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