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UNIDADE II: MEDIDAS DE TENDÊNCIA CENTRAL

OBJETIVOS DA UNIDADE:

- Habilitar o aluno para a realização de cálculos das medidas de tendência


central;
- Permitir ao aluno localizar a média, a mediana e a moda de um conjunto
de dados observados;
- Levar o aluno a perceber a diferença que existe entre simetria e
assimetria em função das medidas de tendência central.

Podemos observar que os estudos que até agora realizamos nos


permitem descrever os valores que uma variável pode assumir através da
distribuição de freqüência. Podemos também localizar a maior
concentração de valores de uma distribuição. Porém, ocorre que poderia
ser muito difícil trabalhar com a distribuição de freqüência completa, razão
pela qual se costuma lançar mão de determinadas medidas. Há diversas
medidas que sumarizam certas características importantes da distribuição
de freqüência. Isto é, tais medidas possibilitam condensar as informações
para esclarecer a fase analítica da Estatística Descritiva. Nesta unidade
necessitamos introduzir conceitos que expressam, através de números,
essas características e tendências. Esses conceitos são denominados:
 Medidas de Posição ou Medidas de Tendência Central;
 Medidas de Posição ou Medidas Separatrizes;
 Medidas de Variabilidade ou Dispersão;
 Medidas de Assimetria e Curtose.

2.1 Média Aritmética: Simples e Ponderada

A medida de tendência central mais comumente utilizada para


descrever resumidamente uma distribuição de freqüência é a média, ou
mais propriamente, a média aritmética. Há vários tipos de médias, que
serão estudados a seguir: média aritmética simples e ponderada, média
geométrica, média harmônica e média quadrática.
Na média aritmética, temos como símbolo: x (lê-se ‘x traço’ ou ‘x
barra’).

2.1.1 Média Aritmética Simples

A média aritmética simples de um conjunto de números é igual à


divisão entre a soma dos valores do conjunto e o número total de valores.

Exemplo: Determine a média aritmética simples dos valores: 5, 3, 12, 9, 1.

5  3  12  9  1 30
x   4,2
5 5
n

x i
ou simplesmente x
x
x  i 1
n
n

onde
x  Valor genérico da observação
i
n Número das observações, ou seja, números de elementos do
conjunto

A média aritmética simples será calculada sempre que os valores não


estiverem tabulados, ou seja, quando aparecerem representados
individualmente. Ou ainda, a média de dados não agrupados é realizada
por meio da média aritmética simples.

Pratique resolvendo mais alguns exemplos: Determine a média aritmética


para os seguintes conjuntos de valores:
1) A   6,8,5,7,6,9,10

6  8  5  7  6  9  10 51
x   7,1857...  x  7,19
7 7

3) B  1,3,4,2,7,5, 6,1

1  3  4  2  7  5  6  1 29
x   3,625  x  3,63
8 8
1) C   60,48,55,67,62,90,51

60  48  55  67  62  90  51 433
x   61,857...  x  61,86
7 7

2.1.2 Média Aritmética Ponderada

A média aritmética ponderada é quando os valores do conjunto


tiverem pesos diferentes. Obtém-se uma média ponderada através da
divisão entre a somatória dos produtos de cada variável pelo respectivo
peso (freqüência) e a somatória dos pesos (somatória das freqüências).

Exemplo: Admitimos que as notas atribuídas a vinte alunos em um teste de


estatística sejam as seguintes, dispostas em ordem crescente: 5, 6, 6, 6, 6,
6, 7, 7, 7, 7, 7, 7, 8, 8, 8, 8, 8, 9, 9, 9.
Como os valores da variável aparecem repetidos, é possível adotar o
número de observações ou freqüência de cada um deles como peso ou fator
de ponderação. Podemos verificar que a nota oito aparece cinco vezes.
Portanto, é indiferente, para cálculo da média somar o número oito cinco
vezes ou multiplicar esse valor por cinco: 8+8+8+8+8 = 5x8 = 40
então
x
 5  1   6  5   7  6   8  5   9  3
1 5  6  5  3

Quando os dados estiverem agrupados numa distribuição de


freqüência, usaremos a média aritmética dos valores x1, x2, ..., xk,
ponderados pelas respectivas freqüências absolutas: f 1, f2, ..., f k, a média
aritmética do conjunto será calculada por:

x f i x x i
fi
i
x i 1 n
f i
ou

Lembre-se de que: f i
 n = número total de observações;

x  valor da variável ou pontos médios de classes;


i
k  quantidade de classes ou de valores individuais diferentes da variável.

Um dispositivo prático para esse cálculo é a composição da seguinte tabela:

Tabela 2.1
xi f i xi f i
5 1 5x1 = 5
6
7
5
6
6x5 = 30
7x6 = 42 x
x fi i

104
 x  5,2
8 5 8x5 = 40 n 20
9 3 9x3 = 27
 20 Quando os valores estão agrupados em
104
classes, a tabela requer mais uma coluna,
necessária para dispor os pontos médios de classes, portanto vejamos o
exemplo:

Tabela 2.2 - Notas de Teste de Raciocínio Oral de Acadêmicos da


UCDB/06
Notas f i li  l s xi f i
xi 
2
10├ 20 5 15 75
20├ 30 10 25 250
30├ 40 15 35 525
40├ 50 10 45 450
50├ 60 5 55 275

f i
 n  45 x fi i
 1575

_ x f i 1575
x i
  35
n 45
Pratique resolvendo mais alguns exemplos: Determine a média aritmética
para as seguintes distribuições:

1) A tabela 2.3 representa as idades de crianças em Recreações:


Determine a idade média das crianças
Tabela 2.3. Idade de crianças em recreações.
xi f i
xi  f i
6 5 30
7 9 63
8 10 80
9 12 108
10 8 80
44 361
x f 361
x   x  8,2045...  x  8,20
i i  A idade média dos acadêmico
n 44
é 8,2 anos

2) A tabela 2.4 a seguir representa as notas das provas de uma turma de


acadêmicos da UCDB/08

Tabela 2.4 Notas dos acadêmicos


Notas f i li  l s xi f i
xi 
2
0├ 20 4 10 40
20├ 40 5 30 150
40├ 60 10 50 500
60├ 80 15 75 1125
80├ 100 9 90 810
43
x f i i
 2625

x
x f i i

2625
 61,046..  x  61,05  a nota média dos acadêmicos foi
n 43
de 61,05 pontos

LISTA DE EXERCÍCIOS 2.1 ( DA APOSTILA ATUAL)

2.2 Média Geométrica

Média geométrica de n valores é definida, genericamente, como a raiz n-


ésima do produto de todos eles. A média geométrica pode ser simples ou
ponderada.

2.2.1 Média Geométrica Simples

Com n valores x1, x2, ..., xn, a média geométrica desses valores será:

ou x g  n  xi
xg n x1  x2      xn
A letra  (pi maiúsculo) é o símbolo para indicar o produto ou
também chamado de produtório dos valores da variável. Utilize a
calculadora científica para o cálculo da média geométrica.

Exemplos: Calcular a média geométrica dos conjuntos de números:

a) X = {12, 55, 48} então: x1 = 12, x2 = 55, x3 = 48 e n = 3

xg  n x x x
1 2 3
 3 12  55  48  3 31680  x g  31,64

b) Y = {4, 7, 9, 6} então: x1 = 4, x2 = 7, x3 = 9, x4 = 6 e n = 4

xg  n yy y y
1 2 3 4
 4 4  7  9  6  4 1512  6,2357  xg  6,24

c) Z= { 2, 4, 20, 72} então: x1 = 2, x2 = 4, x3 = 20, x72 = 72 e n = 4

x g  4 z1  z 2  z 3  z 4  4 2  4  20  72  4 11520  10,360077  x g  10,36

Utilize a calculadora científica para o cálculo da média geométrica,


seguindo os seguintes passos:
(Calculadora fx -350 MS)
Digite n que é o índice da raiz a ser calculada 4, aperte a tecla da raiz x
(use a tecla SHIFT e  )
Na calculadora você verá: 4 x ,
Continuando abriremos um parêntese para efetuar o produto dos valores
(2x4x20x72)
Na calculadora você verá 4 x ( 2 x 4 x 20 x 72)
Agora aperte a tecla igual = que já aparecerá o resultado  10,36008026
= 10,36

Com outras calculadoras, temos que verificar como elas funcionam

Pratique resolvendo mais alguns exemplos:

1) A 5,7,4,9,8, 3  x g  6 5  7  4  9  8  3
x g  6 30240  x g  5,58

2) B15,9,12,9,14,13,10  x g  7 x 15  9  12  9  14  13  10
xg  x7
26535600  x g  11,5

3) C 4,6,8,5, 7  x g  5 x 4  6  8  5  7
x g  5 x 6720  x g  5,83

2.2.2 Média Geométrica Ponderada


A média geométrica ponderada de um conjunto de números
dispostos em uma tabela de freqüências é por intermédio da seguinte
expressão:

 fi
xg  x x  ()  xk
i 1
fi fi fk
i 2

 fi k


fi
x g  i 1 Xi
i 1

k
Lembre-se que: f
i 1
i n

Exemplo: Calcular a média geométrica para a distribuição de dados


fictícios:

Tabela 2.5
xi fi
2 4
4 2
8 2
24 1
k

f
i 1
i =9

Resolvendo:

4
x g  9  xifi  9 2  4  8  24  16  16  64  24  9 393216  4,18
4 2 2 1 9

i 1

Pratique resolvendo mais alguns exemplos:

1) Calcular a média geométrica simples do conjunto:


A1,1,1,2,2,2,2,5,5,7,7,7, 7
4
xg   xifi  13 1  2  5  7  13 116  25  2401  13 960400  2,89
3 4 2 4
13
i 1

2) Calcular a média geométrica simples do conjunto:


A 3,3,4,4,4,5,5,5,5,6,6, 7
5
x g  12  xifi  12 3  4  5  6  71 
2 3 4 2

i 1

x g  12 9  64  625  36  7  12 90720000  4,60

2.3 Média Harmônica

A média harmônica de um conjunto de valores xi é o inverso da


média aritmética dos inversos dos valores. Podemos concluir que o inverso
da média harmônica é a média aritmética dos inversos dos valores da
variável.

2.3.1 Média Harmônica Simples

Dado o conjunto de n valores x1, x 2 , x3 ,..., xn ; a média harmônica do


conjunto será:

1 n
xh   xh 
n
1 n
1
xi 1
x
i 1
i i

Exemplo: Calcular a média harmônica simples:

1) A   20,60,120 mmc(20,60,120)  120


n 3 3 3  120
xh  n     40
1 1 1 1 6  2 1 9
i 1 xi
 
20 60 120 120

Pratique resolvendo mais alguns exemplos:

A  10,15,25, 30 mmc10,15,25, 30  150


n 4 4 4  150
xh  n     16,67
1 1 1 1 1 15  10  6  5 36

i 1 xi
  
10 15 25 30 150

B   4,10,20, 30 mmc 4,10,20, 30  60


n 4 4 4  60
xh      9,23
n
1 1 1 1 1 15  6  3  2 26
x
i 1
  
4 10 20 30 60
i
C  5,10,15, 30 mmc 5,10,15, 30  30
n 4 4 4  30
xh     10
n
1 1 1 1 1 6  3  2 1 12

i 1 xi
  
5 10 15 30 30

2.3.2 Média Harmônica Ponderada

A média harmônica ponderada de um conjunto de números,


dispostos em uma tabela de freqüências, é dada pela seguinte expressão:

n
xh  n
fi
x
i 1 i

Exemplo: Calcular a média harmônica dos dados constantes da tabela:

Tabela 2.6
fi
Classes xi fi xi
1 ├ 3 2 2 2/2=1,00
3 ├ 5 4 4 4/4=1,00
5 ├ 7 6 8 8/6=1,33
7 ├ 9 8 4 4/8=0,50
9 ├ 11 10 2 2/10=0,20
n 5
fi
f i  20  n 
i 1 x i
 4,03
i 1

Então temos:
_
n 20
xh    4,96
n
fi 4,03
x
i 1 i

Pratique resolvendo mais alguns exemplos:

1) Determine a média harmônica dos dados da tabela

Tabela 2.7

Classes fi
10 ├ 14 4
14 ├ 18 5
18 ├ 22 8
22 ├ 26 6
26 ├ 30 4
n

f
i 1
i
 27  n

Primeiro vamos determinar o ponto médio Xi de cada classe e o valor de


fi
xi
Tabela 2.8
fi
Classes xi fi xi
10 ├ 14 12 4 4/12=0,33
14 ├ 18 16 5 5/16=0,31
18 ├ 22 20 8 8/20=0,40
22 ├ 26 24 6 6/24=0,25
26 ├ 30 28 4 4/28=0,14
n 5
fi
f
i 1
i  27  n x
i 1
 1,43
i

Então temos:
_
n 27
xh    18,88
n
fi 1,43
x
i 1 i

2) Determine a média harmônica dos dados da tabela

Tabela 2.9

Classes fi
15 ├ 20 2
20 ├ 25 4
25 ├ 30 7
30 ├ 35 3
35 ├ 40 2
n

f
i 1
i  18  n

Primeiro vamos determinar o ponto médio Xi de cada classe e o valor de


fi
xi
Tabela 2.10
fi
Classes xi fi xi
15 ├ 20 17,5 2 2/17,5=0,11
20 ├ 25 22,5 4 4/22,5=0,18
25 ├ 30 27,5 7 7/27,5=0,25
30 ├ 35 32,5 3 3/32,5=0,09
35 ├ 40 37,5 2 2/37,5=0,05
n 5
fi
 f i  18  n
i 1
x
i 1
 0,68
i

Então temos:
_
n 18
xh    26,47
n
fi 0,68

i 1 xi

LISTA DE EXERCÍCIOS 2.2 DA APOSTILA ATUAL

2.4 A Moda

Denominamos moda o valor mais freqüente em uma série de valores.


Dentre as principais medidas de posição, destaca-se a moda. Quando
afirmamos que o salário modal de uma empresa é o salário mais comum,
queremos dizer que esse é o salário recebido pelo maior número de
funcionários dessa empresa. Em 1895, o termo moda foi utilizado
primeiramente por Karl Pearson.

2.4.1 Moda para dados de valores não-tabulados

Quando lidamos com conjunto ordenado de valores, a moda será o


valor predominante, o valor que mais se repete.

Exemplo: 6, 7, 7, 7, 8, 8, 9, 9, 9, 9, 10, 10

Xmo = 9, pois é o valor mais frequente.

Evidentemente, um conjunto de valores pode não apresentar moda,


isto é, nenhum valor aparece mais vezes que o outro. Chamamos de
amodal.

Exemplos:
a) 4, 5, 6, 7, 8 ou

b) 3, 3, 4, 4, 5, 5

Nestes exemplos, podemos perceber que não há, predominância de


nenhum valor dos conjuntos sobre o outro, portanto os conjuntos são
amodais.

Podemos ter conjuntos multimodais, podendo haver dois ou mais


valores modais. Chamamos então, bimodal.

Pratique resolvendo mais alguns exemplos:

1) A ( 3, 3, 3, 4, 5, 5, 6, 6, 6, 7, 8, 9,)  Xmo1 = 3 e Xmo2 = 6 Bimodal


Tanto o valor 3 como o valor 6, apresentaram o maior número de
observações.
2) B ( 6, 6, 7, 8, 9, 10, 10, 11)  Xmo1 = 6 e Xmo2 = 10 Bimodal
Tanto o valor 6 como o valor 10, apresentaram o maior número de
observações.

3) C ( 6, 7, 7, 7, 7, 9, 10, 10, 10, 10, 12, 15)  Xmo1 = 7 e Xmo2 = 10


Bimodal
Tanto o valor 6 como o valor 10, apresentaram o maior número de
observações.

2.4.2 Cálculo da moda para valores tabulados

a) Sem intervalos de classe

Uma vez agrupados os dados, é possível determinar imediatamente a


moda: basta fixar o valor de variável de maior freqüência.

Tabela 2.11
i valor f
1 2 3
2 5 6
3 7 9
4 10 12
5 12 6
6 15 4

Na distribuição da Tabela 2.8, à freqüência máxima (12) corresponde


o valor 10 da variável. Logo: Xmo = 10

b) Com intervalos de classe

A classe que apresenta a maior freqüência é denominada classe


modal. Pela definição, podemos afirmar que a moda, neste caso, é valor
dominante que está compreendido entre os limites da classe modal.
O método mais simples para o cálculo da moda consiste em tomar o
ponto médio da classe modal. Damos a esse valor a denominação de moda
bruta.

li  ls
Temos, então: Xmo =
2

Onde:
li é o limite inferior da classe modal;
ls é o limite superior da classe modal.

Assim, para a distribuição:

Tabela 2.12 Estaturas de 40 alunos do curso de


Administração/UCDB/06
i ESTATURAS (cm) fi

1 150 ├ 154 4
2 154 ├ 158 9
3 158 ├ 162 11 
4 162 ├ 166 8
5 166 ├ 170 5
6 170 ├ 174 3
  40
Temos que a classe modal é i = 3, li = 158 e ls = 162.

158  162 320


Vem: Xmo =   160
2 2

Logo: Xmo = 160 cm

Observação: Há, para o calculo da moda, outros métodos mais elaborados,


por exemplo o que faz uso da fórmula de Czuber:

 1 
Xmo = li     a
 1   2 

Na qual: li é o limite inferior da classe modal;


a é a amplitude da classe modal;
Δ1 = f(modal) - f(anterior);
Δ2 = f(modal) - f(posterior).

Assim, para a distribuição da Tabela 2.9, temos:


1  11  9  2 e  2  11  8  3
2 2 2
Donde: xmo  158   4  158  (  4  158   4  158  1,6  xmo  159,6
23 23 5

Logo: Xmo = 159,6 cm

Quando estamos trabalhando com tabelas, devemos dar preferência à


fórmula de Czuber.

Pratique resolvendo mais alguns exemplos:

1) Observe a tabela, sem intervalo de classe, e determine a moda.


Tabela 2.13
i valor fi
1 10 5
2 15 8
3 17 15
4 20 9
5 24 6
6 28 3

Na distribuição da Tabela 2.10, à freqüência máxima (15)


corresponde o valor 17 da variável. Logo: Xmo = 17
2) Observe a tabela a seguir e complete o que se pede abaixo.

Tabela 2.14 - Gasto em viagem de famílias em Campo Grande/MS/06


i CUSTO (R$) fi
1 450 ├ 550 8
2 550 ├ 650 10
3 650 ├ 750 11
4 750 ├ 850 16
5 850 ├ 950 13
6 950 ├ 1.050 5
7 1.050 ├ 1.150 1
  64
a) Qual é a classe modal? – A classe modal é a classe de maior frequência
 4ª classe onde fi=16
b) Quais os limites (li e ls) da classe modal? – li = 750 e ls = 850
c) Calcule a moda? Pela fórmula
li  ls 750  850 1600
xmo   xmo    800  xmo  800
2 2 2

 1 
3. Resolva agora pela fórmula de Czuber: xmo  li     a

 1   2 

a) Qual é o limite inferior da classe modal? li = 750


b) Qual é a amplitude da classe modal? a = 100
c) Qual é o valor do Δ1 [Δ1 = f(modal) - f(anterior)]?  1  16  11  5
d) Qual é o valor do Δ2 [Δ2 = f(modal) - f(posterior)]?  2  16  13  3
e) Calcule a moda.
 1  5 5
x mo  li     a  x mo  750   100  750   100  750  62,5  x mo  812,5
 1   2  53 8

LISTA DE EXERCÍCIOS 2.3 DA APOSTILA ATUAL

2.5 A Mediana (Xmd)

A mediana é outra medida de posição definida como o número que


se encontra no centro de uma serie de números, estando estes dispostos
segundo uma ordem. Em outras palavras, a mediana de um conjunto de
valores, ordenados segundo uma ordem de grandeza, é o valor situado de
tal forma no conjunto que o separa em dois subconjuntos de mesmo
número de elementos.
2.5.1 Cálculo da mediana para dados não tabulados dispostos em
rol.

Dadas uma série de valores, como, por exemplo: 5, 13, 10, 2, 18, 15, 6, 16,
9.
De acordo com a definição de mediana, o primeiro passo a ser dado é o da
ordenação (crescente ou decrescente) dos valores: 2, 5, 6, 9, 10, 13, 15, 16,
18.

Em seguida, tomamos aquele valor central que apresenta o mesmo


número de elementos à direita e à esquerda. Em nosso exemplo, esse valor
é o 10, já que nessa série, há quatro elementos acima dele e quatro abaixo.
Observemos que a série tem um número ímpar de elementos.
Temos, então: Xmd = 10
Se, porém, a série dada tiver um número par de elementos, a
mediana será por definição a média aritmética dos dois termos centrais.
Assim, a série de valores: 2, 6, 7, 10, 12, 13, 18, 21 tem para
mediana a média aritmética entre 10 e 12.
10  12 22
Logo: Xmd =   11 Donde: Xmd = 11
2 2

Verificamos que, estando ordenados os valores de uma série e sendo


n o número de elementos da série, o valor mediano será:
n 1
- o termo de ordem , se n for ímpar, ou seja, x md  x n 1
2 2

n n
- a média aritmética dos termos de ordem e  1, se n for par, ou seja
2 2
xn  xn
1
xmd  2 2

2
Exemplos:

1) Na série 3, 7, 8, 9, 12, 13, 16, 18, 20:

9 1
Como n = 9, ímpar, temos  5. Logo, a mediana é o 5º termo da
2
série, isto é: xmd  x5  xmd  12

2) Na série 12, 16, 17, 20, 22, 23, 28, 31:

8 8
Como n = 8, temos  4 e  1  5. Logo, a mediana é a média
2 2
aritmética do 4º e 5º termos da serie, isto é:
x4  x5 20  22 42
xmd     21  x md  21
2 2 2

Observações:
- O valor da mediana pode coincidir ou não com um elemento da série,
como vimos. Quando o número de elementos da série é ímpar, há
coincidência. O mesmo não acontece, porém, quando esse número é par.
- A mediana e a média aritmética não têm, necessariamente, o mesmo
valor. Na primeira série apresentada, por exemplo, temos:
2  5  6  9  10  13  15  16  18 94
x   10,44 e x md  10
9 9
A mediana como podemos observar, depende da posição e não dos
valores dos elementos na série ordenada. Essa é uma das diferenças
marcantes entre a mediana e a média (que se deixa influenciar, e muito,
pelos valores extremos). Esta propriedade da mediana pode ser constatada
através dos exemplos:
5, 7, 10, 13, 15  x  10 e Xm d  10
5, 7, 10, 13, 65  x  20 e Xm d  10

Isto é, média do segundo conjunto de valores é maior do que a do


primeiro, por influência dos valores extremos, ao passo que a mediana
permanece a mesma. A mediana é designada, muitas vezes, por valor
mediano.

2.5.2 Cálculo da mediana para dados tabulados

Se os dados se agrupam em uma distribuição de frequência, o


cálculo da mediana se processa de modo muito semelhante àquele dos
dados não-agrupados, implicando, porém, a determinação prévia das
freqüências acumuladas. Ainda aqui, temos que determinar um valor tal
que divida a distribuição em dois grupos que contenham o mesmo número
de elementos. A posição da mediana de uma distribuição, a partir de
qualquer um dos extremos, é dada por:

PXmd =  i
f
2
a) Sem intervalos de classe

Neste caso, basta identificar a freqüência acumulada imediatamente


superior à metade da soma das freqüências. A mediana será aquele valor
da variável que corresponde a tal freqüência acumulada.
Tomemos a distribuição relativa à Tabela 6.1, completando-a com a
coluna correspondente à freqüência acumulada:

Tabela 2.15 - N° de meninos/família em uma comunidade


Nº de fi fa
meninos
0 2 2
1 6 8
2 10 18
3 12 30
4 4 34
  34

Sendo: f i 34
 17 , em seguida devemos procurar o valor da mediana
2 2
pela coluna de fa , na coluna das freqüências acumuladas; a menor
freqüência acumulada que supera esse valor é 18, que corresponde ao
valor 2 da variável, sendo então este o valor mediano.
Logo: x md = 2 meninos / família

Pratique resolvendo mais alguns exemplos:

1) Na tabela temos as notas obtidas em testes pelos alunos de uma sala.


Qual a pontuação mediana destes alunos.

Tabela 2.16 – Notas dos testes dos alunos do 1° ano


Notas fi fa
2 2 2
4 3 5
6 10 15
8 14 29
10 11 40
  40

Sendo:
f i

40
 20 , em seguida devemos procurar o valor da mediana
2 2
pela coluna de fa , na coluna das freqüências acumuladas; a menor
freqüência acumulada que supera esse valor é 29, que corresponde ao
valor 8 da variável, sendo então este o valor mediano.
Logo: x md = 8  a nota mediana desta turma é 8

2) Na tabela temos os valores pagos por contribuintes para uma ação social
comunitária. Qual o valor mediano pago?
Tabela 2.17 Valores pagos por contribuintes
Valores (R$) fi fa
10 18 18
15 15 33
20 10 43
25 12 55
30 8 63
  63

Sendo:
f i

63
 31,5 , em seguida devemos procurar o valor da mediana
2 2
pela coluna de fa , na coluna das freqüências acumuladas; a menor
freqüência acumulada que supera esse valor é 33, que corresponde ao
valor 15 da variável, sendo então este o valor mediano.
Logo: x md = 15  o valor mediano pago pelos contribuintes é de R$ 15,00

Lista de exercícios 2.4 da apostila atual


b) Com intervalos de classe

Neste caso, o problema consiste em determinar o ponto do intervalo


em que está compreendida a mediana.
Para tanto, temos inicialmente que determinar a classe na qual se
acha a mediana - classe mediana. Tal classe será evidentemente, aquela
correspondente à freqüência acumulada imediatamente superior a PXmd

= i .
f
2

Assim, considerando a distribuição da Tabela 2.13, acrescida das


freqüências acumuladas:

Tabela 2.18 - Estaturas de 40 alunos do curso de


Administração/UCDB/08
Estaturas
fi Fa
(cm)
150 ├ 154 4 4
154 ├ 158 9 13
158 ├ 162 11 24  classe
mediana
162 ├ 166 8 32
166 ├ 170 5 37
170 ├ 174 3 40
total 40

Temos: Pxmd = f40 i


 20
2 2
Como há 24 valores incluídos nas três primeiras classes da
distribuição e como pretendemos determinar o valor que ocupa o 20º
lugar. Partindo do início da série, vemos que este deve estar localizado na
terceira classe (i=3), supondo que as freqüências dessas classes estejam
uniformemente distribuídas. Como há 11 elementos nessa classe e o
intervalo de classe é igual a 4, devemos tomar, a partir do limite inferior, a
distância:
 fi 
  Fa ( ant )  a
Aplicando a fórmula  2 
f  Xmd 

Temos:
 20  13  4  7
4
28
11 11 11

Então, a mediana será dada por:

 fi 
  Fa ( ant )  a 7 28
Xmd =  2
  = 158   4  158 
  158  2,54  160,54
li  11 11
f  Xmd 

Portanto: Xmd = 160,5 cm

Na prática, executamos os seguintes passos:

1º) Determinamos as freqüências acumuladas.


PXmd =  i posição da classe mediana e, em seguida,
f
2º) Calculamos
2
empregamos a fórmula:
 fi 
  Fa ( ant )  a
Xmd =  2 
li  
f  Xmd 
Na qual:
li o limite inferior da classe mediana;
Fa(ant) é a freqüência acumulada da classe anterior à classe mediana;
F (Xmd) é a freqüência simples da classe mediana;
a é a amplitude do intervalo da classe mediana.

Tomando como exemplo a distribuição anterior, temos:


 f i  40  20
2 2

Logo, a classe mediana é a ordem 3. Então:

li  158, F(ant) = 13, f(Xmd) = 11 e a = 4

Substituindo esses valores na fórmula, obtemos:

 20  13 4  158  28  158  2,54  160,54,


Xmd = 158 +
11 11

Isto é:Md = 160,5 cm

Pratique resolvendo mais alguns exemplos:

1) Considere a tabela que apresenta os salários dos funcionários de


uma empresa. Calcular o salário mediano destes funcionários.

Tabela 2.19 – Salários dos funcionários da empresa TAL&CIA

Salários (R$) fi Fa
500 ├ 600 8 8
600 ├ 700 12 20
700 ├ 800 15 35
800 ├ 900 18 53  classe
mediana
900 ├ 1000 16 69
1000 ├ 1100 8 77
total 77

Temos: Pxmd =
f i

77
 38,5
2 2
Como há 53 valores incluídos nas quatro primeiras classes da
distribuição e como pretendemos determinar o valor que ocupa o 38,5º
lugar. Partindo do início da série, vemos que este deve estar localizado na
quarta classe (i=4), supondo que as freqüências dessas classes estejam
uniformemente distribuídas. Como há 18 elementos nessa classe e o
intervalo de classe é igual a 100, vamos aplicar a fórmula, para o calculo
da mediana que será dada por:

 fi 
  Fa ( ant )  a
Xmd =  2  =
li  
f  Xmd 
38,5  35 5,5
800   100  800   100  800  30,56  830,56
18 18

Portanto: Xmd = 830,56  O salário mediano dos funcionários desta


empresa é de R$ 830,56

Observação: No caso de existir uma freqüência acumulada exatamente

igual a  i , a mediana será limite superior da classe correspondente.


f
2

Lista de exercícios 2.5 da apostila atual

c) Emprego da mediana

Empregamos a mediana quando:


a) Desejamos obter o ponto que divide a distribuição em partes
iguais;
b) Há valores extremos que afetam de uma maneira acentuada
a média;
c) A variável em estudo é salário, renda ou custo.

2.6 Posição Relativa da Média, Mediana e Moda

Quando uma distribuição é simétrica, as três medidas coincidem.


Porém, a assimetria torna-as diferentes e essa diferença é tanto maior
quanto maior é a assimetria. Assim, em uma distribuição em forma de sino,
temos:

x = xmd = Mo, no caso da curva simétrica;


Mo < xmd < x , no caso da curva assimétrica positiva;
x < xmd < Mo, no caso da curva assimétrica negativa.

Atividade 2.1 da apostila atual

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