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O dia no qual descobri que ninguém seria eterno na minha vida foi um dos mais

traumatizantes que me recordo.

Como um momento de “epifania clariciano”, dei-me conta de que ninguém estaria para
sempre do meu lado.

Nem meus amores, nem meus melhores amigos e, infelizmente, nem a minha família.

Todos irão um dia. Queiram ou não. E eu nada posso fazer.

Assim, embora de forma dolorosa, aprendi a aceitar esse fenômeno da vida: a efemeridade.

Mas, registro aqui que parte de mim ainda resiste, irresignada e impotentemente, diante das
despedidas.

E, junto de deles, vai também parte de mim.

Parte dos melhores momentos que já vivi, gargalhadas, umas tantas lágrimas e alguns sonhos.

Vai embora a viagem que planejei com a minha melhor amiga que se mudou de cidade, as
lembranças do meu avô que descansa em um lugar melhor e aquela casa que iria construir na
serra com algum amor que já me esqueceu.

Vejo todos irem.

Entre acasos.

Entre rodoviárias e aeroportos.

Entre as estações da minha vida.

Boa noite.

Meu singelo adeus a quem já foi.

#adeus

#agarotadometro

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