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eowsissio mecionel ée culture popelor corinsée regione! ce culture populer ce brosflic 0 ce oztensio cultural Penivoreicace ce roeite wie neva vis#e do process | paulo freire | | | CONSCIENTIZAGNO B ALFABITIZAGKO Uma nova vis&io do Processo Gatendemos que, varg o homem, o mundo é uma realidzde obje tiva, inderendente déle, nossfvel de ser genhecida, em cue n&o apg = as esta, mgs coma cual Se defronta. Daf o ser de relagées que ¢ / Ble e nio,sd de contactos. Porque esta com esta realidede, na cual se achay é que se relaciona com ela. As relagdes que $rave com essg e nessa realidede (relagées pessoais, impessoais, corndreas, incorpd reas) avresentam uma ordem tal de cgnotegdes que es distincguem total mente dos suros contactos, cazacter{sticos da outra esfera animal. Por isso mesmo o conceito de relagdes, da estera purgmente humena, guarda em si conotagdes de vluralidade, de nscendéncia, de criti- cidsde, de gossecuencic, e de tearorallande. HA uma rlurcliasce nas relegées do homem com seu mundo na medide em cue res2onge 20s desafios desse mesmo sunco em sue empla / variedade. “im que n3o ge escote num tino pa¢ronizado de resvoste. A sua Dluralidade nfo é so em relac&o eos diferentes estfmlos que . / Lhe enite o contexto, mrs em relacgdo ao mesmg estfmio, No jégo 7 const-nte de suas resz0stas, eltera~se no >roximo cto Ce resvonder . Organiza~se. Jscolne a nelhor resvosta. Testa-se. Age. Faz tudo / isso cou,2 coasciéncia de quem usa uma ferrementa, Com 2 certeza de : quem esté diante de algo que o desafia. Nas relggdes do homem com ‘0 mundo, or isgo nesyo, hé uma 2luralidade na propria singularidade, Z ha também’uma nota presente de criticidcde em sucs relan none ‘az dos dados objetivos, de sua reglidade , ado 2 outro, é ontoldcicamen~ curanente reflex como bem c ago que como gos lagos que >rencem um fato ou te eritica, vor isso reflexive, e néo be & esfera gos contactos. can Daf cue seja cgpaz o homem e sé le de transcender - de @iscernir ~ de separcr érbitas existencizis diferentes, de distin - guir um eu de um ndo-eu. “De travar relagées incorporeas. De relacd, onar~se com,o seu Griador, : Af, tombém, a raiz de sua grépria temporalidade, que dle / ganha precisamente quando, varando o Tem 0, de certa forma, entac, w nidimensional, gtinge o ontem, o hoje eo dmanhi. Na historia . ‘és sua Cultura tera sido 0 seu prineird discernimento ~ 0 do tempo ~ 0 da tridimensiona. le do tempo (1). 0 "excesso" de tanz0 sob que vivia o honem iletrado compro metia a sua rropria temporalidade a cue ghega como >rimeiro digcers nimento a que nos referimos. 2 com ela a sua historicidade. Nao h: historicidcde do gato pele incapacidade de discernir e trenscender , cue o fez afogado mum tempo totalmente unidimensional ~ um hoje cong tente de que nado tem conscigneia. - Todas as caracteristicas das relagdes cue o homem trave / com sua realidede e na sua realidade e a vartir dela fozem delas (re lagSes) algo de consequent?, Na verdade, ja é@ quase um lugar comm afimar-se que a nosigZ0 normal do homan’no mundo - porque com éle - n&o se esgote em mera passividade. Wao se reduzinéo a nenhuma das duas dimensdes - a natural, ea cultural - Ce que varticipa, da primeira pelo seu asrecto biolg gico, da segunda, Selo seu poder criador, o homem ¢ um ser eminente- nente interteridor, ee -2- Sua inceréncia em ambos ésses aundos no o deixzaria, a nao ser istoreida e acidentalmente, como wa simples esvectador a quem / no fosse permitido interferir pare modificare Griando e recriando, intecrando-se Ss condigdes do seu con texto, ressondendo a seus desafios, eutg-objetivcndosse, discernindo, trenseenéento, lenga-se o homem num com{nio que lhe @ exclusive - © de Historia eo de Cultura. TR sua integr-gfo a geu contexte - resultente de estar, nfo apenas néle mas com gle - ¢ ndo sua adaptagao ou acoacdgco» 2rozrd- anes esfere dos contactos - implice en cue tento a visto de si wes~ qo como a de set ftundo nao rodem absolutizer~se de mgdo aue, se sinta Bie um ser desgerrado e susjenso ou seu mundo algo sobre que sycnes Sie se ache. A sta integragiio o enreiza e o temoraliza. Faz dele,na exoressio de Mercel, um ser "situado! ¢ um ger cotedo" Heo houvegse esta integregso cue 6 uma note de suss rgla ~ gdes e que se averfeigoe na medida em que se eriticiza ~ fossg ele a oonas um ser da acomodagio ou do simples cjugtomento e a Historia ¢ Demtitura ~ domfnios exclusivanente seus ~ ngo teriem sentido. fal > fageine-ia a merca de liberdede, Por isso, téda vez ue se tom supri, ido a liberdade humana, quede, éle um ser meranente ajustgdo ou gon Hodado. Secrizica-go e coapromete-se cssim a sue cisposigio ontolocd, ce para a integracao. A capactdade de integrar-se - gue se funda no espfrito - superior & de se egmodar, @,que vossibijita ag homem a propria ze — YPiia como 2 obedigneia wténtica, que ¢ adesdo, jemeis 2assivida - dee # vorque se integra - na medida em que se relecions =e / n&o apenes sg acomeda - que o homem cria e recria g decide. . Daf que os contactos implicuem, ao contrario das relegdes, em respostas singulares, reflexas e néo reflexivas, ineneatés e "nw consequentes". Déles resulta 2 acomodagéo, nfo o intecragio. . Prom verdade que os achados modgrnos ca Psicologia Animal vém vevelando um tipo inteligente dg rengio, em magacos cue chegcm weamo s avresentar resvostcs om un nfyel de inteligenci? humana de 3 al anos do idade. Falta-lhes, porom, adverte o prof. Khalery “a Gualidsde espiritul que os possibilitgria relacioner-ge ~ no sen ~ ido aqui exposto - com o sgu mundo. Dat a sua acomodagao av © nunca © sue intearacKo com Gles . ‘Observe-ce ainda, @ rartir destas relagdes go homom com a realidede e nela, eriondo, recriando, Cecidindo, que‘ele voi dincmi~ caidece © Hund, Vai againando 2 realidade externas Vad acrescon ~ condo a ela,algo de que ¢ mesmo o fazedor. Vay tomporglizando os es7 pacos,reogréficos. Faz cultura, B & sinda o Jégo ¢ialetico de suss 7 PelagSes ~ com cue marca o mundo rofazendo-o ¢ com que @ aoreaco = que n&o permite 2 “estaticidade” das sociedades nem das culturas. ° TE na uegida om qug eric, recria e decide vio se conforuan- go as épocas histéricas, 3 6 jenbém criando, recriandg e decidinco que o homom perticjoe desses ép0ccs. o faz melhor tdda vez que, in feprendo-se a0 espirito deles, se apropria de seus tomas fund“menta~ is, reconhece suzs torefas coneretgs. galientagse, sde cue J4,, a necessidade >ermenente ge uma atitude erftica, somente como poderé’o homem realizar suc ,vocagic na fural ce intesrar-se, aproepdendo teas e tarefas de sug spoca, Ssta por outro Lado, sé realize & prozorc&o que seus tenas sdo captados ¢ guas toreges sto resolvides. 3 se supeza na medida em que tenes © 4 farefas j2 nSo corzessondem a novos ansgios énergentes. Anunciase / neste momento g iransito ,para uma nova epoca. > . Una ép0ca histgrica revresenta assim uma sgrie de as>: gSes, de anseios, de voléres, em busca de slenizicagio. Formas ce / = sa ser, Ge commorter-se, atitudes mais ou menos goneralizadag e’a ate a ents os Yentecizados" ono8m divides e guzerem reformlacdes. ‘A dessagem de uma pera outra én0ca se caracteriza por for= tes contradigées que se aprofundam com o chgque entre velores emer ~ gentes em busea de afirmagao, de nlenificagio, e valores do ontem,em Buses, de preservagio. z Quando isso ocorre, instcla-se o Tr&nsito, Verifico~se wm teor sregonderantemente crem’t}co a impr-gnar as mudancas de cue, se nutre a sociedade. Porcue dromético fortemgnte desofiador e o TrdnsL to se faz ent&o gnfaticamente optativo. Dag que, mutrindo-se ¢e mu- dangas seja o Trénsito,mais co cue egtas. Sle implica realmente nes~ ta marcha acclereda qué'# sociedgde & procura de,novos tomas,e dg ng vas torefas. 3 se todo Trfnsito é¢ mudanga, nem tdd= mudanga é Transi toe , As mmdancas’ se ,processam numa mesma unidsde de tempo sem a feté-la profundaments. que clas se verificem dentro’do jégo nor = ngl gosultonte da propria busce dos temas em plenitude. Quando no = rem éstes temas iniciam seu esvaziamento e perdom sua significagio @ hovos temas emergen, « sociedade comega a passogem para outra @30~ cae ‘Nestas fases, mais do cue nunca, se fgz indisvensével a in tecracko . Vive hoje o Brasil, exatanente, o Transito de uma para ou tra epoca. Daf n&o ser possfvel 20 educador ~ hoje mais do cue ontgm- diseutir o seu teme esvecffico, desnembrade éo kecido gerzl do névo clima culturel cue se instala, como se yucesse @le operor isoladcmen te, E que teaas e que tarcfas teriam gido esvaziados na socig dsde bresileire, de cuedecorressem a,suzeragSo de uma ép0ca ¢ a pase sa.em para outre? Todos os tenas e tédas as torefas cnz-cter{sticas de wma "sociedade fechada",’ Z : A nossa preocunacdo hoje ~ de resto diffcil - serd a canta g%o de novos anseios que, consubstenciando-se, nos levorGo a uma som Ciedade aberta e, distoréendo-se, poderSo levar-nos a uma socicdade de massas om-quey déscritizado, quederia o homem aconodade e domesth endo. A educegHo, por isso, no Transito que vivemos, se fag ume torefa altamente inmortante. A sua instrunent-lidade decorzera so + protudo do cavagidede que tenhamos ge nos integr-r cog o Transito / mesmo, Dgvender2 de distinguirmos Micidanente ~ go Trensito ~ 0 que agteja néle mas no seja Céle, co que, estando néle, seja realnente Sento o Trinsite o clo entre uma éroce cue se esvazia uma nova que vei se conformande, tem =1go de alonconento © tem algo de "edentranento". De alongamento da velha sociedcde que se esvazic @ que se desveja néle cuerendo preseryar-ge. Do "ndentranento" no no ya socjedede que gnuncia,o qug, através dele, se encendrg na velhas A tendéneia co Trénsito é norém, velo jégo das contradicgées bom fore tes de que se nutre, ser palco da superscio total dos tenas esvaziag dgs do ontem,nela vitalidede dos novos tenas. Quando isto ocorre, -” ja nao ha Tréasito ¢ 2 sociedede se encontra em seu ritmo normal “de imdangas, cgm scus,temos c suas t-refas em buses de plonificaglo o & esvera de révo Trénsitg. , . . Por isso,tamben ¢ que o Trénsito vertonee mitg mais ao = ngvo tonz0 de ,qug é 0 anunciador do que ao velho. 2 que éle tom algo néle que nfo é déle, encuanto nfo pode ser do ananhi, 0 ronto de nortida do nosso Trénsito foi ex:tomente acuela sociedade fechada a cue ja ros referimos. Sociedade escravocrata, com =e 0 centro ce dccis%o de sus economia e de sua cultura fora dela. Beong mio Dor isso mesmo eoaandad: vor um Mercado externo e n®o por um in = terno que n&o havia. Reflexa ng sua ccondmic. Reflex: na sua cultura. Por isso, alicnaca. Objoto e n%o sujeito. Som novo: Antidinlogel, di- ficultanto g nobilid=de socicl vertical ascendente. Sem vida urbana / ou com >recaria vida urbana. Com alarmantes {ndices de analfcbetismo. Atrogaéa. Comendada vor uma elite suverzosta a seu mundo co invés de com éle intecrada. Bote soctedede 3 A gochadure decor ibgio que gantinha o sistoma do fergas da socledsde fechada. 1s altoragdes acondaleas, malt foztes neste século passedo, com ag inicialuonte indecisas "substitu- igdes de inportagdes" forem os f2tdres decisivos do srocesso de "aber tura" de nossa Sociedade. Se aind: nZo somos uma socicdade aberta, j4 nfo somos ume / isociedcdg fechads. Parece-nos sermos wn2 sociedide cbrindo-se, com srovonderaneia de abertura nos contros urbanos e de fechemento nos ry raise ‘o temenos afirmer cue a nossc, sclvagdo democrética estard om nos fazermos uma sociedade homoreneanente cberta. Bste fazermo-nos uma sociedade “oberta" constitui um'dos / Pindonentris desafios dg nosso hoje a exigir adecuada resposta. Bm si mesgo, Este desafio se acha envolvido por uma séric / de f$rgas contreditéries ~ internas e oxternos.-Unes que, prevoncem a yrovés do resrostas verdadeires, sungrar 2 situagéo dromftica de | que ale nasee e levar-nos pagificemente as,solugdes desojadas. Outra bus~ gando, © todo custo, Lagénis © reccionsrignonte, entraver o avehgo e ‘azer-nos Dermenecor ~ como se fésse 7oss{vel ~'no cstcdo otual. Neste momento, cividen-se os homens e gs instituigdes nym / sentido emplo, cue’ comperte categorias interaediarizs, om reacionari~ as e procressistcs. im homens e in notion ges que avenas ost®o no {rin gito,e homens g instijuigdes quo nio aveitas estSo, mes sio co Tesh # que o Trtasito ¢ realmente oneativo. No momento em cue a rachadure se faz e a sociedade entra em Trfasito, f=tos novos se succdem a yrovocar novos fatos se sucedem a srovocer novos fatos. . r se onto, em sleno Trfnsito o fendaeno que Mannheim chama ce ,"Denocr=tizagdo Nind=nontel" cye imslica em une exescentg ¢ irreversfvel ativagio do ovo no scu »rozrio srocesso histérico. & os to domoeratizcgio Aundomental que,se abre om lecue, aprgsontendo di. nonsdes jaterdézcndontes -- a econdaice, a sociel, 2 politica e cultun ral - gue ceracteriza a nresenca partieipente do novo brssileire,que no estégio anterior nfo existi ncont x 2 1se cuterior de fechanente ~ de nossa _socied imerso no »rocesso. Com 2 rachadura ¢ 2 entrada sociedade no Tr‘nsito, egerne. Se na imers%o ora purc:erte, esvecn todor do vrocesso, nz,enersiio, descruza os bragos e renunela & es: tagho e exige a ingeréncia. Jai3o so satisfaz om assistir. Quer tieivar. quer decidir, 2 0 faz. Deixa de sgr objeto para ser sujeito. Sem passedo do oxrerigneia decisorias, dialogais, emerge 0 povo em rebelito (2). ‘A ace}tacao do povo gm nosigho participante é uma atitude . de quem 6 do Tr&nsito, oposta 2 de quem azenas esteja ng Trénsito, considerendo indébita esta partieipacio. 0 vrimeiro’ sera srogressista + 0 segundo reagionario. Mes, ¢ natural que as ép0cas de Trénsito sejom cgsim,forte~ mente contr-ditérias. las apresentam o ombate violonto, as vézes, entre velhos formas de ser, de comportar-se, de valorizar, ue insis~ ten om vrescrver-sg. ¢ cs nov2s, menos carrogadas do Sistéria,, que buseam efirmarssc. So chocue ontre essas formic? ~ t{pic 70 TrAnsi - to - cue Ihe dé a eparéncia de arise ou de caos. verdade, no ha / erise, no sontido desvalgrativo. . HA passagem. Ha partejomento, com tédas as implicagées des ~ ses processgs. —, Ha tembém, por outro ado, como cont: 4 centenente particinante do rove o nucleamento des férgag reaciondrias’ que vretondem exatanente deter o avongg da democr~tizagdo,fund-nentcl. Yun primeiro momento esses férgas roegom eszgntdnesionto. Blas sentem na democgrtizagio wma ameaga a seus privilegios, Agrujam - se egtso pare defondé-los, Iiuma secunda fase, essa reagdo JA nao © es- pontanea. Srroginentam-se os ropresentzates dacucla elite detentora - dos nrivilécios. Atreen vara sios "teéricos". Criam instituigdes as ~ sisteneiais, que clongom em assistoncialistcs. . B} om nome da liberdade, revelem a participagio do povo. EB defendem "wg estranhe democrccia sem povo, que a ctrapalhe © pertubo! na const-tagio irénica do prof. Djacir Mengzes. |_Rotulam os que se integran no Transite ¢ se fazem represen ~ tentes déle de "subversivos", , De subversivos" dizem, "porque ,angagam a orden". gscuecom ~ 2g porén de que © coneci to de onden n3o 6 so ético mas histérico, tam- OM» “ radigio & presenge ,cros- De um ponte de vista purcmente ético nfo houve ordem na sgei edade fechada de onde sartjmos, wie vez qye se fundava na oxzloragio do muitos por poucos. Histérica ou fascologjcmionte, havia ordem’naque la sociedade, result-nte doequilibrio de férgas que a mantinham. Os ~ contingentes de royo sociolégicanento inexistente, imorsos no mrocess~ no porcobiam om tétmos erfticog cs bases cxpolicdoras decucla ordom. Aeomodayen-se a cla. A medida em cue g povo se constjtui co~ mo entidede decisdria e onerge no 2rocesso histdrico_ sergebe rapidamen te que os fundanentos da ordem que g ainimizava Ja nig tém sgnyido. Lo yanta-se entt#o contra a ordem, que é desordem hoje, ji n&o so ctica 5 mas sociologicanente. Pgre os representontes das_clgsses aqujnhoadas pelo ordem en terior gtaca-]a oc tontar sua sudoragio ¢ subvorté-la. Nz verdede, sub= verso @ monté-la fora do tempoe . or isso a atitude subversiys é essencialmente gomendada vor apetites conscientcs ou nao de ,orivilegios, Dal a subvers§o nfo seja 2 penas de quem n&o tondo vrivilécios quer té-los, mas t-mbem caqueles que, tondo~os, pretendem mnté-los. . Por’igso mesmo, numa sociedade om Trinsito como,a nossa, su~ bversivo tgnto é 0 homem’conmum, "engzgente” om nosigioinggmua yo bro = cesso historico, em busca de privilesio, como subversivo 6 aquéle cue pretcnde monter’ uma ordem dofgsade. , . Ena medida om que dstes Wltimos insistam ea suc atitude rea ciondria, coerentemente fatal, cméagarcmos na vordade o 2rocesso e abertura dc sociedage. brasileira, . ‘A essas férgas internas a pretenderem esmagsr ¢ democratiza~ gfo fumdanont=1_so junten, inglusive embasondo-as, forgas externes in- doressndas na nao trensformagzo da socicdade brasileira de objeto a sy jeito dela mesma. Cgmo as internas, es externas tentoy suas pressdes c imposi- cScs o também sous Yomaciaicntos", suas solucdes assistoncialistas. Opono-nos 2 estas solugdes essistencialistas ao mesmo tomo om que n&o aceitemos es demcis porque ostas guardam_om si uma curla ~ contradiczo. Im primeiro lugar, contrecizem 2 vocagdo natural da pes~ soa ~ a do scr gujeito o nfo objeto o o assistencialismo faz do cuem / recebe a assisténcia ym objeto Dassiyo’som poscibilidade de varticipar do xrocesso ce sua prévria recuvercgfo. Sm sogundo lugar, contrédizem © >rocesso de democrstizago fundemonts1 de quo estamos situados. A / a Ow yordzdeira assisténcic por isso é 2 que ajuda 2lguém 2 ajudar-se. ‘A Aliange dere o Progresso nos D-rece uma dessas formas o~ necisdores. Sle é 0 resultade reto de revolug%o cybona, Nuitos, 2 entendem como clgo gdvo, um carftulg inteizarente advo nas relagdes entre os WA ca smérica Letina. Nos 2 entendenos avenzs e simples mente, como ume sequéhegec da cuezze fria, produto da lute pelo h genonia muncial entre as duas fcegdes: UA e URS§. Percebercm os 355 Esdos Unidos, srincipalmente a partir dg revolug#o cubana, que 2 Ang Tica Ltina fenresente wma importonte forga na estratesia daquela lu {2 mundial. asta nercepgfo infeliznente ¢ feite a partir de visio de sua sociedade e isto faz necesscricmente coy que_os objetivos do pro ma ce 2jude sejam os objetivos de quem dé e n&o os de quem recebe. Ha verdade, Xo sera com solugdes desta ordem, internas ou externas, cue se detera a marcha da sociedade br-silgira en busca de sua afiraccaoe Hea con estas, nem com outras, de carater violent=aen te onressor. . a Ode que se precisa urgentenente é de dar golugdes rénidas e segurgs cog problemas ongusticntes dg safs. Solugdes com o Dove e Punea sobre @le, ou simplesnente org Gle. 4 de ge tazerem as refor~ nas bésieast 2 constitucional, g agraria, o bancaria, 2 urbane, a / fiscal, a edueative, e a tecndldgicn, cong acrescentaria Gilberto / Sreyre, de que reguitem os instrumentos hiveis com que fageuos & nos so reci engicizagko interne © externa. : Papanher esse novo emerso nos centros urbenos ¢ snerginco jé nos rurais e levé-lo a insorir-se no 2rocesso, griticoentes De sua 7osigzo inicial de instransitivecao da consciéneja eorecter{stice dg imersio em que estcva, Pessgu, Na euers%o que féz, parg vm adyo estésio ~ 0 dc. tronsitivegdo-~ingénue. Da transitivgslo~ Tngema, no involuindg para o estagio categior, ou so jrowovers po~ rae tronsitivegfo~crfvicn ou,se distorcerg para a fonitica (3) Parece-nos cue édte ¢ hoje, no transite bres: mais fortes desofios a cientist-s sociais, a hozens piblicos, < reli ciosos, © educadores. x A_insergio a que nos noferinos resultaré da promogéo da / tronsitivagig ingénua para a erftica, , ‘Bat 2 necessidrde de uma educagho altamente criticizadora. De métodos eduertivos ativos. Por isso mesmo, 2 educagio de que vrecisamgs, em face agpectos acui axontcdos ¢ de outros inplicitos n-s varizs contro gSes cue corccterizan o Transito brasileiro, hé de ser a que lib Dela conscientizegio. Nunca 2 que ainda acntezos em ontinomis com navo clima cultural - a que domestica e acomode. 4 que corunica e nfo 2 cue faz commicados. II- Parte Preocupados com 2 cuestSo de democratizoc&g da cultura den tro do quedro geral dg denoerstizagio fundamental, t{nhomos necessa~ Tisnente de dar atengZo especial aos deficits ouantitativos e quali- totivos de nossa educago. . Astes deficits, realgente alarmanteg, constituem obices 20 desenvolviaento do 2afs, sto térnos contr=citorios ao impeto de sua en-neipagao, . Ha_mais de 15 cnos vfnhamos acumylendo exreritncigs no cam no da educagdo de adultos, em areas proletarias e subproletdrics, un ponas e rurais. suroreenderenos 2.apeténcia educativa cas nosulagées neha eaptrgao ” yv4o sensfvel surge uma coz 2 reclidade prenondercateuente / nagiec, surge un saber stsneial, opinativo, a que cor ~ r relagdes permaneates com est realidade, de que resnvonce uma ag%o tombém mégica. . a‘ 0 cue terfomos do fazer, pensdvamos, erc, riéneias e nas vesquisas de Paul Longrond, ,colocag entre 2 commreensie magiec gs. realidade cue informove 2 agdo migica sébre 2 renlidade, um témmo novo: Ponsar. Terfamos, em gutras pelavres, ce orgenizer o,nen = scionto do homem cnalfabeto 0 leva-lo 2 reformer suas atitudes bésicas dionte ga reclidede. Fazé-lo sontiz-se capaz de super-r o vie guronen~ te songfvol da captaggo dos dedos de realidade, por una via erftica.se isto fdgse feito, ent#o, esterianos levenéo,o honem a substituir 2 ca tagio macica vor eaytagao eada vez mais critica e assim, lovondo-o 2 formas de aco tombém criticas. Um outgzo dado de que partfamos ere o de que a educagSg trava uma relogig ciclética com a culturg. Dosta forma a nosse oxperiéncia ¢ gucative no poceria sobropor-se & reclidadg contexiucl nossa. 4 nossa tom2g. A nosso eszago. Terfanos de levar em cons}dc~ rasfo og varies coyiigdes de tomo g de espcgo brasileizos. 3 so nos / jé pgnsevanos om metodo ative que Fosse eahaz de eriticizar o honen om través do debate de situacgées desaficcoras 7ostzs dicnte do gruzo, es- scs situagdes terian de ser existenciais Dera os grus0s. Fore disso, estarfamos repotindo as fclhas de lienads, zor isso in!strungnial. Un outro ponto basico, que vem sendo objeto de esyudo do pro fessor Jarbes liaciel, dc equine do SEC, anodado om Pavlov, ¢ exctenon= © do mecanismo da’ ecpteg¥o cue o homen faz n&o so dos objetos da rg. elidade, mas cos nexos entre og objetos e os dadgs reais. Dionte dos objetos, impressioncdo por éies, instelazse na / suo realidade interna um sistema de percergées. Estas vereergdes anco~ rom nog objotos reais. Dirotanente ligadas a estas vercengdes, forman- se entio a8 sucs expressées verbois. y © vrinciro sistema de sinalizagdes’ é universal. A.percenc&o de nese, de pedra, etc. ¢ coum o cuclever honem sSbre o sogundo sistema, fozendg parte déle, se levanta un / possfvel sub-sistoma, o das expross6os graficas des oxpressées verbais das percengées. . 4 _§ cRotenente Sste que’ abrg go homem letredo 2 comynieccio es crite. $ nor éle que se esgreve. 3 @ éle que o analfebeto nfo ten, A sua montsgon,’ porem, nZo hé de sor feita dg fora xara dentro nom de ef, ma vara baixd. Mas hd de ser feita relo préprio homem cow c ajuda co eduecdor, com os instrumontos cue o educador oferece. Def 2 nossa des~ cronge inicicl nas cértilhas, que >retonéem a montcgem do terceiro sis tema como uma doagdo. Terfenos co nensar igualmente ne redug%o das chamadss pela = vres geredoras, fundanentais 20 aprondizedo de uma Lingua sildbicc, eo mo 2 Nossa» . N&o cereditavemgs no necessidedg de 40, 50 ou mais velavras nara a introcugio das fonenas b’sicos dc 1fngua. Soria, como mpo. Doz a quinge, nos marceiam o sufigicnte, 0 prof. Jarbgs Maciel, 4,luz dos achados aue vém senco fei ~ tos, sobretudo relos logicos mgtomfticos, cgno Bertrong Russel, no cam 30 da redugZo « vocabulérios mfnimos das ’ciéneias, est’ trozendo nove: contribuigdes 3 nosso trcbalho. A proxria ondlise cue,vimos fazendo do socicdcde brasileira stual, como ima sociedade cm Trfnsito, nos servia igual-cnte de supor= te. 1a edueccto a } Una Derda de Sentimos cue seria urgonte wma edueccio que fésse capaz’ de contzibuir para ccucla inserg&o a que nos rgferimos anteriorucnte. In= sergo qug axanhendo o povo na cmers%o que Cle mesmo féz com < raghatu ra dc sociedade, fésse cazaz do 2romover~lhe 2 transitividade ingénua om criticidede, somonte como ovitemos sue nossifiengao. ~96 a, Sste é realmente, um dos objetivos fundamentcis de nossa experi- Gneia ou de nosse agdo educative, ao mesmo tempo qug um dado _seu, Mas, como fazer? Cono levar 6 homem analfabeto A superagio ‘de suas atiludes pdsigas, magicas, diante de sua realidade?. , Como levd-lo a montagem de seu sistema de sinalizagdes? Como a- judé-lo a inserir-se? . A resposta seria um método ativo, dialogal, por isso erftico oe eritizedor. SSnonte un gétodo dialogal, ativo, participente, poderia real ~ mente fazé-lo. Somente pelo didlogo aque, nascendo numa matriz er{ti- ca, gera criticidade e que implica numa relagdo de A com B conse - guirmos esses objetivos. z Sugndo gs polos Ae B so "simpatizam" eu térno do objeto da co- imunicagao, hd realmente didlogo. Um nao se hipertrofia diante do ou- tro que se atrofia. Anbos procuram a verdade ¢ ge respeitam nessa / procura. Se, porém, A se superpée a B, em posic&o passiya, e Ihe faz “doagdes" af inexiste o diafogo, Desaparece a comunicagio e sé hé cg auniecdos. Este vem sendo um dos pecados da educacaio brasileira, que continda por isso prepondercntemente assistencializadora. Desta forma, pertimos para algwhas superagdes que nos pareciam/ fundementaig aos’objetivos desejados. . 4o invés de escola noturng nara adultos, em cujo conceito hé / certag conotagées un tanto estdticas, em contredig&o, ‘portento, gm a dinamica do Transito, loncamos o Clreulo de Cultura. Como deéozren cia, superamos o profess67, pelo coordenador de debates. 0 aluno, pe~ lo participente do grupo. A sula, pelo Cidlogo. Os progremag por si- tuagoes existenciais, capazes de, desafiendo os grupos, levé-los, pe los.debates das mesmas, a posigdes mais crfticas. Precisdvamos, ainda, de algo com que ajudassemos o analfabeto a iniciar aouela,modificagao ge syas atitudes bésicas ciente da renli- dade. Com que le desse coméco a reformulacao ge seu saber preponde~ rantemente magico. Precisdvamos também de qug ésse algo fosse ume / fonte de motivecao para’o enalfabeto querer éle mesmo mgntar o eu sistema de sinalizagdes. MotivacZo que yiesse se somar a sua apetén- cla educativa,em relagéo direta, como j4 fol dito, com a trensitiva- g80 de consciéncia, Era preciso, por outro lado, superar ua certo fetelismo, sob-- tudo dos homens menos trensitivados dos campos, que resgonsabilizam Dous ou o destino, ou 2 sina, pelos erros de wa estrutura arcaica e desumana, . Pareceu-nog ento que o caminho seria levarmos ao analfabeto, a través de redugoes, o conceito antropoldégico de cultura (5). A distingao entre os dois mundos: o da natureza co da cultura. O_pepel ativo do homem em sua e com gua realidade. Q sentido de nediagio que tem a natureza para as relagées e comunicagdes dos ho - gens. 4 cultura como acrescentamento que o homem faz ao mundo que / éJe nao fez, A cultura cémo o resultado de seu trabalho, De seu es- forgo criador e recriador, . joke, Nomen final, no mundo © com o mundo, como sujeito e néo como objeto. A partir def, o onalfabeto comegaria a operagio de mudanga de / sues atitudes anteriores, én Descobrir-se-ia cri ticegente agora como o fazedor agsse mundo / de culture. Descobriria que éle, como o letradg, ambos tém um impeto de eriagéo © recxiagdo. Descobriria que tanto é’cultura o boneco de berro feito pelos artistes, seus irmaos do povo, como cultura tembém 8 9 obra ce um grande escultor, ce um grande pintor ou misico, que eultura é a poesia dos poets totzados do sou pefs, como também a /* poesia de seu concioneiro popular, Que cultura é téda eriagio humana, = 10 Para tal introdugfo, go mesmo tem20 gnoseolégica e antropoldégi=, ea, eleboranos onze situigseg encadeodas, sem toxto nenhum e ecpezes Ge’ provocar os grupos_e levd-log a essas compreensoess mM primeiva situagdo inaugura as curiosidades do shalfabeto que, "aestemporelizedo, comega sua integragao no tempo" (6). SS*iGoncluido q'debete desta primeira situagao, o homem toma cons= ciéneta de sor j4 culto" (7). # impressionante vermos como so_travem os debates © com due due eidez o cnelf-beto responde As questges sugezidas na situageo- Des setas que ligem o homem a seres e objetos da realidede ne situggao om foco, 0 com que prevenéemos sugeriz 0 see de relagdes que ¢'o honem © do de contcetos, dizem Sompze que Tepzesentcn, a Hed Giga ono "juizo", o “eelebro" do,homem, S80 exgressbes ponulezes Sales que traduzem 2 "Yauto-conseiéneia” e conseiencia ce, de nossas formmlacées. . Maitos asles durcnte os debates das situagdes ponsaniontol, Com facilidade esezeveut . "O povo vi rasouvor os pobloma do Brasil, votinde coneiénte". Segue-se outro que fixou: "0 anoufaboto ceve votar", Aeresconte-se cue, neste caso, os textos escritos passom imedig touente a ser debeticés pelo grupo, diseutindo-se sua wensagem om fq ce de nossa realidade. : Como se oxp]icer cue um houem hé poucos pelavras com foaém.s comploxos entes mesmo é do dominaée o nocenisno das coabinacées fons: nealfabctismo’oral" (11), tentou e c te como fala, . . Une das efizmagbes fund-sentais que sodoaos fezor ado qyejna verdade, na alfcbetizagio ce adultos o que temos de fazer 6 levé-los & conselentizaroi—se para que se clfgbetizem, . , Outra sfirmagio a sor coloeaée é a co cue ninguém politize nin- gudm, 0 conccito de politi @ conota¢a6 forte ente optati Néo se opta ce un, "@ outzos, Quando se op tes se compara. Quando se compa ias enalfabeto escreve estudé-los? # cue, ten aieas ¢ n3o havendo’"a = OgUEM expressar-se graficanon- . $@ valomiza.

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