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Existem intervalos durante a vida de um homem em que as coisas estão ausentes.

As incertezas
pairam em sua mente como aves em uma carcaça, e uma necessidade de isolamento sobrepõe o
desejo de viver. Esse intervalo parece durar uma quantidade infinita de tempo, como se desse força
para esperar que ele acabe e algo novo tome o seu lugar, entretanto, esperá-lo é como dar a luz a um
filho de um pai que você não deseja reencontrar, a gestação desse feto é como encontrar sua mulher
transando com um conhecido ou sua mãe nua com um porco.

Essa espera parece não movimentar as areias do tempo. As deusas que controlam o tempo decidem
que ele deva parecer semi-estático para você, enquanto o mundo continua a se embriagar e se
divertir sem sua presença, você permanece em um estado de semiconsciência e as pessoas se
esforçam para alcançar mas só conseguem arranhar a superfície do seu espectro.

O intervalo é tao poderoso que poderia durar uma vida inteira e ninguém saberia quem você foi, de
qualquer forma, antes que você perceba o que ele é, ou sua vinda ele vai enfraquecendo…………...

O intervalo se esvai, da mesma forma que um bebe que sorri no nascimento e os médicos aplaudem,
ele decide desaparecer e dar espaço às loiras de olhos claros. Deixando o homem com certezas e
perspectivas de sucesso, tudo o que você poderia ser e querer volta a existir. A vida toma lugar da
inexpressividade, a grama seca e árida dá lugar a violetas e a girassóis bem cuidados……………..

Pena do próximo jardineiro, ele terá que colocar essas maravilhosas flores no lixo quando o
intervalo seguinte chegar.

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