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Fendas Oceânicas

Eu tenho feridas profundas demais na alma

Feridas que são como fendas no fundo do oceano

Que se escondem no meio da imensidão

Que poucos alcançam a profundidade para ter seu vislumbre

E ainda assim o que se vê é uma calmaria sem nome

Eu tenho feridas que o tempo já devia ter curado

Que agora deveriam ser apenas marcas, traços e lembranças

Mas continuam feridas abertas

Por onde jorra sangue, lágrimas e uma dor pungente

Eu que pensava ser forte e que feridas eram prêmios de guerra

Que demonstravam a força da sobrevivência

Mas e feridas que não curam? O que são?

Marcas de que sobreviver não é suficiente?

Algumas feridas da alma não são apenas feridas

Elas são ceifadoras

Que te furtam o sorriso

Que condenam tua alegria à escuridão

Que decepam os teus dons

Que partem teu coração

Nízia Rodrigues

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