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2810212018 Wagner Menezes | USP Dieito Sao Francisco - Turma 188-23 | Pagina 3 USP Direito Sao Francisco — Turma 188-23 Aulas, cadernos e anotacdes Wagner Menezes [Direito Internacional Publico II] Aula 1 | Introducao + Direito Internacional Contemporaneo (https:/Mutofoli.wordpress.com/2017/03/14/direito- internacional-publico-ii-aula-1-introducao-direito- internacional-contemporaneo/) de 201714 de marco de 2017, Iutofoli__Direito Internacional Piblico IL SanEran, Semestre 5 Direito Internacional, Direito Internacional Publico, ONU, Organizacio das Nagdes Unidas, Wagner Menezes DINO311 Direito internacional piiblico II Prof. Associado Wagner Menezes @ @ #DeVolta Monitores: Alex #DeVolta e moga (perdi o nome) 13/03/2017 Aula 1 BUROCRACIAS © PROVA 1. Multiplaescolha. Vale 4. Data: 08/05; PROVA 2. Questées para escrever. Vale 6 TRABALHINHO. Vale 1 ponto extra. No mesmo esquema do semestre passado (artigo, bibliografia internacional); © FICHAMENTOS. Servem para “nota de conceito” (all over again) — arredondamento em caso de provas, etc. Sao 4 fichamentos no semestre, 1 por més; © EXTRA. Viagem ao Porto de Santos + passeio de barco. Dia imerso em direito maritimo. Data: 03/06 °° hitpslNtutool.wordpress.comttagiwagner-menezesipagels! 18 2810212018 Wagner Menezes | USP Dieito Sao Francisco - Turma 188-23 | Pagina 3 CINCO MINUTOS PARA FALAR COISAS FOFAS PARA A SALA © 1. Meu curso é para um curso de graduacao. Trabalho com a proposta de aulas com temas gerais; © 2. Quer mais profundidade? Tem eventos organizados pelo professor, sempre a cada as aulas da pés, que pode ir frequentar; 3. Nosso curso é sério. Sério mesmo — em termos de avaliagdo. “Eu me quebro todo pra vir pras aulas. E nao falto. E tenho o maior orgulho disso”. Se dediquem também; © 4, Vocé entrou na faculdade para estudar. Aproveite os momentos que esta aqui para crescer! Aluno da Sao Francisco tem que estudar. Depois sai para o mercado, as coisas Id fora sao diferentes. Se passou 5 anos e nao levou o curso com seriedade, isso vai impactar a forma de como se comunicar Ia fora; © 5, Respeitem os professores que estdo aqui. Existe toda uma trajetéria por tras de cada um, E também nao existe esse antagonismo aluno X professor. Estamos todo do mesmo lado; © 6. Desvio de carater nao. Nao vale ficar de mimimi puxasaquismo na cara do professor e depois detonar ele pelas costas. Quem faz isso com professor, faz isso com todo mundo. “Mais transparéncia, mais honestidade, mais carater, por favor” @ “Ru s6 disse isso porque eu tinha que dizer ,alguma coisa me disse para dizer isso hoje” lias. E tem AGORA VAI COMECAR! DIREITO INTERNACIONAL CONTEMPORANEO / POS-MODERNO INTRO. © N&o gostamos do conceito de pés-modernidade; © Tudo que é pode deixar de ser? E tudo meio liquido? f tudo amor liquido? Zygmunt Bauman na veia? © Bauman é lindo, a gente gosta dele. Mas, 0 fato, é que pé se trabalhar ao pensar direito internacional; © “A minha perspectiva é sist@mica’. Existe uma ldgica entre fontes do direito intemacional e aplicacao deste direito internacional; © FRAGMENTAGAO. Palavrinha que acompanha todo o discurso pés-moderno; modernidade é um conceito complicado de PERGUNTA DA COLEGA © Mas entao na sua perspectiva continuamos em ‘modernidade’. Professor diz: talvez sim. Fago uma leitura simples da realidade. Pés-moderidade parece ser muito agressiva, parece negar qualquer conceito; © Estamos trabalhando com um direito internacional sistem: ado com o qual se possa trabalhar; DOIS SEMESTRES DE D. INTERNACIONAL © 1° SEMESTRE. Vimos o DI Classico, que vai até 1945. Caracteristicamente estatocéntrico. Bases desses DI é o Estado. FUNDAMENTO: Na vontade do Estado; FONTES: De natureza estatal, tratados e costumes; MECANISMOS DE PROD. NORMATIVA: Sempre em torno do Estado; SOLUCAO DE CONTROVERSIAS: Tribunais internacionais, mas as decisGes desses tribunais eram limitadas 4 vontade dos Estados — se este nao cumprir a decisao, “tudo bem”; 2° SEMESTRE. Expansio do DI a partir de um conjunto de elementos que transformam esse DI. Direito interno se internacionaliza. Comeca a aparecer um certo DI “novo”. Alguns autores falam em hitpslNutool:wordpress.comaghwagner-menezesipagel3! 2128 rananore Wagner Menezes |USP Diet Sto Francisco Turma 188-23 | Pagina 3 FRAGMENTAGAO do DL, e ai, uma dificuldade de se impor como sistema normativo. MAS, também ha autores que dizem que, se hi uma expansao normativa do DI, nao ha fragmentagao, mas sim ADENSAMENTO de juridicidade do DI, ha EXPANSAO e transformagées que impactaram na perspectiva de aplicagao do DI. Ha um nove DI. No fundo, a estrutura é a mesma, mas na base de estruturagao desses sistema normativo, ha elementos que inauguram novas perspectivas nas normas internacionais. Sai de um direito estatocéntrico para um direito HUMANIZADO; HUMANIZAGAO DO DI © Abertura de canais democraticos, humanizagio, pluralismo. Isso leva 0 Direito Internacional a alcancar mais as “pessoas”; © SELF CONTAINED REGIMES (Regimes auto-contidos). Direito internacional tem influenciado a iagdo de “varios DI’, que nao se comunicam, Cada um tem a suas normas préprias. E isso que gera a fragmentagdo / expansao percebida por autores; © EXEMPLO. Saindo da esfera do Estado, ha um sistema juridico normativo, mas dentro desses sistema, outros microssistemas. Direito da crianga, direito do consumidor — isso, por exemplo, foi sentido no direito brasileiro; © O Estado nao deixou de influenciar a produgao do direito. Ele continua ai. Mas existem outros sujeitos que atuam em condicao de paridade com o Estado e induzem a produgao de um sistema normativo que possui uma légica prépria, que nao necessariamente a légica de interpretar 0 DI na mesma légica antiga, de Estado no centro; © Direito Internacional aparece em outros ramos do direito. Comercial (lex mercatoria, direito maritmo), direito comunitario (diretivas internacionais, légicas de aplicagao da jurisdicdo/arbitragem); UM PARENTESES SOBRE A ONU © “Estava na ONU na quarta e na quinta-feira...”. Qual era a discussdo entre os professores monstrées do mundo todo? PROFA. 1. DIZ. Perspectiva de documentagao e recomendagio para os Estados, gerar nas Universidades uma cultura de aprimoramento normativo; PROF. 2. DIZ. Mas e como vamos falar de aplicagao de regras que nao sao tratados? © ONU tinha uma série de temas para se trabalhar nas universidades do mundo todo. Esse era um dos temas, Nao é tratado, ndo é norma, mas vale a pena ser estudado; PERGUNTA DO COLEGA © Como exigir que os agentes do DI obedecam diretivas — que nao sao tratados incorporados no ordenamento interno? © Direito Internacional Classico tinha alguns mecanismos abertos para solugo de controvérsias; © No DI Contemporaneo, a partir de 1945, surgem varios temas, varios microssistemas do direito (direito do mar, direitos humanos, da crianga, etc). Para cada um desses microssistemas, ha um tribunal / foro / instituigdo / mecanismos no plano internacional para solugao de controvérsias; © Di deixou de ser uma ilha onde sé existe a atuacao de diplomatas. Advogados, professores de DI, todos eles podem ter acesso a tribunais internacionais. Todos nés podemos ter acesso a esses foros internacionais, que podem ser usados como mecanismos de defesa / pressao / etc. E esse o DI contemporaneo. Qualquer um de nés pode advogar nessas instincias internacionais © PERGUNTA. Existe uma jurisdicdo internacional? Depende do conceito que vocé aplica para isso; © Noestudo do proceso, “jurisdicao” é um termo atrelado a um tribunal que possui legitimidade de poder através do poder de estado; ° hitpslNutool:wordpress.comaghwagner-menezesipagel3! an 28022018 Wagner Menezes | USP Divito S80 Francisco -Turma 188-23 | Pagina 3 © Mas, quando falamos de “jurisdicdo internacional / universal’, podemos nos referir a esses tribunais internacionais; Tenho mecanismos para executar nacionalmente uma senteca de um tribunal internacional? No caso de direitos humanos, sim; Mas essa questao é relativamente aberta; Posso fazer analogia e dizer que constitucionalmente tribunais Superiores podem incorporar esas decisies (art. 109 talvez); EXEMPLO 1. TPI, tratado de Roma, Celso Mello (2); PLO 2. Advogado das pessoas que morreram na boate Kiss diz que vai recorrer no TPI; e000 ° EXPANSAO DO DI. EXEMPLOS DO DIA A DIA. O QUE TEMOS QUE ENCARAR, © Vivemos avangos retrocessos. Ao mesmo tempo que hé avango, diminuigao de fronteiras ¢ circulagdo de pessoas, hd um outro lado: ha um Brexit, um Trump, Holanda esta “endireitando”, etc; © Quando o TPI toma uma decisao de prender um individuo que esta dentro do nosso territério, que tipo de jurisdicao esta ai? © EXEMPLO. Lava Jato, MP e afins estao trabalhando alinhados com diretivas internacionais, documentos administrativos cooperativos. Como fazemos esse tipo de coisa? EXEMPLO. Odebrecht e propina no mundo inteiro. MPs de 11 paises assinam um acordo para colaborar na coleta de informaces. Pode usar essas provas? © E esse o mundo que estamos vivendo. Novos mecanismos de aplicagao do direito; © MAS esse mundo ¢ antagénico. O Estado esté ai — e alguém sempre vai invocé-lo como mecanismo de defesa; © Oesquema ¢ trabalhar com os exemplos que esto af; EXPANSAO DO DI. © Pilares da expansio do direito humano contemporaneo © 1, Criacdo da ONU e criagao de organizacées internacionais; © 2. Internacionalizacao dos Direitos humanos; © 3. Expansio e sistematizacao de uma ordem econémica internacional; © ODI, ao se humanizar, se aproxima do sistema juridico normativo nacional. A medida que o DI passa a compor uma discussao dos direitos humanos, dos direitos individuais, das coisas que chegam ao nosso dia a dia, GLOBALIZAGAO, FRAGMENTACAO E UMAS CONVERSAS VIAGEM LOUCA © Globalizagio e a fragmentagao pés-moderna sao dois conceitées chaves para explicar um monte de coisa; © Eles sao compativeis entre si; © Pés-modernos fragmentados, hoje, estariam rediscutindo tudo. “Nao existem verdades absolutas”’ Tem gente escrevendo trabalho de mestrado verséo “pés-moderna”, quebrando até mesmo com método cientifico. Vale? Sei la! Mas vale para pensarmos em novos métodos, em como refazer tudo; ° EXTRA: ATIVIDADE EM SALA © "Toda semana, vou trazer 5 perguntas para a turma”. Pessoas sorteadas para responder. © Vai ser pés-moderno liquido treta louca; hitpslNutool:wordpress.comaghwagner-menezesipagel3! 4128 2810212018 Wagner Menezes | USP Dieito Sao Francisco - Turma 188-23 | Pagina 3 VOLTANDO: ORGANIZAGOES INTERNACIONAIS. RELEMBRANDO CONCEITOS DO SEMESTRE PASSADO. © Acordo de Estados soberano, Determinado objeto. Determinados objetivos. Mas OI sao formadas por Estados. Sao considerados sujeitos de direito internacional © 1945: ONU © Até ai, experiéncia da Liga das NacGes, por exemplo, foi uma experiéncia muito precéria; © ONU aparece ¢ refaz as fungdes das Organizacées Internacionais. A Carta de Sao Francisco rompe com formas antigas de colaboracao internacional. Surge um novo formato; © A Carta da ONU ¢ traducao da pluralizacao. Os termos adquirem vida propria. © PROPOSITOS E PRINCIPIOS © Artigo 1 © Os propésitos das Nagdes unidas sao: © 1. Manter a paz e a seguranca internacionais e, para esse fim: tomar, coletivamente, medidas efetioas para evitar ameacas a paz e reprimir os atos de agressio ou outra qualquer ruptura da paz e chegar, por meios pacificos e de conformidade com os principios da justica e do direito internacional, a um ajuste ou solucao das controvérsias ou situagdes que possam levar a uma perturbagao da paz; © 2. Desenvotver relagdes amistosas entre as nacées, baseadas no respeito ao principio de igualdade de direitos e de autodeterminagao dos poves, e tomar outras medidas apropriadas ao fortalecimento da paz universal; © 3. Conseguir uma cooperacao internacional para resolver os problemas internacionais de cariter econdmico, social, cultural ou humanitério, e para promover e estimular 0 respeito aos direitos humanos e as liberdades fundamentais para todos, sem distingao de raca, sexo, lingua ou religifo; e © 4, Ser um centro destinado a harmonizar a acio das nagoes para a consecucio desses objetivos comuns. © Direitos humanos, igualdade de género, questdes econémicas. Tudo aparece pela primeira vez bonito e“fragmentado” ai, na Carta da ONU. Reconhecemos esse tipo de direito; © Artigo 2 © A Organizagao e seus membros, para a realizagdo dos propésitos mencionados no artigo 1, agirdo de acordo com os seguintes Principios: © 1. A Organizagio é baseada no principio da igualdade de todos os seus membros. © 2, Todos 0s membros, a fim de assegurarem para todos em geral os direitos e vantagens resultantes de sua qualidade de membros, deverao cumprir de boa fé as obrigacdes por eles assumidas de acordo com a presente Carta, © 3. Todos 0s membros deverio resolver suas controvérsias internacionais por meios pacificos, de modo que ndo sejam ameacadas a paz, a seguranca e a justica internacionais. © 4, Todos os membros deverdo evitar em suas relagdes internacionais a ameaca ou 0 uso da forca contra a integridade territorial ou a dependéncia politica de qualquer Estado, ou qualquer outra acto incompativel com 0s Propésitos das Nagdes Unidas. © 5. Todos os membros dario as Nagées toda assisténcia em qualquer agdo a que elas recorrerem de acordo com a presente Carta e se absterdo de dar auxilio a qual Estado contra o qual as Nacdes Unidas agirem de modo preventivo ou coercitivo, © 6. A Organizagdo fard com que os Estados que ndo sto membros das Nagdes Unidas ajam de acordo com esses Principios em tudo quanto for necessdrio @ manutencdo da paz e da seguranca internacionais. © 7. Nenhum dispositivo da presente Carta autorizaré as Nacdes Unidas a intervirem em assuntos que dependam essencialmente da jurisdigto de qualquer Estado ou obrigard os membros a submeterem tais assuntos a uma solugdio, nos termos da presente Carta; este principio, porém, ndo prejudicaré a aplicagio das medidas coercitivas constantes do Capitulo VII. © No artigo 2 aparece a palavra “universal”. £ uma pretensdo, mas muito mais discursiva do que efetiva. Esse “universal” sé rola de verdade quando aparecem mecanismos efetivos para garantir os pontos colocados na carta hitpslNutool:wordpress.comaghwagner-menezesipagel3! 528 rananore Wagner Menezes |USP Diet Sto Francisco Turma 188-23 | Pagina 3 © Essas guidelines, esses documentos normativos sao produzidos nos mais diversos campos. Matéria penal, meio ambiente, direitos humanos, compliance, enfim, regras gerais que sao estabelecidas pelas NagGes Unidas. Nés, como advogados trabalhando com compliance dentro de uma empresa, por exemplo, podemos implementar essas guidelines dentro da empresa; © Nao precisa ser um diplomata para trabalhar com direito internacional; SOFT LAW © Documentos criados no Ambito das organizagdes internacionais e encontrées de sujeitos internacionais e afins. So referéncias normativas que servem como base para a criagao de regras. Nao sao impositivos, mas podem gerar repercussdes; © Nao é lei, Nao é norma. Mas ¢ dai? Deixa essa visdo dogmatica centralizadora do século pasado. Esse documento tem uma certa influéncia. Pode-se construir uma linha argumentativa; © Sao as soft laws que criam uma certa simbiose entre organizagées internacionais e direito interno; ONU: REFERENCIA NORMATIVA © ONU: estabelece uma sociedade juridico-normativa estavel desde 1945. Estabilidade irradiada para o resto do mundo; ° TRATADO DE VERSALHES. Soberania, poténcia de se impor sobre outras soberanias; © POS-1945, Também tem essa discussdo do Poder. Também tem essa relacao de poténcias (Conselho de seguranca da ONU, OTAN). Mas ha também esses novos temas, que aproxima o individuo da ordem internacional; © PROXIMA AULA Globalismo localizado, local globalizado. Create a Site ios SO ba ESC) > Get Started Anuério Brasileiro de Dire, ‘Organizado por Leonardo Nemer Caldera Bran R$ 10 COMPRAR Neoconstitucionalismo ¢ . Deixe um comentario [Direito Internacional Publico |] Aula 14 | Revisao (https:/Mutofoli.wordpress.com/2016/11/15/direito- internacional-publico-i-aula-14-revisao/) hitpslNutool:wordpress.comaghwagner-menezesipagel3! 6128 2810212018 Wagner Menezes | USP Dieito Sao Francisco - Turma 188-23 | Pagina 3 5. o vembri 1 lutofoli Direito Internacional Publico | inFran, Semestre 4 /) Direito Internacional, Wagner Menezes Direito Internacional Publico I Associado Wagner Menezes + Ernesto Aula 14 08/11/2016 SOBRE A PROVA © Nao tera consulta; © "Tentar realizar uma interpretacao sistematica do Direito Internacional e de seus institutos”. Nao observar a disciplina como blocos, como institutos separados, mas enxergar o encadeamento; © Teoricamente, nao cobra decoreba. “E uma articulacao de ideias”; © EXEMPLO DE INTERPRETAGAO SISTEMATICA.A partir da andlise das FONTES (tratados, costume, decisées, etc.), chegar aos SUJEITOS DO DIREITO. INTERNACIONAL (Estado, Organizagées) e, ao relacionar os dois, chegar aos PRINC{PIOS e os COSTUMI sociedade internacional HISTORIA DO DIREITO INTERNACIONAL © Disciplina nao tem estudo recente; Primeiro tratado que se tem noticia ocorreu no Antigo Egito; © Na Antiguidade Classica, relago entre Cidades-Estado gregas é considerada por alguns como um embriao das organizacées internacionais; © Império Romano: grande contribuigao do ponto de vista do Direito da Guerra, Direito de Demarcago dos Territérios; ° MARCOS IMPORTANTES © FRANCISCO DE VITORIA (1483 - 1546).Doutrina utilizada na época das grandes navegacoes. Instrumento de legitimacao da dominacao européia sobre os povos da América e do Oriente; © FRANCISCO SUAREZ. Fim da Idade Média; © PAZ DE WESTFALIA, 1648. Simboliza o inicio do estudo do Direito Internacional de maneira mais ou menos contemporanea; © CONGRESSO DE VIENA, 1815. Fim das guerras Napolednicas. Marco importante para a diplomacia. Foi uma das maiores conferéncias da historia da humanidade. Uma das primeiras com cobertura jornalistica; © PAZ DE HAIA, 1889 ¢ em 1907. Tentativa de estabelecer um novo equilibrio de poder, compromisso pela paz. Na segunda conferéncia de Haia, destaque a atuagao de Rui Barbosa, chefe da delegacao brasileira, sugestio do principio da igualdade soberana entre os Estados; © ASSINATURA DO TRATADO DE VERSALHES (1919). Surgimento da Liga das Nagées, primeira organizacdo internacional com carater universal e com vocacao para ser um foro de solucdes amigaveis entre os Estados; Corte Permanente de Justia Internacional, primeiro tribunal internacional. Somem com a segunda guerra mundial, fracassam absolutamente; © DUMBARTON OAKS, 1944. Ainda durante a Segunda Guerra, “enterro” da Liga das Nagées, origem a criagdo da ONU. hitpslNutool:wordpress.comaghwagner-menezesipagel3! 7128 28022018 Wagner Menezes | USP Divito S80 Francisco -Turma 188-23 | Pagina 3 © CONFERENCIA DE MOSCOU, 1944: primeira vez que se fala em NAGOES UNIDAS; © CARTA DE SAO FRANCISCO, 1945. Criagao da ONU; SUJEITOS DO DIREITO INTERNACIONAL 1.a) ESTADO © Estado: muito importante para o DI. Mas nao é 0 tinico sujeito; © SUJEITOS CLASSICO. Os Estados, as Organizagies (pds 1945); © CONTEXTO WESTPHALIANO. Unicos sujeitos do DI eram os Estados, que se tratavam através da diplomacia e cuidavam de temas como delimitagao de territério e guerra, principalmente; © “Estado é a corporagao de um povo, assentado num determinado territério e dotada de um poder originario de mando’, Jellinek; © ESTADO. Formado por povo, territério, governo e capacidade de manter relagao com outros Estados (a propria personalidade juridica dos Estados, forma pela qual o Estado demonstra sua soberania); © GOVERNO: precisa ser auténomo, nao pode estar subordinado a nenhum outro Estado; © RECONHECIMENTO DO ESTADO NO DI. £ ato unilateral, pode ser de fato ou de direito, ato declaratério, incondicional, irrevogavel; é um instituto diferente do reconhecimento de governo; 1. b) ORGANIZAGOES INTERNACIONAIS, © “O Estado tornou-se demasiado pequeno para as coisas grandes”, Luigi Ferrajoli; © Os Estados sozinhos se relacionando nao sao capazes de dar conta das relagdes internacionais e do direito internacional; © ANTECEDENTE HISTORICO. Apés o Congreso de Viena, surgem primeiros embrides de Org. Internacionais, como companhias de navegacao; © COMEGO: Final do séc. 19. Org. de carater técnico: comissdes fluviais, Pl, etc. Mas ainda nao tinham vocacao politica e interesse perene, eram constituidas para fins pontuais; © SEC. 20: Crise do Estado. 1919: tratado de Versalhes. 2a Guerra. Surgimento da ONU; © EXTRA Alguns elementos da Carta da ONU de Sao Francisco foram pleiteados por paises em desenvolvimento, mudaram desde a conferéncia de Dumbarton Oaks. Participacao mais abrangente; © CONCEITO DE ORG. INTERNACIONAL (segundo comissao de DI da ONU):’Org. Int. significa uma entidade criada por um tratado ou outro instrumento sob a égide do DI, a qual possui sua propria pers. Juridica (...)” CASO IMPORTANTE: CASO BERNADOTTE (PERSONALIDADE JURIDICA DE DIREITO INTERNACIONAL: REQUISITO OU PRESSUPOSTO?) © Funcionério da ONU foi assassinado no Oriente Médio; © Organizagao tem autonomia juridica para ir a tribunais locais para pleitear uma indenizacao pela morte do funcionario? © O QUE FICOU DECIDIDO? Tinha e deveria ter personalidade juridica para melhor perseguir seus objetivos; © Desde entdo, Org. Internacionais, apés parecer de 1949, foi colocada uma pedra nesse assunto. Personalidade juridica é elemento absolutamente necessdrio para atingir a seus objetivos; EM RESUMO, SUJEITOS (VERSAO CONTEMPORANEA) © Estados © Organizagées Internacionais hitpsftofol.wordpress.coniRagivagner-menezes/paget3! 328 rananore Wagner Menezes |USP Diet Sto Francisco Turma 188-23 | Pagina 3 © Individuos © ONGS © Empresas Transnacionais © Individuos atipicos SUJEITO DO DIREITO INTERNACIONAL: O INDIViDUO © Houve uma reinterpretacao doutrindria do ponto de vista da valorizacao do direito natural aplicado a questées dos direitos humanos. Reconhecem-se alguns direitos inerentes ao ser humanos como direitos também pertencentes ao direito internacional; © A partir da atuacao de organizacées apés a 2a Guerra, direito humanitario avanga; DI dos direitos humanos também; © Individuo tem se mostrado principal destinatério das normas e da agenda internacional que observamos hoje, suplantando a posigdo central que antes era ocupada pelo Estado; SUJ. DO DI: ONGS E EMPRESAS TRANSNACIONAIS © Nao sao regidas, na sua maioria, pelo DI, apesar de desempenharem papéis muito relevantes da sociedade internacional, a ponto de influencia-la demasiadamente. Por isso, merecem a atengio do DI; SUJEITOS ATIPICOS DO DI © CRUZ VERMELHA. E regida pela lei suiga, mas tem atuagao humanitaria internacional muito relevante; © SANTA SE. Nao pode ser considerado um Estado (apesar de ter territério e governo, ndo tem povo) do ponto de vista classico. PRINCIPIOS DO DI © AUTODETERMINAGAO DOS POVOS (casos: Catalunha, Indios, Kosovo). Aqui, ha uma acepgao mais cultural, histérica; © PRINCIPIO DA NAO-INTERVENGAO. Casos: EUA X Iraque, Ditadura sandinista na Nicaragua, Riissia X Ucrania na Crimeia. Aqui, mais uma questao de intervengao de um Estado no governo de outro Estado; © PRINCIPIO DA RECIPROCIDADE. Casos: Brasil X Espanha em casos de vistos de turistas © PRINCIPIO DA NAO-INDIFERENGA. Casos: Haiti. Solidariedade universal, ajuda em. desenvolvimento das condigdes de vida, atencdo a questdes humanitarias; © REPUDIO AO TERRORISMO; ° COOPERAGAO ENTRE OS POVOS PARA O PROGRESSO DA HUMANIDADE FONTES DO DIREITO INTERNACIONAL © Principal fonte: artigo 38 do Estatuto da CIj; © Reconhece: © a) tratados; © b) costume; hitpslNutool:wordpress.comaghwagner-menezesipagel3! 9128 rananore Wagner Menezes |USP Diet Sto Francisco Turma 188-23 | Pagina 3 © ©) principios gerais do direito; TRATADO/PACTO/ACORDO/ATA COSTUME © Pratica que se percebe a partir do desenvolvimento das relagées internacionais. £ tida como licita, vilida e vinculante; © Conv. de Viena sobre Dir. dos Tratados reconhece o costume como regente do DI — para além dos tratados; “Uma pratica reconhecida, por quem a pratica, como obrigatéria”; Pratica reiterada; Opinio juris: se reconhece tal pratica como legal e vinculante Teoricamente, tem que ter uma sangdo para quem vai contra o costume; COSTUME Pode ou nao ser positivado. CONTRAPONTO: SOFT LAW. Nao necessariamente ¢ positivada. ff mais aberta, considera outros pontos, nao sé necessariamente o costume reiterado dos Estados. Na Soft Law, nao ¢ to forte o entendimento de obrigatoriedade 000000 SOFT LAW © Fonte nao obrigatéria, mas fundamenta a aco dos Estados; © (COSTUME ¢ tido como obrigatério, soft law nao —e tanto faz se um ou outro esta positivado ou nao); © SOFT LAW NAO ESCRITA. Pode ser resultado de uma discussao que ocorreu, por exemplo; © EXEMPLO Principios de Pequim na Conferéncia Sobre a Mulher. Tem documentos com ampla divulgagao, tem discussio, mas nao é estritamente-tensamente vinculante; © Nao vincula, mas produz repercussées no campo do DI e do Direito Interno; JURISPRUDENCIA © Conjunto de decisdes ¢ interpretagées da lei © JURISPRUDENCIA. Conjunto de manifestagées de tribunais / métodos de solugdo de conflitos que apontem a um determinado sentido. Nao vale um s6 julgado, um sé julgado nao ¢ jurisprudéncia, precisa ter uma série de decisdes; DECISOES DAS ORG. INTERNACIONAIS © Capacidade de concluir acordos e realizar atos como sujeito de DIP X perspectiva do monopélio voluntarista dos Estados; © E conjunto de AGOES das org. Int; DOCUMENTOS DO DIREITO INTERNACIONAL 1. a) CONV. DE VIENA SOBRE O DIREITO DOS TRATADOS (1969) hitpslNutool:wordpress.comaghwagner-menezesipagel3! 10728 rananore Wagner Menezes |USP Diet Sto Francisco Turma 188-23 | Pagina 3 © CONCEITOS IMPORTANTES: tratado, ratificacao, plenos poderes, reserva (art. 19), E: negociador, Estado contratante, parte, terceiro Estado; © Instrumento de depésito, art. 89; © Dentincia, art. 56; ado ATOS INTERNACIONAIS E O DIREITO BRASILEIRO © Lembrar das teorias: dualista (DI e D.Interno so coisas separadas e diferentes), discussées Trippel (dualista) X Kelsen (monista — mesmo sistema juridico, DI é um corte epistemoldgico, dpice da piramide) © ESQUEMA DE COMO O TRATADO VEM PARAR NO ORDENAMENTO BRASILEIRO: hittps://direitointernacional s. 08-2014-1 jpg ://direitointernacionalreges files wordpress.com/2016/03/fluxograma_tratado_atualizado_1 ips). © Ratificagao e vigéncia internacional do tratado; © Promulgasao e vigéncia interna do tratado; 1, 45/2014 © Efeitos juridicos da EC 45/2014, que introduziu o par. 3° no art. 5° da CI © Art. 5° § 3° Os tratados e convengdes internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por trés quintos dos votos dos respectivos membros, serio equivalentes as emendas constitucionais. (Incluido pela Emenda Constitucional n° 45, de 2004) (hitp:Ifwww planalto.gov.briccivil_ 03/constituicao/EmendaslEmclemc45.htm#artl) (Atos aprovados na forma deste pardgrafo).(hitplwww.planalto,gou.briccivil Q3/constituicaolquadro DEC htm), © Tratados submetidos aprovados a esse processo de aprovacao em dois turnos no Congresso sao equivalentes as emendas constitucionais; © EOS TRATADOS ANTERIORES A EC 45? Nao tém status constitucional, entretanto, devido a relevancia com relagao a DH, nao podem ser legislacao regular. Portanto, chegou-se a dar a eles um status supralegal (mais que legislacao ordindria), mas menor que constitucional — ISSO APENAS PARA TRATADOS DE DH aprovados antes da EC; © APOS A EC. Tratados que passaram pelo rito diferenciado, equivalente & emenda constitucional EXTRA POLEMICO. AUDIENCIA DE CUSTODIA © Conv. Interamericana de direitos humanos ¢ outras instancias dizem que, em caso de prisao em flagrante, preso tem que ser levado 0 quanto antes a érgao jurisdicional para se decidir sobre manutengao ou nao de sua detengao; © Nao ha essa previsdo no nosso CPP; © Esses tratados tém ratificagao posterior a EC. 45, mas nao passaram pelo rito especial. Logo, CPP estaria revogando esses tratados especiais no que se refere a audiéncia hitpslNutool:wordpress.comaghwagner-menezesipagel3! 18 2810212018 Wagner Menezes | USP Dieito Sao Francisco - Turma 188-23 | Pagina 3 POR FIM: Revisao vai estar no Moodle Deixe um comentario [Direito Internacional Publico I] Aula 13 | Extingao/Nulidade dos Tratados (https:/utofoli.wordpress.com/2016/11/07/direito. internacional-publico-i-aula-13-extincaonulidade- dos-tratados/) J Zdenovembro de 20166 de novembro de 2016 1 lutofoli__Direito Internacional Puiblico 1 SanFra1 tre Direito, Direito Internacional, Direito Internacional Publico, Tratados, USP, Wagner Mene: Direito Internacional Publico Associado Wagner Menezes Aula 13 31/10/2016 EXTINGAO DOS TRATADOS + NULIDADE, 1. VONTADE COMUM DAS PARTES. © Pode ser de dois jeitos: © a) Predeterminagao ab-rogatéria. Ha uma “cléusula” para quando 0 tratado deve acabar. EX: Mercosul e tratado (?) de Brasilia, propés uma nova forma de solugao de controvérsias; © b) Decisao ab-rogatéria superveniente. Simplesmente decidem extinguir o tratado, EX. Acordo da ALAC (?) que foi extinto — posteriormente, instituiu a ALAD; 2. VONTADE UNILATERAL © Denincia. Unilateralmente, Estado comunica as demais partes que nao quer mais se vincular a determinado acordo 3. MUDANCA DE CIRCUNSTANCIAS © a) Execugao impossivel. EXEMPLO Tratado de protecao para um determinado rio, mas o rio seca aati hitpslNtutool.wordpress.comttagiwagner-menezesipagels! 12128 rananore Wagner Menezes |USP Diet Sto Francisco Turma 188-23 | Pagina 3 © b) Cldusula Rebus Sic Stantibus. Art. 62 da Conv. de Viena. E uma situagio complexa (pode cair na #PROVA). Aplicada em oposi¢ao ou em complemento a pacta sunt servanda. Prevé a possibilidade de mudangca. Mudangas com relagao a objeto ou/e execugao. O desejo é que nao se aplique isso. 3 aspectos: I)A circunstancia alterada é a que esta diretamente ligada ao tratado; II) Deve ser fundamental, atinge diretamente o fundamento que levou os Estados a assinar aquele tratado; I) Ser imprevisivel: mudanca nao era passivel de ser pensada nem prevista. EXEMPLO: Argentina no mercosul (abaixo) CASO ARGENTINA E MERCOSUL © 2001. Estavamos perto de nos conformar como uma Unido Aduaneira. Estava tudo indo bem; © Em 2000, estourow a crise na Argentina. Pais reviu uma série de acordo que diminuia as barreiras alfandegarias. Qual foi a defesa para esse revisao? Rebus Sic Stantibus. Houve uma mudanga na sua situagdo econémica e que nao havia previsdo de que iriam cair numa crise como a que houve. Entéo, 0 tratado foi extinto 4, 1US COGENS © Art.53da Conv. de Viena © Artigo 53." © Tratados incompativeis com uma norma imperatioa de direito internacional geral (jus cogens) © E nulo todo o tratado que, no momento da sua conclusdo, seja incompativel com uma norma imperativa de direito internacional geral. Para os efeitos da presente Convencao, uma norma imperativa de direito internacional geral é uma norma aceite e reconhecida pela comunidade internacional dos Estados no seu todo como norma cuja derrogagio ndo é permitida e que s6 pode ser modificada por uma nova norma de direito internacional geral com a mesma natureza. © IUS COGENS. Norma aceita e reconhecida pela comunidade internacional dos Estados como um todo; © Parece bonito. Mas e ai? O que ¢ jus cogens? © EXTRA Doutorado de uma moga que negou a existéncia de jus cogens — analise doutrindria e jurisprudencial; © Classificagdo segundo Wagner: art. 2° da carta das Nagdes Unidas. £ a carta da ONU que reflete a “totalidade” dos Estados; © EXTRA Tem gente que traduz Jus Cogens como direitos humanos — aos quais todos devem respeitar; © EXTRA Tem gente que se refere a Jus Cogens como as determinagdes da Convencao de Genebra (sobre atos de guerra). MAIS EXTRA. Bomba cluster: um tipo de bomba que “se espalha”; seu uso, teoricamente, é proibido, mas o Brasil ainda produz esse tipo de armamento; © Art. 64 5. PRINCIPIO DA RECIPROCIDADE, hitpslNutool:wordpress.comaghwagner-menezesipagel3! 13128 rananore Wagner Menezes |USP Diet Sto Francisco Turma 188-23 | Pagina 3 © Quando um Estado tem violado um acordo, demais estados nao precisam respeitar o tratado com relagao a este pais, com base no principio da reciprocidade 6. CASO DE GUERRA © Quando dois paises estdo em guerra, as relagdes diplomaticas entre eles so extintas. NULIDADE DOS TRATADOS INTRO © Parece com direito civil; 1. INCOMPETENCIA FUNCIONAL © Tratado deu ruim 2. ERRO © Mais comum: fronteiras; © EXEMPLO Tratado se baseou numa carta geografica, mas esta continha erro; 3. DOLO © Quando um Estado cria uma justificativa para induzir outro Estado a assinar determinado acordo; © EXEMPLO Iraque produz arma de destruigo em massa? Disseram que sim, um relatério dos EUA e Inglaterra. TRatado de agressao ao Iraque; 4. CORRUPCAO, © Do representante do Estado; © Wagner diz: “nunca ouvi um caso...”; © EXEMPLO Fronteiras do Brasil e Barao do Rio Branco — apesar de nao ser algo provado... 5. COACAO, © EXEMPLO Tratados de protetorado da expansao do nazismo. Esses tratados, apés o fim da segunda guerra, foram declarados nulos com justificativa na existéncia da coagao dos Estados e seus representantes; 6. SE VAI CONTRA A JUS COGENS ALEX FALA. GUIA PARA LER OS ARTIGOS © Art, 46 a 53 + 64 da Conv. de Viena sobre os Tratados; © Art. 46 a 50: Vicio de consentimento. Gera anulabilidade — mas por isso que pode haver convalidacao dos atos © (CONVALIDAGAO: tratado, mesmo que tenha um vicio, se torna perfeito e produz efeitos juridicos) hitpslNutool:wordpress.comaghwagner-menezesipagel3! 14128 2810212018 Wagner Menezes | USP Dieito Sao Francisco - Turma 188-23 | Pagina 3 ° A partir do art. 50: wulidade absoluta e expressa. ° Art. 51: vicio estd no consentimento. Nulidade. ex tune ° Art, 52. vicio esté no tratado. Vai ter efeito erga omnes, vai invalidar totalmente. E ex tunc ° art. 51 a 35: nulidade ex tunc. © Art, 64, Superveniéncia do Jus Cogens. Como ¢ superveniente, vai ter efeito ex nunc; EOS ARTIGOS DA CONV. DE VIENA. © SECAO2 © Nullidade de Tratados © Artigo 46 © Disposigées do Direito Interno sobre Competéncia para Concluir Tratados © 1. Um Estado ndo pode invocar o fato de que seu consentimento em obrigar-se por um tratado foi expresso em violagdo de uma disposicao de seu direito interno sobre competéncia para concluir tratados, a ndo ser que essa violagio fosse manifesta e dissesse respeito a uma norma de seu direito interno de importincia fundamental. © 2, Uma violagio é manifesta se for objetivamente evidente para qualquer Estado que proceda, na matéria, de conformidade com a pritica normal e de boa fé. © Artigo 47 © Restrigdes Especificas ao Poder de Manifestar 0 Consentimento de um Estado © Seo poder conferido a um representante de manifestar 0 consentimento de um Estado em obrigar-se por um determinado tratado tiver sido objeto de restrigao especifica, o fato de o representante néo respeitar a restricdo niio pode ser invocado como invalidando o consentimento expresso, a nio ser que a restricio tenha sido notificada aos outros Estados negociadores antes da manifestagao do consentimento, © Artigo 48 © Erro © 1. Um Estado pode invocar erro no tratado como tendo invalidado o seu consentimento em obrigar-se pelo tratado se o erro se referir a um fato ou situagao que esse Estado supunha existir no momento em que o tratado ‘foi concluido e que constituia uma base essencial de seu consentimento em obrigar-se pelo tratado. © 2. O pardgrafo 1 ndo se aplica se o referido Estado contribui para tal erro pela sua conduta ou se as circunsténcias foram tais que o Estado devia ter-se apercebido da possibilidate de erro. hitpsMutoolwordpress.comfaghwagn -monezesipagel3! 19128 rananore Wagner Menezes |USP Diet Sto Francisco Turma 188-23 | Pagina 3 © 3. Umerro relativo @ redagéo do texto de um tratado ndo prejudicard sua validade; neste caso, aplicar-se-d 0 artigo 79, © Artigo 49 © Dolo © Se um Estado foi levado a concluir um tratado pela conduta fraudulenta de outro Estado negociador, o Estado pode invocar a fraude como tendo invalidado o seu consentimento em obrigar-se pelo tratado, © Artigo 50 © Corrupgio de Representante de um Estado © Sea manifestagao do consentimento de um Estado em obrigar-se por um tratado foi obtida por meio da corrupcaa de seu representante, pela acéo direta ou indireta de outro Estado negociador, o Estado pode alegar tal corrupcio como tendo invalidado o seu consentimento em obrigar-se pelo tratado. © Artigo 51 © Coagiio de Representante de um Estado © Nao produziré qualquer efeito juridico a manifestagéo do consentimento de um Estado em obrigar-se por um tratado que tenha sido obtida pela congao de seu representante, por meio de atos ou amengas dirigidas contra ele. © Artigo 52 © Coagao de um Estado pela Ameaca ou Emprego da Forca © E nulo um tratado cuja conclusao foi obtida pela ameaca ou o emprego da forca em violagao dos principios de Direito Internacional incorporados na Carta das Nacdes Unidas. © Artigo 53 © Tratado em Conflito com uma Norma Imperativa de Direito © Internacional Geral (jus cogens) © E nulo um tratado que, no momento de sua conclusio, conflite com uma norma imperativa de Direito Internacional geral. Para os fins da presente Convengio, uma norma imperatioa de Direito Internacional geral é uma norma aceita e reconhecida pela comunidade internacional dos Estados como um todo, como norma da qual nenhuma derrogagio é permitida e que s6 pode ser modificada por norma ulterior de Direito Internacional geral da mesma natureza. UMA ANALISE DO DIREITO INTERNACIONAL © O que queremos? A paz! © O que nao queremos? A guerra! © O que existe? O direito! E 0 “outro lado”? A barbérie, o conflito sem regras, a guerra; tps:tok wordpres.comtaghwagn -monezesipagel3! 16128 rananore Wagner Menezes |USP Diet Sto Francisco Turma 188-23 | Pagina 3 © Guerra: é 0 exercicio indiscriminado de poder; © O poder sé pode ser considerado do ponto de vista do direito se for legitimado pelo préprio direito. Se nao for legitimado pelo direito, ¢ tirania; © Essa mistura de elementos, soft X hard power aparece sob o ponto de vista da andlise juridica; © Odireito existe para tutelar o poder; © DIREITO INTERNACIONAL. Tem fundamento (relagao em uma sociedade intemnacional), objeto, sujeitos, componentes normatives (as fontes, que dizem o que é direito); © Mas eo conflito, é normal: Sim, ué! Somos seres de diversidade, os Estados possuem interesses e concepcées diferentes, conflitos aparecem. Nessa hora, 0 mecanismo ao qual os estados devem recorrer sao os mecanismos pacificos de solugao de controvérsias; © “Qual o limite do direito internacional?” Os mecanismos pacificos de solugao de controvérsias. S40 0 liltimo sustentaculo para a manutengio das relagdes de paz. Séo um dos princfpios basilares desses relagGes internacionais; © A Carta da ONU diz que, no caso de conflito, tem que ser resolvido numa solu¢ao pacifica; © QUAIS SAO OS MECANISMOS PACIFICOS DE SOLUCAO DE CONTROVERSIAS? Mecanismos diplomaticos, politicos e juridicos; MECANISMOS PACiFICOS © 1889-1907. Tratados da Paz de Haia. Primeiro momento para tentar organizar esses mecanismos. Aqui, s6 definiram os mecanismos diplomaticos e definiram a arbitragem como mecanismo juridico; © O QUE E ASSOMBROSO? Pensar que s6 em 1907 que se pensa em mecanismos pacificos de solugio de controvérsias; © Até ai, a agressao era um direito legitimo do Estado; Isso, ao longo do tempo aparece muito claramente; © Nao havia uma corte internacional. Flas s6 surgem a partir de 1910; ° MECANISMOS DIPLOMATICOS © Nao sdo obrigatorios. Estados cumprem se quiserem — o que ja faz com que surge uma discussao de efetividade; © Ajuda a entender porque o direito internacional ndo possui muito casos em tribunais pelo mundo; © EX Tribunal do mar, Tribunal do Mercosul, etc. Antes da treta chegar no tribunal, tem que passar por uma fase de mecanismo diplomatico; © Entendimento direito. Embaixador/presidentes vao conversar; © Bons oficios. Um terceiro Estado vai ld ajudar, oferecer espaco para discussao (mas n3o necessariamente propor uma solugao). EX: Portugal ofereceu bons oficios para Brasil e Inglaterra, quando esses dois estavam tratados no caso de navio brasileiro afundado em mar inglés; © Mediacao. Terceiro Estado/lider/representante vai la ajudar e pode oferecer possibilidades de solucdo. As partes precisam confiar na mediagao. EXEMPLO Bill Clinton, mediador de acordo de paz com Israel e Palestina (e fez aquela foto histérica com Arafat e Ehud Barak — mas que no fim das contas nao deu nada certo); EXEMPLO Mediacao feita pelo Papa Joao Paulo Il entre Argentina e Chile para Canal de Beagle; © Conciliagio. Comissao propée acordo entre as partes hitpslNutool:wordpress.comaghwagner-menezesipagel3! 7128 2810212018 Wagner Menezes | USP Dieito Sao Francisco - Turma 188-23 | Pagina 3 © Investigagao ou inquérito. Ha diividas sobre materialidade de um determinado fato. EXEMPLO Comissao Hans Brics (2); © Sistema de consultas. Estados apresenta representantes MECANISMOS POLITICOS © Surge com a criagdo de Organizacées Internacionais; © Sempre que um conflito é solucionado num quadro de Organizacdo Internacional (onde os Estados estio representados); © ONU, por exemplo, pode criar uma comissio; Conselho de Seguranca pode agir como mediador. Mas esse tipo de solugio vai se considerar como mecanismo politico, pois acontece no Ambito de uma organizacao internacional; MECANISMOS JURIDICOS © Arbitragem. A instituigdo mais famosa é a Corte Permanente de Arbitragem. Indicam-se drbitros e esses vao tomar uma decisao juridica e OBRIGATORIA; © Tribunais internacionais. Podem ser universais ou regionais; © GRANDE DISTINGAO. Mecanismos juridicos constituem um direito impositivo e executavel © PERGUNTA CLASSICA: E SE © ESTADO NAO CUMPRE A SENTENGA? O que pode acontecer? Nada! Mas e ai, o sistema ¢ falho? “Pelo contrario, os Estados cumprem de boa-fé. No geral, a sociedade internacional cumpre essas sentengas”. E como se fosse um jus cogens absoluto; © “Se o Estado nao cumpre a sentenca, o problema nao é do direito, o problema é do Estado, que nao cumpriu” Deixe um comentario [Direito Internacional Publico I] Fichamento 4 (https://utofoli.wordpress.com/2016/11/06/direito- internacional-publico-i-fichamento-4/) 1 6denovembro de2016 = Iutofoli_ __Direito Internacional Publico I, SanFran, Semestr 1) Direito Internacional, Wagner Menezes Direito Internacional Puiblico I Associado Wagner Menezes Fichamento 4 hitpslNtutool.wordpress.comttagiwagner-menezesipagels! 18128 2810212018 Wagner Menezes | USP Dieito Sao Francisco - Turma 188-23 | Pagina 3 MENEZES, Wagner. Tribunais Internacionais: Jurisdi¢ao e Competéncia. Sao Paulo: Saraiva, 2013, p. 100-156. DIREITO INTERNACIONAL E ESTRUTURACAO SISTEMICA DA SOLUGAO DE CONTROVERSIAS INTERNACIONAIS, Delimitacao do conceito de controvérsia internacional © Quais conflitos devem ser tutelados pelo direito internacional? E como os resolver? © Na Corte Permanente de Justica, controvérsias internacionais foram conceituadas como um ‘“desacordo entre Estados sobre um ponto de direito ou de fato, uma contradicao, ou oposigao de teses juridicas ou de interesses”, 1924; © Apés o periodo da Segunda Guerra Mundial, percebemos que um conflito no plano internacional pode colocar em risco toda a vida no planeta. Exemplo disso foi a detonagao da bomba atémica em Hiroshima e Nagasaki. Armamentos bélicos podem causar danos a niveis mundiais; © Portanto, apés a segunda metade do século XX, entendemos ser importante limitar 0 uso de armamentos e da banalidade da guerra na administracao dos conflitos internacionais; © As controvérsias internacionais podem ser classificadas de diferentes maneiras, com diferentes critérios: tempo de duragio, atores envolvidos, instrumentos/mecanismos usados no conflito (coaso, ameaga, constrigao, etc.), natureza (juridica ou politica); © Mas claro que esses critérios nao sao taxativos nem podem ser limitadores. Um mesmo conflito pode ter natureza juridica e politica. Conflito também pode causas que nao sejam facilmente identificadas; A soluco de controvérsias no Direito Internacional Piiblico © O principio basico do Direito Internacional, na atualidade, é a proibicao do uso da forca. Controvérsias devem ser solucionadas por meio do didlogo e de solugdes pacificas; © Uma série de textos procuram orientar os paises a essas saidas pacificas. Textos como a Convencao de Haia, de 1899, e a Carta ONU, por exemplo; © A Carta da ONU ea Corte Permanente de Justica Internacional nao estabelecem nenhuma ordem hierdrquica entre os mecanismos de solucao pacifica de conflitos (por exemplo, arbitragem, mediacdo, etc.), apenas ressalta a importancia do didlogo entre os paises © Portanto, as duas caracteristicas essenciais da solugo pacifica sao: a) ¢ uma obrigacao geral imposta pelo Direito Internacional; b) Estados tém ampla liberdade na eleigao dos meios utilizados; A solusio pacifica de controvérsias como principio do Direito Internacional © No Direito Internacional, os principios sao “vetores fundamentais que norteiam a producao normativa a partir da aco dos Estados em suas relagées internacionais”. Os principi importancia fundamental para a sistematizagao da 4rea de Direito Internacional; © A Carta da Onu, em seu art. 2°, reconheceu a solucao pacifica de conflitos como principio a ser observado pelos Estados. Esse mesmo principio vai aparecer mais tarde em outros documentos, como na Conv. de Viena sobre Direito dos Tratados, na Declaragao de Manilla © Esse principio gera uma relacao de dois lados: por uma lado, o principio da solugao pacifica de controvérsias torna-se jus cogens; por outro lado, a liberdade de escolha em como proceder e qual método pacifico adotar tem cardter de soft law; 3 tem, Classificagao dos mecanismos pacificos de solugao de controvérsias © Quais sao os possiveis instrumentos? A classificagdo mais consagrada é a seguinte: hitpslNutool:wordpress.comaghwagner-menezesipagel3! 19128 rananore Wagner Menezes |USP Diet Sto Francisco Turma 188-23 | Pagina 3 © a) mecanismos diplomaticos; © b) mecanismos politicos; © ©) mecanismos juridicos; a) Mecanismos diplomaticos de solugio de controvérsias “Sao aqueles em que os Estados, na condi¢ao de sujeitos do Direito Internacional, por exceléncia, negociam com base na sua soberania externa, e, diante de um conflito, utilizam-se de sus agentes governamentais e do aparato estatal para negociar os confitos.”; © Parte da boa-fé e da boa vontade dos préprios envolvidos no conflito de tentar resolver suas avenyas. tretanto, ndo existe juridicidade nos acordos em si; © Ages que caracterizam os mecanismos diplomaticos: © I, Entendimento direto ou negociages diretas. Negociacao direta entre os envolvidos no conflito; © II. Bons oficios. Participagao de um terceiro, neutro, oferecendo possibilidades, espaco para a negociacdo e mediando o proceso (apesar disso, ¢ importante ressaltar que o processo de mediagao em si é algo diferente, veremos a seguir); © IIL. Mediagao. “Intervengao consentida” pelas partes de um terceiro Estado ou individuo. Na mediacao, 0 terceiro adota uma postura mais pré-ativa, sugere mais possibilidades e formas de solugio; © IV. Conciliagao. “Caracteriza-se pela ‘intervengao consentida’ de terceiros, um grupo de pessoas, técnicos, especialistas, sempre em ntimero impar que, contando com a aceitagao das partes em litigio, tem a missao de realizar estudos sobre o conflito e propor resolucdo para ele.”; © V. Investigacao ou inquérito. Partes instituem uma Comissdo de Investigacao/Inquérito que podera apurar e elucidar a questao controversa; © VI Sistema de consultas. Estados estipulam, por meio de acordo, que se consultardo mutuamente no caso do surgimento de alguma controvérsia. Funciona, por exemplo, na Unido Europeia; b) Mecanismos politicos de solucao de controvérsias © Organizagées internacionais aproximam paises em conflito; © Exemplos de organizagies internacionais: ONU, OMC, etc. © I. Mecanismos politicos universais. Organizacées internacionais com amplitude mundial, como ONU, OMG, Unesco, FAO, ete; © II. Mecanismos politicos regionais. Regionalismos, Estados em blocos. Exemplo de organizacdes regionais sao a OEA, Conselho da Europa, Mercosul, Comunidade Andina, etc. hitpslNutool:wordpress.comaghwagner-menezesipagel3! ore rananore Wagner Menezes |USP Diet Sto Francisco Turma 188-23 | Pagina 3 ©) Mecanismos juridicos de solugao de controvérsias © Tribunais Internacionais. Eles estdo assentados sobre o fundamento do “consentimento das partes no sentido de reconhecer a jurisdigao e a competéncia da corte para a matéria.”; A jurisdicionalizagao do Direito Internacional © Estados, aos poucos, foram concordando em submeter seus conflitos a uma jurisdicao internacional, mais pela necessidade do que por um desejo livre e espontineo; © Importancia da arbitragem como uma ferramenta “diplomatica” e juridica de solugéo de conflitos; © Criagdo da Corte Internacional de Justiga, na esteira do que foi a Corte Permanente de Justiga Internacional (CPJ1), da Liga das Nacées. Os poderes da CIJ sao muito mais amplos e concretos do que existia na CPJI; © Principais ferramentas para solucao de conflitos dos Estados: CIJ e arbitragem internacional; © Entretanto, com a criagao da ONU, varios outros organismos internacionais surgem, com a instituigao de foros internacionais para discussdo de temas especificos: direitos humanos, comércio, sistema econémico internacional, etc.; OS TRIBUNAIS INTERNACIONAIS E SUA CLASSIFICACAO: JURISDICAO, COMPETENCIA E EFETIVIDADE Tribunais internacionais e delimitagio de seu conceito © Tribunais Internacionais acabam sendo diferentes entre si. Foram estruturados de maneira diferente, nao tém um certo padrao organizacional; © Segundo Cezare Romano (com base em Tomuschat), os critérios que definem os Tribunais internacionais sao a) E permanente; b) Deve ter sido estabelecido por instrumento legal internacional; ©) Processo decisério com base no Direito Internacional; d) Processo decisério sujeito a regras pré-existentes, e nao sujeitas a vontade das partes; €) Decisao deve ser legalmente vinculante; £) Devem ser compostas por juizes permanentes (a0 menos por maioria); g) Devem resolver questées entre pelo menos duas entidades, sendo que uma parte tem que ser um Estado ou org. internacional; © Na pratica, o importante ¢ que tal rgao tenha poder jurisdicional; e000 000 A multiplicagao de tribunais internacionais © Fator positive, pois ha a possibilidade de acesso a varias instancias ju © “Por outro lado, pode haver crescente desenvolvimento teérico e jurisprudencial sobre a matéria”; © A fragmentacao e a proliferacao de tribunais sdo pontos controversos e que trazem questdes: quais seriam os problemas provenientes da falta de coordenagao entre diferentes entidades? E 0 que fazer em caso de conflitos de competéncia? Deixe um comentar: hitpslNutool:wordpress.comaghwagner-menezesipagel3! 21128 2810212018 Wagner Menezes | USP Dieito Sao Francisco - Turma 188-23 | Pagina 3 Direito Internacional | Fichamento 3 (https://utofoli.wordpress.com/2016/11/06/2718/), 0 6de novembro de 20166 de novembro de 2016 lutofoli Direito Internacional Publico 1 SanFran, Semestre 4) Direito Internacional, Wagner Lucas Téfoli Lopes 11/09/2016 Fichamento 3: PIOVESAN, Flavia. Direitos Humanos e 0 Direito Constitucional Internacional. 12* Ed. Sao Paulo: Saraiva, 2011, p. 99-171 A CONSTITUICAO BRASILEIRA DE 1988 E OS TRATADOS INTERNACIONAIS DE PROTECAO. DOS DIREITOS HUMANOS a) Breves consideracées sobre os tratados internacionais Tratados internacionais: principal fonte de obrigacao do Direito Internacional; Convencao de Viena (1969): “Lei dos Tratados”; PRIMEIRA REGRA. Tratados internacionais s6 se aplicam aos Estados-partes; SEGUNDA REGRA. Tratados sao expressao de consenso (previsto no art. 52 da Convengao de Viena); e000 b) Proceso de formagao dos tratados internacionais © PASSO 1. Atos de negociacao, conclusao e assinatura do tratado. Competéncia do Poder Executivo. Essa assinatura indica somente que o tratado é auténtico - pensando nas aulas, jé teria algum poder como soft law © PASSO 2. Ratificacao pelo Legislativo. A partir daqui, Estado esté obrigado ao tratado; PASSO 3. Instrumento de ratificagdo precisa ser depositado em drgao que assuma a custédia do instrumento (EXEMPLOS de érgaos: ONU, OEA) © NO BRASIL. CF. art. 84 VIII. Competéncia privativa do Presidente celebrar tratados; CF art. 49, I. Congresso ratifica; © PROBLEMA. Como CF sé prevé esses dois dispositivos, sobram lacunas. EXEMPLOS Prazos e tempos de passagem de um poder para o outro; © VANTAGEM. Como precisa do Executivo e de Legislativo, vé-se o funcionamento do balanco entre poderes ©) Hierarquia dos tratados internacionais de direitos humanos © Direitos enunciados em tratados internacionais so protegidos em nosso sistema normativo (CF. Art. 5%, § 2"); E como categorizar hierarquicamente esses direitos ¢ sua forma de protegao? © Divisio em 3 grupos: © 1. Direitos expressos na Carta (EXEMPLOS Art. 5° Inc. 1a LCCVII); © 2. Direitos expressos em tratados internacionais que o pais seja parte; hitpslNutool:wordpress.comaghwagner-menezesipagel3! 22128 28022018 Wagner Menezes | USP Divito S80 Francisco -Turma 188-23 | Pagina 3 © 3, Direitos implicitos (subentendidos em regras de garantias e em princfpios adotados pela Constituicao) © IMPORTANTE. Direitos enunciados em tratados internacionais de protecao dos direitos humanos apresentam valor de norma constitucional; © ENTENDIMENTO NO BRASIL. Tratados internacionais esto em paridade com a lei federal (RE n. 80,004/77). Entretanto, tal entendimento viola a Convencao de Viena (art. 27), pois abre brecha para a possibilidade de uma lei (federal) posterior revogar regra estabelecida em tratado internacional; © CASO POLEMICO. Prisio civil por divida do depositario infiel. Tema é tratado no Pacto de Sao José da Costa Rica. Foi discutido no julgamento HC 72.131-RJ (22.11.1995). Em tal julgamento, se entendeu que a Constituicao tem valor hierarquico superior ao dos tratados; © PIOVESAN ressalta que o entendimento da Carta de 1988 coloca em mesmo grau hierarquico a Constituigao e os tratados assinados e ratificados pelo Brasil; © JUS COGENS. Tratados de direitos humanos apresentam superioridade hierarquica em relagio aos demais atos internacionais de carter mais técnico, formando um universo de principios que apresentam especial forca obrigatéria (art. 53 e 64 da Convengio de Viena sobre o Direito dos Tratados); © NA DOUTRINA. Alguns autores veem supremacia do Direitos Internacional em relagio ao ordenamento juridico nacional, como Hildebrando Accioly e Marotta Rangel; © ENTENDIMENTO NO BRASIL. RHC 79.785-R] (maio de 2000). Discussio sobre princ{pio do duplo grau de jurisdigdo, previsto pela Conv. Americana de Direitos Humanos. Aceita-se a forca supralegal das convencGes de direitos humanos, de modo a dar aplicacdo direta As suas normas sempre que, sem ferir a Constituicao, a complementam, especificando ou ampliando os direitos e garantias dela constantes. PORTANTO, entende-se tratados internacionais como hierarquia infraconstitucional, mas supralegal; EM SINTESE, sao 4 as correntes sobre a hierarquia dos tratados de protecao dos direitos humanos: 1. Hierarquia supraconstitucional; 2. Hierarquia constitucional; 3. Hierarquia infraconstitucional; 4, Paridade hierdrquica entre tratado e lei federal; NO BRASIL. Solucao alcancada com Emenda Constitucional n. 45/04 (tratados ratificados pelo legislativo sao equivalentes as emendas 4 Constituigao); © JURISPRUDENCIA BRASILEIRA. Tem se orientado pelo RE n, 466.343/2008. Proibigao da prisao civil por divida (exceto no caso de alimentos). Respeito & Conven¢ao Americana de Direitos Humanos. Prevaléncia do valor da liberdade em detrimento do valor da propriedade; © “Em suma: os tratados de direitos humanos materialmente constitucionais sao suscetfveis de dentincia, em virtude das peculiaridades do regime de Direito Internacional ptiblico, sendo de rigor a democratizagdo do processo de dentincia, com a necesséria participagao do Legislativo. Jé os tratados de direitos humanos material e formalmente constitucionais sao insuscetiveis de dentincia.” (p. 142); © SINTESE. CF88, pelo art. 5%, § 2, incorpora direitos enunciados nos tratados de direitos humanos ao universo dos direitos constitucionalmente consagrados. oo 0000 4d) A incorporagio dos tratados internacionais de direitos humanos © Como aplicar tais normas advindas dos tratados internacionais de direitos humanos?; © Discute-se o papel da ratificacao legislativa. Se o Brasil é signatarios de um tratado, ja ndo 0 posso invocar imediatamente?; © Eachamada “incorporagao automatica” do Direito Internacional; © Direito Internacional e Direito interno sao vistos como duas ordens juridicas distintas. Desse ponto de vista, faz sentido a questao da incorporacao se dar através de um procedimento especifico; hitpsMutoolwordpress.comfaghwagn -monezesipagel3! 23128

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