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ETICA PRATICA Peter Singer martins Fontes seLo martins Sobre a ética ) ) sores deste tipo de m le, mas, na verdade, o que fa ando (08: Bis al ponto que, npada uma manchete nestes ‘CADENCIA DOS PADROES MORAIS, pornografia e coisas do gen iscuidade, homosse ja internacional as agdes po nossa irresponsével indiferenca para com om bres, nem de nosso pla tanto, 1 ética nado & pode ser de nida como uma série de proibiedes ligadas ao sexo. Mesmo era da AIDS, o sexo nao coloca, absolutamente, nenhuma As decisdes relativas ao sexo podem racies de honestidade, a preocup Os a, efe., mas no ha nisso nada de particular 10 $€X0, JX n das decisdes sobre co- 0 um carro, (Na verdade, tanto do ponto d seeuranca quanto da ‘tec ao meio ambiente, as questies colocadas pelo moda de dirigir um carro séio muito mais sérias do que as suscitadas pela questo do sexo.) Desta ma ira, 0 presente livro passa ao largo da discussio da mo sext lemas éticos miais importantes a serem consi rados. A segunda coisa que a grande nobreza na teoria, trario dessa a ‘ca nao é: um sistema idea as inaproveitivel na pritica. O eon. ‘macao est mais proximo da verdade: um ji ue nao ¢ bom na pratica deve ressen 1 defeito tedrico, pois a questao fundam: jeos & orientar a pra As veres, as pessoas acreditam que a loreal, pois normas simples “Nao mate”. ica 6 inaplic a ética seja um sistema di reves, do tipo “Nao minta’”, "Nao roube 10 surpreende que os que se atém a esse plexidades da vida, Em sit fas, as normas 5 ima norma pode terminar em desastre. E mais, pode ser errado mentir, nh ales 2 vivesse na Alema nazista e a Gestapo se apresentasse & sua porta em busca de uma étiea de no ma fi ‘odo. Trata-se apenas da falha 4 concepeao da ética, e nem chega a ser irremediidvel. Os que pensam que a ética é tologistas — podem salvar se ha da ética ca —os dean 1o de vista encontrando nor is complexas ¢ especificas que nio sejam con ou classificando as normas em alguma estrut gue resolva os conflitos entre elas, Além do dagem sci a bierdirquica ais, I a da ética que praticame pelas complexidades que tomam as normas si scrom aplicadas: a concepeao conseqtiencialista. Os seus aclep- tos no partem de regras mas de objetivos. Av avs Ficarao do arismo & a mais conhecida nica. O Ima aedo correta slesde que, com ada a uma a¢ao alternativa, ela produza um aumento igual, lade de toclos as que sio por ela atingicos, idade das acies me favorecem esses objetivos. O ui das teorias conseaiiencialistas, utilitarista classico considera 1e no consiga fazé-lo, As conseqiléneias de tm circunstane 20 variam de acordo com raticada, Portanto, it 4 pode ser corretamente acusado de falta de realis mo, nem de uma rigida adesio a ideais que desprezem a expe ncia pratica, Para o ulilitarista, mentir sera mau mas circunstincias ¢ hom em autras, depende aiiéncias que o ato acarreta A terceira coisa que a ética ndo é: algo inteligivel s no contexto da rel alg 0 das cons ente Jo. Minha abordagem da ética vai passar amente ao largo da rel Alauns teistas afirmam que a ética no pode prescindir da religiao, porque o proprio significado de “bom nada mais que “aquilo que Deus aprova”, Plato refutou afirmagao semethante hit mais de dois milénios, argumentande que, s os deuses aprovam algumas agSes, isso deve ocarter pelo fato s aces serem boas, e que, portanto, nito € pela aprova- ho dos deuses que se arbitraria: se, por aca nam boas, O ponto de vista alte vo tomna a aprovacao divina totalm soansa dere 3 nento de criangas das quais no se pode ¢ mente, e ndo-erradas quanclo, devido a existéncia de uma con ao proximo, a tortura seria boa e 0 auxilio ae préxi tracepedo eficaz, nio levam a reprodu Isso, 1u. Alguns teistas modernos tentaram desembaracar-se des im ‘ rém, mio passa de uma forma superfic vis » de dilena ao sustentarem que Deus € bom, € ate, Po por um lado, sugere que um pring : dificilmente teria aprovado a tortura; mas esses tefsta xo fortuito éerrado” pode sett Seema apanhar por sua pro ha, pois o que es diz contra o fato de tal princi ne De Lardo querendo dizer ao afirmarem que Deus & incias especificas, ou contra a ovado por Deus? versal de um prineipio mais geral, como, por exer ca Tradicionalmente, an ¢ ligacao entre a re aumente a felicidade'e diminua 0 sofrimento’ pido e a ética estava no fato de se pensar que a religiao ofere ais fundamental XIX, ic relativismo tornou-se «lo comecaram a as morais de socied se no inferno. Nem todos as m: Immanuel Kant, cristao dos mais devotos, zombava de tudo q cia uma razio para fazer o que & certo: 0s vi vo queim: pensadores feligiosos pensaram ass je de hem-aven 50 que os dem: tantes. Para o recato exagerado do periodo vitor macao de que existiam lugares nde as relagdes sexwais e a obe eddigo moral por interesse préprio, Devemos dizia Kant, por seus proprios méi a semente de uma revoluca Nilo surprecn: guns, © nove conhecimento sugeria nto apenas a codigo moral da Europa do séc ‘ligido tradicional, Ha uma longa linha de pensamento mente valido, mas que nenhum juizo moral pode fazer mi ides de benevolencia do que refletir os costumes da socied al € criado, dade que a maior (Os marxistas adaptaram essa forma de relativismo a suas 0 assunto, paréi, é complexo e, ten: proprias teorias. As idéias dom obedecer 10s, Nao pre. fo era objetis pe que vai buscar a orig: da ética nas at parte das pessoas pos: antes de cada perfodo, dizi lo em vista que se trata do tema do ultimo capitulo deste I: so aquelas das classes dominantes, portanto, a moralidade de ro, nao vou desenvolvé-lo aqui. Basta dizer que a observa uma sociedade é relativa & classe econdmica que a domina ¢ cio cotidiana dos nossos semelhantes deixa claro que o com. por esse motivo, é indiretamente relativa a sua base econdmi portamento ético nao exige a crenga no céu e no inferno. ca. Assim, refutaram triunfalmente as pretensdes da moral ‘A quarta-e tiltima afirmago sobre a ética cuja veracida- dade feudal ¢ burguesa a uma validade objetiva e univers etendo negat neste primeira capitulo & aquela segundo Mas isso coloca um problema: se toda moralidade ¢ relativa, 1 quial a ética é relativa ou subjetiva. Pelo menos, negarei es o especial no comunismo? Por que tomar 0 ps ethe so ido do proletariado, e ecomume Bo o da burguesia? fidos. Essa questo exige uma discussio mais ampla do. Engels abordou esse problema da tinica maneira possivel ea canee abandonando o relativismo em favor da irmacao mais Ii i HES aranlbdarde quand tada de que a moralidade de uma soeiedade dividida em ch &es seri sempre relativa a classe dominante, ainda que a sociedade em que se vive Isso ¢ verdadero 1 a a dade de uma sociedade sem antagonismos de clase also no ontro. F certo que, como ji vimos ao diseutit © con fal E i Se aaa ser uma moralidade “realmente humana”. Isso ja iio tem 1 seqitencialismo, as agdes que so certas em ncias, podem ser erradas em oui neo, devido as suas mas co oes sextais for ; da de relativismo, mas, de um jeito meio confuso, & ‘oferece 6 impullso para uma série de idéias rel 1S muito pouco sit Assim, as

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