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A escolarizacéo dos saberes elementares na época moderna Jean Hébrard campachas de alibiracio™ sabes editors (N60 T). Harvey 5. Graff 6 professor da University of Texas at Dallas. septs) alts (ater pect reco sore postdo vo vor “ Teoria & Eduengd0, 2, 1990 Teoria & Educapto, 2, 1990 6s ‘0 Tour de la France par deux enfant, 0 “ps “Conespondented nose quinn série do primivo grav (N. do.) Mee bw Teoria & Educagto, 2, 1990 dslimiar os contmos do cango a que se problema algum. Desde hi dois slasquece doa Me ideas de base da are ci 4 reapeito da vecesiia mediagio que exigom eur sprenizagens, Adguiio uso da palayeae a ing de se vver junto, da meméra intents Sociable do tairro ou da proissio io igualmeate apendiagsns que se fazem “oaturlnente™ no exersio mesmo das nivdades qutdianss © no Teoria & Edveagao, 2, 1950 o cescritura — os escribas alfsbetizagio, E um fen Os grupos que, em primero lugar, lilizagdo as insttuigdes ov 0s saberes de que eles tém agora neces com sua salvasio quanto com seus neg “urbanas, grandes ou médias (designemo-las urbanas, si certamente um dos estratos em que as aprendizagens elementares do os Teoria & Educagao, 2, 1990 serve de modelo), isto é, entre séeulo XVII e a Regéncia, Teoria & Educasdo, 2, 1990 ® ‘aprendizagens como saberes elementares es 1. As técnicas da eserita: culturas profisionais Antes de serem disciplinas lerentares da escolaizag Jerem vor alta ou com os. mente se acentua na Igreja 0 poder secular dos bispos, 0s homens capa repidir as alas administra 20 (Teoria Educogo, 2, 1950 pists que trabalham no seriptorium. Os pi lublete de cera, espaso grafico limitado, suscett Teoria & Educagao, 2, 1990 se 0 terme pingere) da Drodutores de textos. A se crer em Armando Petrucci” m issolveria no repisar da ep Io mundo das univ rao (através da rubricagic) ov duma ‘pontuagio de cariter 1ogico para tomar as Ieitores aprender € repetida da escrita sob a forma do ditado ou da c6pia como nto. carolingio e 0 seul tridade, a formagio dos cl ‘qual se fa u entrada na Iingua de trabalho que € 0 latim. Deste modo, ‘mais ainda que a leitura, toma-se 0 cixo de toda formagio. Sua precoce é uma obrigacio para quem quer ter acesso a0 conjunto das ténicas que Dpermitem se servir das miltiplas facetas de uma cultura cuja autoridade € ‘ransmissZo passam precisamente pela escrita. n Teoria & Educasio, 2, 1990 2.A cultura profistional dos comer equenos ou grandes esis, a ef \rabalho. Por isso mesmo, eles ndo tm um lugar pedprio nem ‘spocifias, textos de todas as partes e de parte nenhuma. 18 4 margem destes mesmos meios que se manifesta desde 0 slo XV uma uilizago regular da escrita, Pesquisas efetuadas em Sicna e em Roma mostram ‘que a preocupasio de escrever se estende amplament para além do circu ainda fesirito dos leigos alfabetizados. Os documentos sio, sem divide, pouco Teoria & Eduengto, 2, 1990 zB i rnumerosos, mas suficientemente expl Por exemplo, esses dois pequenos we do século XV, wma famfia de ue possuem uma bos milo e parece hhito dessa fanglo sem fazer dela profse e oficio (aotrio, colocado que o delegado, Gelegandos e delegados pertencem forte poder, reconhecido por todos, mesmo pelos semi hrestam em recorrer a ele quando devem escrever 0s quaisextio habituados Inno mais qué os retratancsios hlaion por exemplo) edevem sr Soe accra deservolver una nviadeeantmaca import ertem eas * em Gand em 1179, em Ypres em ‘* exemplos de ealigrafia, que eles afixam A mancira de insignia, Com freqiéncia 4 Teoria & Educucdo, 2, 1990 mereadores foram imprestos no manuserita, Assim, 0 de Francesco di Bal of commerce, de Lewis Robert, impresso em Loniees em 1638).” No dominio desse grande comércio e, 20 que parece, deste 0 século XV, ‘guns aritméticos profissionas propsem seus servgos, tanto na qualidade de Teoria & Educagao, 2, 1990 15 laborada. A iconografi, assim como ali {que 0 dbaco ou 0 boulie”tém numerosos ade ‘manipulagio de quantidades discretas apoiada numa boa numeragio orale num uso reprado do corpo (aumeracéo digital) pode facilmentesubsttuiras operagbes “vpareio formado de iinglos sobre os quas esto fxadas exferas que servem pare omar (No 7). 6 Teoria & Eduoagdo, 2, 1990 n mais formar um clérigo, mas hastam Aqueles que dessjam que aprendam um pouco de ‘studam os primeirs el © que comesam a ler « gramlica colegio um novo regulamento que se sucessor, Elie Vine, eminentesibio ligado ao calvinismo sem a ele aderir de ‘Yet O colégio tem entio nove classes de gramiica, mas Vinet desc elevi-las * Teoria & Edueagio, 2, 1990 Doquenas, € enangas poquenas (ue Quintiliano. Seat pais ‘brep0€ latino e nos livros de pi iscurso” de Donato, of Rud Mines de Publivs Syrus. A ‘escrtura, Na sexta clase as sempre pronunciar ber. ‘Assim, quando tm colégio aceita tomar a seu cargo escolares princi as primeira aprendizagens que af sho proposas tentam unr o ensino da ‘odo lati e 0 da escrita, B preciso ai principais preces e sua memorizacio 6 0 ponto de partida de toda catequese.°” Mas, nesse conjunto de conhecimentos € savoirfaire, s6 a Ietura ¢ 0 latim Teoria & Educagdo, 2, 1990 i 0 Teorla & Edueasto, 2, 1990 ‘scompanh, slém disto, do monopdlio do ensino caligréfic. A austacia de 2 Teoria & Educosao, 2, 1990 elas no slo ainda, para as populagses que freqientam as pet verdadcros ssberes elementare, deoles, (Os saberesprofisionais de elérigos eos dos mercadores note reestrturam, pois, do mesmo modo, em tercantis qve devermos agora analisar. TL Das Reformas & Esco irugho religiosa e alfabetizagio (Com as Reformas, of dispositives de transmissio dos clase exprime na perspectiva duma escolarizacio longa associada a uma educago ‘spiritual profongads © complexa™ e quando ela tende » confundir instrxo © ateqiaso nos bevesperfodos que s crv pores podem conga 2 Para evalar isso, conver examinar como a prépria 2 no primeiro "tego do s6eulo XVI um saber elementareuja escolarizagio pode ser considerada, | —w Teoria & Educagao, 2, 1990 {quando ela io havia sido até af sento um conjunto de prticas ede erengas ov ‘estes rudiments da f& que sio 0 De 4 exposicio dos principais esc ‘08 ovens cas pessoas simples com a ajuda de fOrmulas fe nio eles se confundem facilmente")® e dar uim modelo 20 Mas se trata também de confer ao p familia 0 instrumento de sua pastoral espectica. © Petit eaiéchisme, de i sob 1 forma de quadcos, the é particularmente destinado: ele deve letra € 0 sentido tanto 4s riangas quanto aos criados. A pedagogia | Teoria & Educasao, 2, 1990 85 também seu significado, a fim de que aguilo que as palavras querem dizer Ai essex quadros ou 8 qualquer ovirs explicacio curt e simples © Grand caiéchisme constitui uma segunda etapa, um cexplicago. £ certo que Luteo, como depois dle, Zwinglio em Zurque, Beet ‘ou Calvino em Genebra, convida desde 1524 as autoridades municipas slemis ‘4 manterem escolas erists. Saber ler vale mais que nio saber quando as ‘que deriva da moral mais imediata. A ‘vem apoiar uim esforgo cuja forsa estf na vontade mesma de seen: ‘erdadeira f6. Nesse sentido, «estrutura familiar permanece o lugar pri as primeiras aprendizagens. Mais tarde, quando se confundem nos Estados dx Europa do Norte poder police © poder reigioso, essa educagio no foro familiar pode mesmo, em certos ‘sos, ser institucionalizada. J4 0 costume adotado no meio reformado de um controle pastoral estrito dos conhecimentos eatequéticos de cada fel introduz umm Teoria & Educosao, 2, 1990 de livreiros e nio representam senio uma pare do reformada da cidade. Mas os protestantes ‘em escolarizar no menos as primeiras aprendiza- fens eno a educators, Veemsedeseaolver mpidamete etre escolarizagio reformadas encarregadas pelo consisirio de assegurst a ormasio cristi das criancas e, por outro lado, até a revogesio do Edito de Teoria & Educagto, 2, 1990 2 criangas. Ex € objeto do terceiro conseqincia direta da necesséria ~protestagio” da fé enstio recedi reja (a Eseritura nos diz que se nds cre cenvidarem esforgo e| sministros, 2 redacio ‘controle dos conhecimentos aq fielmente ineiruida para o futuro”. eclesidsticos, ele confia aos past Cisto €, a instrugio de plantar a semente para 0 futuro a fim filhos,€ preciso insalar um colégio para formagho tanto nas Singuas quanto em dialétca” ¢ instrugio das criangas ‘pequenas (0s “leitores” se ocupam das classes superiores, os “bacharéi ‘niciantes), Além disso, ele prevé que ovtras escolas possam ser abertas 88 Teoria & Educagao, 2, 1990 Teoria & Eiducacao, 2, 1990 eee ese Derspectiva de instrugio ainda mais determinadn que em Lut ppoderia jamais se separar do clero que erth encarregado do “nocessério que haja pastores” esses devem ser esculados ("s espreza € recusa ouvislos, et rejitando Je ‘doutrnal que advém de uma eateqvese , da mesma forma que as assembléas to 00 melo ruc) contrério (mas & %0 Teoria & Eiuensao, 2, 1990 ncipsis “regras” ou operagdes. Sem divida a ito bem ser um hipax. A articulagio ‘menos preocupado em escolarizar a formagio péginas deste livretor que, 4 contradigdo Iuerana da sola scripture, io se deve entender a Palavra tal “como ela Bscrturas"™ rmunera bem especiica de de “declarages”). Observase ai ta fleulo com a mio), uma not i sparecer ainda no séeulo XVI como uma int 0 Teoria & Educasdo, 2, 1990 ‘num manual escolar entre leitura,catoquesee aitmiticanio se genealiza senio ‘quando bem entrado 0 século XVIII. Mas se sabe por outro lado que certos ‘egentes protestanes se toram especializadosnacatequese ligada a ler, esrever ‘contr, desde o século XVII. ‘Um sécvlo e meio mais tarde, um segundo acontecimento bastante dstanciao ‘do primeiro, pois se trata de um decreio rel, vem, eniranto, davthe uma ‘esposta de uma forma estranha. Também af uma interpelagio séria tora-se

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