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e Nordeste.
1
Este artigo é parte integrante de minha Dissertação de Mestrado em fase de conclusão,
intitulada O pensamento radical no movimento camponês: história e memória da luta
camponesa em Conceição do Araguaia – Pará (1975-1985), no Programa de Pós-Graduação
em História Social da Amazônia – UFPA.
2
Araguaia Campo Sagrado. Direção Geral: Evandro Medeiros. Labour Filmes Produções. Ano
de Produção: 2010-2011.
chegaram à região Araguaia, e 1974, quando os últimos integrantes da
Guerrilha foram mortos pelo Exército na região chamada de Bico do Papagaio
e que compreende os atuais estados do Pará, Maranhão e Tocantins, como
mostra o mapa na figura 1.
4
Trecho de um artigo de Diógenes Arruda, dirigente do PC do B, publicado em A Classe
Operária, outubro de 1979, sobre Maurício Grabois, líder máximo da Guerrilha do Araguaia.
ocupam uma variedade de posições entre esses extremos.
Elas são testemunhos dos esteriótipos, mas também das
mudanças graduais , pelas quais indivíduos ou grupos vêm o
mundo social, incluindo o mundo da imaginação”. (BURKE:
2004, p.232) [grifos meus]
5
Guerra Popular - Caminho da luta armada no Brasil (1969). Centro de Documentação e
Memória Fundação Maurício Grabois. Disponível em:
<http://grabois.org.br/portal/cdm/noticia.php?id_sessao=49&id_noticia=3844> Acesso em: 12
de jul. 2013.
1985), a exemplo da Chinesa, que seria a grande fonte de inspiração para o
PCdoB. Para Rodrigo Peixoto, que participou como representante do Museu
Paraense Emílio Goeldi do Grupo de Trabalho Tocantins (GTT) 6, a decisão do
governo Médici em utilizar “(...) de todos os meios para eliminar, sem deixar
vestígios, as guerrilhas rurais e urbanas, de qualquer jeito, a qualquer preço”
(Peixoto, 2011, p. 481), resultou não só na execução de muitos guerrilheiros,
como na prisão de camponeses considerados próximos aos combatentes do
PCdoB. Em um dos muitos relatos de sobreviventes podemos observar o
significado da repressão à guerrilha na visão dos camponeses do Araguaia:
Fiquei 23 dias preso, apanhando, bebendo água de sal, no
formigueiro, junto com o Beca, Zé Maria, Zé Novato,
Domiciano, Zé Graça e Raimundo Preto. Fui preso em casa, no
Centro Novo, região do Cajueiro, na região de São Geraldo.
Chegaram às 10 horas do dia e aí procuraram se o pessoal da
mata [guerrilheiros] tinha andado na minha casa. Eu disse: –
Andaram... (...) Aí eles falaram se eu podia dar uma palavra na
Base de Xambioá. Eram mais ou menos uns 15 soldados,
sargento, o doutor chefe, o doutor Jardim. Eu disse: – Posso
sim. Aí telefonaram para lá, para o helicóptero me buscar. (...)
Troquei a roupa, foi quando ligeiro o helicóptero veio chegando.
Embarquei no helicóptero. Quando chegou em Xambioá, com a
distância de uma braça do chão, me empurraram. Já caí nos
pés dos homens. Do Romeu, do Magno e do João. Esses eram
que ficavam na base só pra bater em gente. Daí pra cá eu não
falei mais nada. Era só na pancada e na pesada 7. [grifo meu]
6
O GTT (Grupo de Trabalho Tocantins) funcionou até maio de 2009, quando foi reestruturado,
dando origem ao Grupo de Trabalho Araguaia (GTA). O objetivo do GTT era o de “localizar,
recolher e identificar os corpos de desaparecidos durante a Guerrilha do Araguaia”. Fonte: Blog
do Planalto, 5 de maio de 2011. Disponível em: <http://blog.planalto.gov.br/novo-grupo-de-
trabalho-vai-ampliar-busca-a-desaparecidos-no-araguaia.html> Acesso em 8 de jun. 2013.
7
Depoimento de “Dotorzinho”, camponês morador de São Domingos do Araguaia, concedido a
Rodrigo Peixoto em agosto de 2010. Citado em: PEIXOTO, Rodrigo. Memória Social da
Guerrilha do Araguaia e da guerra que veio depois. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi.
Ciências Humanas. Belém, vol. 6, n.3, set. – dez. de 2011, p. 495.
8
Ainda segundo Rodrigo Peixoto, citando os dados recentes publicados pela Secretaria
Nacional dos Direitos Humanos, “Osvaldo Orlando da Costa, o ‘Osvaldão’, foi o primeiro
integrante do PC do B a se instalar na região, em 1966. Em 1968, já se compunha um grupo de
15 militantes. No início de 1972, às vésperas da primeira expedição do Exército, eram quase
70. In: BRASIL. Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República. Direito
à Memória e à Verdade. Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos. Brasília:
“dossiê” sobre o comunismo no Brasil. Denominado “Inquérito Policial Militar
(IPM) nº 709” 9, o “dossiê” resultou na publicação, em 1967, de quatro volumes
cujo objetivo era estudar as origens, o funcionamento, as diretrizes e as formas
de ação dos grupos comunistas em atuação no Brasil.
Numa dessas publicações, são analisadas uma série de resoluções de
partidos e organizações comunistas. Citando fragmentos da Resolução Política
do V Congresso do PCB, realizado no Rio de Janeiro, em 1960, o IPM nº 709
do Exército aponta duas posições políticas no interior do PCB que teriam
desdobramentos nos anos seguintes ao golpe civil-militar de 1964. Enquanto o
V Congresso afirma que “nas condições atuais do Brasil e do mundo, existe a
possibilidade real de que a revolução (...) atinja seus objetivos por um caminho
10
pacífico” , a linha adotada pelo Comitê Central do PCB logo após o golpe de
março de 1964 seria a de autocrítica em relação ao “pacifismo” predominante
na medida em o partido não havia se preparado “(...) para enfrentar o emprego
da luta armada pela reação” 11.
Analisando um outro documento, agora a resolução política do Comitê
Central do PCB no Rio Grande do Sul, os militares apontam para a perspectiva
que aos poucos, segundo a interpretação do IPM nº 709, seria a nova
tendência predominante no partido:
Secretaria Especial de Direitos Humanos, 2007, p. 195. Citado por PEIXOTO: 2009, op. cit., p.
480.
9
Inquérito Policial Militar nº 709. O comunismo no Brasil: a ação violenta. 4º vol. Rio de
Janeiro: Biblioteca do Exército – Editora, 1967.
10
Idem, p. 372.
11
Idem, p. 373.
12
Idem, p. 374.
As citações acima, contidas no 4º volume do Inquérito Policial Militar de
nº 709 nos ajudam a compreender algumas atitudes de radicalidade tomadas
pelo aparato repressivo, radicalidade aqui entendida como sinônimo de
violência e intransigência do regime autoritário em relação aos seus opositores,
quaisquer que sejam suas origens ideológicas, já que quase todos eram
tratados como “inimigos da revolução” ou “agentes da subversão”, não
importando se eram estudantes, padres, freiras, agentes pastorais, operários
ou camponeses. Nos ajudam a entender também a disputa política no interior
do PCB entre os setores que permaneceriam optando pela “via pacífica” e
outros, como o PCdoB e a AP que na leitura dos militares “manifestavam-se
francamente por uma ação violenta para a rápida implantação do socialismo
brasileiro”13. Chama a atenção também a preocupação dos comunistas
gaúchos quanto a necessidade de organização de autodefesas armadas,
especialmente nas zonas rurais para proteger os camponeses, o que nos
remonta a um movimento social muito importante antes do golpe de 1964: as
Ligas Camponesas.
13
Idem, p. 375.
14
Para Clodomir Santos de Moraes, em artigo publicado em 1969, as Ligas ressurgiram em
1955, pois já existiam em décadas anteriores, como “organizações-apêndices da estrutura
unitária e centralizada do Partido Comunista” (p. 23). Cita, por exemplo, a atuação do
pernambucano José dos Prazeres e sua experiência tanto no anarcossindicalismo dos anos de
1920 quanto no PCB, que abandonara em 1947 para atuar “na mobilização dos trabalhadores
rurais, através da Liga Camponesa de Iputinga”. Cf. MORAES, Clodomir Santos de. História
das Ligas Camponesas do Brasil. In: STEDILE, João Pedro (org.) História e Natureza das Ligas
Camponesas – 1954-1964. 2ª edição. São Paulo: Expresão Popular, 2012, p. 28.
15
ESTEVES, Carlos Leandro da Silva. Nas trincheiras: luta pela terra dos posseiros em
Formoso e Trombas (1948-1964). Uma resistência ampliada. Dissertação (Mestrado em
História Social), Niterói (RJ): Universidade Federal Fluminense, 2007.
território com um certo grau de autonomia, “no qual se podia entrar e do qual
não se podia sair sem salvo-conduto” (Martins, 2011, p. 110-111) e que só
seria ocupado militarmente em 1970, seis anos depois do golpe de 1964, em
que
16
Inquérito Policial Militar nº 709: 1967, op. cit., p. 392.
17
Idem, ibidem.
18
BRASIL: 2007, p. 195. Citado por PEIXOTO: 2009, op. cit., p. 480.
19
Segundo levantamento feito pelos jornalistas Eumano Silva e Taís Monteiro, do Estado de
São Paulo, 15 militantes do PCdoB teriam tido treinamento militar em Pequim. MORAIS, Taís;
SILVA, Eumano. Operação Araguaia: os arquivos secretos da guerrilha. 2. ed. São Paulo:
Geração Editorial, 2005, p.42.
20
Depoimento de João de Deus no documentário Araguaia: campo sagrado.
No depoimento de João de Deus é possível perceber a falta de
assistência básica de saúde aos moradores do Araguaia e que o socorro
médico prestado aos camponeses por parte dos guerrilheiros formava entre
eles um forte elo de ligação. Além disso, João de Deus era morador do antigo
povoado Caianos, fundado pelo guerrilheiro Paulo Mendes Rodrigues em finais
da década de 1960, transformado posteriormente em Boa Vista pelo Exército
(Figueira, 1986,p.28). Nessa área funcionou um dos três núcleos ou
destacamentos montados pelo PCdoB para a preparação da guerrilha, o
destacamento C, ou Caianos. Havia ainda o destacamento B também
denominado Gameleira, entre São Geraldo e São João, e o destacamento A ou
Apinajés, em São João do Araguaia.
O exército iniciou as operações militares em março de 1972 e contou
com a coordenação de um personagem que se tornaria símbolo da repressão à
Guerrilha, o então capitão do exército Sebastião Rodrigues de Moura, o
“Sebastião Curió”21. Usando o nome de doutor Luchini, Curió se passava por
engenheiro do INCRA para se aproximar dos camponeses e acessar as áreas
onde estariam os guerrilheiros. É ele quem assina o relatório final da Operação
Sucuri, em 24 de maio de 1974, que coordenara diretamente, e que resultou no
extermínio dos guerrilheiros que ainda estavam na mata e não conseguiram
fugir.
A caça aos comunistas foi feita com a mobilização de um grande
contingente de tropas numa região de difícil acesso. Há divergência quanto ao
número exato de soldados, variando de dez a vinte mil, o que mostra o temor
das forças de segurança em relação à Guerrilha. Para movimentar as tropas,
facilitar o cerco aos guerrilheiros e ocupar militarmente a região do bico do
papagaio, o Exército abre três estradas operacionais (OP 1, OP 2 e OP 3) em
que o INCRA atuava no sentido de elaborar projetos para atrair colonos para a
área. A OP 2, que liga Marabá a São Geraldo do Araguaia, é hoje uma rodovia
estadual, a PA 153.
21
“Depois da guerrilha, coordenou as ações de limpeza da área para apagar os sinais do
confronto. Adotou o apelido de Major Curió e, por meio da coação e pelos pistoleiros a seu
serviço, transformou-se no homem mais temido da região. Distribui lotes de terra par
colaboradores e recebeu o garimpo de Serra Pelada para administrar. Fundou a cidade de
Curionópolis e elegeu-se prefeito três vezes. Também foi eleito deputado federal por vários
mandatos, o último em 2004. In: MORAIS, Taís; SILVA, Eumano: 2005, op. cit., p. 594.
A proximidade com os guerrilheiros é narrada em diversos momentos.
Para Dona Marcolina, camponesa viúva cujo marido fora preso e torturado,
“esse povo que disseram que era da mata [guerrilheiros], ia muito lá em casa.
Dei muito de comer a eles. Eu só conhecia bem o Murilo que morava bem aí
assim, passou mais de ano, eu vi o Murilo, o Zequinha e o Flávio. Eles ficaram
muito tempo com a farmácia, trataram do meu irmão que estava com curuba”.
Nessa mesma linha, seu Beca, camponês, fala da assistência prestada pelos
guerrilheiros, principalmente pela Dina22 que, ao lado de “Osvaldão”, foi uma
das mais destacadas guerrilheiras entre os camponeses:
o povo chegava lá em casa, já levados pela Dina que a Dina
era conhecida em São Geraldo. A minha mulher tava com
dificuldade pra ganhar neném. O farmacêutico não deu mais
jeito. Aí falaram olha tem uma mulher assim, mas eu disse ela
não vem, vem sim que ela é muito caridosa. Aí fui atrás dela
que veio na mesma hora, mandou comprar a injeção, aplicou e
a mulher despachou23.
22
Dinalva Oliveira Teixeira, a Dina, embora formada em Geologia, ficou conhecida na região do
Araguaia como parteira, assistindo a várias mulheres. Os relatos sobre seu desaparecimento
são contraditórios. Acredita-se que tenha sido morta pelos militares num ataque ao
destacamento C, em dezembro de 1973. In: MORAIS e SILVA: 2005, op.cit., p. 568-569.
23
Depoimento de Seu Beca documentário Araguaia: campo sagrado.
24
Depoimento de Dona Madalena no documentário Araguaia: campo sagrado.
25
Depoimento de Joaquim Borges no documentário Araguaia: campo sagrado.
cobertura pro ‘povo da mata’” 26. Essa “muita gente” a que se refere o “mateiro”
Borges significa tanto o “povo da mata”, como eram conhecidos os
guerrilheiros, como os próprios camponeses. Na memória de muitos moradores
do Araguaia, principalmente das localidades próximas aos núcleos da guerrilha,
um gesto de “dar de comer” ao “povo da mata” era motivo suficiente para o
Exército “vim e pegar”27, isto é, prender o suspeito de ser um “colaborador da
Guerrilha”. Dona Dora, camponesa, esposa de ex-mateiro preso, conta que
“depois de seis anos o homem perdeu a mente. Até hoje está assim, não sai de
casa pra lugar nenhum, nem pra tirar o dinheirinho dele” 28. Para seu Joaquim,
camponês, “o sofrimento aqui foi triste, teve gente que ficou paralítico. O Zé
29
Novato foi preso aqui, apanhou tanto que ficou paralítico” .
Apesar da violência sofrida por muitos camponeses em razão da
repressão à guerrilha, grande parte dos depoimentos dos sobreviventes não os
vê como “culpados”. A acusação de terroristas feita pelos militares, não parece
convencer aos camponeses. Para seu Beca, camponês,
“Eles [guerrilheiros] não eram terroristas, eram gente muito
sofrida. Eles diziam pra mim que tava correndo atrás da
liberdade por que nós vivia num cativeiro, vivia num país cativo.
Nós vivia naquele regime militar, então um país que ninguém
podia conversar. Mas ninguém acreditava. Eles dizia que era
pra gente ir pro mato mas ninguém quis ir não” 30. [grifo meu]
26
Depoimento de Joaquim Borges no documentário Araguaia: campo sagrado.
27
Depoimento de Dona Madalena, camponesa, filha de preso e torturado, no documentário
Araguaia: campo sagrado.
28
Depoimento de Dona Dora, no documentário Araguaia: campo sagrado.
29
Depoimento de seu Joaquim, no documentário Araguaia: campo sagrado.
30
Depoimento de seu Beca, no documentário Araguaia: campo sagrado.
31
de nós” . O depoimento do camponês Joaquim, vai na mesma direção: “uma
oisa que eu nem sei que diabo é terrorista. Eu pelo menos não sabia. Eu nunca
fui no estrangeiro”32.
Os camponeses, embora tivessem estabelecido boa relação com os
combatentes do PC do B, certamente não compreendiam as “questões de
fundo” que motivaram o deslocamento dos militantes de centros urbanos para a
região do bico do papagaio. O curto período de permanência na área e o
aparato repressivo montado pela ditadura dificultaram um maior envolvimento
dos camponeses com a estratégia da “guerra prolongada” do partido. Para o
camponês Messias, a época da guerrilha foi de “um sofrimento terrível. A gente
não podia abrir o bico e nada disso, Tinham uns puxa-saco por aí que
dedavam, que dizia que nós era terrorista, comunista, subversivo, satanás de
vida”.33
Os camponeses estavam fortemente marcados por uma cultura mística,
religiosa, enraizada num cristianismo de base popular34, como podemos ver na
fala do camponês Beca, ao referir-se a guerrilha como uma” guerra suja” na
qual passara “quarenta e cinco dias preso pegando peia, no almoço e janta. Fui
torturado, fui massacrado (...)”. Seu Beca acredita que conseguiu sobreviver
35
depois de orar a Deus e pedir “um voto para o Divino Espírito Santo” . Nesse
sentido, como bem analisou Carlos Rodrigues Brandão, as torturas sofridas e o
“milagre popular” da sobrevivência pode ser compreendido como a retomada
“da ordem natural das coisas da vida do fiel, da comunidade ou do mundo, por
algum tempo quebrada”. Dessa forma, seu Beca acredita ter vivido uma
“provação consentida por deuses e santos ao fiel devedor e justo”, o Divino
Espírito Santo, salvando-o do “efeito direto da invasão do Mal sobre a ordem
terrena” (BRANDÃO: 1986, p. 131).
31
Depoimento de dona Dora no documentário Araguaia: campo sagrado.
32
Depoimento de seu Joaquim no documentário Araguaia: campo sagrado.
33
Depoimento de Messias no documentário Araguaia: campo sagrado.
34
BRANDÃO, Carlos Rodrigues. Os deuses do povo: um estudo sobre a religião popular. São
Paulo; Brasiliense, 1986.
35
Depoimento de seu Beca
Considerações finais
FERRO, Marc. Cinema e História. 2º edição revista e ampliada, São Paulo: Paz
e Terra 2010.
REIS FILHO, Daniel Aarão & SÁ, Jair Ferreira de (orgs.). Imagens da
Revolução: Documentos Políticos das Organizações de Esquerda dos Anos
1961-1971. Rio de Janeiro: Editora Marco Zero, 1985.
SALES, Jean Rodrigues. O Partido Comunista do Brasil e a crise do socialismo
real. Revista Brasileira de História. São Paulo, v. 28, nº 56, 2008, p. 507-528.
WOLF, Eric. Guerras camponesas no século XX. São Paulo: Global, 1985.