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ANEXO 3

Você considera que o Poder Executivo tem se valido adequadamente do


orçamento público para realizar o planejamento das ações do Estado? Por que
razão?

Estamos vivendo um momento de grande debate em torno da necessidade


de diminuir o gasto público propiciando um ajuste fiscal em níveis mais reduzidos de
carga tributária. Nos últimos oito anos, a carga tributária elevou-se de 29% para 36%
do PIB. Segundo estudos do Banco Mundial, as despesas do Estado nos últimos 30
anos dobraram, aproximando-se, atualmente, em 40% do PIB. Com efeito, esse
processo ocorreu ao tempo que se ampliavam as funções do setor público,
decorrente de vários processos históricos acelerados desde 1929, pela crise do
capitalismo e com o crescente deslocamento da população para os grandes centros
urbanos. A crise do modelo liberal colocou na ordem do dia a urgência por um
sistema econômico capaz de vaporizar novamente o sistema capitalista. O Estado
interventor ressurge com toda a força, impulsionando empregos e proteção social
surgindo, então, os grandes avanços das despesas do Estado.
Na discussão sobre diminuição dos gastos públicos observa-se uma
tendência em promover ajustes orçamentários nos gastos com investimentos. A
excessiva rigidez do orçamento público dificulta o corte no custeio da máquina
pública. Ao fixar limites de gastos em determinadas áreas ocorre um incentivo à
ineficiência desses gastos, uma vez que o foco do gestor é executar a despesa
autorizada no orçamento e não a busca da eficiência na produção de serviços
públicos. A lei orçamentária é elaborada com base em dotações anteriores
prejudicando o planejamento da ação governamental. Conforme dados do último
orçamento da União, apenas 7,5% estão livres de repasses e compromissos
previamente autorizados. Com este nível de rigidez orçamentária acaba sobrando
muito pouco para ajustes e gastos com investimentos.
A obrigatoriedade de aplicação de percentuais de orçamento público em
determinadas áreas, como educação e saúde, trouxe avanços e benefícios à
sociedade brasileira, contudo a atual vinculação de gastos cerceia a ação do
administrador público e comporta incentivos à ineficiência do gasto público.

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