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Tais conectores são usados para distribuir o assunto, ordenando as partes do texto, indicando quais são prio-
ritárias, conclusivas. Observe o desenvolvimento do tema abaixo com a utilização dos elementos de transposição
semântica.
TEMA: Privatização
INTRODUÇÃO: A privatização, nos moldes em que é feita em certos países do Terceiro Mundo, é altamente pre-
judicial às suas economias.
Em seguida, vendem-se as estatais a preços vis, muitíssimo abaixo de seu valor real,sem
Em segundo lugar, que o dinheiro dessas vendas traga qualquer reequilíbrio à economia dessas
Depois, nações.
Dessa forma, os governos de tais países deveriam interromper imediatamente esse processo
Assim, demolidor de suas nações e repensar novos caminhos para a resolução de
logo, suas crises econômicas.
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AULAS PARA OAB 2ª FASE – XIX EXAME DE ORDEM
Português Jurídico – Aula 01
Rodrigo Bezerra
FALTA DE AUTORIDADE
De repente o Judiciário começou a ser apontado como um dos maiores vilões da crise brasileira, em visão
distorcida e errada de seu papel na vida nacional. Tenho criticado vários atos e segmentos do Judiciário, cujo con-
trole externo defendo. Recentemente escrevi que se os juízes tiverem vontade de trabalhar - expressão com a
qual sintetizei aspectos das deficiências judiciais - resolverão muitos dos problemas sociais que enfrentamos na
atualidade. Assim sendo, sinto-me à vontade para negar que cabe ao Judiciário a maior culpa pela crise.
Em primeiro lugar, tenha-se presente que grande número dos processos civis, fiscais e trabalhistas tem
origem em ilegalidades praticadas por administradores públicos, cuja visão caolha faz com que queiram receber
créditos governamentais, mas não queiram saldar os respectivos débitos. Eles se esquecem da sabedoria de Vi-
cente Matheus quando trata das facas de dois legumes, pois o Judiciário eficiente tanto permitirá as cobranças
reclamadas, quanto forçará o poder público a parar com seus calotes e impedirá as ilegalidades cometidas.
Em segundo lugar, acentuo as omissões no cumprimento do dever legal dos outros poderes. Exemplo
mais gritante é do próprio Legislativo, que não aprovou as leis suplementares da Carta de 1988.
O Executivo, por seu lado, baixa instruções, decretos, portarias e toda sorte de medidas administrativas,
muitas das quais são flagrantemente ilegais. Forçam os contribuintes a se defenderem em juízo. Agravam o con-
gestionamento judicial. Nenhuma lesão ou ameaça de lesão ao direito individual pode ser excluída de apreciação
pelo Poder Judiciário na verdadeira democracia. Se o Executivo quiser que as pessoas diminuam a corrida aos
tribunais deve parar com as ilegalidades.
Assinalo, ainda, a distância numérica entre o aparato judiciário brasileiro e o universo ao qual ele deve
atender. Há menos de 20.000 juízes para quase 350.000 advogados, O número de processos em andamento se
conta aos milhões (só na justiça paulista existem 4 milhões). A deficiência não é culpa exclusiva do Judiciário,
embora este tenha boa parte da responsabilidade.
A máquina judiciária — fora das áreas da magistratura — é muito mal remunerada nas justiças estaduais.
A rotatividade é forte. A baixa remuneração, contraposta à mobilidade da força de trabalho, lidando com leis e
instruções freqüentemente conflitantes, mais confunde o processo judicial quando tratado por mão-de-obra des-
qualificada.
Necessário é lembrar da história recente do Brasil, na qual o Judiciário foi fonte principal de defesa dos in-
teresses individuais, ante o mau comportamento dos outros poderes.
Lembro o homicídio, ocorrido em 1975, cujo réu — que teve este mês presença meteórica no Ministério da
Agricultura — não foi julgado até o presente, como outro exemplo de responsabilidade múltipla. A demora escan-
dalosa não seria possível com o Ministério Público, titular da acusação, atento e diligente. Nunca seria possível
sob a legislação aprimorada, sem prejuízo das garantias de ampla defesa, como tem acontecido no freqüentemen-
te citado exemplo italiano. Também não seria possível, é evidente, se os muitos juízes que passaram pelo caso
tivessem tido vontade de trabalhar.
O Brasil precisa recompor as deficiências de sua economia em crise. A magistratura deve participar desse
esforço. Todavia, o brasileiro não pode supor que a lentidão do Judiciário impede a recuperação. O exame atento
mostrará a injustiça de lançar todas as culpas sobre as costas dos magistrados. Inocentes, de todo, eles não são.
Mas a culpa — se é o caso de nos preocuparmos com culpas em pleno centro da tempestade — melhor será divi-
di-la com os dois outros poderes, detonadores da confusão em que temos vivido e, portanto, sem autoridade mo-
ral para criticarem os homens (e mulheres) da toga.
Walter Cenevida, Folha de S. Paulo
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Português Jurídico – Aula 01
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4. ORIENTAÇÕES FINAIS:
1. Procure distinguir as premissas das conclusões. É preciso saber, antes de começar, aonde você quer chegar.
2. Apresente suas ideias em uma ordem natural. Se o caso for simples, deixe suas conclusões para o final.
3. Seja concreto e conciso.
4. Evite linguagem agressiva. Não tente melhorar a sua argumentação distorcendo, menosprezando ou ridiculari-
zando o argumento da parte contrária.
5. Use termos consistentes.
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Português Jurídico – Aula 01
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Bibliografia:
Damião, Regina Toledo e Henrique, Antonio. Curso de Português Jurídico, 10ª ed., São Paulo, Editora Atlas,
2007.
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