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XXIV Encontro Nac. de Eng.

de Produção - Florianópolis, SC, Brasil, 03 a 05 de nov de 2004

A aplicabilidade do business intelligence na gestão pública

Luiz Claudio Silveira Ramos (PUCPR) luizramos@netpar.com.br


Denis Alcides Rezende (PUCPR) drezende@netpar.com.br

Resumo
Exercendo o foco direto na utilização dos conceitos e preceitos do Business Intelligence, este
estudo fundamenta um estudo de campo voltado a uma instituição de seguridade social no
âmbito da gestão pública. Sua aplicação, suas dificuldades, suas vantagens, suas
desvantagens são sistematizadas segundo experiências vividas pelos pesquisadores autores. A
arquitetura fundamentada segundo utilização real permite a imagem da massa de dados e de
informação originada no projeto voltado à construção de um software, o qual possui dentre
seus módulos um componente específico voltado ao Business Intelligence. As outras sessões
descrevem a divisão feita no Sistema Gerenciador de Banco de Dados, a definição de
elementos chave os quais permitem a utilização do Business Intelligence, a aceitação dos
usuários do software perante a utilização da ferramenta adotada e algumas opções de
ferramentas disponíveis no mercado. Formas de utilização e de resultados do módulo
construído fazem objetiva referência ao benefício que classificou a construção da solução
tecnológica. Como conclusão, o trabalho contribui com apoio significativo à gestão
administrativa, especialmente no auxílio à tomada de decisão na esfera pública.
Palavras chave: Projeto de Gestão Pública; Business Intelligence; Sistemas de Informação e
do Conhecimento.

1. Introdução
O caso evidenciado neste estudo refere-se a uma instituição de seguridade social, formalizada
e registrada em âmbito da gestão pública. Esta instituição desenvolveu, com a ajuda de
empresas especializadas, um projeto voltado à construção de um software, onde uma das
tarefas principais foi à construção de um módulo ou componente do sistema chamado
Business Intelligence (BI), o qual foi construído com base em necessidades de gestão e dados
efetivamente disponíveis em sistemas internos e externos.
O projeto foi originado segundo a concepção de um sistema de informação e do
conhecimento, e a sua implementação contemplou dados utilizados por sistemas de
informação transacionais - pertencentes ao nível operacional da instituição - na forma de
informação gerencial. O cunho prático do módulo citado era a maneira correta de sistematizar
em nível de BI dados até então utilizados por outros módulos do sistema como controle de
fluxo de processos ou mesmo de controle voltado ao dia a dia organizacional e que claramente
poderiam colaborar com informações gerenciais precisas e objetivas, facilitando a tomada de
decisão na gestão pública.
Para tanto, parte do projeto foi especificamente dedicada à implementação de técnicas
voltadas ao conceito de BI, sendo a aplicabilidade destas técnicas o grande objetivo deste
estudo.
2. Metodologia de pesquisa
A metodologia de pesquisa teve sua natureza aplicada, onde sua abordagem foi caracterizada
como uma pesquisa exploratória. A ênfase desse trabalho está na elaboração de um estudo de

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campo em uma instituição de seguridade social no âmbito da gestão pública (GIL, 2002).
3. Gestão pública e new public management
A gestão pública é um largo campo de discussão sobre as intervenções políticas dentro do
governo executivo. As características dos instrumentos das intervenções de políticas são
regras institucionais e rotinas organizacionais que afetam o planejamento das despesas, a
gestão das finanças, a administração pública, as relações civis de trabalho, as compras, a
organização e os métodos, a auditoria e a avaliação (BARZELAY, 2001).
A nova gestão pública ou a “new public management (NPM)” pressupõe aplicar nas
organizações públicas os modelos de gestão originalmente oriundos da iniciativa privada e
dos conceitos de administração estratégica focada nos negócios empresariais e nos conceitos
de empreendedorismo (OSBORNE; GAEBLER, 1992).
Esses preceitos acrescentaram mais pressão nas burocracias para tornar as organizações
públicas mais responsivas para os cidadãos como clientes participativos. Sem dúvida, é um
avanço importante na contemporânea administração pública (VIGODA, 2002).
4. O ambiente voltado para a implementação
Os sistemas responsáveis por colher os dados da instituição, inclusive as informações de
fluxos dos processos organizacionais, formam um conjunto de dados que unido às
necessidades do projeto em questão formam um conjunto tecnológico de necessidades de
processamento voltadas à implementação física que podem ser representadas segundo a
Tabela 1:
ATIVIDADE NÚMERO
Módulos do Sistema 18 módulos inter-relacionados.
Levantamento de requisitos, produção de casos de 148 casos de uso.
uso.
Fluxos de processos, formas de tramitação de 7 fluxos principais de processos administrativos,
documentos internamente a entidade. sendo cada um deles com 30 sub-fluxos em média.
Modelo de dados 330 tabelas nas três instâncias de banco de dados.
Número de Classes 2.200 classes de objetos.
Tamanho do código fonte 1,5 Gb.
Arquitetura Servidor de aplicação independente do servidor de
banco de dados.
Fonte: (dados retirados de estatísticas geradas pelo próprio projeto)

Tabela 1 – Atividades e números do projeto


O projeto foi desenvolvido utilizando soluções Oracle como ambiente de programação,
servidor de banco de dados e servidor de aplicação. Os ambientes envolvidos no projeto eram
distintos e separados por: desenvolvimento, homologação e produção. Todos os módulos
produzidos através de linhas de códigos feitas por programadores pertencentes ao projeto
tinham seus testes efetuados no ambiente de desenvolvimento, sendo este aprovado então
haveria a possibilidade de inserção do código fonte compilado no ambiente de homologação.
Somente os módulos que obtivessem um aceite formal perante a luz da empresa contratante
no ambiente de homologação, poderiam ser implementados em ambiente de produção.
Para atender a dimensão do modelo de dados, o projeto teve o auxílio de software
especializado em desenho de banco de dados relacional, o qual além de armazenar a
configuração necessária ao banco de dados, gerava scripts prontos a serem executados nos
ambientes de desenvolvimento, homologação e produção da aplicação.
A solução adotada teve como princípio a separação do servidor de banco de dados do servidor
de aplicação para permitir um balanceamento mais objetivo no aspecto segurança e
performance de respostas.

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O tempo de desenvolvimento deste projeto foi de 20 meses, onde em média foram


consumidos 40 homens/mês.
5. A divisão do banco de dados do projeto
A composição do banco de dados da aplicação e a forma necessária de acesso aos dados
levantaram a necessidade de dividi-lo em três instâncias distintas. A divisão atendeu o
seguinte critério:
− Instância número 1: própria para o armazenamento de dados relativos ao controle dos
fluxos de processos administrativos, os quais diariamente estão compondo um histórico de
atividades executadas perante aos processos, sendo possível à tramitação dos mesmos
internamente a organização;
− Instância número 2: própria para o armazenamento de dados de cunho geral, onde se
estabeleceu as necessidades gerais da aplicação;
− Instância número 3: própria para o armazenamento de dados que são utilizados como base
para cálculos atuariais – projeções futuras com base em cálculos estatísticos - onde uma
camada da aplicação denominada BI faria o manuseio de informações dirigidas à tomada
de decisão da organização perante os aspectos ligados a cálculos atuariais e financeiros.
O balanceamento feito na divisão das três instâncias do banco de dados permitiu a aplicação
performances significativamente melhores, segundo testes efetuados com o auxílio de
técnicos da empresa Oracle.
É importante salientar o papel da instância três a qual armazenou dados específicos que iriam
ser trabalhados junto ao conceito de BI, para auxiliar gestores da organização inclusive no
entendimento de cenários atuariais ao longo de 75 próximos anos.
6. Os elementos chave do business intelligence (BI)
As utilizações ideais dos conceitos e preceitos do BI residem na necessidade de definição de
uma business area, além da construção de cubos e regras de acesso a dados ou mesmo as
informações.
O sistema gerenciador de banco de dados (SGBD) Oracle oferece como parte de seus
componentes de banco de dados, um software denominado Discover, o qual determina
aplicações e transformações de informação com base nos conceitos de BI.
A utilização do Discover tornou-se fundamental no projeto para que os dados (e as
informações) armazenados na instância três do banco de dados fossem selecionados de forma
dinâmica e objetiva por parte dos usuários da aplicação.
As exigências do Discover passaram em primeiro momento pela definição da business area
onde um usuário dotado de privilégios altos de acesso e modificação de dados obtinha
permissão de definir quais as tabelas do banco de dados devem fazer parte da “área de
negócio” e quais usuários poderiam ter acesso à mesma. Na construção da “área de negócio”
o usuário administrador definiu, além das tabelas, o nome da “área de negócios” e quais os
perfis dos usuários que terão acesso às tabelas selecionadas.
Após a definição da business area outros usuários puderam acessar as tabelas do banco de
dados selecionadas para business área onde o usuário possuía acesso. Foi permitida ao
usuário a seleção de tabelas ou campos pertencentes ao business area na qual ele possui
autoridade de acesso.
O passo seguinte feito em relação a business area foi à determinação na forma de construção
dos cubos. Os cubos foram compostos de diversos campos de diversas tabelas, os quais

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possuíam inter-relação entre si, e que podem a qualquer momento determinar uma consulta ao
banco de dados e formatar uma saída de informação ao usuário. Ou seja, o usuário determina
onde e quando gostaria de acessar informações e de que tabela ou campo as informações são
compostas.
A construção de cubos mostrou-se ser um procedimento de médio a grande risco, onde
envolve a necessidade de conhecimento do usuário com relação às interdependências físicas e
lógicas do banco de dados, mas é sem dúvida um ponto muito positivo e auxiliador na
demanda de informação por parte de gestores da informação.
Construídos então a business area e os cubos necessários, o usuário teve também a
possibilidade de determinar regras ou filtros para o acesso aos dados armazenados no banco
de dados. Inicialmente os filtros possibilitaram o afunilamento das informações, por exemplo,
pode não ser necessária à busca em forma de resultado do endereço de todos os clientes
compostos em determinado segmento da empresa, pode-se solicitar então somente dados de
clientes de determinado segmento ou que possuem sua renda associada à determinada faixa
salarial ou de arrecadação. Os filtros foram feitos para facilitar e auxiliar a performance dos
resultados obtidos pelo usuário.
Neste ponto o projeto teve como terminadas as definições necessárias das três camadas de
acesso, a própria business area, os cubos e os filtros. No entanto o usuário possuía a
necessidade de inserir cálculos ligados a determinados resultados obtidos em consultas feitas
de acordo com as suas necessidades. Assim, o módulo permitiu ao usuário a determinação de
regras de cálculo ou de condições que permitem a visualização de informações já
criteriosamente calculadas ou trabalhadas. Estas regras foram comumente chamadas de
“cálculos internos”, onde o usuário definiu qual campo ou quais campos deveriam ser
somados, subtraídos ou sofrer qualquer tipo de operação.
Assim, definidos business area, cubos, filtros e regras, finalmente a utilização do conceito BI
pode se tornar uma realidade.
7. A utilização do business intelligence (BI)
A organização estudada criou uma política de uso voltada ao conceito de BI, onde somente
gestores ou gerentes deveriam ter acesso a esta possibilidade sistêmica. Os gestores são
pessoas, em sua maioria, não ligadas ao mundo “tecnológico”; assim a organização se
deparou com uma realidade cruel referente à utilização por parte de recursos humanos que
não tinham a devida intimidade com a ferramenta tecnológica, apesar de muitos treinamentos
terem sido efetuados.
Destacaram-se pessoas que efetivamente já possuíam em seu histórico a utilização de recursos
de tecnologia da informação, onde a ferramenta Discover foi muito bem aceita.
Os procedimentos avaliados pelo estudo se fazem diretamente ligados aos usuários que
utilizaram a ferramenta como forma de apoio à decisão. Estes verificaram a grande
colaboração dada pelo conceito de BI onde os mesmos conseguiram executar consultas até
então impossíveis de serem feitas. A cada consulta feita, utilizando-se de cubos previamente
preparados, o usuário poderia repetir dentro do instante em que fosse necessário - somente
pressionando uma tecla - a ação que determinava a atualização do cubo. Os resultados mais
práticos foram encontrados quando os usuários selecionavam seus dados via execução de
cubos e exportavam os mesmos ao Microsoft Excel.
Utilizando-se dos conceitos e dos métodos pertencentes ao conceito de BI, a solução adotada
permitiu aos usuários adotarem outros dois pontos importantes: a visão sob múltiplos ângulos
- slice and dice - beneficiada pela facilidade em mover colunas e linhas pertencentes aos

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resultados esperados e obter novos posições com muita facilidade, porém a forma de
visualização em diferentes níveis de agregação de informação também fez parte da forma de
utilização do produto pelos usuários, este último comumente chamado de drill down up.
Ainda, casos de grande aceite foram verificados junto a usuários que permanentemente
utilizavam a forma gráfica de representação dos dados selecionados no cubo como forma de
verificação de resultados.
8. A aceitação do business intelligence (BI) por usuários
De modo geral, a organização aceitou a utilização do BI, porém é importante salientar que
alguns usuários não encararam o fato positivamente relacionado a utilização da ferramenta
proposta. As resistências foram criadas e justificadas pela “alta complexidade” de uso da
ferramenta. Formas de treinamento foram buscadas na tentativa de minimizar as restrições
impostas por usuários, principalmente para aqueles que demonstraram maior resistência
perante a utilização do módulo, porém, ainda assim, alguns deles continuaram sendo
resistentes a sua utilização.
Os resultados efetivos da utilização das informações, principalmente de cunho gráfico
determinaram o sucesso do módulo de BI do projeto, foram ainda importantes para o sucesso
à interface ligada ao Microsoft Excel, além do grande poder de o próprio usuário determinar
as informações as quais deseja ou necessita verificar.
O conceito geral do módulo BI não determinou fatores importantes ligados à reputação de
“alta complexidade” do produto e sim à “grande dependência” de treinamento aliado ao
processo de implantação do mesmo.
9. As vantagens encontradas na utilização do business intelligence (BI)
Como vantagens à utilização do BI encontradas no estudo pode-se destacar:
− Resolução de necessidades do usuário de forma on-line - os usuários que tinham a devida
autoridade de acesso, encontravam na ferramenta uma forma de verificar números e
posições atualizadas ao longo de um determinado período de trabalho. Originalmente os
dados utilizados para comporem as informações mostradas no módulo BI pertenciam a
outros módulos do próprio sistema, bem como a outros sistemas transacionais;
− Fácil acesso a dados e informações - a construção dos cubos, os quais pertencem a
determinadas business area permitiam aos usuários o acesso a informações consolidadas
segundo um formato pré-estabelecido nos cubos construídos pelo usuário administrador;
− Controle de segurança efetivo - o controle de nível de acesso às informações utilizado foi
o mesmo controle de segurança utilizado no restante do sistema;
− Interface com o Microsoft Excel - todos os resultados expressados no módulo BI podiam
ser exportados a uma planilha do Microsoft Excel, isto foi possível devido à
compatibilidade entre as duas ferramentas;
− Possibilidade de aliar cálculos/fórmulas e regras de acesso à informação - uma vantagem
muito significativa tratava da possibilidade de o próprio usuário alterar os resultados
segundo cálculos ou mesmo fórmulas originadas segundo dados externos ao ambiente do
sistema, por exemplo, taxas cambiais, assim como havia a possibilidade de alteração de
determinado cubo na medida de necessidades que levavam a inclusão de novas regras pré-
estabelecidas de acordo com a necessidade dos usuários;
− Grande e significativo auxílio à tomada de decisão - por caracterizar-se como um módulo
que atende por pertencer a sistemas ligados ao nível tático e estratégico das organizações,
as informações resultantes do módulo BI tinham forte ligação com o auxílio na tomada de

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decisão da instituição.
10. As desvantagens encontradas na utilização do business intelligence (BI)
Como desvantagens a utilização do BI encontradas no estudo pode-se destacar:
− Grande necessidade de treinamento - as ferramentas utilizadas para a construção do
módulo mostraram objetivamente a necessidade de um treinamento específico tanto para
usuários finais como para usuários administradores;
− Possibilidade de consultas congestionarem a rede de dados e o próprio banco de dados - as
consultas comandadas pelo cubos originavam cálculos e demais procedimentos, os quais
eram executados utilizando parte da quantidade de memória disponível ao sistema
gerenciador de banco de dados, e se não bem formatados os cubos acabavam utilizando
grande parte do espaço de memória disponível;
− Falta de divulgação do produto internamente - no caso estudado, tanto os benefícios
quanto as desvantagens deixaram de ser colocadas em nível de discussão, evitando assim
formas alternativas de melhorias e de soluções de eventuais dificuldades na utilização da
ferramenta.
11. As ferramentas de mercado
Segundo Barbieri (2001) os três produtos listados a seguir deverão desempenhar um papel de
grande importância em relação às necessidades de BI nos próximos anos, quais sejam:
− Business Information Warehouse – BW da fabricante alemã SAP - líder mundial de
sistemas de gestão empresarial;
− Oracle Express, produto da empresa Oracle, empresa líder de mercado no Brasil no
segmento de BI (vide Tabela 2);
− Analysis Services da Microsoft, que tem a seu favor a liderança mundial de sistemas
operacionais e de software de automação de escritório (MS Office), bem como a
familiaridade na utilização da interface Windows.
Utilizando como parâmetro de comparação é importante salientar uma pesquisa divulgada
(MARTINEZ, 2001) – sobre as maiores empresas no segmento de BI atuantes no mercado
brasileiro em 2000 (Tabela 2):
RECEITAS
No segmento Business Intelligence Informática em Total
geral
Empresa (R$ x 1.000) Porcentagem (R$ x 1.000) (R$ x 1.000)
1 Oracle Brasil (SP) 11.650 14,3 % 343.145 354.795
2 IBM Brasil (RJ) 10.090 12,4 % 2.814.294 2.824.384
3 SAS Institute (SP) 9.900 12,2 % 31.379 41.279
4 Ascential (SP) 9.700 11,9 % 13.700 23.400
5 Computer Associates (SP) 9.300 11,5 % 398.195 407.495
6 Sybase (SP) 5.500 6,8 % 55.234 60.734
7 NCR (SP) 4.300 5,3 % 119.459 123.759
8 Cognos (SP) 4.100 5,0 % 7.100 11.200
9 Seagate Software (SP) 1.090 1,3 % 3.100 4.190
10 Hummingberg (SP) 890 1,1 % 2.560 3.450
Outras 14.700 18,1 %
TOTAL 81.200 100,0 %
Fonte: (Revista Computerworld, p.103, Martinez (2001))
Nota: Receitas em valores históricos de 2000, com impostos incluídos.

Tabela 2 – Pesquisa quantitativa de faturamento em projetos de BI

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12. Conclusão
Esse estudo de campo propicia uma discussão inicial sobre a aplicabilidade dos conceitos e
preceitos do Business Intelligence nas organizações públicas e nas suas respectivas políticas
de atuação.
Tendo como principal objetivo atender a necessidades claras voltadas ao auxílio prestativo na
tomada de decisão, o módulo analisado neste estudo de campo contribuiu significativamente
com os processos administrativos internos voltados à esfera pública da organização. Sua
utilização determinou um marco interno importante na instituição, representado por resultados
seguros e consolidados ao longo de determinado período de tempo.
As atualizações constantes, as formas gráficas de utilização, as facilidades de modificação no
formato do resultado da informação, bem como as efetivas e claras vantagens citadas neste
estudo de campo resultam em uma confortável vantagem dedicada aos níveis tático e
estratégico da organização na gestão pública.
O comportamento dos usuários simbolizado também no estudo de campo foi representado
pelo sentimento de necessidade e de grande estímulo perante as expectativas dos resultados do
projeto.
A composição do módulo objeto deste estudo de campo com os módulos restantes do sistema
de informação construído formaram um produto que representa classicamente as
oportunidades de uso estratégico de informações pertencentes a sistemas transacionais. Sem
esquecer dados que foram utilizados e que pertenciam a outros sistemas transacionais ou
mesmo a fontes externas a organização.
As contribuições resgatam a real possibilidade da aplicação da ferramenta BI (e de seus
recursos tecnológicos) nos serviços públicos e possibilitam que as organizações sejam
beneficiadas pelos produtos gerados, principalmente pela geração das informações oportunas
e dos conhecimentos por meio dos sistemas de informação.
Para a academia, as contribuições estão na metodologia da pesquisa utilizada, reiterando que
os estudos de campo podem agregar valores às atividades educacionais.
As contribuições para as organizações públicas podem ser observadas nas aplicações dos
recursos tecnológicos do BI nas atuações e na gestão dessas organizações. Os recursos do BI e
as respectivas informações e conhecimentos podem também contribuir nas aplicações da
NPM nas organizações públicas.
A principal limitação desse estudo de campo está relacionada com a visão segmentada e única
da amostra, que nem sempre reflete a realidade aprofundada da organização pública estudada.
Outras pesquisas e outros estudos de campo podem ser elaborados a partir desse,
principalmente os direcionados a melhorar as propostas aqui trabalhadas, sejam nos métodos
científicos, nos recursos tecnológicos, nos modelos propostos ou também, na quantidade da
amostra e como respostas para novas questões ou com a inclusão de outras organizações.

Referências
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BARZELAY, M. (2001) - The New Public Management: improving research and policy dialogue. Regents of the
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