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bbancos de dados que desvendem a vida dos individuos, sem sua autorizacio e até sem seu conhecimento. ‘A Constituigh nfo descurou dessa ameaca. Tutela a privacida- de das pessoas, como vimes acim, Mais do que iso, acolhew um Instituto pico e especfico para a efetividade dessa tutela, que é0 Fabeas daa, que merece nossa consideragio mais adiante. 14, Violagao a privacidade eindenizagao ‘A nag darned, potato ncn no tetcontii ional remédos expedios Fase volo, em algunas hiptess ja ostitu licto penal Alem dso, a Constituiao ft expla em a Segura ao lesa, disto a ndenizagéo por dano materia ou moral dlcorrente da vilagho a intimidade, da vida privada, da hones © din imagem des pestows,emsuma, do dieito privacdade. Capitulo 111 DIREITO DE IGUALDADE tag ao m2 gual, gia uti. 3 ona fora {pel es ¢ as 6c draco? [fla pron arti eel une ge a 0 gelesen a ogra ude em dating org, or 12 pea cng deal "ay ang abe THES gallate" scien”. igual “ae ta the oe ly 6 Std Sr 1 Introd 20 tema iro de iualdade no tem merecido tantos discursos como 8 Iiberade, As discusses, os debates doutrinios¢ até as lutas em tor ro desta obnubslaram aguela.E que afgualdade constitu signo fun ‘damental da demacracia, Nao admite os privlégi edistingbes que lum regime simplesmente liberal consagra. Por iso € que a burgue- bia, conscia de seu privilégio de clase, jamais postulou um regime de igualdade tanto quanto reivindicara 0 de Hiberdade. E que um rgime de gualdade contraria seus interesses ed a iberdade senti- ‘do material que ni se harmoniza com o dominio de classe erm que fssenta a democracia liberal Burguesa. ‘As constituigdes 56 tim reconhecido aigualdade no seu sentido juriico-formal:fualdadeperante al A Constitucao de 1988 abre 0 fapitulo dos direitos individuais com o principio de que todos slo [uae erante a Tei, sem distingo de qualquer natures (at 5%, capa) [Reforgao principio com mustas outras normas sobre a igualdade ou Dbascando a igualizagio dos desiguais pela outorga de direitos so- ais substancais. Assim é que, ja no mesmo aft. 5% 1, declara que omens e mulher do iguas em diets e abrgagbes. Depois, no art, 200 e XXXL, vem regras de igualdade material, regras que proibem disingdes andadas em certs fatores, ao vedarem dfrena desalris, ‘ae execici de angie ede ctr de admissto por moti de sexo, dade, fr ow estado cole qualquer discriminagono locate saldrio erties ‘eacmissto do trabalhador portadordedfeiénca. Aprevisio,ainda que programatica, de que a Repiblica Federativa do Brasil tem como um Se seus objetivos fundamentas redisr as desiualdades soca ¢ rept hai (art. 3% II), veemente repusa a qualquer forma de diserimina- (lo (art. ¥, IV), a universalidade da seguridade social, a garantia ao ‘itetoa sade, a educacao baseada em prinipios democratic ede igualdade de condigdes para o aceso ¢ permanencia na escola, en fima preccupagio com ajustica socal coma objetiva das ordens cco. ‘ndmicae socal arts. 170, 193, 196.205) constituem reais promessas de busca da igualdade materi 2 lgualdade, desigualdade justica © concsita de igualdade provocou poses extremadas, Ha ot aque sustentamn que desigualdade ca caacteetea do universe. A Sim oseres humanos a0 centro da afirmativa doar. da Del ‘go dos Dirstos do Homem edo Cidade de 1789, nascem e perdi ‘rim desiguais Neste caso, a sualdade no passaria de um simples ‘ome, sem sgificagio no mundo rel peo que os adepos dessa or ‘ne sto denominadosnomtulisas No po post, encontamns oF ‘elt, que postal iam suai abssto ene = ‘Afrma seem verdade, uma igual ierdade natural pada fupstse ‘doestado de naturera, em que reinava uma igualdade absolst Era emesncia, tambsim a posigo de Roussens que, no entant, acim dn eps de dengan ene os homens ma, que ha: thava nt often, pore esabeecda Pla natueza,conistente ‘adferenga das daces da sade, das forts do corpo e ds qualid- ‘es do esprit eda alma; outr, que denominava desguadade moral cup porque depende de una espéie Se convengo, eS estabe- lecda, ou ao menos autorza, peo censentiento dos homens, or stn nos diferentes privlgio que uns gooam em detimento dos ‘outros, como ser mais eos, mats nares, mas pederonon? ‘Uma posigio, dita realists, reconhece que os homens io des gaaissob multiples aspects, mas também entende er supremamente ‘rato descrevéros como crates gua, pols em cada um dees © tmeamo sistema de caracterstcasinteligiveis proporions, 8 realida. deindvidua pti para existe? Em esénca como sere hima: ‘os, no se vé como deitar de reconhecergualdade entrees homens. Ck Locke, Ensayo sabre gobierno cI, $64.86, especialmente: Montsge: Deep tes te "CL "Gurest Forge dena parileshomeesetselieet autre”, isos Pa, eto Seco, TCH Anaciet de Otis ana, Do Fics uteri. io fosse assim ndo seria seres da mesma expe. A igualdade 2p se evela ra propria Wentdade de esénce dos membros da ‘Specie, nso nto exces aposstlidage de namerssdesigualdades ‘Se eles Mas sto desigualdadesfenoménica natural, fies, ‘ras pollens scins eee do ae sepira lembra Carmen Lis ‘Antunes Rocha uma igualdade que frase edesbate as desigual- diades que semelam a fiquera humana da sociedad plural, nem dessa ma desigualdade to grande ijusta que impeyaohomem dean dignoem sua exténcia feizem seu destino, Oque se quer {s igualdade jriica que embsse a eallzayio de todas as desig diad&s humands eas fas suprimento cic de valores posicos que © hhmem possadesenvolver As desigualdadesnaturaissdosaudaves, Como sto doentes gues socias€ economies, qu ao deixar a {emmativas de caminossinglares a cada serumano ico"* “Aitteles vincalow aia de guadde ei destin, mas, rele tate de ipualdae de justigneatva que 48 cada um © {2 agate como nota home inpensvel em de Sigualdade complement e que fstfeia seo leisalor rater de Imincir igual e ute ede mance desig os desiguisCuldase de inn pstime de Uma paldade formas tanto que no seria nusto trata dferentemente ecravoc seu propretro; loin, porem, Scosesctavos ou seus cehores,entresfossem tatads desgua tmente: No funda, revalce,nessecritério de igualdade, uma in- jestice eal Essa vericago impos acvolugso do conceit de igual. edd e de just a fi de se ajustaem hs Concepytes formals reals ou materi ’ sti formal consist m “am principio de aso segundo oqual cs sd tna msi algeria Cnet dev stata da thesma forma" Ara justi forma e denice com agualade fo {hal A justia concets ou mater seria, para Perelman a especie {Tj formal indicando a caracertin consttutiva dn categoria ‘Sctrciachepard ss formas: acada um segundo sua neces dra cada unt segundo seus merits acada win a mesma cosa! Por Ge extem deigualdades,équese sopra iguaidaderealoumatel fst aernemtee trite {6.Cl “Le principe de Fegalité en droit de la Repubique Rétérae Allemande”, nc Aer te Gp enn 8m vast Canes ian se Fegan dot de le Republique ee ee a afboes Mena decile ec que busque eliza a igualizago das cones desguais? do ques extra que let ger abtrataempestoal que incide em todos igual stele levandoem cna apenas ¢usidat ds maividuss eo [gualdade dos grupos aca por gerar ais desigualdadesepropicat ‘Sinjstiga, da porque olegitiador sob" impulo das forge ciado- Tasdo dire [Coma nota Georges Sarot), eve progzesivamente de publica eis setorias para pode leva em conta dterengas nas forma {Ges enos propos socns ado datrabalno € um exemplo tice” ois, come dit Cérmen Lia Antunes Roche “gualdade constitcionalémais que wma expresio de Dieite; <éummodojusto dese vverem sociedade, Por sa ¢principio posto como pila de sustentagho etre de dies interpreta das nor. ‘mas juridias que compoem o sistema jriico Fundamental” 5. Tsonomia formal eisonomnia material A alah do at. 1 da Declaragho dos Dirt do Homem ¢ do Cidade crmhou principio de que os omens nascem e perma ‘ecem igus em diel Masa irmara a gualdade jordico formal ‘o plano politic, decarsterpuramente negative, visnndo a aboir = Driiepio,isengées pesoaise regains de classe. Ese tipo de gual Eade gerow as deigualdades econdmicas, porque fundada “numa ‘isto indiviualists do homem, membre de uma sociedade iberl reltivamentehomogénes” = Nosias consis desde Imp inscreveram o principio da iualdade, como iguaateperatea fe, enanciado que, na 58 terlidae, se confunde com a mera sonoma formal, no sentido de «que alee sua apicagio tatam a todos igualmente sem lvar ern ont a dsingbes de grupos. Acompreensio do dispositive vigen: te, nos termos do art. 3, put, nfo deve ser assim to esteita O Intérprete ha que afer-o com outra normas constcionas, confor rea seine Ted So wnw ann 3 12.Cr, ingber, ob. cit. in Legit, U34. Georges Saotte, oct, p. 36: “Os nnd ite ere eens Sop eres te matenrnotae ca ee ae rca ea ect Sct priate true a i Seeing tome pas ie apontamos supra e, especialmente com as exigncis da justia Social objetivo da ondem soonomica eda ordem sca Conse iocemos como isonomia formal para diferencilo a sonoma mate. Fal tradseido no art 7, XXXe XXAL,quejsindicamos nom. 1 supra ‘AConstituiio procura sproximar os dois tpos de isonomia, na medida em que ni se limits ao simples enunciado da igaldade perante lei, menciona também igualdade ene homens euler Pffrescenta vedagdes a distingio de qualquer natureza e qualquer forma ie isriminago.O valor iso serdexaminad no corer des tecapitul, 4. O sentido da expressio “igualdade perante a lei" NoDiteitaestrangsit, faze distin enteo principio da igual- dade perontea ei cod igualdade na le. Aguele covresponde 4 br facie de aplicar as normas utdicasgerais 08 cass concrete, na Eonformigade com o que elas estabelecem, mesmo se dele resuitar ‘uma disriminagio,o que caraterieaa sonoma puramente formal, fenguanio gualdadenaleexige que, na normasjuridicas esos ‘isingbes que no ssjum sutorzadas pela prope consttigho. Em fim, segundo essa doutrina, igualdave prunes let sera ma ex gnca feta a todos agules que aplicam av normas juridias gers fs casos concrets, a0 paste que sigualdade met seria ua ex Bénciadingida tanto Squees que cram as normasjaridicss gerais fomo agueles que a8 aplicam sos casos concetos™ Entre nds, essa distingdo € desnecessira porque a doutina como ajursprudenciajs irmaram ha mont, a cnentago de que Jgualdade perantealei tem osentdo que, noesterion soda expres sho igualdade nae, ou sea oprincpw tom como tints tant 9 Iegslaer como plicated. Oprioelpo significa, pas o legs lator ~ conscante observa Seabra Fagundes — que, 20 clabora Jey deve roger com iguais dponigdes — os mesmoe us ea me sas vantagens —situagdesidentins,e reiprocamente,distingui, na repartigi de encargos ebeneticios, a situagoes que seam ete Sestntas de orteaquinhot-las ou gravitas em proporgao se stias dliversidades" "Als Francisca Campos com raz, sustentara mes 15.Ck Hermann Petal “Le pipe de gait devant ao dane dot decrtsin at merge Lin ik Chas eran alah i 100 ie etna de Arig do A, prin de NESMnen le dann soca ELLE ELL K guna pra eo Poder Legis mo que o legislador & o destinatérin principal do principio, pois se ‘le puesse eriarnorinasdistintivas de pessoas, coisas ou fatbs, que {Gevessem ser trtados com igualdade,omandamento constitucional ‘se tomaria inteiramente intil"concluindo que, “nos sistemas cons- {una do tip do nosso nfo cabe dvida quanto ao principal ‘destnatirio do principio consttucional de igualdade perante a ll Ormandamento da Constituigiose dirige particularmente ao legisla- Sore, cletivamente, somente ele poders sero destnatario iti de tal rmandamento” © executor dalla est, necessariamente,cbrigadoa tplict-a de acordo como os crtérios constantes da propria le. Se ta, para vale, ests adtrita ase conforma ao principio de igualda- fe, ocritvio da igualdade revultars obrigatoro para o executor da lei pelo simples fato de que a lei oobrige aexecuts-lacom fdelidade ‘ou Fespeito 0s criterios por ela mesma estabeleidos”.” vimos,o principiono pode ser entendidoem sen- tido individuallta, que nao leve em conta as diferengas entre gru- pos. Quando se diz que o legislador nao pode distingui, sso no [igifica que lel deva tratar todos abstratamente iguas, pois ota tamento igual ~ escarece Petzold — nio se ditge a pessoas inte- ipalmente igus entre si mas aquelas que sho iguais sob os aspectos fomador em consideragSo pela orma, oque implica que os "igus" podem dferir totalmente sob outros aspectosignorados ou conside Faaos como irelevantes pel legislador Este julg, assim, como "es- Seneiais” ou “elevantes” certosaspectos ou caracteristias das pes- Sons, das circunstincias ou das sifwagbes nas quas esas pessoas se tncontrem,e funda sobye esses aspectos ow elementos as categorias tstabelecidas pelas normas juridieas; por conseqitncia, as pessoas {gue apresentam os arpectos “essencias” previstes por essa norma. Ee consideradas encontar-se nas ‘situagoes idénticas”, ainda que possai diferirpor outros aspectosignoradosoujulgadosirelevantes pelo lepsiador, vale dizer que as pessoas ou situagbes so iguais ou esiguas de modo rlativo, ot sea, sob certos aspects" Nese en= tido, je pronunciou, também, Seabra Fagundes, para lembrar que ‘os "conceit deigualdade e de desigualdade siorelativos, impdem Sconirontagio eo contraste entre dus ou varias situagSes, pelo que fonde uma s6 existe ndo é possvel indagar de tratamento igual ou ‘liscriminatério".” Esse fundamentosé que permitem, legisla, tutelar pessoas ‘que se achem em posi econdanica inferior, buscando realizar © 16 “guna prt in Dats esto «TK. Te Catia vig, v rane 12, ter 19H ob R289, 1 7 principio de jgualizagto, como salienta Pontes de Miranda, in verbs: Exidesigualdade econdmica nao é, de modo nenhum desigualdade de ato, sim resultant, em parte, de desigualdades artiicais, ou ‘esigualdades de fato mats desigualdades econémicas mantidas por leis. O direito que em parte as fez, pode amparar eextinguir as desi- fualdades econmicas que prodzi Fratamente aléque se passat frande transformacao da época industrial, com a tendencia 4 maior Sgualdade econémica, que hi de comecat, como jf comegou em al {uns pases, pela atenuagao mais ou menos extensa das desigualda- 5. Igualdade de homens e mulheres sa gualdade se contém na norma geral da igualdade peran- tealesJieststambem contemplada em todasas normas constitucio- nals que vedam discriminagao de sexo (ars. 3, 1V,e 7, 2X). Mas nko é sem consequneia que o Constitute decidi destacat em um incisoespectico art 5 I, quehomens e mlheres sao guaisen direitos {cobrigazes, nos termos desta Consituigo. Era dispensavel acescentar ‘clausula fina, porque, ao estabelecera norma, por si, jestava dito {Que seria "nos termos desta Constituigao™. Iso de somenos impor- tincia. importa mesmo é notae que € uma regra que resume décadas deltas das mulheres contra discriminagies Mais elevante ainda € ‘que no se trata ade mera iconomia formal. NSo igualdade peran- fer lei, mas igualdade em diveltos e obrigacSes. Significa que exis tem dois terms coneretos ce comparacao: homes de um lao € mi Theres de outro. Onde houver um homem e uma mulher, qualquer tratamento desigual entre eles, a proposito de situacbes pertinentes ambos os sexes, consttuiré uma infringéncia constituctonal. ‘Aqui a igualdade nao é apenas no confronto marido e mulher. [Naso se trata apenas da igualdade no lar ena familia. Abrange tam ‘bem essa situagao, que, no entanto, recebeu formulagio especificano art. 226, §5" "Os direitos e deveres referents 2 sociedade conjugal io exercidos igualmente pelo homem e pela mulher”. Vale dizer: ‘enum pose mais ser considerad cabega de casa, ficando revoga- ‘dos todo os dispositivos da legislagio ondinsria que outorgava pr ‘mazia ao homem. 6 valem as discriminagBesfeitas pela propria Constituigio ¢ sempre em favor da mulher, como, pr exemplo, a aposentadoria da ‘mulher com menor tempo de contibuigao de dade (ars. 4, § 20.1 Come 8 Coa de 1967 cam Bend 9.14 196,119. Ih,a€ be 201, §7, Le I). Justlica-se essa norma discriminatoria? ‘Achamos que sim, na medida em que a mulher ineumbem as tareias ‘biscas da casa, pouco sjudada ai pelo marido, Ela tem assim uma sobrecarga de stvigos que ¢ justo ja compensada pela aposenta doria com menor tempo de servigoe de idade 6.0 principio da igualdadejurisdicional [A concepsio de que principio da igualdade perate a le se dirige prmanamente to leglladoravulta 8 emportcla da gualde deytnkdional os eo princpiouedigiw apenas ao apader ‘slat bastaria neste espetaro principio da legalidade eda igual- {adestariatambem salvo. No sentido da concepgae expost, que € Stone e paciicamenteaceta,o principio da igualdade consubs tancis uma limitago ao legslados que, Sendo Violada, importa na Inconstitucionaldade dale ex teinos que especcaremos mas diane. Const, por outro lad, uma rgra de nterpretagto para jie quedeverd spre dar lel Sentensimento quenaoctie dist. feet ‘Aigualdade perane ojuiz decor, pos daigualdade prante te como gaantiaconstitucionalindiscoluvelmenteigada 3 demo: (© principio da igualdade jrisdicional ou perante o juiz apre- senta-se, portant, sb dois prismas: (I) como interdigio ao julz de fazer distingio entre stuacBesiguais, a0 aplica ale; 2) como inter dicao 20 legislador de editar less que possibiltem tratamento desi- [ual a situagbesiguais ou tatamento igual a situagbes desiguals por parte da Justica, ‘Sob o primeio prisma, o principio da igualdade da Jusiga con- sistena condenagio dejulzos ou tibunais de exceca art. 5, XVI). ‘As constituigbes anteriores Vedavam, também, foro privilegiado, tmbora 0 estabelecessem em alguns casos, em razio da qualidade dos imputados. A atual igualmente prev@ foro privilegiado nesses tasos, Assim privilegiado o foro para ulgamento do Presidente e ‘Vie Presidente da Republica, de Ministros de Estado, membros do Congresso Nacional, de seus proprios Ministos e do Procurador- Geral da Republica (STE art, 1028), dos Governadores de Estado ddo Distrito Federal, dos Desembargatdores de Tbunal de ustica, dos ‘membros dos Talmnais de Contas dos Estados edo Distrito Federal 21 Cf. Mange Goguves Ferra Po, Cara dest consis p24. BE Chad otegat Conover Ox rnp comacone ¢9 Cag Pres scot p28 ¥ dos Tibunais Reglonais Federals dos ibunas ReglonaisEeitoais {do Trabalho, de Ministerio Pubico da Unite dos membros dos ‘Goneatnos ou thbunals de Contas dos Municipio (St) ar 105,48) dos Prefets (Tae 25, X) Afora on casos de foo prvilepad, ox: preset tbls na ontunan stay comepone Pinas consttugtesesaduat, ee inconsttuconals previa de ‘outros. C 7p 'A vedacho de juzo de excep carcterzao ais natu, con- substanciad, hon Declaragao Universal dos Diets Humanos, ‘joa l0estabelece que todofhomem tem dneito,emplen gaa devauuma juste publics audincia por parte de um una indper- dente impr, para decir de seus ditetosedeveres ou do fans thento de qualquer acusaeto criminal contra eluates fu pre constiuido,competente art 5 LIE nul ed procs {ner sentenciado send poe uoridade competent) eno foro das gx fantins de tnlependénccinparcldade, nde qualquer das gaan thr da magitatura falar podese afimar que ¢ principio da gual dade da stig estar sacricado, pot ous, emt independéneia juz amesrontado,euiz amedrontado jus potencalment parcial {sujet dn lucia de poderoos, pols a independéncia do juz & ‘eco para asepurarousimprcaisdade Esa requer ainda que ‘jue espe os principios No an judge in hs om nec euit ttlram prem nde condenando sem ouvir imputado principio {qual se ig az gorantas do contraditorio de smpiadcfesa do sc. ‘do art’ LVje do tatamento iguaitirio das partes eprocurade- tes (CPC art 125,10 principio do juz natural ecebeu pondertvel Teorgo na Conatituigas pela adoga da cenensia reg do devi process ll (art 5 LIVE ‘A exitécia das Justigs Eapcias nfo ofende 0 principio do Jule natural (at, Lill) Ao conto, orga na medida em que Bo estruturadas para stender 8 regra do “juz apropnad Se die: fentesmatiia”eomose coma isis Eto sia do Tbe Iho a justia Mitr ‘Couto prisma da igualdade eda justica maniesta-e quandoa Je ern stuages de desigualdates em conontoconceto com Ou teas, que Ines sj iguas, como o dspostve que trata de forma dlesigalaentes que devam tga em iualdade de condigoes Formalmente, a igualdade perante a Jstiga est assegurada pele Constitugto, desde a garanita de acasblidade a ela (art Soot): Masrenntecssaiualdade nao existe, "polsestsbem claro hoje que trata ‘como igual’ a sueitos que econdmica esocialmente sestioem desvantagem, nao éoutra coisa sendo uma ulterios forma Se desigualdade e de injustiga” " Os pobres tm acesso muito pre ‘rio & justiga. Carecem de fecarsos para contratar bons advo ‘dos. © patrocinio gratuita se revelou de alarmante deficéneia. A CConsituicgo tomou, a esse propésit, providencia que pode con- cotter paraaeficica do dispositive, segundo qual Esta presta asistencia juridicn integral e gratuita aos que comprocarem insufi- Eiénca de recursos (art. 5%, XXIV). Refesimornos 8 inshitucionaliza- (0 das Defensorias Publicas, a quem incumbira a orientacao juri- Sica ea defesa, em todos os graus, dos necessitados, na forma do art 5, DOV (art. 13). ‘Quem sabe se fica revogada, no Brasil a persistente frase de (Ovidio: Cra pauperibus claus est» Ouas Defensorias Publicas fede nas eestaduatssergo mais uma insitugiofalha? Cabe aos Defenso- {es Pablicos abrir os tibunais ao: pobres, uma missS0 tio extrnor- dlinariamente grande que, por s, serd uma revolugao, mas, também, Sento cumprida convenientemente, seré um aguilhso na honta dos ‘Que a receberam e, porventura, nao a sustentaram, ‘A ealizagio da igualdade perante ajustiga, assim, exige abusca da igualizagio de condigées dos desiguas, o que implica conduzir 0 Jui do imperatives, como cbserva Inger de um ado cumpre reconhecer a existincia de eategorias cada vex mais numerosas ¢ diversficadas, que substituem aideia de homem, entidade abstrata, pela nogio mais precisa de individuo caracterizada polo grupo em que se inser de fato; de outro lado, deve ele apreciar os entérios de {blevancia que foram adotados pelo legislador” Eessa dautrina que frienta 0 principio da igualdade da justica na imposigao de pena parao mesmo deito. Sera ijusto fosse aplicada a mesma penasem- pre em atendimento a uma iualdade abstrata. Aplicando-se mate- Imuticamente a mesma pena para o mesmo crime, que, por reg, € praticado em circunstancias diferentes por pessoas de condicdes di Fintas Para que tal abstracio nie ocorra€ que, além das crcunstin as atenuantes ou agravantes, se impoe a rea da individualizasio da pena (art 5, XLVI)” Mas ainda é certo que as profundasdifeen {a5 de condigoes materais nao se igualizam por essas poucas egras Aejustica penal. E muito difundida, ainda, a ideia de que cadeia 56 para pobre, 24.1 Cappel, a ons, nal 67 25 “G rite echado pane pobrer Aare, LI VIS, ado percept oo 8 BCE Pains jacques Da ualdade mt ae, p. 216. 7 Igualdade perante a tributagio © principio da iguldade tributéra relaciona-se com a justiga istrbtiva em mater fsa Ds reset epartigo do Sus fs {aldo modo mais justo possvel. Fora disso a igualdae sera pra- trente formal Diverse teoras foram construtias para exphiar © Principio, divididas em subjtvas eabetens™ ‘As eras subjeiascompreendem duas vertntes: ad principio dobenafiivea do princpa dasa ual O primeira sgrlia que ‘carga dos impostos deve se distribuign ene os ndividuos de aco ‘do com os bonelcios que desrutam a atvidade governamental, onduz sexigencis da tbutagsoprapocionalspropredade oa re de: propci em verdade,situagdes de real injustc,na medida er grave ou apenas mantim as desigualdatesexstentes.O prin- lpia do sacifico ou do csto implica que, sempre gus governo {ncorce em custos em favor de individuas patcdlaren, estes custom Adevem sr suportados por eles Ese principio fo defendide por Star Mil segundo o qual a igualdade tbutaria€ o corliiogico do principio gerald gualdade eo imposio se epare segundo este cr. Fesodejstiga quando cada conrbuint superta um sacri gual so suportado por qualquer outo,e minguem sole mas que oto ‘ome censequenca do pagamento da imposto” Esse entero des tritici goal redunds, na verdade, numa injustic, porque, mim 0 Sedade dividdaem clases, nto certo que todos sebensicie gual- mente das atvidades governamentais. As teriasobjtzas convergem para o princi da capaci con tributio,exprestamenteadotada pela Constitiga (at 145,81) segundo o gual a carga tibutéria deve ser distibida na medida da ‘apacidadetcondmica dos contabuines, trio que pis) ama base impostiva que sea capae de medie a capacidad,() aliquots gue inion ‘erdadetrumenteexsascargas™ A dficuldade esta [terminagiocorteta da “capacidaetibutéria individual” Ado trina fino alguns eterios pra so, gue 80:0 de "serio gua” 6 de “sncrici proporcional” ode “menor sacri" 9 de "alo Siterar desigusldade das rendas pela tbutagao™, a respeito dos {uals Hugh Dalton oferee a seguinte sites “De acordo com o principio de sarif igual 0 dus monet Ho deta da tnbutagse devera ser distibaida de modo que Fosse 28 Para poeoms, cabs aus, ct skort «momar de ite {fc nt Cnn od Bap. BCP ate Ganges de ced pb, AT Si. EL Pp Eyl, Eon ee cepa p28; allo Cangem chonp a ‘gual o Ss real para todos os contsbuinesconsoante a0 principio fesscriico proporsonal,aobemestarcondmico que mesmo autre ‘desua ends de acordo coma principio do menor sacrifcioa ques ‘osefenmos demodo quo rust ditt, real pars ocontbun- {er em conjnto, ose o menor ponsivel segundo «principio de “de os como esto" de modo que a desigualdade da rena A303 tentaste nem diinase em consequencia da tibutago">™ ‘Arespeito dessescritrios,éescevernos que so todos abetea- tos, de tal modo que, submetidos a meticulosa anise revelam te Sulados inesperades, por vezes, contrtios so principio de justi. "E necessério [diaiamos eno] terem vista que o sistema ttn ‘parte de un sistema econdenio-social conereto, e qualquer tora ‘22 cama trbutacto juste que nao leveem conta a ttaidade dss: ta socal ci abstagao metaisica™= [io basta, pois, a regra de sonomiaestabeleida no caput do an. para consluir que a gualdade perantea trbutagi ests gaan {ida, O constitute teveconsiénca de sua insulin, tanto que {stabeleceu que edad stu atament despa entre cont. tes queso econien em sitaago equslents, prods qualquer dstinga te rasio de acu profisonal og por els exerida ndependen temente da denomagis rida dos reerts, tals on dire (at 150 I). Mastambean consagrou a epra pea ql sempre gue posse Os iapsts tnt carter pest eer graduados cpu coped conde do contribute (at 145,819. Fo prinelpio que busca a justiga fiscal na dstibugbo dors fiscal na capacidade contebur {ivadocontrnsntjdiscatido antes. Aparentemente a ua eg se-chocam, Uma veda ratamenta desigl;outraoautriza Mas em ‘erdade ambas se conjugam na tentativa de concretizars justia bur Arado tegundo acapacdade conden perena acho do posto, permite agrupar os contibuinesem canes, pos $itando tatament tbutanie diversiicado por classes soca © dentro de cada uma, que constituem stuagoes equivalent, ata © principio da igualdade 8. dgualdade perante a lei penal ssa igualdade nto hi de ser entendida, j dissemes, como apli- ‘agio da mesma pena para o mesmo delio. Mas deve significar que ‘mesma les penal ¢ seus sistemas de sangoes hao de se aplicar 8 51.Ct Price de fianas pas . onde docmvtirenn eeveqe bee ena gecaucrban eae todos quantos patiquem o ato tpiconeladefinido como crime. Sabe- spor experiencia, contudo, que os menos afortunadosficam muito Ils sujet aoe rigores da justia penal que os mais aquinhoados ‘debens materiais. As condicbes reals de desigualdade condicionam. ‘ tratamento desigual perante a lei penal, apesar do principio da iso- emia assegurado a todos pela Constitugao (at. 5"). Afora isso, exstem casos de privilgio reconhecido na Const tuigho, de que se destaca oda iotolaiade eo da imunidade pala smentay, de que trataremos depois. Nesse caso, contudo, 0 privilégio indo é da pessoa, mas atributo da fungao,justiieado assim por Um valor mais elevado. 9-Igualdade “sem distingdo de qualquer natureza” Além da base geral em que assenta o principio da igualdade perantea lei consistente no tratamento igual asituagdes iguas tra amento desiguala situacbesdesiguais, a Constituigdoced distinges de qualquer natures (art. 5% capi). As constitaigbes anteriores emu meravam as razbes impeditivas de discrime: sero, rac, trabalho, credo religios econecgbes potas. Essesfatorescontinuam a ser encarec- ‘doscomo possivesfontes de discriminagbesodiosase, por sso, des- de logo, proibidas expressamente, como constado art. 1V,onde se dispoe que, entre os ebjtivos fundamentais da Republica Federati- ‘va do Brasil esti: promover o bem de todos, sem preconcios de or gem, rage, sexo, cor tad qualsquereuras formas de discriminagao. Poi Bers, também, diferenga de sarios, de exericio de fungbes e de eniteriode admissio por motive dese, dade, cor estado cit ouposse de deficizncia (at. 7, XXX e XXXI)-A Constituigao assim o faz porque ‘esas razdes preconceituosas so as que mais comumente se fomam ‘como fundamento de discrime”” ‘A Constituigio vigente & mais veemente ¢ mais abrangente na condenagio nas desequiparagées entre pessoas Conferea igualdade perant ale semdistingaes de qulguernatureza, de sorte que as hipé- {eses que indicaremos a seguir so simplesmente exempliicaivas, tanto quanto osa0 na prepria Constituigso 10, tgualdade “sem distingdo de sexo ede orentagio eexual” (© sexo sempre foi um fator de disciminarao.O sexo feminino ‘steve sempre inferorizado na ordem jurdica,es6 mais recentemen {B.Cl-Ceo Anon Bandi de Mla, O onde ric d princi dei dat pk on fe orenago perl esas asbes ened de tse te vem ele,» duras pene, conguistando pos paritra, na vida so- Sale junc etme. A Con, som wins de ago ona superagfo do trstamen desigual fndado no sex, 0 ea farar ox dietosecbrigagos de homens e mulheres, Ao fas, dr it desneceseitio maiietasexpressas prabigies de discrime com bueno sexo (rt 3 IV, e art 7,008), embora ea propria o tala feito comolesbramos cima, afavor das mulheres af IN 202) ‘A questo male debatida fesse em rlago as disciminagSes doshomosseuats enous intros uma norma que a vedas famente mas nlo se encontrou uma expresso ni e deviant “etnids que no grass extapolgoesnconvenieiesUradelas ora onceder guna, sem dsctiminagSo de ort seca econhe- endo, asim, na vedade, nao apenas a gualade mas gualmene iberdade de au pessons de ambos os sexs adotarem a onentacio se ‘ial que qusestoTevese reel de que ess expresoalbergste “efortnagSes peutic aterceen Dafoplar-seporvedar distin de qualquer natureea qualquer forma de discrminaao, que sto su ftcenetenteabrangentss aca recolhes amb ales are, que tem servido de base para desequiparacdes epreconcelos. 11 Igualdade “sem distingdo de origem, coreraca” O texto constitucional, que probe preconceito de origom, cor © raga condena discriminagies com base nesses flores, consubstan- Gir antes de tudo, um repidio a barbérie de Hpo nazista que viima- rarmithares de pessoas, e consagra a condenagio do apartheid, por parte de um povo mestico, com razoavelcontingente de negros. O epidio ag raciemo nas relagbesinternacionas fo, também, expres- ‘Samenteestabelecido (art, VI}. [Nele se enconta, também, o reconhecimento de que o precon- ‘eito de origem, rage cor especialmente contra os negros no esté Susente das elagbes soins bracileiras Disfargadamente 0, 9807320, bstensivamente, pessoas negras sofrem discruminaqao até mesmenas telagies com enticlades publics. (O dispositivo, finalmente, significa quea “lei penal tem de inserir _epias juricas sobre crime de preconceio ce raga, para que, no plano {dodielto penal, no possam far sem punigio os aos —posiivos ou ‘negatives que ofendam a outrem, porque a acusagi se prende 0 preconceitos de aca”, como salientou Pontes de Miranda ‘AConstituigto é mais abrangente do que as anteriores; veda pre- conceitoe diseriminagio com Bate na origem, rage cor. Empregava- ‘4. Comer & Conti de 1967 cma Een 1 de 168, £170 se ogc no terme sufcntments clar,porgus, com misc ffenacdo, vai pertendo sentido. O racismo indica teoras ecomportar fentos destinados a realizar ejustificar a supremacia de uma raga” Opreconceito ediscriminagio sao consequancias da leoviaAcor sé jo era clemento bastante, porque dirgida & cor negea, Nem raga znem corabrangem ceras formas de discriminagBes com base nao" {gem,como, porexemplo, discriminacées denardestinos ede pessoas ‘ecrigem socal humid ‘Além das normas gerascontririasds dscriminagdes de origem, ‘ Constituao inseria uma hipotese especifica, para dizer 0 dbvio que a lei ndo poderd estabeleeer distingao entre brasileias natos e Paturaliades, sao os casos provisos na Const (art. 12, § 2") 12 gualdade “sem distingdo de idade” ‘A idade tem sido motivo de disriminasSo, mormente no que tangeasrelagbes de emprege Por um lado, recuss-e empregoa font mais dors, ou quando no, io-selhes salérios inferior 908 dos demais trabalhadores. Por outto lad, pagnse menos a joven, tmbora paras execugio de trabalho idenico so de homens fitos A Constitigi tse norma express prosbindo dierenca de salaries, Sdeexercico de fungoes ede entero de admissiopor motive dea de (art 7% 900). Avista desse text ia inerditaoestabelecer i= ‘de minima para oingresso no service como tet ocorrdo até agora E evidente que ano disriminagio em razo de idade ha de ‘considera situs concetasquecomportem compariaoentte ess Side idades derentes: adultos, menoves ewlosos A Constituigho| ‘mesma admitedistingso quando, por exempl,estabelece iade m= hima de dezeseis anos para admiesio a0 taba, lve ra condicao Ge aprendixa paride quatorze anos (ats XXXII, ¢ 227, 8.) 13 gualdade “sem distingdo de trabalho” Em primeirolugato principio significa que a iberdade de exer- cio de qualquer trabalho, oficio ow profissao, reconhecida no art 5", XII, da Constituigo, pertine a qualquer pessoa em igual condigio, ‘Assim, o acess0 a0 emprego privado como aos cargos, fungoes © fempregos publicos ha de ser igual para homens e mulheres que de ‘monstrem igualdade de condi, ea Ras np dite demi Gat, Mins, A regra completa-se com as normas de igualdade que se encon- tram inscitas no jd ctado ineiso 900K do art, 7, mas especialmente no inciso XXXII do mesmo artigo, que veda distingao entre trabalho Ianual,ienicoe intelectual ox ene os profissionais respectivos. A paridade de tratamento aqui garanida diz respeito as condigies de Exerccio de fungdes e de criteio de admissa0 que tém que ser as testes para todos, quanto a0 valor do trabalho, néo se exgindo a patidade de resultado produtivo, Enfim,lembra Pontes de Miranda Prodos os direitos que fiverem os tabalhadores manuaist-o-20 05 trabalhadores intelectuas, ou vice-versa, Dentre os tabalhadores ‘manuas, «principio da isonomia também prevalece™.™ Ressalve-se,contudo, que a propria ConstiigSo impbe dsr minagio entre a retrbuigho do tabalhe diurno e noturno, determi rhando que este tena remuneragio mals elevada (art. 7 D0. 14, Igualdade “sem distingto de credo religioso” Estado leigo, a Replica Federatva do Brasil sempre econhe- ceua iberdade de religio ede exerccio de clos eligiosos at, ‘i, agora sem as lmitagbes da clsusula "que nio contrarem aor dem pli e os bons costars" que figuravanas consis ar ferores. Alita se que "ningucm srs privado de direitos por mat ‘ode renga eligion [salvo excuse de consi at 9 VI) ‘O corolirio disso, sem necesidade de explicitagio, € que todos hoe ter igual ratamento na condiqdes de pualdade dees e Slrgacoes ern que sua religito pose set levada em conta, E real smentes esse paricuar, parce que o povo Drasiro se revel pro Tndamente democrdco, espetando a religio dos demas, en parece que fat lipo vena sendo base de dsciminacSes pr adas ou publica. 15, Igualdae “sem distingao de conviegbesfilséficas ‘ou politicas” Esse & 0 ponto crucial do principio da sonomia. F aqui que ele tem sido constantemente desrespeltad. De fato, a razio de ser do principio esta em “impedir que os segues do Estade prem srninases en pra dos pores palticos ou apenae baseadas sobre razespolticas™” Por outro lado, Herta Pontes de Miranda, 0" principio nada tem com os pressupos 26, Commis Conta de 1967 cm Ee e161 VUE 2B Pas Bie ihr nel esto es 0 tos para a onganizasio, funcionamento ou extingso dos partidos. A onicgio poe ser coraria a regime representative, 6 contra propia demoracn,o conta a pluraidae de partidos eae mes Ro'contaaparanta de direitos fundamentsis” Eapera-se que de Sgomem diante nfo mais se discriminem pessoas em fungaovte sa {Seg oticson osc, comosmprese en neganione ee A possbiddade de exersicio de fangdes publica, impedindo-se thes [le mesmo de realizar concurs publicos em igualdade desituageo ‘om outtos candidatos, com base em informa de gas de sem fanga,Setal discriminagso era vedada em face da constitigdo re ‘opeds dante da atl ert ua volencn sem nome ‘A igualdade do voto sempre fi reconhecida epraticad, mes smo sem pevisioconstituconalespeciien Agore aConshghe reve {Soberanin popula com solo gual para oer. 18). 16.0 principio da no discriminasao ¢ sua ttela penal Exist lei (Lei 7716, de 5.1.89) que pune, com peas varies de tum cinco anos de recs, as cvereas modalidades de preonceto {derace ou cor que ea define como crime e no apenas como contra ‘Yengo, come previa achamada Lei Afonso Arnos, Lei 1390/51, por hrrevogada, A Lei 5473/68 reputa nul sujet pisto simples, ‘diapenigees providéncas que dela ou indirtamente,crem dc Itifagoes ents braiiros deamon ov sexo, pars oprovinento de sujet a selySo, assim nasempresss privadascomonos qua diet dofunconaiamo pablo Massabese qe esos normas tm ido pouca eficica ‘A Constituigto tr agora dois dispositivas que fundamentam «mais do que sto, exigen normas pense rigorosns conta diserza- ragoes, Dsse nun deles que lv punirdquniguer discrimi Sonat ds deo iberdades fants outro, mals espec- fico porque desta a forma maicomum engomenos odiesa de dis criminagio, para estabelecer que sprites draco constitu crime Inala ¢ imps, suto a fon de esd, no terms da fe (Gres respectvamente incisos XLT XL). 17, Discriminagdese inconstitucionalidade Sto inconstitucionais as dscriminasSes nio autorizadas pela Constituigio.” O ato diseriminatorio € ineonstitucional owesplkanene nimi degultade! Sif velade Min Cantu enc Ha duas formas de cometer essa inconstitucionalidade, Uma consiste em outorgar beneticio lepitimo a pessoas ou grupos, disc rminando-os favoravelmente em detrimento de outras pessoas ou grupos em igual situacao. Nestecaso, nao se estendeu 3s pessoas ou Brupos discminades o mesmo tratamento dado aos outros. O ato {constitucional, sem duvida, porgue fer o principio da isonomia, Oatoé, contudo,consituciona legitimo, ae outorgar obeneficioa {quem ofez Declaré-o inconstitucional,eliminando-o da ordem jr ‘Tics sera ctiardivito legitimamente conferidos, © que no ¢ fur ‘ho dos tribunais. Como, ent, resolver a inconstituconalidade da ‘iscriminagio? Precsamente estendendo obeneficio aos discrimina- dos que osolictarem perante o Poder Judicdeio, caso por cas Tal ato €insuscetivel de declarasso genérica de inconetituconalidade por via de agio direta." Gilmar Ferreira Mendes, a ese propésito, ®pta também pelo reconhecimento do divito dos segmentor eventual mente discriminados, mas pondera que, na impossbilidade, se tem ‘que suprimir o tratamento discriminatério incompativel com a of ‘dem constitucional pela declaracao da inconstitucionalidade. “N30 Ssehi de perder de vista porém [conclu que o desenvolvimento da Aeclaracio de inconstitucionaidade sem a consequéncia da nulida {de tem por objetivo evita, exalamente a declaracao de inconstit tionalidade total, deixando ao leislador a possibilidade de sanar feventuais defeitos. F que, como observado, tl solugto(nlidade), ‘como acentuado,além de traduziepossivelinjusticacom os beneticia- ‘dos, pode levar a uma situagao de auséncia de normas, um vewo de dirito (Rectseatuum), ou, até mesmo, ao chamado ctosjuridico (Rectschaosy*" A.outra forma de inconsttucionalidade revela-s em se impor cbrigagio, dever, Gnus, sanca0 ou qualquer sacrificio a pessoas ou Indo upunimement, boro ete niotnks sid dead een f RDA eee a enbraraeaS 10.2 petinens, contd, mbar ques Simla 29 do STF disp: “Nio ce ao foser fo ue ni em tng lt unentar venclvets dese. Sieh nds emt tam ce, RDA Tt “Glpeipn denen de venient, mac de prc expt da ams silat ono idee ai sua oe tem fungi legates, rb por vit de i ida ance Se ua Surety (Char 3,839 Roc nocd «mono pore hava Ss ‘dersonca for deca seal mar de compra cmatucnsade dad ‘minuto nus fons jada awed gue nga etna noe ‘Sorte dn Conte TT Conte de rtm ats ridin pi, 70 grupos de pssos,disriminando-as em face de ones na mesma Srulehstgde ass, permanccerarn em condies mas fvoraves Gio inet pon ima atin ffepessousem stunct de gunade Mas aga ao conn, ‘foldadesguatdn de ratsmento na estem eserder a siuagio Jditsdethmentos a txos pols nao onsiticionalmenteadmis- Wet mpor consrangmentos por esa vs. Ago slucao est a sNSamtbe de corttuconaliade do ate deminer loa qunnis osuiitrem so Poder Joie, abendo amber 9 Secret de nconsttconaldade por quar das pessoas nd Skdae no at 108 (Capitulo 1V DIREITO DE LIBERDADE LO PROBLEMA DA LIRERDADE: 1. Lied meade 2. rde Inert eae ste 3 Cad es rd Ops eet Lkraes ieee 6 aeadee deme 1 UBER BADEELIBERDADES formar edie Ldn rare iat foe I URERDADE DA PESSOATISICA 9. Nog formas 0 Lede {de cma Liat de ogi 12 tpetons psa Re ‘ti I TIRERDADE DE PENSAMENTO. 13 Coates sy 14 Le pn 10 Ex de cont 162 Forme ‘wan Uhre mun 181 Neos pomp 152 Loe er er me 1 La rn dae cgi 1 Uber eps cals eto ‘reas conte T ied ere aa 18 Ura etn ‘seep do content LISERDADE DE ACAD PROFISSIO- aL 0" loan seca ponent atent 20 Ach ‘hes on pce 32 Ryo de comms. VI Ob DinEtTOS COLE YO Beno rl enacts te mai. 3 Donde npn le Didar 2 ‘ids communes 8 Chee ern. 39 Libra ce ‘ie VIC REGIME DAS IRERDADES 5) Tem de prs a ind. Sees dr nora ctr si an Str 4 rates dis eras eas 1.0 PROBLEMA DA LIBERDADE 1. Liberdade enecessidade Nio cae dsctr a fando as bases ils! do problema da libertad na taba sobre ditto ponvo Condo, alguma ose deveserditna ee propo, que etre no mas das eae joa tonsieragtes tealoe eit Resco) © measles a Confundira gue escarceram,O debate comeacona Idee r= ‘Sule Opurha se una outa, Unsngavam exten de ier Tne humnana alamando una recesdade crm determine abs | Par mo profundade sobre tama, ct Roper Gary trad. Buenos Aims Ltn ed ede Sra ang; Mar ao Basie Lae Pat PUR wr Hn Lack ied Sear Pogo Ed et ‘esis Cl er, pot pate Star ano, Cal 172 Ito; outos, 0 conto, afirmavam 0 livre-arbitrio, Hberdade abeo- Ite negando anecessidade. Ora, de um lado, aliberdade era simples desvio do determinismonecessivo; de outro, desvio daquela seas posigSes colocam o homem fora do processo da natureza, Mas énecessério resolver problema a partir da consideragao de que ‘ohomem faz parte dela. Fst, por ss, sujeito as les cbjetvas da ne- tessa, Mas, além isso, ele ¢ também um ser social eriador & produto dahistéria, «suas relagbes com anatutezs, seu conhecimento ‘anatureza esa agio sobre ela esta0 condiionads por suas elagces {ociais com os outzos homens”* Ascim, 0 homem se tora cada vez ‘ais livre na medida em que ampla seu dominio sobre anatureza e Sobre as relagbes sociais. © homem domina a necessidade na medida fem que amplia seus conhecimentos sabe a natureza ess les objet ‘vas Entio, nao tem cabimento a discussio sobre a existincia eno ‘existEncia da lberdade humana com base no problema da necessida ‘de, do determinismo ou da metaisica do livre-arbti, porque o ho- ‘mem se hberta no correr da historia pelo conhecimentoe conseqiente dominio das leis da natureza, na medida em que, conhecendo a eis da nocessidade, ata sobre anatureza real e social para transforméla ‘no interesse da expancio de sua personalidad, 2. Liberdade intema e Hberdade externa Esse € outro campo de discussio muito orientada pelo ideaismo ‘pela metafisica, Lirdadeinfera chamada tambo iberdade subj ‘ur ierdadepsicoliger ou moral eespecalment ibrdae ender) 6 liomearttri, como simples manifesta da vontade no mundo interior dohomem. Por iso échamada gualmente iterdade do quer. Signifca quea decsio entre duas possbiidades opostas pertence,ox- slusivamente a Vontade do individu, vale dizer ¢ per de escola, de ‘plo, enre fins contre E dal outro nome que tlhe dt herdade ‘Es cantrires*O debate no levaa nada, Toda gente sabe que, interna mente é bem possivelescolher ene ltemativas contri, ses ver ‘@nhecinentodbjeivoe correo de ambas. Aquestao fundamental, com tudo, € saber s, feta excolha, épossvel determinare em funglo dela, Isto gs se tem concligoesobjetivas para atuarno sentido da sco ft ase pe a questo a dade exter. sta, que é também denominada liberdade objetivo, consste na expresado externa do querer individual e implica oafastamento de Ailes Ti iil Cin atic 584553,

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