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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PETRÓLEO

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

Projeto de elevação artificial para um poço do tipo direcional no


escoamento multifásico equipado com Bombeio Centrífugo Submerso

Aluno:James Pyetro Amaral Nogueira


Orientador: Rutácio de Oliveira Costa

Natal/RN, Maio de 2013

i
ii
Agradecimentos

A Deus, por ter me guiado em decisões difíceis e me ter dado forças


para a conclusão desse trabalho.

À minha família, em incentivar durante a minha vida acadêmica,


pelo amor incondicional, sempre me ensinando a tomar decisões corretas
com o objetivo e propósito visando sempre um caminho honesto a trilhar.

Ao meu orientador Prof. Dr. Rutácio de Oliveira Costa, pela


dedicação e paciência durante a realização desse trabalho. A experiência
profissional foi uns dos fatores para o sucesso do trabalho de conclusão de
curso.

Aos meus colegas de conclusão de curso, Ana Carla, Bruno Augusto,


Charlon Gonçalves, Haroldo Costa, Jussyara Dalianne e Tatiane Borges.
Pela amizade e companheirismo durante essa jornada de curso.

À chefe do departamento e à coordenadora do curso de Engenharia


de Petróleo, Profª Drª Carla Maitelli e a Profª Drª Jennys Barillas,
respectivamente. Pela disposição e dedicação para que o curso de
Engenharia de Petróleo na UFRN se torne uma realidade.

Aos amigos do Laboratório de Química e Meio Ambiente, Eliane


Araújo, Elisama Vieira, Márcia Lima, Mariane Vieira, Sheila Sousa,
Sthefanie Borges e principalmente à Profª Dr Nedja Sueli e o Prof. Dr.
Carlos Huittle. Pela amizade durante a minha vida acadêmica.

A todas as pessoas que, diretamente ou indiretamente, contribuíram


para a execução deste trabalho.

iii
RESUMO

A perfuração direcional viabiliza a superação de inúmeros desafios associados


ao alcance de reservatórios, além de proporcionar um considerável aumento da
produtividade dos poços. Ela tem sido umas das principais técnicas da atual indústria do
petróleo. O sucesso dessa atividade seria inatingível sem a implementação e evolução
das técnicas de registro direcional, as quais permitem controlar a trajetória prevista no
projeto do poço. Os estudos tem mostrado que na fase da produção do hidrocarboneto
os poços inclinados tem influência direta no gradiente de pressão durante o escoamento
do fluído, esse comportamento é analisado por meio das correlações de Beggs and Brill.
Quando a pressão de fluxo é insuficiente para elevar o fluído do fundo do poço até a
superfície é necessário de uma tecnologia de produção por meio de sistema de bombeio
de subsuperfície, esse segmento é a elevação artificial. Nesse trabalho apresenta uma
ferramenta computacional que possibilitará o cálculo do escoamento multifásico num
poço direcional, a partir de dados bases que permitirá a elaboração de um projeto de
elevação artificial por Bombeio Centrífugo Submerso (BCS).

Palavras chaves: Poços direcionais, correlações de Beggs and Brill e bombeio


centrífugo submerso.

iv
ÍNDICE

1. INTRODUÇÃO........................................................................................................... 1
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.............................................................................. 2
2.1 Perfuração Direcional..................................................................................... 2
2.1.1 Aplicações de Poços Direcionais........................................................... 2
2.1.2 Definições Básicas................................................................................. 3
2.1.3 Dados de Projeto.................................................................................... 4
2.1.4 Métodos de Cálculo de Acompanhamento da Trajetória do Poço......... 6
2.2 Escoamento de Fluído...................................................................................... 12
2.2.1 Método de Beggs-Brill........................................................................... 17
2.3 Elevação Artificial........................................................................................... 22
2.3.1 Índice de Produtividade......................................................................... 22
2.3.2 Bombeio Centrifugo Submerso.............................................................. 23
2.3.3 Análise da Bomba Centrífuga................................................................ 26
3. METODOLOGIA........................................................................................................ 29
3.1 A Interface Gráfica do Simulador.................................................................... 31
3.1.1 Acompanhamento da Trajetória do Poço............................................... 31
3.1.2 Escoamento do fluído............................................................................ 33
3.1.3 Método de Elevação Artificial............................................................... 38
4. RESULTADOS........................................................................................................... 41
4.1 Acompanhamento da Trajetória Direcional..................................................... 41
4.2 Escoamento do Fluído e a Elevação Artificial................................................. 43
4.3 Correção da Viscosidade.................................................................................. 47
5. CONCLUSÕES........................................................................................................... 49
6. REFERÊNCIAS.......................................................................................................... 50

v
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Desenho esquemático de um projeto de poço direcional.................................... 5


Figura 2 – Ilustração do método de cálculo da tangente................................................... 6
Figura 3 – Projeção vertical para o método da tangente .................................................. 7
Figura 4 – Vista Plana para o método da tangente............................................................... 7
Figura 5 – Ilustração do método de cálculo da tangente balanceada................................... 8
Figura 6 – Ilustração d método de cálculo do ângulo médio............................................... 9
Figura 7 – Ilustração do método de cálculo de mínimo raio de curvatura........................... 10
Figura 8 – Projeção vertical para o método de raio de curvatura......................................... 11
Figura 9 – Projeção plana para o método de raio de curvatura............................................ 11
Figura 10 – Mapa de escoamento de Beggs e Brill.............................................................. 19
Figura 11 – Diagrama de Moody.......................................................................................... 20
Figura 12 – Distribuição dos métodos de elevação artificial............................................... 24
Figura 13 – Equipamentos de um BCS................................................................................ 25
Figura 14 – Modelagem da ferramenta computacional........................................................ 29
Figura 15– Modelagem do subsistema do projeto do poço direcional................................. 29
Figura 16 – Modelagem do projeto de escoamento do fluido.............................................. 30
Figura 17 – Modelagem do subsistema do projeto de elevação artificial............................ 30
Figura 18 – Planilha dos dados básicos para os cálculos do acompanhamento da 31
trajetória.
Figura 19 – Planilha para o cálculo do Build up e o Dogleg servery.................................. 32
Figura 20 – Planilha do método utilizado para os cálculos de acompanhamento da 32
trajetória.
Figura 21 – Planilha comparando os dados da ferramenta direcional com os métodos de 33
cálculo de acompanhamento da trajetória
Figura 22 – Trajetória do poço em 2D................................................................................. 33
Figura 23 – Dados bases das propriedades das misturas líquidas de hidrocarbonetos........ 34
Figura 24 – Variáveis do fluido........................................................................................... 35
Figura 25 – Variáveis para um fluído multifásico por Beggs e Brill.................................. 37
Figura 26 – Correlação para o fluído monofásico................................................................ 37
Figura 27 – Dados de entrada para índice de produtividade do poço.................................. 38
Figura 28 – Pressão e vazão para IP linear e IPR de Vogel................................................. 39

vi
Figura 29 – Planilha para o cálculo da TDH e o número de estágios.................................. 40
Figura30 – Relação entre Pressão x Vazão.......................................................................... 40
Figura 31 – Resultados dos métodos de cálculos para trajetória direcional......................... 42
Figura 32 – Valores da relação Pressão x Vazão................................................................. 44
Figura 33 – Índice de produtividade do poço....................................................................... 45
Figura 34 – THD e número de estágios................................................................................ 45
Figura 35 – Pressão na cabeça do poço (psi) versus vazão (bpd)........................................ 46
Figura 36 – Efeito da viscosidade na curva do Head........................................................... 47
Figura 37– Efeito da viscosidade na curva da Potência....................................................... 47
Figura 38 – Efeito da viscosidade para a Eficiência da bomba............................................ 48

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Coeficientes empíricos para o calculo do holdup líquido......................... 19


Tabela 2 – Coeficientes empíricos para o calculo dos parâmetros do holdup liquido 20
Tabela 3 – Dados de entrada para o acompanhamento da trajetória direcional......... 41
Tabela 4 – Propriedades termodinâmicas................................................................... 43
Tabela 5 – Dados de entrada para a ferramenta computacional................................. 44
Tabela 6 – Análise nodal............................................................................................ 45

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LISTA DE SIMBOLOS E ABREVIATURAS

A: área da coluna de produção


Ch: fator de correção da viscosidade para o head
Cn: fator de correção da viscosidade para eficiência
Cq: fator de correção da viscosidade para vazão
ID: diâmetro interno da coluna de produção (in)
Hbep: head correspondentente a eficiência ótima da bomba (ft)
Hviscoso: head para fluido viscoso
IPR: Inflow Perfomance Relationships
IP: índice de produtividade
Nd: nível dinâmico inicial do poço (ft)
Pr: Pressão do reservatório
Pcab: pressão da cabeça do poço (psi)
Pdesc: pressão de descarga (psi)
Prev: pressão de revestimento (psi)
Psuc: pressão na sucção da bomba (psi)
Pwf : pressão de fundo em fluxo (psi)
Profb: profundidade da bomba (ft)
Profc: profundidade do canhoneado (ft)
Qanular: vazão do anular (bpd)
Qbep: vazão correspondentente a eficiência ótima da bomba (bpd)
Qmax: vazão máxima na altura do canhoneado (bpd)
Qviscoso: vazão para fluido viscoso
Re: número de Reynolds
Submc: submergência do canhoneado (ft)
Submp: submergência da bomba (ft)
h: eficiência da bomba (%)
hviscoso: eficiência para fluido viscoso
potabs: potência Absorvida pela Bomba (Hp)
pothid : potência Hidráulica da Bomba (Hp)
v: velocidade média do fluido (m/s)

viii
1. INTRODUÇÃO

Na década de 90 nos Estados Unidos teve o início da perfuração de poços


direcionais. Nesta época, a perfuração de poços de petróleo desenvolvia-se rapidamente
e eram frequentes os problemas que ocorriam e que continua ocorrendo até hoje como
desvio dos poços, devido às inclinações das camadas terrestres que forçam o poço a
ganhar ângulo, afastando-o do objetivo programado (PORTO, 2009). A necessidade de
aprimorar os métodos de acompanhamentos da trajetória do poço para que o alvo
desejado seja alcançado com o mínimo de desvio necessário.

Na fase da produção do petróleo, os engenheiros de petróleo deparam-se


frequentemente com escoamento bifásico em tubulações, proveniente dos poços e das
linhas de produção. O conhecimento do comportamento dinâmico da pressão, das
vazões das fases e dos padrões de escoamento durante o escoamento simultâneo de gás
e líquido é fundamental para o projeto de sistemas da indústria química e de petróleo
(BEGGS E BRILL, 1982).

Beggs e Brill (1973) desenvolveram uma correlação amplamente utilizada pela


indústria de petróleo. Essa correlação foi obtida através de dados experimentais em uma
rede de tubulações acrílicas com diâmetros entre 1.0 a 1.5 polegadas e comprimento de
28 m com inclinações ajustáveis. Apesar dos valores restritos de diâmetro e
comprimento, essa correlação é bastante utilizada em cálculos preliminares,
principalmente por ser válida para todos os padrões de escoamento e inclinações.

A otimização da elevação de petróleo é feita considerando-se os poços


separadamente sendo que nos últimos anos tem crescido a utilização do método de
elevação artificial por BCS (SOUZA, 2010). Nesse tipo de elevação, a energia é
transmitida para o fundo do poço por meio de um cabo elétrico. A energia elétrica é
transformada em energia mecânica por um motor de subsuperfície, que tem seu eixo
conectado a uma bomba centrífuga. A energia mecânica é transmitida para o fluído sob
a forma de pressão, fazendo com que este chegue até a cabeça do poço com uma vazão
desejada.

1
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Perfuração Direcional

A perfuração direcional é uma técnica usada na exploração e na produção de


petróleo, na qual o objetivo está localizado em coordenadas diferentes daquelas da
cabeça de poço sejam atingidos. Quando essa técnica permite que vários poços de
desenvolvimento sejam perfurados a partir de uma única plataforma, reduz custos com
instalações submarinas e linhas de produção. Mesmo na perfuração “vertical” a broca
move-se em direções que fogem a esse eixo por razões que podem ser causadas por:
compreender a não uniformidade das formações, a disposição das camadas em relação
umas às outras e fatores de ordem operacional.

O sucesso da perfuração direcional está associado à produtividade de um poço,


uma vez que essa tecnologia permite perfurar lateralmente ou horizontalmente, expondo
dessa forma uma maior área do reservatório. Com isso, consegue-se maximizar a
recuperação através de um número menor de poços perfurados.

2.1.1 Aplicações de Poços Direcionais

A aplicação de poços inclinados é capaz de atender a diversos objetivos, assim


como contornar situações, onde problemas de locação de sonda se tornam fatores
críticos. São diversas as razões que justificam uma perfuração deste tipo, dentre elas
podemos citar restrições de ordem econômica e restrições ambientais. Á medida em que
o custo relacionado ao desenvolvimento de campos cresce, seja em cenários onshore ou
offshore, locais remotos ou ambientes hostis, aumenta – se também a aplicação da
perfuração direcional (PORTO, 2009).

Um poço direcional é desenvolvido, geralmente, quando se deseja:

 Atingir locais inacessíveis para a perfuração convencional, como por exemplo,


uma zona habitada ou uma base montanhosa;
 Perfurar poços horizontais, multilaterais e de grande afastamento;
 Perfurar poços de alívio (interceptar um poço em blowout)
 Poços SAGD (Steam Assisted Gravity Dreinage)

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2.1.2 Definições Básicas

Determinado poço é caracterizado como direcional quando o objetivo (tarjet)


está localizado a certa distância horizontal da cabeça do poço. Esta distância horizontal
é chamada de afastamento (Vertical Section). O caminho percorrido pela broca, partindo
da cabeça do poço até atingir o objetivo, é chamado de trajetória direcional.

A trajetória vertical entre a cabeça do poço a qualquer ponto do poço, é chamada


profundidade vertical (True Vertical Direction – TVD), enquanto a distância percorrida
pela broca para atingir essa profundidade é chamada de profundidade medida
(Measured Depth – MD) (THOROGOOD, 1980).

O objetivo é o local no espaço onde a trajetória deve atingir. Geralmente é


definido pelo geólogo ou pelo engenheiro de reservatório e pode ser um ponto em
profundidade ou mesmo uma seção inteira de uma formação com diferentes inclinações.

Outros conceitos essenciais para a perfuração direcional são: a inclinação, o


azimute e a orientação da Toolface. A inclinação é definida pelo ângulo, medido em
graus, entre a tangente ao eixo do poço e o vetor gravitacional local. Por convenção, um
poço vertical é definido pela inclinação de 0° e um poço horizontal pela inclinação de
90°.

O azimute (Hole Direction) é definido pelo ângulo formado entre a projeção


horizontal do poço e o norte de referência (norte verdadeiro, magnético ou grid norte).
O azimute pode ser representado de duas formas: em graus ou em quadrantes, sendo que
a primeira é a mais usual. Em graus, o azimute varia de 0 a 360°, medindo-se no sentido
horário a partir do norte de referência. Os quadrantes são formados por círculo
trigonométrico em quatro seções de 90°, resultando nos quadrantes nordeste (NE),
sudeste (SE), sudoeste (SW) e noroeste (NW). É importante lembrar que cada quadrante
varia de 0 a 90°.

A orientação Toolface é definida pelo ângulo formado pela ferramenta direcional


e o ponto superior (high side) do poço. Varia de 0 a 360° no sentido horário a partir do
ponto de high side. Pode ser classificada como toolface magnética ou gravitacional,
sendo que em inclinações inferiores a 5° a toolface magnética é mais precisa, pois se
referencia diretamente ao norte magnético. Já a toolface gravitacional apresenta maior

3
precisão em inclinações superiores a 5° pois tem como referência o ponto de high side
do poço.

O conjunto dessas informações compõe um registro da trajetória do poço


denominado surveys. Surveys são importantes no acompanhamento de operações de
perfuração, correspondendo a um ponto de partida para o direcionamento do poço rumo
ao seu objetivo. Podem ser definidos como um método de medição, cálculo e plotagem
de dados de orientação e posicionamento do poço no espaço (PORTO, 2009).

2.1.3 Dados de Projeto

O planejamento de um poço se traduz na definição dos objetivos. Um poço


direcional permite ter um ou mais objetivos que podem compreender, além do próprio
reservatório, estruturas geológicas, falhas ou até mesmo outros poços, no caso da
implementação de um poço de alívio.

A posição de um objetivo segue o sistema descrito na seção anterior,


adicionando se a profundidade na qual este se situa, porém, é comum durante as fases
de planejamento e execução de um poço, simplesmente se utilizar sistemas locais de
referência baseados em coordenadas cartesianas (ROCHA, 2008). A figura 1 a seguir
tem o intuito de demonstrar alguns dos dados essenciais na elaboração de um projeto
direcional.

Figura 1- Desenho esquemático de um projeto de poço direcional

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Às seções ilustradas na figura acima, podemos associar os seguintes dados de projeto:
 TVD: True Vertical Depht (Profundidade Vertical);
 VS: Vertical Section (Afastamento);
 KOP: Kick Off Point (Ponto Inicial de Desvio)
 BUR: Build Up Rate (Taxa de Ganho de Inclinação);
 DOR: Drop Off Rate (Taxa de Perda de Inclinação).

A taxa de ganho de inclinação (BUR) pode ser calculada pela expressão:

Onde:

α1 = inclinação do poço na estação 1;


α2 = inclinação do poço na estação 2;
M1 = profundidade medida do poço na estação 1;
M2 = profundidade medida do poço na estação 2;
K = 30 para BUR (graus/30m) e 100 para BUR (graus/100ft)

O Dogleg é a medida da mudança angular total, expressa em graus, entre duas


estações sucessivas, independentemente da distância entre elas. Dogleg severity
corresponde a um valor de dogleg normalizado, calculado em graus por unidade de
comprimento, geralmente 30m ou 100ft. Pode ser calculada a partir da inclinação e
azimute pela da equação:

Onde:

β = Dogleg
α1 = inclinação do poço na estação 1;
α2 = inclinação do poço na estação 2;

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= Azimute do poço na estação 1;
= Azimute do poço na estação 2;
ΔM= Intervalo entre os dois registros em metros;
DLS = Dogleg Severity (º/30m).

2.1.4 Métodos de Cálculo de Acompanhamento da Trajetória do Poço

O cálculo do acompanhamento da trajetória do poço é usado para saber a


posição do poço em qualquer posição. Para isso, é necessário de dados básicos
fornecidos por sequências de fotográficas em determinadas profundidade do poço. Essas
fotos irão fornecer as informações de inclinação, direção e profundidade medida. Essas
informações são necessárias para os cálculos da profundidade vertical, afastamento
norte/sul e leste/oeste. Os métodos de cálculos são: da tangente, da tangente balanceada,
ângulo médio, mínimo raio de curvatura e raio de curvatura.

a. Método da tangente

O método da tangente, por definição, utiliza apenas a inclinação e os ângulos


direcionais medidos no final do trecho. A Figura 2 Assume-se que esses ângulos
permaneçam constantes durante o intervalo medido. As equações apresentadas a seguir
são obtidas através de relações trigonométricas em triângulos retângulos.

Figura 2 – Ilustração do método de cálculo da tangente

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As Figuras 3 e 4 consideram as hipóteses estabelecidas e a geometria do
problema é possível determinar triângulos retângulos nos planos vertical e horizontal.
Esses triângulos apresentam em um de seus vértices o ângulo de inclinação ou de
azimute.

Figura 3 – Projeção vertical Figura 4 – Vista Plana

Resolvendo esses triângulos para as dimensões desejadas pode-se chegar às


expressões apresentadas no conjunto de equações abaixo:

ΔN = Posição norte-sul

ΔE = Posição leste-oeste

ΔV = Profundidade Vertical

ΔA = Afastamento

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b. Método da Tangente Balanceada

A Figura 5 mostra o método da tangente balanceada utiliza a


inclinação e a direção de duas medições subsequentes.

Figura 5 – Ilustração do método de cálculo da tangente balanceada

Os valores a serrem calculados são:

c. Método do Ângulo Médio

O método do ângulo médio é similar ao método tangencial. A Figura 6 mostra os


ângulos medidos no final do trecho, esse método utiliza a média aritmética entre os
ângulos medidos no início e no final do trecho para executar o cálculo.

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Figura 6 – Ilustração do método de cálculo do ângulo médio

A dedução das equações segue o mesmo raciocínio utilizado para o método


tangencial, mas contrário de utilizar os ângulos medidos ao final do curso utiliza a
média aritmética entre os ângulos medidos.

d. Método de Mínimo Raio de Curvatura

O método do mínimo raio de curvatura assume que o poço no intervalo medido


possa ser representado por uma curva mínima (máximo raio). A Figura 7 mostra que no
método utiliza os ângulos medidos no início e no final do trecho. Ao contrário dos
métodos apresentados anteriormente, que utilizam seguimentos de reta, esse método do
mínimo raio de curvatura utiliza um arco de circunferência para representar a trajetória
do poço.

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Figura 7 – Ilustração do método de cálculo de mínimo raio de curvatura

As expressões a seguir são encontradas projetando-se o arco através de


seguimentos de reta nos planos horizontal e vertical (TAVARES, 2008).

e. Método do Raio de Curvatura

As Figuras 8 e 9 representam as projeções vertical e horizontal de cada ponto


são assumidas como sendo arcos de círculos cujos raios serão função da taxa de ganho
de ângulo e da taxa de variação da direção.

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Figura 8 – Projeção Vertical Figura 9 – Projeção plana

Pra o método de raio de curvatura são deduzidas as seguintes expressões abaixo:

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2.2 Escoamento de Fluido

Na atividade de elevação o escoamento de fluido é um dos temas mais


relevantes. O fluido produzido por um reservatório de petróleo é heterogêneo. A fase
líquida é composta de diversos hidrocarbonetos cujas propriedades físicas dependem da
pressão e temperatura. Além disso, a água é presença constante nos reservatórios, tanto
a conata como a água introduzida no reservatório na perfuração e provenientes dos
projetos de recuperação suplementar por injeção de água. Ainda há a fase gasosa e
vapor, composta de hidrocarbonetos, gás carbônico, gás sulfídrico e outros
componentes. Assim, o escoamento na elevação de petróleo pode ser classificado como
monofásico ou multifásico.

A base para o entendimento do comportamento do escoamento de fluidos em


tubulações está nas leis de conservação de massa, momento e energia. A aplicação
dessas leis permite determinar, dentre outros, o campo de velocidades e a variação da
pressão e temperatura ao longo do escoamento. A equação resultante da combinação da
aplicação desses princípios (BRIL e MURKHERJEE, 1999), assumindo regime
permanente no escoamento, é denominada de Equação do Balanço de Energia Mecânica
ou Equação do Gradiente de Pressão.

Onde, o primeiro termo da equação é a perda de carga devido à fricção que


representa entre 5 a 20% da perda de carga total; o segundo, devido à elevação (coluna
hidrostática), representa entre 80 a 95%; e, o terceiro, devido à aceleração, que
normalmente é negligenciado nos cálculos, sendo considerado somente em caso onde
haja alta velocidade de escoamento ou mudanças significativas na velocidade.

No escoamento monofásico, o diâmetro da tubulação e a velocidade de


escoamento são constantes então a perda de carga devida à fricção no regime laminar
pode ser calculada como:

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O termo de elevação é dado pela relação da massa especifica do fluido e a
inclinação da tubulação (θ), pode ser calculada pela equação abaixo:

A aceleração pode ser calculada pela equação abaixo

A partir do comportamento do escoamento monofásico em tubulações, pode-se


modificar a equação de perda de carga para o escoamento multifásico ao se considerar o
fluido como uma mistura homogênea (BEGGS E BRILL, 1973).

Partiu-se para a determinação dos parâmetros básicos que regem o escoamento


multifásico, sendo eles: velocidade superficial de líquido (Vsl), velocidade superficial
de gás (Vsg), número de viscosidade do líquido (Nl), número de diâmetro do tubo (ND),
número de velocidade do gás (N GL), número de velocidade do líquido (N LV), holdup
líquido sem escorregamento (λ L), holdup líquido com escorregamento (H L).

Dessa maneira é preciso fazer uso de algumas correlações e equações obtidas


por pesquisadores ao longo dos anos. As correlações utilizadas para as propriedades dos
fluidos estão detalhadas a seguir .

O fator volume de formação do óleo (B0) é a relação do volume da fase liquida


em determinadas condições de pressão e temperatura e o volume nas condições padrão.
Este fator permite que se calcule o volume ocupado em determinadas condições de
pressão e temperatura a partir do volume ocupado em condições Standard.

 Para o cálculo do fator volume de formação do óleo (STANDING, 1981)

Onde:

Bo = Fator volume de formação do óleo, bbl/STB;

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Rs = Razão de solubilidade scf/STB;
yg = Densidade relativa do gás;
yo= Densidade relativa do óleo;
T = Temperatura de fundo do poço, °F.

A razão de solubilidade (Rs) é a relação entre o volume de gás em solução (no


estado líquido) nas condições padrão (temperatura de 25°C e pressão atmosférica) e o
volume de óleo nestas mesmas condições.

Para o cálculo da Razão de Solubilidade (STANDING, 1981)

Onde:
Rs = Razão de solubilidade, scf/STB;
у g = Densidade relativa do gás;
P = Pressão de fundo do poço, psia;
°API = Valor do grau API.
T = Temperatura no fundo do poço, °F.

 Para o cálculo da pressão e temperatura pseudocrítica (STANDING,


1981)

Onde:

Tpc = Temperatura pseudocrítica, R;

Ppc = Pressão pseudocrítica, psia;

yg = Densidade relativa do gás.

 Para o cálculo da pressão e temperatura pseudorreduzida (STANDING &


KARTZ, 1942)
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Tpr =Temperatura pseudorreduzida;

Ppc= Pressão pseudorreduzida.

A viscosidade de uma mistura de hidrocarbonetos é amplamente variada,


podendo ir de viscosidade pouco maior que a da água até valores de algumas dezenas de
milhares de centipoise. A viscosidade de um mesmo fluido varia com a temperatura e a
quantidade de gás dissolvido.

 Para o cálculo da Viscosidade do óleo (STANDING, 1981)

µo = Viscosidade do óleo, cp;

Rs = = Razão de solubilidade, ;

µod= Viscosidade do óleo morto, cp

A viscosidade do óleo sem gás dissolvido é chamada de viscosidade de óleo morto.

 Para o cálculo da Viscosidade do óleo morto (STANDING, 1981)

Onde:

µod= Viscosidade do óleo morto, cp.

 Fórmula para cálculo da viscosidade do gás (STANDING & KARTZ, 1942)

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Onde:
µg = Viscosidade do gás, cp;
ρg = massa específica do gás, lbm/ft3;

Y= 2,4 – 0,2.X

 Fórmula para cálculo da densidade do gás:

Onde:

ρg = massa específica do gás, lbm/ft3;


yg = Densidade relativa do gás;
T = Temperatura de fundo do poço, R;
P = Pressão de fundo do poço, psia;
Z = fator de compressibilidade.

 Para cálculo da densidade do óleo (STANDING, 1981)

o= massa específica do óleo, lbm/ft3;


yo= Densidade relativa do óleo;
Rs= Razão de solubilidade, scf/STB ;
ygd= Densidade relativa do gás dissolvido;
Bo= Fator volume de formação do óleo, bbl/STB.

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2.2.1 Método de Beggs-Brill

O escoamento multifásico está presente em uma série de fenômenos e sistemas


que, de acordo com o nível de precisão exigido e as características específicas de cada
aplicação, devem ser abordados de maneira distinta.

Segundo Munkejord (2006), os métodos para resolução de um modelo de


escoamento multifásico são:

a) interface-tracking: possui um elevado custo computacional, sendo baseado


em malhas (discretizações) que se ajustam em função da deformação da interface;

b) particle-tracking: utiliza uma malha fixa para o fluido e a fase dispersa


(geralmente com dimensão menor que o tamanho da discretização) que é acompanhada
segundo um referencial Lagrangiano;

c) multi-fluid ( método do continuum): mais indicado para escoamento em dutos.


Todas as fases envolvidas (partículas, gotas, bolhas, líquidos e gases) são consideradas
fluidos interpenetrantes. Por essa abordagem, sistemas complexos podem ser
calculados, porém com grande desafio em termos de modelagem. Esse desafio envolve:
compreender o comportamento de cada fase, definir um modelo matemático bem-posto,
encontrar relações de fechamento e utilizar métodos numéricos robustos e precisos para
solução do modelo.

O método de Beggs e Brill (1973) foi o primeiro a prever o comportamento do


fluxo de fluidos multifásicos em todos os ângulos de inclinação, incluindo poços
direcionais. Os fluidos utilizados em seus experimentos foram água e ar, variando-se as
vazões para diferentes condições de operação. A equação proposta por Beggs e Brill
(1973) para estimar a queda de pressão em uma seção de tubulação em estudo é:

O primeiro termo está relacionado com a influência do atrito entre as próprias


partículas e estas com a parede da tubulação. Já o segundo componente do numerador
refere-se à contribuição devido à elevação do fluido, seja este fluxo descendente ou
ascendente. O termo Ek refere-se à contribuição da queda de pressão pela aceleração,
quando muitas vezes é desprezível nos estudos de escoamento, porém com o aumento

17
da vazão do gás o regime de fluxo se torna mais caótico, provocando maior agitação
entre as moléculas, consequentemente maior atrito, ou seja, aumentando-se a vazão da
fase gasosa a perda de carga sofrerá influencia direta sobre as componentes de
aceleração e atrito sendo mais expressivo sobre a segunda( Brill & Murkejee, 1999).

At = Àrea da tubulação

vsl = Velocidade superficial do líquido

vsg = Velocidade superficial do gás

vm = Velocidade superficial da mistura

P = pressão em psi

A massa específica da mistura multifásica é obtida pela ponderação das massas


específicas de cada uma das fases, pode ser calculada como:

Onde:

Ψ = fator de correlação da inclinação;

H L(θ) = Holdup para determinada inclinação;

18
H L(0) = Houldup em uma tubulação horizontal.

O regime de escoamento correspondente à orientação horizontal da tubulação é


determinado pela localização do par (λl, NFr). A Figura 10 representa o mapa de regimes
de escoamento da correlação. Este mapa é dividido em quatro regiões (correspondentes
aos regimes Segregado, Transição, Intermitente e Distribuído) pelas fronteiras:

Figura 10 - Mapa de escoamento de Beggs e Brill.

A equação do holdup líquido para um escoamento horizontal é a mesma para


todos os tipos de escoamento, mas os coeficientes empíricos diferenciam de acordo com
o tipo de escoamento. Onde a,b, c são os coeficientes empíricos que são fornecidos
através da tabela1 e N FR é o número de Froude para mistura.

Tabela 1 - Coeficientes empíricos para o calculo do holdup líquido (BEGGS E


BRILL,1973)

Configuração do escoamento A B C
Segregado 0,980 0,4846 0,0868
Intermitente 0,845 0,5351 0,0173
Distribuído 1,065 0,5824 0,0609

19
O Holdup líquido para um escoamento horizontal pode ter a mesma fração de volume
de um líquido sem escoamento. O fator de correlação da inclinação é dado por:

Onde,

θ = Ângulo atual na tubulação;

C= Parâmetro do holdup líquido.

A tabela 2 representa os coeficientes empíricos para C ≥ 0 que são determinados como


e, f, g e h para o calculo dos parâmetros do holdup liquido. Para o escoamento do tipo
distribuído ascendente o ψ = 1.

Tabela 2 – Coeficientes empíricos para o calculo dos parâmetros do holdup liquido

Configuração do escoamento ascendente E F G H


Segregado 0,011 -3,7608 3,5390 -1,6140
Intermitente 2,960 0,3050 -0,4473 0,0978

Os valores para o fator de fricção para duas fases são encontrada para
resolucionar a equação do gradiente de pressão. O fator de fricção para duas fases é a
relação com o fator de fricção sem escorregamento. Este pode ser encontrado pelo
Diagrama de Moody, na Figura 11 usando valores sem escorregamento para o no
número de Reynolds e fator de fricção de tubos sem rugosidade.

Figura 11 – Diagrama de Moody

20
Beggs e Brill (1982) propuseram a equação para cálculo doo fator de fricção
para duas fases, que pode ser calculada pelas as equações estão representadas a seguir:

O fator de atrito fn correspondente à tubulação completamente lisa pode ser


determinado a partir do diagrama de Moody, ou por:

fn = Fator de atrito para tubulação lisa

Onde

Para 1 <y < 1,2:

S = ln( 2,2.y - 1,2 )

21
2.3 Elevação Artificial

Na fase de produção do poço são instalados equipamentos de superfície variados


que dependem do tipo de elevação do poço. O poço pode ser surgente ou não surgente.
No caso de poços surgentes, é instalada na superfície a árvore de natal que é um
conjunto de válvulas complementar. Elas são conectadas a linha de produção que
permite escoar o fluido produzido até as facilidades de produção e daí ate às refinarias,
quadros de bóias, compressores ou estações de transferências.

Nos poços não surgentes é necessário um sistema de elevação artificial que seja
capaz de escoar o fluido, seja ele monofásico ou multifásico, do fundo do poço até a
superfície. Uma das formas desse sistema é o bombeio de subsuperficie.

No projeto de elevação artificial a escolha do método depende de inúmeros


fatores tais como as características de reservatório, da perfuração e completação do
poço, as facilidades de produção disponíveis, o tipo de fluido produzido, a presença ou
não de abrasivos, corrosivos e outros contaminantes. Outros aspectos não menos
importantes são a localização do poço, análise econômica e facilidades de instalação e
operação.

2.3.1 Índice de Produtividade

O modelo linear considera o fluxo de fluídos incompressíveis no meio poroso,


onde a saturação de líquido e as característica dos fluídos (viscosidade e fator volume de
formação) praticamente não variam com a pressão neste caso, o índice de produtividade
é constante, e para cada pressão estática do reservatório existe uma relação linear entre a
vazão e a pressão de fluxo em frente aos canhoneados, dada por :

q =IP *( Pr- Pwf)

q = Vazão (bpd)

IP = Índice de Produtividade (psi)

Pr = Pressão do reservatório (psi)

Pwf = Pressão de fluxo no poço (psi)

22
A curva de performance típica de Vogel (IPR) é uma relação generalizada para
uma ampla faixa de propriedades do reservatório, vazões de produção e estágios de
depleção. É uma relação simples que dá resultados satisfatórios sobre uma ampla faixa
de condições de operação. A curva de Vogel é expressa por :

Qmáx = Vazão máxima

De acordo com Brown e Beggs (1997), Vogel traçou curvas de IPR


adimensionalizadas considerando: variações de razões gás-óleo, viscosidades de fluidos,
espaçamento entre poços, poços danificados ou não, num total de 21 situações
diferentes. Exceto para poços com dano e para poços produzindo fluidos muitos
viscosos, todas as outras curvas de IPR adimensionalizadas praticamente coincidiram,
permitindo a Vogel propor a curva de referência.

Para o caso da analítica IPR, mostra-se que os coeficientes são dependentes da


função mobilidade, sendo este termo uma função explícita da pressão e saturação, os
quais para o fluxo bifásico podem ser afetados por três fatores primários: depleção,
vazão de produção e a presença de uma zona de permeabilidade alterada, enquanto que
para o fluxo trifásico, além destas variáveis, também poderá ser afetada pela saturação
inicial de água (BATISTA, 2009).

2.3.2 Bombeio Centrifugo Submerso

É o método que, através de um motor de subsuperfície, transforma energia


elétrica em energia mecânica transmitida a uma bomba centrífuga, onde esta transforma
a energia mecânica do motor em energia cinética, que transmite a energia para o fluido
sob forma de pressão, o que possibilita elevar o fluido até a superfície.

A Figura 12 mostra que o número de poços equipado pelo método de Bombeio


Mecânico é superior a soma de todos os métodos de elevação, sendo que em termos de
produção de óleo o método de Bombeio Centrifugo Submerso representa mais da
metade da produção de petróleo no mundo, mostrando o método uma excelente
eficiência.

23
Figura 12 – Distribuição dos métodos de elevação artificial (PRADO, 2007).

Este método é recomendado para poços que produzam com pouco gás livre, para
zonas urbanas, poços com alta produtividade e com pressão de reservatório
relativamente baixa. Este método apresenta as vantagens e desvantagens descritas
abaixo:

As vantagens são:

• Flexibilidade – trabalha em range de baixas e altas vazões;

• Não possui partes móveis na superfície;

• Automação, supervisão e controle relativamente simples;

• Fonte de energia estável e segura;

• Aplicável em poços desviados.

As desvantagens são:

• Alto custo inicial;

24
• Temperatura (possível degradação do sistema de isolamento);

• Reparo em equipamento de conjunto de fundo implica na parada da produção.

A figura 13 mostra os equipamentos utilizados no BCS são divididos em


equipamentos de subsuperfície e equipamentos de superfície. Os equipamentos de
superfície e subsuperfície são respectivamente:

Figura 13 – Equipamentos de um BCS, Fonte: Batista (2009).

Equipamentos de subsuperfície

• Bomba centrífuga – é constituída por unidades distintas chamadas "estágios".


Cada estágio consiste de um impelidor e um difusor. O impelidor, ao girar cria um
campo centrífugo que é responsável pelo aumento da velocidade e pressão do fluido;

• Separador de gás ou intake – Permitir autilização deste método em poços


com gás;

• Motor elétrico – Indução trifásicos, geralmente de dois pólos, que funcionam


com velocidade de 3500 rpm para uma frequência de rede de 60Hz;

• Protetor ou Selo – Conectar o eixo do motor com o eixo da bomba;

• Cabo elétrico – É transmitida da superfície para o motor através de um cabo


elétrico trifásico com condutores de cobre e alumínio.

25
Equipamentos de superfície:

• Quadros de comando – Controla e opera com segurança os equipamentos de


fundo;

• Transformador – Tem a finalidade de transformar a tensão da rede elétrica na


tensão nominal requerida pelo motor, acrescida das perdas no cabo elétrico;

• Caixa de ventilação – É instalado entre o poço e o quadro de comando com a


função de ventilar o cabo elétrico trifásico, ou seja, prover a saída para a atmosfera do
gás que porventura migre do poço pelo interior do cabo;

• Válvula de retenção – Utilizado para manter a coluna de produção cheia de


fluido quando, por qualquer situação, o conjunto de fundo seja desligado;

• Válvula de drenagem ou de alívio – Utilizada sempre que é descida a válvula


de retenção, pois evita a retirada da coluna com excesso de fluido, o que provocaria um
derramamento de óleo toda vez que um tubo fosse desconectado.

2.3.3 Análise da Bomba Centrífuga

As curvas de performance para cada bomba são caracterizadas pelo seu


fabricante. As curvas são fornecidas considerando-se o bombeio de água para um
estágio, devendo sofrer correções quando aplicadas a fluidos com as características
especificas de densidade e viscosidade. A principal informação que pode ser obtida
destas curvas é o ponto de operação do sistema, ou seja, a vazão, potência e eficiência
de uma bomba operando em um sistema.

O head é a energia por unidade massa que a bomba tem condições de fornecer
ao fluido para uma determinada vazão. A esta característica dá-se o nome de altura
manométrica do sistema e seu comportamento é uma função da altura estática de
elevação do fluido, da diferença de pressões entre a sucção e a descarga da bomba e de
possíveis perdas do sistema (MATTOS, 2008).

Para a curva de potência, deve-se salientar que, a curva fornecida pelo fabricante
é a potência absorvida pela bomba (POTabs), podendo ser expressa através da equação

26
Onde: Q, H, e n são, respectivamente, vazão, head, massa específica do fluido
e eficiência.

A eficiência pode ser representada como uma razão entre a potência hidráulica
da bomba (POT hid) e a potência absorvida.

O comportamento da bomba é considerado quando o poço estiver operando com


motores de velocidade variável. Estas mudanças são previsíveis através das leis de
afinidade.

As leis de afinidade são expressões matemáticas que definem mudanças, através


da variação da velocidade. Estas mudanças alteram aspectos como head, eficiência e
potência da bomba. Para condições iniciais de rotação N1, a bomba opera com o head
H1, vazão Q1 e potência P1. Ao variar para uma nova condição de rotação N2 os
aspectos serão definidos pelas leis abaixo:

Onde: Q2, H 2 e P2 representam os valores de vazão, head e potência para as


novas condições de rotação, respectivamente.

Inicialmente, baseado na curva de eficiência para determinada bomba, calcula-se


a vazão para o melhor ponto de eficiência (Q bep) e o valor de head também para a
melhor eficiência (Hbep). Para realizar a correção das curvas deve-se encontrar os fatores
de correção. Esses fatores são C n (fator de correção para eficiência), Cq (fator de
correção para vazão) e para a correção do head , existem quatro fatores: C h1, C h2, C h3 e
Ch4 . Para determinar estes fatores, deve-se encontrar as seguintes variáveis
intermediárias adaptadas por PRADO (2007).

27
Onde: v é a viscosidade do fluido (cstk).

A partir das variáveis intermediárias, calcula-se os fatores de correção para


vazão e eficiência como segue abaixo:

Para correção do head são calculados quatro fatores de correção, assim como, as
quatro variáveis intermediárias correspondentes (y e z), por exemplo: para o Ch1
considera na variável y o valor de 0.6*Qbep ao invés de Q bep e 0.6*Hbep ao invés de Hbep ,
no C h2 considera-se 0.8*Qbep e 0.8*Hbep, em C h3 considera-se o cálculo com o Qbep e o
Hbep e no Ch4 aplica 1.2*Q bep e 1.2*Hbep

O desempenho da bomba manuseando fluido viscoso para vazão e eficiência


poderá ser estimado por:

Para a correção da curva de head se aplica com 4 pontos. Cada ponto


corresponde a Ch1, C h2, C h3 e C h4 e será estimado conforme o conjunto abaixo:

Hviscoso = {Ch1 *0,6 *Q bep; Ch2 *0,8 *Q bep; Ch3 *Qbep; Ch4 * 1,2*Qbep}

28
3. METODOLOGIA

A ferramenta computacional para poços direcionais equipados em escoamento


multifásico por BCS foi desenvolvida para o acompanhamento da trajetória do poço,
conhecendo-se assim os ângulos de inclinação para cada trecho do poço e entender o
comportamento do escoamento do fluido equipado por um do sistema de BCS.

Para o presente trabalho foi necessária a implementação de diversos modelos


que refletissem o real comportamento do escoamento do fluído que está sendo
produzido. Para a implementação do modelo de escoamento foi analisado o fluído na
fase monofásica e multifásica (óleo-gás).A modelagem da ferramenta computacional,
baseada nos requisitos citados anteriormente, é mostrada no diagrama de blocos da
Figura 14. Perceba que o sistema é representado por uma entrada (dados direcionais) e
uma saída (elevação artificial).

PROJETO DIRECIONAL ESCOAMENTO DO FLUÍDO MÉTODO DE ELEVAÇÃO

Figura 14 – Modelagem da ferramenta computacional

A representação do bloco de modelagem dos subsistemas projeto direcional está


ilustrada na Figura 15.
PROJETO
DIRECIONAL
 Profundidade medida
DADOS DIRECIONAIS  Profundidade vertical
 Inclinação
 Direção  Tangente
 Tangente balanceada
MÉTODOS DE ACOMPANHAMENTO DA TRAJETÓRIA DO  Ângulo médio
POÇO  Raio de curvatura
 Mínimo raio de curvatura

COMPARAR OS RESULTADOS DO EXCEL COM UMA


FERRAMENTA COMERCIAL

Figura 15 – Modelagem do subsistema do projeto do poço direcional

29
A representação do bloco de modelagem dos subsistemas do escoamento do
fluído está ilustrada na Figura 16.

PROJETO ESCOAMENTO
DO FLUÍDO

DADOS BÁSICOS

PROPRIEDADES DO FLUÍDO

ESCOAMENTO ESCOAMENTO  CORRELAÇÃO DE BEGGS AND BRILL


MONOFÁSICO MULTIFÁSICO

Figura 16 – Modelagem do projeto de escoamento do fluido

A representação do bloco de modelagem dos subsistemas do projeto de elevação


artificial está ilustrada na Figura 17.

PROJETO DE ELEVAÇÃO
ARTIFICIAL

O  Pressão do reservatório
 Pressão estática
DADOS DO RESERVATÓRIO  Pressão desejada
 Nível do fluído no anular
O
 vazão

 Head
CORREÇÃO DA
BOMBA  Potência
VISCOSIDADE
 Eficiência
O
O
 Pressão requerida
ANÁLISE NODAL  Pressão disponível
 IP
O  IPR

Figura 17 – Modelagem do subsistema do projeto de elevação artificial

30
3.1 A Interface Gráfica da Ferramenta Computacional

A interfase gráfica da ferramenta computacional foi desenvolvida de forma


robusta, porém eficiente e de fácil entendimento pelo usuário, por meio de planilhas do
programa da Microsoft Office Excel.O trabalho é dividido em três fases de um projeto
de um poço petrolífero:

 Acompanhamento da trajetória do poço


 Escoamento do fluído
 Método de elevação artificial

3.1.1 Acompanhamento da Trajetória do Poço

O armazenamento dos dados de registro direcional e os cálculos de


acompanhamento da trajetória do poço foram realizados por planilhas do programa da
Microsoft Office Excel. Essa ferramenta computacional tem os recursos que incluem
uma interface, ferramentas de cálculo e de construção de gráficos.

Os cálculos do acompanhamento da trajetória do poço são usados a partir de


dados básicos de profundidade medida (m), profundidade vertical (m), inclinação (°),
direção (°), norte-sul(N/S), leste-oeste(L/O). Esses dados podem ser fornecidos a partir
de ferramentas de registro direcional como singleshot, multishot, steering tool, MWD
entre outras. O Regisro direcional é realizado da cabeça do poço até a profundidade
final do poço. Foi estimado o registro direcional numa profundidade medida a cada 10
metros (32,80 ft).

A Figura 18 representa a planilha dos dados básicos para os cálculos do


acompanhamento da trajetória. Nessa planilha é representada com o nome do poço que
está sendo estudado, exemplo poço escola.

POÇO ESCOLA
Prof. Medida Inclinação(°) Inclinação(rad) Prof. Vertical N/S L/O Direção(°) Direção(rad)

Figura 18 – Planilha dos dados básicos para os cálculos do acompanhamento da


trajetória

31
Com os dados básicos são calculados o Build up pela e o dog leg severity. Esses
parâmetros são iguais para qualquer método de acompanhamento da trajetória que for
escolhido. A Figura 19 representa a planilha para os cálculos do Build up em grau e
radiano e o dog leg serveitry.

β (rad) β (grau) DSL

Figura 19 – Planilha para o cálculo do Build up e o Dog Leg Serverity(DLS)

A figura 20 representa a planilha com as variáveis que serão calculadas e os seus


valores de acordo com o método de cálculo a ser escolhido (tangente, tangente
balanceada, ângulo médio, raio de curvatura e mínimo raio de curvatura ).

MÉTODO DE ( )
ΔM (m) ΔV (m) V2 (m) ΔA(m) ΔN (m) N2 (m) ΔE (m) E2 (m)

Figura 20 – Planilha do método utilizado para os cálculos de acompanhamento da


trajetória

Na figura 21, após realizar os cálculos para todos os métodos disponíveis, é


comparado os valores das variáveis de cada método de acompanhamento da trajetória
com os valores da ferramenta de registro de alguma companhia de serviço direcional.
Com isso pode-se ter a confiabilidade dos métodos calculados pela ferramenta
computacional. O método de cálculo que mais se aproximar com os dados da ferramenta
direcional é aquele que será utilizado no projeto do poço.

32
MÉTODO DE CÁLCULO PV(m) N/S (m) L/0 (m)
Ferramenta direcional
Tangente
Tangente Balanceada
Ângulo médio
Raio de Curvatura
Mínimo raio de curvatura

Figura 21 – Planilha comparando os dados da ferramenta direcional com os métodos de


cálculo de acompanhamento da trajetória.

A Figura 22 representa a trajetória do poço na dimensão 2D, que é realizado a


partir dos dados da profundidade vertical (m) e direção do poço(°).

-500 0 500 1000 1500 2000 2500


-100
100
300
500
700
900
1100

Figura 22 – Trajetória do poço em 2D

3.1.2 Escoamento do fluído

A ferramenta computacional utilizada para analisar o escoamento do fluido foi o


programa da Microsoft Office Excel, versão 97-2003. A linguagem de programação
interna usada foi o VBA (Visual Basic for Applications). Essa ferramenta foi
fundamental para automatizar as tarefas repetitivas, envolvendo os diversos elementos
do banco de dados (tabelas, consultas, formulários,folhas de dados, macros). No
entanto, o VBA ofereceu maior poder e controle mais detalhado do que as ações de
macro.

O fluído do presente trabalho é uma mistura de hidrocarbonetos de propriedades


termodinâmicas hipotética, na qual suas propriedades sofrem modificações em
diferentes condições de pressão e temperatura. Com a mudança do estado físico
33
ocorrem variações na viscosidade, densidade, composição da mistura e entre outras
propriedades do fluído. Por isso foi desenvolvida um agrupamento de planilhas na qual
possa acompanhar com precisão todas as modificações das propriedades
termodinâmicas em todos os pontos desejados ao decorrer do poço.

Primeiramente são preenchidas as informações dos dados básicos das


propriedades das misturas líquidas de hidrocarbonetos na planilha representada pela
Figura 23. Os dados básicos são BSW, API, Pressão do reservatório (psi), Pressão de
entrada(psi), temperatura (°F), Densidade da água, Densidade do gás, Fração de água,
Vazão bruta (bpd), Vazão do óleo (bpd), Vazão de água (bpd), Diâmetro interno do
revestimento (in), Diâmetro interno da coluna (in), Fator formação da água, Aceleração
da gravidade ( lb/in²) tensão superficial (lb/sec²) e inclinação(°).

DADOS DE ENTRADA
Basic sendiments and water BSW
Grau API (°) API
Pressão do reservatório (psi) Pres
Pressão de sucção (psi) Pin
Temperatura (°F) T
Densidade da água Dw
Densidade do gás Dg
Fração de água Fw
Vazão bruta (bpd) qb (sc)
Vazão do óleo (bpd) qo (sc)
Vazão da água (bpd) qw (sc)
Diâmetro interno do revestimento (in) ID
Diâmetro interno da coluna (in) Idcol
Fator-formação da água Bw
Acelaração da gravidade G
Tensão superficial (lb/sec³) Σl
Inclinação (°) Inclinação

Figura 23 – Dados bases para simulação do escoamento do fluido

Após o preenchimento dos valores dos dados básicos das propriedades do fluído,
automaticamente são calculados os valores das propriedades termodinâmicas do
hidrocarboneto.

A Figura 24 representa a planilha as variáveis fundamentais da propriedade do


fluído que são calculados a partir dos dados básicos. Essas variáveis são seno da
inclinação (°), densidade do óleo, densidade do líquido, razão gás-óleo, razão água-óleo,

34
Fator Y para o Rs, razão de solubilidade, pressão pseudo-critíca, temperatura pseudo
critica, fator de compreensibilidade, fator-formação do gás, vazão do gás em std, vazão
do gás em condições de pressão e temperatura, vazão do líquido em condições de
pressão e temperatura, vazão da mistura em condições de pressão e temperatura, fator F
para o Bo, fator-formação de óleo, área do anular, velocidade superficial do gás,
velocidade superficial do líquido, velocidade superficial da mistura, massa especifica da
água, massa especifica do gás, massa especifica do líquido, massa especifica da mistura.

Seno da inclinação sen (α)


Densidade do óleo do
Densidade do líquido dl
Razão gás-óleo RGO
Razão água-óleo RAO
Fator Y Y
Razão de solubidade Rs
Pressão pseudo-crítica Ppc
Temperatura pseudo-crítica Tpc
Pressão pseudo-reduzida Ppr
Temperatura pseudo-reduzida Tpr
Fator de compreensibilidade Z
Fator-formação do gás Bg
Vazão do gás (std) qg (sc)
Vazão do gás (p,t) qg (p,t)
Vazão do líquido (p,t) ql (p,t)
Vazão da mistura (p,t) qm (p,t)
Fator F para o cálculo do Bo F
Fator-formação de óleo Bo
Área do anular A
Velocidade superficial do gás Vsg
Velocidade superficial do líquido Vsl
Velocidade superficial da mistura Vsm
Massa especifica do gás Ρg
Massa específica da água ρH20
Massa específica do líquido l
Massa específica da mistura m

Figura 24 – Variáveis do fluido.

35
O fluído nas condições de reservatório é na verdade óleo com certa quantidade
de gás dissolvido. Quando uma mistura de hidrocarbonetos se encontra no estado
liquido nas condições de reservatório ao ser elevada para as condições de superfície,
uma parte dela permanecerá no estado líquido e a outro parte se vaporizará em forma de
gás natural. Com os parâmetros termodinâmicos calculados, é possível observar a
profundidade medida do poço que ocorre a primeira bolha de gás. Nesse ponto o fluido
deixa de ser monofásico para multifásico (óleo e gás).

As correlações de escoamento de fluido fornecem um gradiente de pressão total


em psi/ft, esse gradiente irá identificar qual será a perda de pressão a cada 32,80 pés (10
m). A perda de pressão foi calculada do fundo do poço até a cabeça do poço.

O tipo de correlação de escoamento de fluído varia de acordo com o tipo de


fluido. Para o fluído multifásico foi considerada a correlação de Beggs e Brill. A Figura
25 mostra a planilha com as variáveis para a correlação de Beggs eBrill. Para o fluído
monofásico, a correlação de escoamento é preenchido na planilha representada pela
Figura 26.

36
Correlação de Beggs-Bril
Número da velocidade do líquido Nlv
Hold up líquido sem escoamento λl
Massa especifica ( sem escorregamento)(lb/cu*ft) ρns
Viscosidade (sem escorregamento)( Cp) µns
Correlação Número de Froude
de Beggs-Bril Nfr
Número de Froude para (segregado - distribuído)
Número da velocidade do líquido Nfr (seg.-
Nlv dist.)
Número de Froude para (segregado -
Hold up líquido sem escoamentotransiente) Nfr (seg.- λl trans.)
Número de Froude( sem
Massa especifica paraescorregamento)(lb/cu*ft)
(transiente - intermitente) Nfr (trans. ρns - int.)
Número deViscosidade
Froude para(sem
(intermitente - distribuído)
escorregamento)( Cp) Nfr (int.-
µns dist.)
Cálculo do Holdup
Número delíquido
Froude Nfr
Hold up líquido para horizontais
Número de Froude para (segregado - distribuído) Nfr (seg.- εl(0) dist.)
Número de Froude para (segregado - transiente) Fator C Nfr (seg.- C trans.)
Número de Froude para (transiente - intermitente) Fator Ѱ Nfr (trans. Ѱ - int.)
Hold up líquido com inclinação
Número de Froude para (intermitente - distribuído) Nfr (int.- dist.) El(α)
Gradiente de pressão na elevação (psi/ft) (dp/dl)el
Cálculo do Holdup líquido
Cálculo do n° de Reynolds
Hold up líquido para horizontais εl(0)
N° de Reynolds ( sem escorregamento) Nre
Fator C C
Fator y y
Fator Ѱ Ѱ
Fator s s
Hold up líquido com inclinação El(α)
Razão do fator de fricção ƒ/ƒn
Gradiente de pressão na elevação (psi/ft) (dp/dl)el
Fator de fricção, Nre<2000 ƒ (Laminar)
Cálculo do n° de Reynolds
Fator de fricção, Nre>2000 ƒ (turbulento)
N° de Reynolds ( sem
Gradiente de pressão com o fator de escorregamento)
fricção (psi/ft) Nre
(dp/dl)f
Fator y
Efeito cinético y
Ek
Gradiente de pressão Total (psi/ft) Fator s s
dp/dl
Razão dode
Perda fator de fricção
pressão (psi) ƒ/ƒn
P
Fator de fricção,
Escoamento monofásico Nre<2000 ƒ (Laminar)
Gradiente de Fator denafricção,
pressão elevação Nre>2000
(psf/ft) ƒ por
(turbulento)
(dp/dl)el
Figura 25 – Variáveis para um fluído multifásico Beggs e Brill
Gradiente deN°
pressão com o fator de fricção
de Reynolds ( sem escorregamento) (psi/ft) (dp/dl)f
Nre
Efeito cinético
Rugosidade relativa Ek
e
Gradiente de pressão
Fator de fricção,Total (psi/ft)
Nre<2000 dp/dl
ƒ (Laminar)
Fator Perda de pressão
de fricção, (psi) ƒ (turbulento)
Nre>2000 P
Escoamento Fator demonofásico
fricção real ƒ (real)
Gradiente de pressão na
Gradiente de pressão na elevação frição (psf/ft) (dp/dl)f
(dp/dl)el
N° deGradiente
Reynoldsde pressão
( sem Total (psf/ft)
escorregamento) (dp/dl)t
Nre
Gradiente de pressão
Rugosidade Totalrelativa
(psi/ft) (dp/dl)t
e
Perda de pressão
Fator de fricção, Nre<2000 (psi) P
ƒ (Laminar)
Fator de fricção, Nre>2000 ƒ (turbulento)
Fator de fricção real ƒ (real)
Gradiente de pressão na frição (psf/ft) (dp/dl)f
Gradiente de pressão Total (psf/ft) (dp/dl)t
Gradiente de pressão Total (psi/ft) (dp/dl)t
Perda de pressão (psi) P

Figura 26 – Correlação para o fluído monofásico

37
3.1.3 Método de Elevação Artificial

Para determinar o índice de produtividade são utilizados os dados básicos que


estão representados na Figura 27 que são típicos do reservatório e do poço. Os dados
que deve ser preenchidos no simulador são: a pressão estática no reservatório, pressão
de fluxo, pressão desejada, vazão desejada e vazão de teste. Com isso é calculado o
índice de produtividade (IP), vazão máxima, vazão de saturação.

Dados de entrada
Vazão de Teste (bpd)
Pressão de Fluxo de teste (psi)
Pressão Estática no Reservatório (psi)
Vazão Máxima (bpd)
Indice de Produtividade (IP)
Vazão de Saturação (bpd)
Pressão de Saturação (psi)
Profundidade do Poço (m)
Pressão requerida da cabeça(psi)
Pressão Desejada (psi)
Vazão Desejada (bpd)

Figura 27 – Dados de entrada para o índice de produtividade do poço.

O índice de produtividade de um reservatório de gás em solução comporta se de


duas situações. A primeira, quando a pressão estiver acima da pressão de saturação, o
fluído é do tipo monofásico, nesse caso é utilizado o modelo linear. A segunda, quando
os valores de pressão abaixo da pressão de saturação, o fluído é bifásico e é usada a
curva de IPR a relação de Vogel para analisar o comportamento da vazão em
determinada pressão.

A Figura 28 representa o comportamento da vazão em diferentes valores de


pressão. Na região do IP linear a primeira pressão será a pressão do reservatório que irá
variar até a pressão de saturação, em seguida a variação da pressão será na região do
IPR.

38
Pressão (psi) Vazão (bpd)
1º Pressão = Pr 1º Vazão = IP.(pr-pwf)= 0
2º Pressão 2º Vazão = IP.(pr-pwf)
3º Pressão 3º Vazão = IP.(pr-pwf)
4º Pressão 4º Vazão = IP.(pr-pwf)
5º Pressão 5º Vazão = IP.(pr-pwf)
IP 6º Pressão 6º Vazão = IP.(pr-pwf)
7º Pressão 7º Vazão = IP.(pr-pwf)
8º Pressão 8º Vazão = IP.(pr-pwf)
9º Pressão 9º Vazão = IP.(pr-pwf)
10º Pressão = Psat 10º Vazão = IP.(pr-pwf)
11º Pressão 11º Vazão = Q de Voqel)
12º Pressão 12º Vazão = Q de Voqel)
13º Pressão 13º Vazão = Q de Voqel)
14º Pressão 14º Vazão = Q de Voqel)
15º Pressão 15º Vazão = Q de Voqel)
IPR 16º Pressão 16º Vazão = Q de Voqel)
17º Pressão 17º Vazão = Q de Voqel)
18º Pressão 18º Vazão = Q de Voqel)
19º Pressão 19º Vazão = Q de Voqel)
20º Pressão = 0 psi 20º Vazão = Qmáx

Figura 28 – Pressão e vazão para IP linear e IPR de Vogel

A figura 29 é encontrada a altura total de elevação e o número de estágio da


bomba. A altura total de elevação (THD – Total Dynamic Head ) é calculada em metros
de coluna de fluido e corresponde ao somatório de três parcelas.

1 – Altura de elevação (H): É a diferença entre a coluna hidrostática no anular e a


coluna hidrostática na coluna de produção para a vazão de projeto;

2 – Perdas de Fricção (Pf) na coluna de produção;

3 – Altura equivalente da pressão na cabeça do poço (Ps).

TDH = H + Pf + Ps

Após encontrar o valor da elevação total (TDH) é necessário selecionar uma


bomba na qual tenha uma figura recomendada de vazão que inclui a vazão de bombeio
desejada. Agora será possível calcular o número de estágios necessários para se obter
elevação.

39
Número de estágio = TDH / Head por estágio

TDH ( Total Dynamic Head)


H (m) Altura de elevação (m) H (ft)

Coluna de produção = para vazão (bpd)=

H(ft) Perda por frição

Pressão da cabeça do poço


H(ft)

TDH=

Número de estágios

Figura 29 – Planilha para o cálculo da TDH e o número de estágios

Na figura 30, será relacionada a vazão de do fluxo para as determinadas pressões


de fluxo. Quanto menor a pressão de fundo, maior será o influxo de fluido do
reservatório para o poço. A curva estabelece qual a pressão disponível no fundo do poço
para a elevação natural.

Pressão x Vazão
Pressão (psi)

0
0 Vazão (bpd)

Figura 30 – Relação entre Pressão x Vazão

40
4. RESULTADOS

Neste capítulo serão apresentados alguns resultados preliminares da ferramenta


computacional desenvolvida para o projeto de poço direcional equipando por BCS.
Como um exemplo de simulação será mostrado o comportamento das fases que
compõem esse trabalho.

4.1 Acompanhamento da Trajetória Direcional

Para o acompanhamento da trajetória direcional os dados de entrada são


mostrados na Tabela 3.

Tabela 3 – Dados de entrada para o acompanhamento da trajetória direcional

ACOMPANHAMENTO DA TRAJETÓRIA DIRECIONAL


Profundidade medida (m)
Profundidade vertical (m)
Inclinação (º)
Direção (º)
N/S
L/O

Nesse trabalho, a profundidade medida foi variada a cada 10 m (32,8 ft) até o
fim do poço. A profundidade vertical, inclinação, direção, N/S e L/O foram fornecidos
a partir de uma ferramenta direcional de alguma empresa prestadora de serviço na área
direcional.

O poço analisado tem uma profundidade medida de 2579 m, com um total de


258 pontos para a análise direcional. Então cada parâmetro deve ser preenchido em
função da variação da profundidade medida, totalizando um quantitativo de 1548 pontos
iniciais para o acompanhamento da trajetória direcional. O poço descrito tem uma
inclinação superior a 2° na profundidade de 199 m, caracterizando-o como um poço
direcional.

41
O acompanhamento da trajetória direcional foram calculados pelos métodos
descritos na seção 2.1.4. A Figura 31 mostra a comparação dos métodos a ferramenta
direcional da empresa prestadora de serviço teve os seguintes desempenhos relacionado
a profundidade vertical, posição Norte/Sul e Leste/Oeste:

MÉTODO DE CÁLCULO PV(m) N/S (m) L/0 (m)


Ferramenta direcional 946,0 2161,3 322,6
Tangente 942,6 2166,1 323,3 100,0%
Tangente balanceada 946,0 2161,4 322,5 99,9%
Ângulo médio 946,0 2161,3 322,6 100,0%
Raio de curvatura 946,0 2161,3 322,6 100,0%
Mínimo raio de curvatura 1046,8 2161,4 322,5 96,8%

Figura 31 – Resultados dos métodos de cálculos para trajetória direcional

Os cálculos realizados pela ferramenta computacional desenvolvida nesse


trabalho mostrou um resultado semelhante a da ferramenta direcional de uma certa
companhia. A eficiência do cálculo foi de 100% para os métodos, exceto para o método
de mínimo raio de curvatura com uma eficiência superior a 96%.

Pode-se concluir que os resultados fornecidos pelo simulador em teste são


confiáveis, podendo assim ser utilizado os ângulos de inclinação para as correlações de
escoamento do fluído a longo da tubulação. Entre os cincos métodos testados foi
selecionado o método de raio de curvatura para continuidade do trabalho.

42
4.2 Escoamento do Fluído e a Elevação Artificial

Para a analise do escoamento do fluído é considerada o comportamento


termodinâmico em relação as propriedades do fluído que está sendo produzido, do
reservatório que está sendo explorado e as inclinações ao longo do poço, como mostra
na tabela 4

Tabela 4 – Dados de entrada para a ferramenta computacional

DADOS DE ENTRADA
Basic Sediments and Water 0
Grau API 33°
Pressão do reservatório 4000 psi
Pressão de entrada 1200 psi
Temperatura 166,8 F
Densidade da água 1
Densidade do gás 0,7
Fração de água 0
Vazão bruta (std) 2000 bpd
Vazão do óleo (std) 2000 bpd
Vazão de água (std) 0,0 bpd
Diâmetro interno do revestimento 6,331pol
Diâmetro interno da coluna 2,441pol
Fator formação de água 1
Força da gravidade 32 ft/sec²
Ϭ líquido 8,0
Inclinação 71,0
Razão gás – óleo 374 scf/stb
Razão água – óleo 0 scf/stb

As propriedades termodinâmicas são calculadas do sentido do fundo do poço até


a superfície a cada 10 metros de profundidade medida. A cada profundidade são
modificadas a pressão e a temperatura, sendo assim necessário a análise para cada

43
trecho selecionado. No reservatório analisado não há presença de água, então o
escoamento multifásico será considerado como do tipo gás – óleo.

A Tabela 5 mostra os valores das propriedades do reservatório para o projeto de


elevação artificial.

Tabela 5 – Propriedades do reservatório

PROPRIEDADE DO RESERVATÓRIO
Vazão de Teste (bpd) 200
Pressão de Fluxo de teste (psi) 1200
Pressão Estática no Reservatório (psi) 2800
Pressão de saturação (psi) 1770
Profundidade do Poço (m) 2579
Pressão requerida da cabeça (psi) 379
Vazão desejada (bpd) 1800

A vazão desejada de produção de 1800 bpd, calculada pela equação de Vogel, é


necessária uma pressão de fluxo de 1596 psi. O índice de produtividade nessas
condições é de 1,5. A pressão de saturação de 1770 psi foi encontrada pelo
acompanhamento do gradiente de pressão, nessa pressão o escoamento deixa de ser
monofásico e passa para multifásico. Pela equação de Vogel foi encontrado uma vazão
de 1545 bpd. A Figura 32 representa o comportamento da vazão (bpd) em função da
pressão (psi) do reservatório.

Figura 32 – Valores da relação pressão x vazão

44
A Figura 33 representa graficamente a relação da pressão versus vazão. Pode –
se observar que esse reservatório inicia a sua produção com um fluido monofásico e ao
decorrer da queda de pressão o fluido se comporta na forma de multifásico.

3000

2500

2000
Pressão (psi)

1500

1000

500

0
0 1000 2000 3000 4000
Vazão (bpd)

Figura 33 – Índice de produtividade

Na Figura 34 apresenta o número de estágios que serão necessários para que a


bomba eleve o fluído do fundo do poço até a cabeça do poço.

Figura 34 – THD e o número de estágios

45
Tabela 6 – Análise nodal

Vazão (bpd) Head total (ft) Pwf (psi) Pressão descarga (psi) Pressão na cabeça (psi)
200,0 10215,9 2689,8 5786,2 4628
400,0 10256,2 2575,4 5684,0 4519
600,0 10289,8 2456,3 5575,2 4400
800,0 10291,5 2332,0 5451,4 4263
1000,0 10240,9 2201,6 5305,6 4102
1200,0 10121,0 2064,2 5131,9 3910
1400,0 9918,6 1918,5 4924,9 3682
1600,0 9623,3 1762,8 4323,3 3057
1800,0 9226,6 1594,6 3935,8 2644
2000,0 8722,3 1410,4 3480,1 2161
2200,0 8104,7 1204,6 2913,7 1579
2400,0 7369,1 967,0 2115,7 1041
2600,0 6510,8 675,8 1944,4 921
2800,0 5524,4 258,1 1143,2 226

A Figura 35 representa a graficamente a relação da pressão na cabeça do poço (psi)


versus vazão (bpd). O valor de 2644 psi da pressão na cabeça do poço calculada pela
análise nodal é bem maior do que a pressão desejada de 379 psi. Para essa situação tem
a necessidade de um controle eficaz da pressão gerada na cabeça do poço, como por
exemplo, o uso do chocke monifold. O chocke será usado para contralar à alta pressão
da cabeça do poço para a pressão desejada, num diferencial de pressão de 2265 psi.

5000
4500
Pressão na cabeça do Poço

4000
3500
3000
2500
2000 ΔP=2265 psi
1500
1000 Pcab desejada = 379 psi
500
0
0 500 1000 1500 2000 2500 3000
Vazão (bpd)

Figura 35 – Pressão na cabeça do poço (psi) versus vazão (bpd)

46
4.3 Efeito da Viscosidade

As bombas centrifugas são testadas por seu fabricantes para um líquido com
densidade igual a 1 (água), sendo que o fluido deste trabalho tem uma densidade igual a
0,86 e viscosidade do óleo de 40 cP. Para a correção da viscosidade da água para o óleo
foram utilizadas as equações vistas na seção 2.3.3. Para analisar o comportamento para
180 estágios o Head, a potência e a eficiência da bomba, respectivamente, são
mostradas às Figuras 36, 37 e 38.

Curva do Head
12000
10000
8000
Head (ft)

6000
4000
2000
0
0 1000 2000 3000 4000
Vazão (bpd)

Figura 36 – Efeito da viscosidade na curva do Head

Hp water (Hp)
250,4

200,4
HP water (Hp)

150,4 Óleo

100,4

50,4

0,4
0 1000 2000 3000 4000
Vazão (bpd)

Figura 37– Efeito da viscosidade na curva da Potência

47
EFICIÊNCIA
70

60

50
Eficiência (%)

40

30

20

10

0
0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000
Vazão (bpd)

Figura 38 – Efeito da viscosidade para a Eficiência da bomba

As Figuras 36, 37 e 38 mostraram que a viscosidade do fluído tem um efeito de


diminuição em relação ao Head, potência e eficiência da bomba.

Na Figura 38 pode-se observar numa vazão desejada de 1800 bpd é considerada


como uma excelente eficiência da bomba, mostrando assim que a escolha dessa bomba
foi ideal para esta trabalho.

Com a correção da viscosidade da água para o óleo a eficiência da bomba numa


vazão de 1800 bpd cai de 64% para 39,2% do desempenho da bomba, mesmo assim
obteve – se um head e potência suficiente para elevar o fluído até a superfície.

48
5. CONCLUSÕES

Neste trabalho foi apresentada uma ferramenta computacional que possibilitará o


cálculo do escoamento multifásico num poço direcional, a partir de dados bases
(reservatório, poço e fluídos) e elaborado um projeto de elevação artificial por Bombeio
Centrífugo Submerso (BCS).

O acompanhamento da trajetória do poço foi calculado com 5 métodos distintos,


os cálculos apresentaram um resultado de 100% comparado a uma ferramenta direcional
de alguma companhia, exceto o método do mínimo raio de curvatura que teve um
desempenho de mais de 96%.

No escoamento do fluído foi observado que o fluído modifica as suas


propriedades de acordo com a temperatura e pressão do poço. Assim, no fundo do poço
o hidrocarboneto está na fase liquida e quando está em fluxo ele modifica a suas
propriedades tornando uma porção em gás, caracterizando assim um óleo do tipo gás em
solução. Esse comportamento foi constatado durante a mudança do escoamento de
monofásico para o multifásico e também foi confirmado que é influenciado pelo ângulo
de inclinação da tubulação.

Na engenharia de petróleo a correlação mais utilizada para poços direcionais é a


correlação de Beggs e Brill. A analise nodal foi realizada para a pressão na cabeça do
poço. Para a vazão desejada de 1800 bpd a uma pressão de chegada na cabeça do poço
é de 2644 psi, como a pressão desejada é de 379, então será necessário de instalar um
choke na superfície para contralar essa a pressão de entrada. O diferencial de pressão da
entrada do choke com o da saída desejada será de 2265.

A bomba de BCS escolhida para esse trabalho teve uma eficiência de 39,2 %
numa vazão desejada de 1800 bpd, mostrando uma boa escolha para elevar o fluído até
a superfície.

A ferramenta computacional é robusta e mostrou-se satisfatória para analisar o


comportamento do escoamento do fluído num poço direcional. Mostrando ser mais um
programa para esse tipo de acompanhamento dentre outros desenvolvidos por empresas
petrolíferas ou universidades.

49
6. REFERÊNCIAS

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